O ano de 2016 vem sendo marcado pelo aumento
da demanda por conselheiros de administração, especialmente em empresas médias
de capital fechado. É o que aponta a equipe da Page Executive, braço do
PageGroup especializado no recrutamento de executivos de alto escalão.
Experiência em governança corporativa,
background em finanças e profundo conhecimento no setor de atuação da empresa
são algumas das características que podem ajudar um executivo a fazer parte de
um conselho de administração.
Para Leandro Muniz, diretor da Page
Executive, há algumas recomendações importantes que um profissional deve seguir
para se tornar integrante de um conselho. “O conselho de administração é
composto normalmente por profissionais seniores, experientes e com ampla
passagem pelo ambiente empresarial. São profissionais diferenciados e que podem
contribuir com estratégias para empresas de diferentes segmentos. As companhias
buscam pessoas com essa expertise”, afirma.
Confira abaixo as principais dicas para quem
tem pretensão de se tornar conselheiro:
Atualização
frequente
Além da sólida formação acadêmica, é de
fundamental importância para um executivo que almeja ocupar uma cadeira no
conselho de administração atualização sobre temas que geram alto impacto para
as empresas, como mudanças regulatórias ou tecnológicas. “Vários temas de
governança, regulação e tecnologia são bastante novos, então é importante o
conselheiro buscar o constante aprimoramento acadêmico e técnico”, avalia
Muniz. Sobre os temas de governança, há algumas certificações no Brasil que são
reconhecidas e dão destaque no currículo do executivo, como da Fundação Dom
Cabral e o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa).
“Virar a chave” de executivo para conselheiro
Quando um profissional deixa de ser executivo
e passa a ser conselheiro, é importante “virar a chave” do papel de gestor e
passar a atuar como representante dos sócios. Esta mudança, que parece simples,
é um dos principais desafios para a maior parte dos executivos quando se tornam
conselheiros. Deixar a decisão do dia-a-dia, pensar como sócio e atuar
por meio de influência são os desafios mais frequentes.
Uma forma de se preparar para esta mudança é
atuar de forma intensiva nos comitês de suporte dos conselhos (financeiro, de
pessoas e de estratégia) quando se trata de empresa de capital aberto no
Brasil. Quando os executivos são oriundos de subsidiárias de multinacionais ou
de empresas de capital fechado, essa experiência pode ser adquirida por meio de
maior proximidade com os sócios ou por conselhos não empresariais, como por
exemplo, no terceiro setor.
Entender qual a
sua contribuição
Os conselhos de administração podem
demandar diferentes perfis, mas há três que são mais comuns:
- O especialista em governança corporativa:
profissionais sêniores com forte experiência no tema de Governança e com forte
capacidade de conciliar interesses, evitar conflitos e garantir disciplina nas
melhores práticas de gestão;
- O especialista setorial: Geralmente
ex-CEOs de empresas com participação relevante em determinados setores são os
conselheiros com maior atuação nos temas de estratégia e posicionamento.
- O “financista”: geralmente ex-CFOs,
executivos de bancos ou CEOs com origem financeira, são os profissionais que
pensam na melhor estrutura de capital, apoiam com experiência na área
financeira e nos processos de fusões e aquisições.
“Esses são alguns dos perfis que compõem um
conselho. Fazer uma autoavaliação das competências e buscar os pontos fortes
são importantes para o aspirante ao cargo. As empresas, contudo, estão
diversificando cada vez mais as cadeiras, tornando o conselho mais
multidisciplinar”, ressalta Muniz.
Networking
Atualmente, mais de 50% das indicações de
conselheiros são feitas pelas próprias empresas, por profissionais de RH ou dos
próprios acionistas. Mas processos conduzidos por empresas de Recrutamento tem
crescido. “Vemos que processos de recrutamento de conselheiros tendem a ser
mais estruturados no futuro, com grande potencial de crescimento no mercado
brasileiro”, afirma o diretor da Page Executive.
Diante disso, o networking tem papel
fundamental nas pretensões dos futuros conselheiros. É importante estar próximo
deste público ou de consultorias especializadas.
Dedicação
de tempo
Ter a exata noção do tempo que uma posição de
conselheiro irá demandar da agenda é um fator decisivo para uma boa
performance. “Há empresas que demanda dos conselheiros uma reunião mensal, em
outros casos trimestral. Viagens a planta industrial, pareceres
técnicos/consultivos, apresentação e até relatórios são exigidos destes
profissionais. É importante ter uma boa estimativa de quanto tempo a posição
irá demandar para garantir contribuição real”, finaliza Muniz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário