Raritan, N.J. – Durante a 76ª Sessão Científica Anual da Sociedade Americana de Diabetes (ADA), que aconteceu entre os dias 10 a 14 de junho, em New Orleans, Louisiana, a Janssen - companhia farmacêutica da família Johnson & Johnson - apresentou dezoito estudos científicos que podem gerar novas indicações para o tratamento da doença, além do controle crônico do peso corporal - uma das principais causas do diabetes.
Um dos destaques apresentados pela empresa foram os resultados promissores de um estudo que sugere os benefícios da canagliflozina para o tratamento da obesidade.
De acordo com o estudo clínico prova de conceito, de Fase 2, o medicamento atualmente aprovado no Brasil para o tratamento do diabetes mellitus tipo 2 (T2DM) - em combinação com o inibidor de apetite fentermina, é também eficaz para a perda de peso em adultos não diabéticos com sobrepeso ou obesos.
O estudo
Realizado com 334 adultos durante 26 semanas, o levantamento multicêntrico, randomizado, avaliou a segurança e a eficácia da canagliflozina em combinação com a fentermina em quatro grupos: canagliflozina 300 mg com fentermina de 15 mg, fentermina de 15 mg, canagliflozina 300 mg, ou placebo, administrados em adultos sem diabetes tipo 2 e com um índice de massa corporal (IMC) de 30 a <50 kg / m2, ou, com hipertensão e/ou dislipidemia, e um IMC de 27 a <50 kg / m2 (peso médio, 102,9 kg; IMC, 37,3 kg / m2).
Ao final do estudo, os pacientes do grupo de canagliflozina com fentermina experimentaram uma redução significativa comparada ao placebo na pressão arterial sistólica (-4,2 mmHg; P = 0,015) e demonstraram perda de peso estatisticamente superior em comparação ao placebo, com os grupos canagliflozina com fentermina, fentermina, canagliflozina e placebo, alcançando diminuição de peso de 7,5%, 4,1%, 1,9% e 0,6% em relação à linha de base, respectivamente (P <0,001).
Além disso, entre os pacientes observados durante o estudo, foi verificada a perda de peso significativa nos pacientes acima de 5% no grupo canagliflozina/fentermina versus placebo (66,7% vs 17,5%; P <0,001). A coadministração de canagliflozina e fentermina foi bem tolerada, sem sinais novos ou inesperados de segurança.
"Os resultados apoiam o potencial impacto clínico que a canagliflozina poderia ter na vida das pessoas que constantemente precisam controlar seu peso", disse o Dr. James F. List, Ph.D., Diretor da Área Terapêutica de Cardiovascular & Metabólicos da Janssen. E complementa: "Estamos empenhados em buscar terapias transformadoras e esperamos aumentar a nossa compreensão de como a canagliflozina pode ser usada para ajudar mais pacientes no futuro".
E as novidades continuam...
Entre os outros resultados apresentados durante o ADA, há melhorias glicêmicas em adultos com diabetes mellitus tipo 1 (T1DM), quando tratados com canagliflozina e insulina. O ensaio de 18 semanas, randomizado, Fase 2, avaliou 351 adultos com diabetes tipo 1 (T1DM) inadequadamente controlada que receberam canagliflozina 100 mg, canagliflozina 300 mg ou placebo como suplemento da insulina. Os efeitos da canagliflozina na média diária de glicose, oscilação glicêmica, e tempo gasto em intervalos alvo de glicemia (glicose> 70 a ≤180 mg / dL) foram avaliados ao longo do período.
Na linha de base (semana antes da randomização) e no final do estudo, todos os pacientes registraram medições de 9 pontos de glicose no sangue de automonitorização (SMBG). Além disso, um subconjunto de 89 pacientes também foi submetido à monitorização contínua da glicose (CGM).
Na semana 18, a redução da glicose média diária, desvio padrão medido pelo SMBG de 9 pontos, a redução da média de glicose e medidas de oscilação glicêmica avaliadas pela CGM foram vistas com ambas as doses de canagliflozina vs. placebo. No final do estudo, canagliflozina 100 mg e 300 mg, foram associadas com um aumento de 11,6% e 10,1% no tempo que os pacientes passaram dentro da meta (glicose> 70 a ≤180 mg / dL) e mostraram reduções comparáveis em tempo gasto acima da meta (glicose> 180 mg / dl) versus placebo. Não ocorreram mudanças significativas no tempo que os pacientes passaram abaixo da meta (glicose ≤70 mg / dL) em todos os grupos.
Nas sessões científicas promovidas pela ADA, a Janssen também fez anúncios importantes de descobertas clínicas e de vida real, que demonstraram que pessoas com diabetes tipo 2 tratadas com canagliflozina obtêm maior controle da glicose no sangue e são mais propensas a permanecerem em tratamento do que aquelas tratadas com inibidores da dipeptidil peptidase-4 (DPP-4), um tipo comum de medicamentos para o diabetes tipo 2.
Em um dos quatro estudos comparativos, os pacientes que tomaram o inibidor do cotransportador 2 de sódio-glicose (SGLT2), tiveram maior tendência a permanecerem em tratamento depois de nove meses, em comparação com aqueles que tomaram inibidores DPP-4, ou agonistas do receptor de peptídeo semelhante à glucagon 1 (GLP-1).
Outra análise demonstrou que canagliflozina foi associada com mais tempo antes que os pacientes precisassem iniciar tratamento com insulina em comparação com a sitagliptina. Dois outros estudos demonstraram maior controle de A1C e da pressão arterial com canagliflozina em comparação com sitagliptina."Estes resultados contribuem para a nossa compreensão do potencial da canagliflozina para beneficiar uma ampla gama de pacientes", conclui o Dr. James F. List, Ph.D.
Canagliflozina
Atualmente a canagliflozina fabricada pela Janssen é indicada para o tratamento de adultos com diabetes mellitus tipo 2 (T2DM) como agente único em 38 países, além da União Europeia (28 países): Aruba, Austrália, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Curaçao, República Dominicana, El Salvador, na União Europeia (28 países), Guatemala, Hong Kong, Islândia, Índia, Israel, Jamaica, Cazaquistão, Kuwait, Líbano, Liechtenstein, México, Nova Zelândia, Nicarágua, Noruega, Panamá, Paraguai, Peru, Filipinas, Qatar, Rússia, Sérvia, Singapura, Coreia do Sul, Suíça, Tailândia, Emirados Árabes Unidos e Estados Unidos.
No Brasil, o medicamento está disponível para os pacientes desde o início de 2015. O inibidor de cotransportador de sódio-glicose tipo 2 (SGLT2) age de forma diferente das opções tradicionais para o tratamento da doença porque induz a perda de glicose através da urina, o que reduz os níveis de glicose no sangue. Pode ser ingerido em dose diária única, reduzindo assim a quantidade de comprimidos que os pacientes devem tomar e, portanto, facilitando a adesão ao tratamento. Além disso, essa alternativa terapêutica oferece maior controle da glicose, ao mesmo tempo em que reduz o peso corporal e a pressão arterial1.
Sobre Diabetes
Atualmente existem 422 milhões em todo o mundo que vivem com diabetes. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, estima-se que a doença seja a sétima causa de morte em 20302,3.
O diabetes tipo 2 compreende 90 por cento das pessoas com diabetes4. É uma doença crônica e afeta a capacidade do corpo de metabolizar o açúcar (glicose); caracterizando-se pela incapacidade da função das células pancreáticas beta em manter a demanda de insulina diária do corpo. Quase metade dos adultos com diabetes tipo 2 não atinge os níveis recomendados de controle de glicose5.
Se não for controlado, o diabetes tipo 2 pode gerar complicações graves, como doenças cardiovasculares, problemas de visão e doenças dos rins6. A melhoria do controle glicêmico tem demonstrado reduzir o aparecimento e a progressão destas complicações.
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Referências
1.
Nature. Diabetes
Outlook: Diabetes In Numbers, Vol. 485, May 2012. McMillan Publishers Limited.
2.
International Diabetes
Federation, Diabetes Atlas 5th Edition 2012 Update, New estimates for 2012 of
diabetes prevalence, mortality, and healthcare expenditures. Disponível no
site: http://www.idf.org/sites/default/files/IDF%20Diabetes%20Atlas%205th%20Edition%202012%20Update_1.ppt.
Accessed April 4, 2013.
3.
Global status report on
noncommunicable diseases 2010. Geneva, World Health Organization, 2011.
4.
Definition, diagnosis
and classification of diabetes mellitus and its complications. Part 1:
Diagnosis and classification of diabetes mellitus. Geneva, World Health
Organization, 1999 (WHO/NCD/NCS/99.2).
5.
Bailey CJ. Renal glucose
reabsorption inhibitors to treat diabetes. Trends Pharmacol Sci. 2011;
32(2):63-71.
World Health Organization, Media Centre,
Diabetes, Fact sheet Number 312. Disponível no site: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs312/en/
Consultado em 1º de
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