Estamos em constante mutação, graças ao
desenvolvimento tecnológico o mundo vem conhecendo diversas possibilidades, e é
claro, mudando e se adequando as novas demandas. Nesse contexto, de mudanças e
avanços, como fica a educação no Brasil? Será que essa evoluiu? O que mudou
nesse setor nos últimos anos? Segundo a psicopedagoga especialista em educação
especial e em gestão escolar, Ana Regina Caminha Braga, muito mudou nos últimos
20 anos. Não só no comportamento dos alunos, como a maneira das próprias
escolas e docentes de lecionar.
Para a especialista, a maior preocupação
com todas as mudanças que vem acontecendo é em relação à quantidade de conteúdo
abordado diariamente, muitas vezes, sem espaço para ouvir aquela criança ou
adolescente. “Atualmente abordarmos conteúdos e mais conteúdos com as
crianças do Ensino Fundamental e com os adolescentes no Ensino Médio, por
vezes, deixando-as com uma lacuna nas relações interpessoais. Desta forma,
muita vezes me pergunto, se sabemos quem são estas crianças, o que elas querem
e como podemos direcioná-las como país e educadores”, comenta.
Antigamente, as crianças eram vistas
como uma “tabula rasa”, sem qualquer conhecimento, eram apenas crianças. Hoje,
elas chegam à sociedade com um número elevado de informações e conhecimento,
graças à tecnologia e ao maior acesso a isso, além é claro de sempre estarem
abertas a novos conhecimentos apresentados. Por isso, segundo Ana Regina, os
educadores devem estar atentos a essas mudanças e evoluções, eles precisam
motivar e ajudar essas crianças e adolescentes a desenvolver seus conhecimentos.
“Nosso dever é estar atento às mudanças que vem acontecendo na educação, para
assim, poder motivar e ajudar essas crianças quanto ao seu crescimento
intelectual, com princípios e valores que transformem um pouco o mundo atual
com suas ações”, analisa.
Na Educação Infantil, as atividades
precisam ter um peso avaliativo, de produção, ou seja, que mostre aos pais o
conteúdo contemplado. No Ensino Fundamental, as matérias se multiplicam e a
criança já sente esta responsabilidade, em dar conta dos conteúdos, caso
contrário os pais ou responsáveis não consideram seu desenvolvimento. No Ensino
Médio a “enxurrada” de conteúdo é muito maior.
Ainda segundo a psicopedagoga, o
resultado dessas mudanças, dessa quantidade de conteúdos passados as crianças,
sem preocupação com o entorno, faz com que ela, muitas vezes assimile o que foi
passado e armazene tudo isso apenas para os minutos do vestibular ou para
realização daquela determinada prova. “Esse aluno muitas vezes chega à
universidade com um depósito de informações, conteúdos automatizados, que
muitas vezes não saberá como utilizá-lo. E, se ao invés de travarmos essa luta
diária com os conteúdos, abríssemos espaço para trabalhar com esses alunos
questões de cidadania, civilização, respeitando o tempo de aprender de cada um,
a educação seria muito mais eficaz”, alerta.
Para finalizar, Ana Regina lembra que o
mundo está cada vez mais competitivo, mas é papel do professor ter consciência
e controle da aprendizagem de seu aluno, ajudando-o a evoluir e adentrar ao
mundo adulto da melhor forma possível. “Resgatar disciplinas e dar mais atenção
ao aluno pode transformar e melhorar toda a educação”, completa a especialista.
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