Denominada “crioterapia”, tecnologia
possibilita preservar os fios durante a quimioterapia
A queda de cabelos e
pelos é um dos impactos previstos em pessoas que estão em tratamento de câncer.
É um dos efeitos colaterais mais comuns do processo terapêutico, a alopecia –
nome dado à perda dos cabelos - pode comprometer a autoestima e,
consequentemente, a qualidade de vida de pacientes oncológicos, conforme
esclarece ooncologista clínico Gilberto Lopes, do Centro Paulista de Oncologia
e HCor Onco, instituições-membro do Grupo Oncoclínicas, do qual é diretor
científico.
Por isso, Lopes explica que os cuidados durante o tratamento
do câncer vão muito além dos processos medicamentosos e de exames. Há um
suporte multiprofissional, essencial para que o paciente seja avaliado e
assistido de maneira humanizada e integrada, tendo em vista todas as suas
necessidades, físicas e psicológicas. Assim, alguns recursos são indicados aos
pacientes como forma de superar esta fase do tratamento, em especial, às
mulheres, como o uso de lenços e perucas, que ajudam a devolver a autoestima e
equilibrar o emocional que pode ser abalado pela perda de cabelos no período
terapêutico.
Atualmente, o oncologista clínico relata que há uma
tecnologia que tem sido usada para reduzir o risco da alopecia induzida pela
quimioterapia, já aprovada nos Estados Unidos, Europa e, agora, no Brasil, pela
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Trata-se da crioterapia, um
procedimento que consiste no resfriamento do couro cabeludo”, relata Lopes.
A técnica
consiste no uso de uma touca gelada, resfriada a menos 4°C, que gera uma
sensação térmica no couro cabeludo de 12 a 15°C, fazendo com que os vasos
sanguíneos se contraiam. Com espaços mais estreitos, a quantidade de medicação
que chega até a raiz do cabelo é menor.
Os resultados dos estudos sobre resfriamento do couro
cabeludo para a prevenção da queda de cabelos são variáveis, depende das drogas
utilizadas no tratamento e de condições individuais dos pacientes, porém, a
maioria deles foi favorável quando
utilizado em condutas as quais é indicado o uso da crioterapia, em determinados
pacientes, conforme suas necessidades e indicação médica.
Lopes ressalta que nem todas as quimioterapias ocasionam a
perda de fios, assim, a gestão deste cuidado com os cabelos deve ser
estabelecida conjuntamente com o médico e equipe multiprofissional.
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