A dengue e suas implicações
A Organização Mundial de Saúde, estima que
entre 50 e 100 milhões de novos casos de dengues surgem a cada ano
Mais
de 2,5 bilhões de pessoas (cerca de 40% da população mundial) vivem sob o risco
de contrair Dengue. A Organização Mundial de Saúde – OMS, estima que entre 50 e
100 milhões de novos casos de dengues surgem a cada ano. Somente no ano de
2013, foram constatados mais de 2,35 milhões de casos da doença, só nas
Américas.
Dados
da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo revelam que até o dia 4 deste
mês, mais de 18 mil casos foram registrados no Estado, com maior incidência nas
regiões de Campinas, Ribeirão Preto, Marília e Vale do Paraíba – quase 23 mil casos ainda estão sob
investigação. No Brasil, embora o Ministério da Saúde tenha registrado uma
redução de 80% no número de casos comparados a 2013, apenas em janeiro e
fevereiro de 2014 houve o registro de 87 mil notificações contra 427 mil no
mesmo período de 2013. Na contramão dessa redução, a capital paulista registrou
alta de 42% no número de casos oficiais, nos
três primeiros meses de 2014.
A
Dengue é uma doença semelhante a uma gripe muito severa. A Dengue Grave
(anteriormente conhecida como Dengue Hemorrágica) foi reconhecida pela primeira
vez na década de 1950, durante as epidemias nas Filipinas e Tailândia. Hoje,
ela afeta os países asiáticos e latino-americanos e se tornou uma das
principais causas de hospitalização e morte entre as crianças e adultos nessas
regiões.
Historicamente, o vírus atingia países de regiões tropicais e
subtropicais, normalmente em áreas urbanas de periferia e áreas rurais. Na
atualidade, é possível encontrar incidências em regiões mais privilegiadas
desses países e também casos da doença em vários países da Europa e também nos
Estados Unidos, revelando uma mudança na transmissibilidade da doença e uma
adaptação do vetor a regiões menos quentes do planeta.
O
professor Jan Carlo Delorenzi,
responsável pelo Laboratório de Farmacologia e Toxicologia Aplicadas da
Universidade Presbiteriana Mackenzie, explica
que existem quatro sorotipos distintos do vírus que causam a Dengue. (DEN-1,
DEN-2, DEN-3 e a DEN-4). “A recuperação da infecção fornece imunidade vitalícia
contra esse sorotipo específico. No entanto, trans-imunidade para os
outros sorotipos após a recuperação é apenas parcial e temporária. Infecções
subsequentes por outros sorotipos pode aumentar o risco de desenvolvimento de
dengue grave”, ressalta o especialista.
Uma
vez no interior do mosquito, o vírus coloniza o intestino médio e
posteriormente as glândulas salivares, em um período de 8 a 12 dias. Após este
período de incubação, o vírus pode ser transmitido aos seres humanos durante um
novo repasto sanguíneo.
Ainda
pouco divulgados, surtos de dengue também podem ser atribuídos à transmissão do
vírus por mosquitos da espécie Aedes albopictus, Aedes polynesiensis e
várias espécies do Aedes scutellaris. “Cada uma dessas espécies tem uma
ecologia particular, comportamento e distribuição geográfica. Aedes
albopictus é principalmente uma espécie florestal que se adaptou a
ambientes humanos rurais, suburbanos e urbanos. Nas últimas décadas essa
espécie se espalhou da Ásia para a África, às Américas e à Europa, nomeadamente
ajudado pelo comércio internacional de pneus usados, em que os ovos são
depositados quando contêm a água da chuva. Esses ovos podem resistir a
condições muito secas (dessecação) e permanecer viáveis por muitos meses na
ausência de água”, explica o professor.
O
professor ainda alerta que uma vez infectados, os seres humanos tornam-se os
principais portadores e multiplicadores do vírus, servindo como fonte de vírus
para os mosquitos não infectados. “O vírus circula no sangue de uma pessoa
infectada de 2 a 7 dias, aproximadamente o mesmo tempo em que a pessoa
desenvolve febre”.
Os
sintomas
Uma
pessoa infectada pelo vírus da dengue desenvolve sintomas que se assemelham a
de uma gripe forte. A doença, também chamada de febre “quebra-ossos” afeta
bebês, crianças e adultos e pode ser fatal. As características clínicas de
dengue podem variar de acordo com a idade do paciente.
Os
indivíduos devem suspeitar de dengue quando a febre alta (40°C) é acompanhada
por dois dos seguintes sintomas:
Forte
dor de cabeça
Dor
atrás dos olhos
Náusea,
vômito
Intumescimento
glandular
Dores
musculares e articulares
Erupções
cutâneas
Os
sintomas geralmente duram de 2 a 7 dias, depois de um período de incubação de 4
a10 dias após a picada de um mosquito infectado.
Prevenção
e controle
O
único método atual de controlar ou prevenir a transmissão do vírus da dengue é
combater eficazmente os mosquitos vetores. Todas as esferas governamentais
estabelecem como política estratégica da saúde o controle do transmissor da
Dengue, entretanto, as ações não podem partir apenas do poder público ou de
iniciativas individuais, mas é necessário o envolvimento de toda a comunidade
no processo de prevenção na tentativa de quebrar o ciclo de transmissão da
doença.
Segundo
Jan Carlo é preciso ficar atento, pois a Dengue é uma doença perfeitamente
controlável e tratável, se houver cuidado e
orientação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário