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quinta-feira, 20 de outubro de 2016

O que mudou na educação nos últimos 20 anos



Especialista em gestão escolar fala sobre a preocupação com a educação atual


Estamos em constante mutação, graças ao desenvolvimento tecnológico o mundo vem conhecendo diversas possibilidades, e é claro, mudando e se adequando as novas demandas. Nesse contexto, de mudanças e avanços, como fica a educação no Brasil? Será que essa evoluiu? O que mudou nesse setor nos últimos anos? Segundo a psicopedagoga especialista em educação especial e em gestão escolar, Ana Regina Caminha Braga, muito mudou nos últimos 20 anos. Não só no comportamento dos alunos, como a maneira das próprias escolas e docentes de lecionar.

Para a especialista, a maior preocupação com todas as mudanças que vem acontecendo é em relação à quantidade de conteúdo abordado diariamente, muitas vezes, sem espaço para ouvir aquela criança ou adolescente.  “Atualmente abordarmos conteúdos e mais conteúdos com as crianças do Ensino Fundamental e com os adolescentes no Ensino Médio, por vezes, deixando-as com uma lacuna nas relações interpessoais. Desta forma, muita vezes me pergunto, se sabemos quem são estas crianças, o que elas querem e como podemos direcioná-las como país e educadores”, comenta.

Antigamente, as crianças eram vistas como uma “tabula rasa”, sem qualquer conhecimento, eram apenas crianças. Hoje, elas chegam à sociedade com um número elevado de informações e conhecimento, graças à tecnologia e ao maior acesso a isso, além é claro de sempre estarem abertas a novos conhecimentos apresentados. Por isso, segundo Ana Regina, os educadores devem estar atentos a essas mudanças e evoluções, eles precisam motivar e ajudar essas crianças e adolescentes a desenvolver seus conhecimentos. “Nosso dever é estar atento às mudanças que vem acontecendo na educação, para assim, poder motivar e ajudar essas crianças quanto ao seu crescimento intelectual, com princípios e valores que transformem um pouco o mundo atual com suas ações”, analisa.

Na Educação Infantil, as atividades precisam ter um peso avaliativo, de produção, ou seja, que mostre aos pais o conteúdo contemplado. No Ensino Fundamental, as matérias se multiplicam e a criança já sente esta responsabilidade, em dar conta dos conteúdos, caso contrário os pais ou responsáveis não consideram seu desenvolvimento. No Ensino Médio a “enxurrada” de conteúdo é muito maior.

Ainda segundo a psicopedagoga, o resultado dessas mudanças, dessa quantidade de conteúdos passados as crianças, sem preocupação com o entorno, faz com que ela, muitas vezes assimile o que foi passado e armazene tudo isso apenas para os minutos do vestibular ou para realização daquela determinada prova. “Esse aluno muitas vezes chega à universidade com um depósito de informações, conteúdos automatizados, que muitas vezes não saberá como utilizá-lo. E, se ao invés de travarmos essa luta diária com os conteúdos, abríssemos espaço para trabalhar com esses alunos questões de cidadania, civilização, respeitando o tempo de aprender de cada um, a educação seria muito mais eficaz”, alerta.

Para finalizar, Ana Regina lembra que o mundo está cada vez mais competitivo, mas é papel do professor ter consciência e controle da aprendizagem de seu aluno, ajudando-o a evoluir e adentrar ao mundo adulto da melhor forma possível. “Resgatar disciplinas e dar mais atenção ao aluno pode transformar e melhorar toda a educação”, completa a especialista.




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