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terça-feira, 31 de maio de 2022

Entenda o que é a Síndrome do Túnel do Carpo

Fisioterapeuta Walkyria Fernandes explica tratamento para patologia que afeta 8% da população mundial 

A Síndrome do Túnel do Carpo é uma neuropatia que ocorre pela compressão do nervo mediano do punho. A doença acomete, proporcionalmente, mais as mulheres do que homens, sendo mais comum em pessoas com mais de 50 anos. O túnel de carpo, onde acontece a doença, fica localizado entre o punho e as mãos, mas os incômodos, no entanto, podem se alastrar para os braços e até os ombros. Segundo a fisioterapeuta e Dra. Walkyria Fernandes, essa patologia pode aparecer por alguma disfunção musculoesquelética gerando desequilíbrio no corpo, mas existem alguns fatores de risco, como: diabetes, obesidade, artrite reumatoide, fraturas, gravidez, entre outras causas. 

“Os principais sintomas podem ser formigamento e dormência, em especial a noite, dor na mão, no punho e nos dedos. É importante destacar que a síndrome do túnel do carpo pode acometer qualquer pessoa, mas as mulheres são mais propensas a patologia. Outro ponto de atenção é que de acordo com a anatomia do nervo mediano, ele começa desde a cervical, portanto pode haver pontos de compressão, com alterações no pescoço, ombro, cotovelos, até chegar ao túnel do carpo”, explica a especialista. 

O diagnóstico da síndrome do túnel do carpo é realizado por meio de testes clínicos, no consultório de um ortopedista ou fisioterapia, e também através de exames de imagem, como ultrassonografia. Além disso, pode ser feita uma eletroneuromiografia, que irá avaliar se o nervo mediano tem alguma alteração. “Realizado o diagnóstico da síndrome, é necessário começar o tratamento da paciente de uma forma global, ou seja, cuidar de todos os pontos de compressão, que podem estar em toda a estrutura que compõem essa anatomia, da cervical até o túnel do carpo. Ou seja, não basta apenas tratar o local da dor. É necessário melhorar a mobilidade e fortalecer as estruturas do corpo da paciente, para tratar a patologia”, alerta a Dra. Walkyria Fernandes, fisioterapeuta clínica.  

Na ausência de qualquer tratamento, a síndrome do túnel do carpo pode evoluir progressivamente e culminar em uma lesão permanente do nervo mediano. Evidências científicas alertam que, o tratamento adequado interrompe esta evolução da patologia, e, na maioria dos casos, proporciona uma recuperação completa dos sintomas de compressão do nervo mediano no túnel do carpo. Em casos moderados ou severos, pode ser necessária a intervenção cirúrgica, que fará a liberação do nervo mediano do túnel do carpo. Essa cirurgia é feita por técnicas de endoscopia, que podem ser pouco invasivas ou abertas. 

A fisioterapeuta clínica Walkyria Fernandes ressalta ainda que é possível prevenir a síndrome do túnel do carpo, com um estilo saudável e a prática regular de exercícios físicos, que consequentemente pode evitar os fatores de risco como, por exemplo, a obesidade e o diabetes. Evitar trauma nas mãos e punhos também é importante. Também seria ideal evitar movimentos repetitivos com sobrecargas, que podem ser uma das causas da síndrome, mas ainda há evidências científicas contraditórias sobre esse tema.
 

 

Walkyria Fernandes - graduada em Fisioterapia pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (Paraná) há 18 anos. Tem especialização em ortopedia e traumatologia desportiva, pela Faculdade Evangélica do Paraná. Além disso, conta com uma especialização em osteopatia pela Escuela de Osteopatía de Madrid (EOM) e D.O. reconhecido pela Scientific European Federation of Osteopaths (SEFO). É mestre em Tecnologia em Saúde, pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC), e fez doutorado sanduíche -- parte na Uninove, em São Paulo e parte na Universidade de Sevilla, na Espanha. A fisioterapeuta clínica ainda é idealizadora do método “Raciocínio Clínico Avançado -- RCA 360”, curso on-line que já conta com mais de 5 mil alunos no Brasil e em nove países. Já foi proprietária de uma grande clínica de fisioterapia no estado do Mato Grosso, onde também atuou durante 7 anos como professora de anatomia, na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMT), no curso de Medicina.


Anabolizantes aumentam risco de obesidade e outros problemas de saúde

 

Especialista faz alerta sobre o uso de tais substâncias e suas consequências em longo prazo para o organismo

De acordo com o Ministério da Saúde, a musculação é a segunda atividade física mais praticada no Brasil. Além de ser uma aliada para fortalecer a força e os músculos, um dos principais motivos desse sucesso está na busca pelos padrões estéticos mais comuns na sociedade. Se por um lado, o hábito realmente traz diversos benefícios, por outro existe uma crescente preocupação com as formas arriscadas de conquistar efeitos mais rápidos que o normal. Esse último quesito é um dos principais responsáveis pelo aumento do uso de anabolizantes.

Segundo um levantamento da Sbem (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), em todo o Brasil, as pessoas estão aderindo cada vez mais ao uso dessas substâncias sem prescrição médica. Atualmente, um em cada 16 praticantes de musculação já utiliza esse tipo de produto. “É aí que mora o perigo. Os anabolizantes são feitos a partir de derivados de testosterona, um hormônio masculino também presente em menor quantidade na mulher. Para ambos os gêneros, esse hormônio em quantidade maior que o normal pode trazer diversas mudanças para o corpo. Em excesso, acaba aumentando o risco de diversas doenças", alerta André Moreira, especialista em endocrinologia e tratamento da obesidade.

O médico ainda destaca outra hipótese que pode causar risco em longo prazo. “Além do prejuízo durante a utilização, depois que o indivíduo interrompe o uso dos anabolizantes, ele pode sofrer com a dificuldade do organismo em produzir o hormônio de forma natural, ou seja, ele lidará com o efeito contrário, quando nem mesmo a quantidade ideal é produzida pelo corpo, causando uma série de efeitos ruins, como o ganho de peso excessivo, dificuldade de engravidar para a mulher, desenvolvimento de mamas no homem, diminuição da quantidade de espermatozoides, entre outros”, comenta.

Portanto, o especialista ressalta que o melhor método é jamais iniciar o uso de anabolizantes, mas, caso o paciente já tenha utilizado em algum momento, é recomendado buscar um especialista para recuperar a saúde e tratar a ação hormonal adequadamente.

 

Obesidade

André, que é especialista em tratamentos para a obesidade, conta que um dos efeitos mais comuns após parar o uso das substâncias é exatamente o ganho de peso. “No início, os pacientes possuem a falsa sensação de benefícios por conseguirem aumentar a massa magra e reduzir o percentual de gordura enquanto aumentam a ação muscular. No entanto, no momento em que param de tomar, o corpo sofre com o efeito rebote, ou seja, problemas que antes não existiam ou estavam controlados pelo organismo, começam a se desenvolver. Sem a produção adequada de hormônios associados aos demais prejuízos que os anabolizantes causam, o paciente pode perceber cada vez mais o aumento de gordura até atingir graus maiores de sobrepeso e, por fim, a obesidade”, frisa.

 

Fonte: André Moreira, formado em medicina desde 2008 pela UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - UFMG, pós graduado em endocrinologia e tratamento da obesidade. @drandre.moreira.


Osteopatia auxilia na prevenção das dores em idosos

A Osteopatia é um método de tratamento alternativo que busca tratar, restabelecer e prevenir, sem a utilização de remédios ou intervenção cirúrgica, dores de coluna, lombares, hérnias de disco, entre outros transtornos e traumas musculoesqueléticos. 

Com aplicações de técnicas de nos músculos, nervos e articulações, o profissional proporciona ao paciente alívio de dores, melhora da mobilidade, maior equilíbrio do corpo e melhora das tensões musculares. 

Na população idosa em específico, é normal o aumento de dores e perda da mobilidade, bem como o maior desgaste da coluna, músculos, cartilagens, articulações, oriundos das mudanças naturais do nosso corpo ao longo do nosso progressivo envelhecimento, fadiga muscular e má postura rotineira. 

As práticas e métodos utilizados para eficiência no tratamento e bem-estar da população idosa, dependerão imprescindivelmente de avaliação minuciosa do profissional Osteopata com conhecimento de histórico clínico do paciente, tipo de alimentação realizada, existência de doenças crônicas, atividades físicas que realiza etc. 

As precauções com os potenciais problemas que podem ser desencadeados pela nossa falta de cuidado com o nosso corpo é imprescindível, ainda mais após os 60 anos, quando se aumenta exponencialmente as limitações do nosso organismo. 

Entre os principais benefícios desse método terapêutico, reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um importante aliado na prevenção e promoção à saúde, destaca-se o restabelecimento e conforto nas tensões musculares e alivio de dores em regiões como pescoço, ombro, costas e lombar, possibilitando uma melhora significativa nas movimentações do local afetado e circulação sanguínea. 

Além disso, a osteopatia beneficia nos tratamentos de redução de espasmos musculares, distúrbios ocorridos no nervo espinhal, e da hérnia de disco. Todos problemas que são comuns na população idosa e que merecem especial atenção, pensando na adoção de práticas que favoreçam o bem-estar e promoção da qualidade de vida. 

Consequentemente, propicia-se uma rotina de vida normal do paciente, longe de qualquer limitação física ou dependência constante de acompanhamento.

  

Luis Henrique Zafalon - fisioterapeuta especialista em osteopatia, professor e palestrante


Novos tratamentos do câncer de mama evitam queda de cabelo, explica oncologista

O médico Ramon de Mello afirma que a imunoterapia e terapia-alvo também podem ser adotadas

 

Uma das grandes preocupações do público feminino durante o combate ao câncer de mama é a possiblidade de queda de cabelo. “Mas nem todos os tratamentos trazem essa possibilidade, que está relacionada à quimioterapia. Hoje, dependendo do tumor, o especialista pode indicar outros medicamentos, que evitam a queda de pelos do corpo”, explica o médico oncologista Ramon Andrade de Mello, professor da disciplina de oncologia clínica do doutorado em medicina da Universidade Nove de Julho (Uninove), do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e PhD em oncologia pela Universidade do Porto, Portugal. 

O câncer de mama desponta com o maior número de casos e responde por quase 30% dos diagnósticos de câncer entre as mulheres, não considerando o câncer de pele não melanoma, segundo projeções do INCA (Instituto Nacional de Câncer). “Hoje, a terapia-alvo e a imunoterapia, por exemplo, apresentam toxicidade e efeitos colaterais diferentes. O avanço da medicina trouxe esses tratamentos com remédios que inibem a multiplicação das células cancerígenas, agindo diretamente nos seus receptores. Os novos medicamentos trabalham ainda para ativar o sistema imunológico, contribuindo para que o corpo humano combata o tumor”, explica o oncologista. 

Porém, o especialista é o responsável pelo diagnóstico e o tratamento mais adequado. Após essa avaliação, o médico pode substituir os tratamentos tradicionais de quimioterapia, que não conseguem atuar de forma tão específica nas células. Inclusive, essa opção acaba afetando as células saudáveis. 

Ramon de Mello destaca que os novos tratamentos para o câncer de mama vêm sendo utilizado em várias partes do mundo, com resultados positivos: “Uma outra vantagem é a garantia de uma melhor qualidade de vida dos pacientes, reduzindo os impactos negativos de uma quimioterapia”. 

“A imunoterapia e as terapias-alvos também são indicadas para pacientes com o tumor em fases mais avançadas. Depende da avaliação do médico. Existe, inclusive, a opção de fazer a cirurgia e adotar a imunoterapia ou terapia-alvo em seguida”, conclui o oncologista.

 

Dr. Ramon de Mello - oncologista do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e do Centro de Diagnóstico da Unimed, em Bauru, SP.

 https://ramondemello.com.br/ 


Tabagismo volta a preocupar com número de óbitos e alerta para o crescente consumo de cigarros eletrônicos

Uma das causas decorrentes do tabagismo e da exposição ao fumo passivo é a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), quinta causa de morte no Brasil

 

O tabagismo é reconhecido como uma doença crônica causada pela dependência à nicotina presente nos produtos à base de tabaco. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que o tabaco mata mais de oito milhões de pessoas por ano. Mais de sete milhões dessas mortes são do uso direto e cerca de 1,2 milhão é o resultado de não-fumantes expostos ao fumo passivo. A OMS afirma ainda que cerca de 80% dos mais de um bilhão de fumantes do mundo vivem em países de baixa e média renda onde o peso das doenças e mortes relacionadas ao tabaco é maior.       

No Brasil, 443 pessoas morrem a cada dia por causa do tabagismo, segundo dados do Instituto de efetividade clínica e sanitária (2020) e cerca de R$ 125 bilhões são os danos produzidos pelo cigarro no sistema de saúde e na economia. Quanto às mortes anuais atribuíveis ao tabagismo, 37.686 correspondem à Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), 33.179 às doenças cardíacas, 25.683 a outros cânceres, 24.443 ao câncer de pulmão, 18.620 ao tabagismo passivo e outras causas, 12.201 à pneumonia10.041 ao acidente vascular cerebral (AVC)

 “A DPOC é uma condição caracterizada pela limitação da passagem do ar pelos pulmões. Essa limitação do fluxo aéreo é irreversível e, em sua maioria, está associada a resposta inflamatória anormal dos pulmões devido à inalação de partículas nocivas, principalmente do tabaco, pois a fumaça e outras substâncias presentes no cigarro provocam, aos poucos, a destruição do tecido que forma as vias respiratórias. É a quinta causa de morte entre todas as idades e, nas últimas décadas, foi a quinta maior causa de internação no Sistema Único de Saúde (SUS) entre pacientes com mais de 40 anos, correspondendo a cerca de 200.000 hospitalizações e gasto anual aproximado de 72 milhões de reais”, evidencia o médico pneumologista credenciado da Omint Saúde, Ricardo Henrique Teixeira. 

Não se engane, cigarro eletrônico é tão vilão ou mais que o cigarro tradicional 

Os cigarros eletrônicos, proibidos no Brasil desde 2009, voltaram a circular, principalmente entre o público jovem. Segundo a Associação Médica Brasileira (AMB), 650 mil pessoas estão fumando com esse dispositivo. O médico cardiologista credenciado da Omint Saúde, Carlos Alberto Pastore, explica que esses dispositivos eletrônicos possuem uma concentração maior de nicotina, o que leva a uma maior dependência. Além disso, o vapor quente inalado prejudica as vias aéreas e as substâncias presentes para imitar sabores e odores também são tóxicas ao organismo. “Através de partículas ultrafinas que conseguem ultrapassar a barreira dos alvéolos do pulmão e acabam caindo na corrente sanguínea, são causadas inflamações que ao atingir os vasos, resultam em eventos cardiovasculares agudos como infarto e AVC. Diferentemente do cigarro convencional, que demora às vezes mais de 20 anos para manifestar um câncer ou algumas doenças relacionadas, o cigarro eletrônico chega de forma mais agressiva, de acordo com estudos recentes”, alerta Pastore. 

 

Prevenção e tratamento 

“No caso da DPOC existem tanto medicações de uso contínuo destinadas à prevenção das crises como aquelas que agem se o fôlego faltar. Mas, o que vale para todas as doenças respiratórias é manter a ingestão de líquidos, boa alimentação com frutas e legumes, agasalhar-se conforme a temperatura; evitar lugares fechados com aglomerações e sem ventilação; evitar o tabagismo, inclusive o passivo; lavar bem as mãos, principalmente ao tossir e espirrar; manter o uso de máscara em lugares abertos ou fechados se apresentar algum sintoma de infecção; nunca se automedicar; manter o calendário de vacinação atualizado; e o acompanhamento médico”, esclarece Teixeira. 

Para o tabagismo existem vários programas disponíveis pelo SUS, além do tratamento com medicamentos. Os especialistas apontam que o paciente fumante, ativo ou passivo, deve procurar orientação médica ao sentir qualquer desconforto, para que possa receber o tratamento mais adequado para o seu caso e melhorar sua qualidade de vida.

  

Omint

https://www.omint.com.br/blog/tabagismo/

 

Referências:

1.    https://www.inca.gov.br/tabagismo
  1. https://amb.org.br/noticias/posicionamento-sobre-os-dispositivos-eletronicos-para-fumar-defs/
3.    https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/fatos-r%C3%A1pidos-dist%C3%BArbios-pulmonares-e-das-vias-respirat%C3%B3rias/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-dpoc/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-dpoc?query=DPOC
4.    https://www.who.int/gard/publications/The_Global_Impact_of_Respiratory_Disease_POR.pdf

 

Dia da Ecologia e Meio Ambiente: comemorar ou conscientizar?


Derivada das palavras gregas oikos, que significa casa, e logos, que significa estudo, a ecologia pode ser entendida como o estudo da casa. Mas qual casa? A casa onde moramos, é claro. Especificamente, o planeta Terra, a casa de todos nós.  

A palavra “ecologia”, na pronúncia de leigos modistas, pode ser entendida como um termo do momento para se referir a algo atual e bem-visto, por exemplo, “este é um produto ecológico”, ou uma expressão um pouco mais esquisita: “isto está de acordo com a ecologia”. 

Não distante, o tema “Meio Ambiente”, quando lembrado por algumas pessoas, imediatamente é associado a uma arara azul, à Amazônia ou algum dos polos, sul ou norte. Porém, em ambas, descrevemos onde estamos, ou seja, o estudo dos lugares que frequentamos, seja dentro de um prédio, na rua ou numa floresta. 

Termos um dia para comemorar a ecologia e o meio ambiente é importante, mas o tempo de celebrarmos tais datas, na realidade, são todos os dias, pois nenhuma pessoa que mora neste planeta, exceto algum astronauta em viagem, deixa de estar no seu Meio Ambiente, que é o lugar onde moramos, trabalhamos, passeamos, em resumo, onde vivemos. 

Então, a importância da palavra “Ecologia” e de sua ciência são cruciais, pois buscam compreender onde estamos e as nossas interações enquanto seres humanos e outros seres vivos (animais ou vegetais) com os locais em que estamos inseridos. 

O problema ambiental que temos vivido mais intensamente é fruto de não termos dado a atenção devida à ecologia, que indicava, há muito tempo, a tendência de que tudo o que está acontecendo agora não está tão ao nosso controle como se previa.  

Gostaria de lembrar que nosso meio ambiente é um sistema fechado, ou seja, “daqui não sai nada”. Exemplo, o infeliz comentário “a água vai acabar um dia”. É uma expressão que nos leva ao engano, pois não tem como a água sair do planeta. O que estamos fazendo é sujando-a. Com isso, teremos de procurá-la cada vez mais longe, ou pior, limpá-la para podermos fazer seu reuso. Isso quando possível, uma vez que existem resíduos que nem a tecnologia mais avançada conseguiria eliminar. 

Lamento não citar com ênfase que estamos comemorando o Dia da Ecologia e do Meio ambiente. Como tentei mostrar, a palavra “ecologia” está distorcida de seu real sentido. Já o meio ambiente parece que só é longe de onde moramos, nunca na frente da nossa casa, dentro dela, ou logo abaixo de nossos pés. 

Precisamos dar o devido valor à ecologia para podermos usufruir do meio ambiente da maneira como cita o artigo 225 da nossa Carta Magna, considerando que tais cuidados são obrigação tanto do governo como da sociedade. Portanto, cuidemos de nossa casa maior.

 

Rogério Ap. Machado - docente de Química e Meio Ambiente na Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) e doutorando em Saúde Pública pela USP.


Produção de panetones para o Natal já movimenta a indústria

A tendência para 2022 é a personalização e diversificação de produtos e sabores
Sulformas
Gestão de estoque e insumos são o foco de quem está se preparando para o fim do ano


De olho no Natal 2022, o mercado de confeitaria e produtos alimentícios tem em maio e junho um dos períodos mais estratégicos para o sucesso no fim de ano. Garantir os insumos necessários para produção e o estoque de embalagens completo - em tamanhos e cores - está entre os principais motivos da movimentação no primeiro semestre.

“Maio é um mês de aumento substancial das vendas de formas, principalmente de panetones. Neste período os grandes compradores iniciam os estoques e a antecedência nos pedidos é fundamental para evitar qualquer desabastecimento no final do ano”, revela Anderson Oliveira, sócio-diretor da Sulformas, um dos principais players do mercado nacional de confeitaria.

Segundo ele, 50% do total de vendas da empresa relacionadas às festas de fim de ano acontecem antes do mês de julho, especialmente para as grandes marcas, que trabalham com volumes extraordinários. Entre os principais clientes da Sulformas estão Carrefour, Grupo Madero, Irmãos Muffato, Lojas Santo Antônio, entre outros.

Para 2022, a Sulformas prevê um aumento de 20% no total das vendas relacionadas ao Natal e, só em maio, os pedidos somam mais de 2 milhões de formas de panetones vendidas. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (ABIMAPI), em 2021 houve um crescimento de 10% nas vendas e o mercado movimentou entre novembro e janeiro cerca de R$ 890 milhões em produtos relacionados às comemorações de final de ano. 

Para o Natal de 2022, Anderson acredita que será mantida a tendência do último ano, com muita personalização e diversificação de produtos e sabores. “A personalização é cada vez mais forte no segmento e todos querem garantir os insumos certos para isso. Outra questão importante é o posicionamento das marcas, que apostam nessa diversificação aliada à sustentabilidade, tendo em vista que o consumidor prioriza produtos que contribuam de alguma forma para o meio ambiente”, finaliza ele, lembrando que a Sulformas fornece embalagens biodegradáveis, o que agrega valor na hora da venda final.

 

As negociações de valores de alugueis e as bases artificiais dos shoppings

Os lojistas instalados nos principais shopping centers do Brasil vêm sofrendo pressões enormes em manter os aluguéis das lojas em números saudáveis, em razão do poder de negociação desproporcional dos empreendedores em detrimento dos varejistas. Mesmo para as redes com crescimento nas vendas e em processo de expansão, não é razoável admitir um golpe desta maneira nas suas margens de lucro.

O mercado de shopping centers é oligopolizado por natureza, com barreiras à entrada significativas. Recentemente, observamos a fusão de dois grandes players e continua uma tendência de consolidação. Ademais, é comum verificarmos shoppings concorrentes praticando condutas idênticas no que tange ao trato junto aos lojistas, o que comprova a fortíssima concentração de mercado.

Como possuem capacidade única de atrair fluxo significativo de consumidores, os centros de compras são essenciais do ponto de vista dos lojistas, ou seja, existe uma clara relação de dependência entre os comerciantes e os locadores de espaços. Somente esses elementos já indicariam o desequilíbrio do poder de barganha entre as partes envolvidas, sendo que existem outros tantos, tais como a assimetria de informações - por exemplo, quando os lojistas iniciantes desconhecem seus direitos e obrigações na relação locatícia, bem como práticas básicas e preços de mercado, situação que concede uma vantagem negocial aos shoppings.
    
As despesas com os aluguéis e encargos com operações em shopping centers sempre representaram uma linha relevante na estrutura de custos dos lojistas, lembrando que, ao contrário do que ocorre com os tributos e matérias-primas, por exemplo, o custo de ocupação continua igual, mesmo em um cenário de queda nas vendas.

A explosão, a partir do final de 2020, dos índices IGP-M e IGP-DI, ambos publicados pela Fundação Getúlio Vargas, adotados como indexadores de reajustes dos aluguéis, jogaram os valores para patamares fora da realidade do ponto de vista da capacidade dos lojistas em suportarem as majorações, considerando o nível de vendas apresentado. Se já não bastasse, o atual cenário de inflação alta, que impacta os valores dos insumos, e a estagnação econômica do Brasil, que impede o repasse nos preços dos produtos destonados aos consumidores finais, pressionam as margens dos varejistas, os quais não têm alternativas que não sejam buscar diminuir o custo de ocupação ou fechar seus estabelecimentos, visto que a “conta não fecha”. A prova disso é a grande quantidade de espaços vazios nos centros de compras, inclusive os tradicionais e campeões de venda, além do número recorde de ações judiciais ajuizadas pelos varejistas no sentido de obterem a redução nos valores locativos. 

Nessa ótica, em que pese as negociações visando o ajuste nas bases contratuais continuem naturalmente intensas, verificamos a resistência programada de uma boa parte dos shoppings em concordar na redução definitiva do aluguel, com uma clara intenção em manter a base geral de preços elevada, acarretando no controle artificial dos preços.

Verificamos no mercado, como regra, descontos temporários para viabilizar as operações, mesmo alongadas, porém sempre com tempo de duração determinados. O incentivo para este comportamento é manter a base de locativos alta para servir como referência para novos lojistas e nas perícias judiciais realizadas em sede das ações revisional de aluguel e renovatórias de contrato de locação. Ademais, os comerciantes têm poucas opções, pois, ou permanecerem nos empreendimentos nas condições colocadas pelos locadores, ou precisarão encerrar suas atividades e, nesta hipótese, sob pena de incidência de pesadas multas. 

Com efeito, impõe registrar o fundamental papel da ação renovatória de contrato de locação em equilibrar as forças na relação lojista-inquilino e shopping-locador. Além de garantir a permanência no ponto comercial e, por consequência, a proteção do fundo empresarial formado pelo lojista, a Lei garante que o aluguel do novo período contratual seja fixado com base no preço médio pago pelos outros lojistas do respectivo empreendimento instalados em espaços similares.

A Lei do Inquilinato determina que o locativo alvo de avaliação judicial, em sede das ações revisional de aluguel e renovatória de contrato de locação, deve representar o real e justo daquele momento, o que na prática quer dizer que o aluguel deverá ser apurado através dos métodos estabelecidos nas normas técnicas. Nesse contexto, nada mais correto que os Srs. Peritos Judiciais considerem como paradigmas, para fins de comparação dos locativos, os valores reais praticados pelas artes, à luz dos eventuais descontos temporários acordados. No mais, é essencial que seja dada preferência aos novos lojistas na seleção das amostras de aluguel a serem comparadas, na medida em que são estes que representam a realidade de mercado, tendo em vista que ingressaram espontaneamente nos centros de compras.

Cumpre ressaltar, felizmente, que o Poder Judiciário, embora não de maneira unânime, vem proferindo decisões, no que se refere a não aplicação do IGP nos reajustes dos aluguéis, cruciais para a sobrevivência de uma gama relevante de estabelecimentos. 

Os desafios nos curto e médio prazos são enormes e é fundamental uma mudança cultural entre os agentes de mercado, no sentido de que a verdadeira união de longo prazo entre os parceiros lojistas e empreendedores é que viabilizará manter a pujança do setor. 

 

Daniel Cerveira - sócio do escritório Cerveira, Bloch, Goettems, Hansen & Longo Associados Advogados Associados, consultor Jurídico do Sindilojas-SP, autor do livro "Shopping Centers - Limites na liberdade de contratar", Editora Saraiva e pós-graduado em Direito Econômico pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo. 


Marketing digital e comunicação movimentam Comex durante os desafios do novo lockdown na China

Especialista mostra como empresas podem avançar, mesmo diante de restrições


Enquanto o mundo tirava as máscaras e festejava a redução no número de casos de COVID-19, a China, um dos principais mercados do planeta e o principal parceiro comercial do Brasil, andou na direção contrária e promoveu mais de uma vez o lockdown em algumas de suas maiores cidades, dado o avanço da doença. Só que o mundo não parou – e nem poderia – em virtude do que vinha ocorrendo no país asiático. Foi justamente neste momento que o marketing digital e a comunicação ganharam ainda mais importância dentro do comércio exterior. O trabalho foi ponto fundamental para que o setor continuasse a caminhar, mesmo com a população estando recolhida em suas casas.

“Assim como vimos no início da pandemia, em 2020, o lockdown na China gera consequências em toda a cadeia de suprimentos não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Isso porque diversos países dependem do gigante asiático em suas compras e vendas internacionais”, lembra Kauana Pacheco, diretora da agência de marketing e comunicação para Comércio Exterior, a Comexland. “Com o novo lockdown na China, além dos atrasos, exportadores e importadores brasileiros voltam a enfrentar desafios como a escassez de container, a dificuldade em conseguir bookings, o aumento do valor do frete internacional e, consequentemente, o aumento de preço para os consumidores”, complementa.

Durante o lockdown chinês, as empresas da área de logística que possuem um bom posicionamento digital comunicaram em sua audiência nas redes sociais e/ou newsletter mais detalhes sobre o que acontecia com a cadeia de suprimentos, minaram importadores e exportadores com dados e informações relevantes para que estes buscassem melhores estratégias. “Em tempos tão complexos para a logística internacional, ter uma boa comunicação com clientes é essencial. Dessa forma, o marketing digital está fazendo um excelente trabalho junto com o comex”.

No primeiro lockdown na China em 2020, o mercado teve que aprender a se readaptar. E as empresas de comércio exterior e logística não tinham presença forte no ambiente digital. De lá para cá, empresas e profissionais começaram a investir na comunicação digital, com lives, webinários e eventos on-line sobre comércio exterior. “Aqueles que iniciaram seus investimentos em marketing digital durante a pandemia, hoje já colhem resultados com a fidelização de seus clientes, autoridade no mercado, networking e novos leads para desenvolver”, lembra a especialista.

A pandemia mostrou a volatilidade nos valores de frete internacional. Tanto que o valor não é mais um diferencial. “As empresas tiveram que encontrar seus diferenciais competitivos para se posicionar no mercado e esse é um trabalho do marketing. E, após encontrar seus diferenciais, as empresas precisam comunicá-los”.

Outro ponto importante é saber a quem entregar a comunicação. “Para que as empresas atinjam resultados no digital é necessário entender exatamente para quem a comunicação será feita. É necessário entender quem são os tomadores de decisão e, desta forma, criar estratégias para atraí-lo”.

Para empresas do comércio exterior manterem a comunicação forte, Kauana alerta sobre a necessidade de investimento em uma agência que não só entenda do comércio exterior, mas esteja imersa neste mercado e em suas atualizações. “Hoje a Comexland atua com empresas do comércio exterior na execução dessas estratégias para atrair resultados. Fizemos um rebranding da nossa marca, mostrando o reflexo de bons resultados atingidos com os nossos clientes. Isso impacta tanto a marca, quanto o meio digital em que estamos inseridos”.

 

Kauana Pacheco - diretora da agência de marketing e comunicação para Comércio Exterior, a Comexland, e ajuda empresas e profissionais da área a se posicionarem no ambiente digital. O grande diferencial da assessoria é o entendimento em Comex e o atendimento que compreende a necessidade e o deadline de cada cliente.  Kauana é formada em Negócios Internacionais e é especialista em Big Data & Market Intelligence.

 

Donos de pequenos negócios ganham novo prazo para aderir ao Relp

Agora, os empreendedores têm até o dia 3 de junho para renegociarem as suas dívidas com a União


A Receita Federal e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) prorrogaram para esta sexta-feira (3) o prazo para a adesão ao Programa de Reescalonamento do Pagamento de Débitos no Âmbito do Simples Nacional (Relp) e, consequentemente, para regularização de pendências de quem optou por se manter ou reingressar no regime em janeiro deste ano. A medida foi tomada em razão de instabilidades no sistema ocasionadas, principalmente, pela coincidência da data de entrega da declaração do imposto de renda da pessoa física, também marcada para o dia de hoje.

A decisão implica ainda na alteração para o dia 3 de junho da data-limite para a inclusão no chamado “Refis do Simples”, que vale para as 340 mil empresas que já fizeram pedido para aderir ou retornar ao regime em janeiro deste ano, mas estão pendentes por causa de débitos tributários.

Até essa segunda-feira (30), mais de 197 mil donos de micro e pequenas empresas e quase 81 Microempreendedores Individuais (MEI) deram entrada no processo para renegociar suas dívidas com a União. Por enquanto, apenas no Ceará 100% dos endividados já aderiram ao Relp. Amapá e Bahia também contabilizam bons resultados, com mais de 88% e 86% em porcentagem de empreendedores que já entraram no programa, respectivamente. Quem registra os piores números são Acre e Pernambuco, estados que ainda não alcançaram os 30%. No total, o Sebrae estima que aproximadamente 2 milhões de empresas tenham passivos no Simples.

O gerente de Políticas Públicas do Sebrae, Silas Santiago, reforça que os empreendedores ganharam mais uma chance de regularizem a sua situação. “É o momento de aproveitar, pois é uma maneira bastante favorecida de parcelar os débitos do Simples em um período longo, de até 180 meses, e com desconto de multas e juros. Lembrando que após fazer a adesão e gerar a guia de pagamento, essa primeira parcela também deve ser quitada até o dia 3 de junho”, frisa.


Como aderir

Por meio do Relp, os empresários podem quitar suas dívidas com descontos proporcionais às perdas de faturamento registradas durante a pandemia. Quem aderir à iniciativa vai conseguir reduzir ou até mesmo liquidar multas, juros e encargos, além de ser capaz também de parcelar as dívidas em até 15 anos.

Para débitos na Receita Federal, a adesão ao financiamento é pelo Portal e-Cac, ou Portal do Simples Nacional e Simei. 

 

Os desafios financeiros ao empreender pela primeira vez

Leandro Sobrinho, empreendedor e investidor brasileiro, revela o caminho para tirar um empreendimento do papel e correr menos riscos com as finanças


Com as crises causadas pela pandemia afetando diretamente a economia e o mercado de trabalho, muitos estão vendo o empreendedorismo como uma boa alternativa nesse momento de incertezas. No entanto, os desafios financeiros desencorajam possíveis empreendedores na hora de começar o seu próprio negócio.

Para o empreendedor brasileiro Leandro Otávio Sobrinho, que atua no setor imobiliário nos Estados Unidos, o primeiro desafio ao abrir o próprio negócio, na maioria dos casos, é financeiro. “É preciso superar essa barreira monetária, convencendo aqueles que podem ser a alavanca de capital a acreditar no projeto, seja um familiar, um amigo, um banco ou uma linha de crédito. A maior parte dos empreendedores tem uma história parecida. Todos começaram do zero e endividados enquanto acreditam em seus projetos. Os bancos dificilmente querem assumir um risco sem conhecer a capacidade e a competência de quem vai gerir o negócio, então em muitos casos é necessário buscar capital fora das ferramentas convencionais”, revela.

Sobrinho aconselha que começar com algo que seja acessível pode ser uma alternativa viável e que pode ajudar a conquistar o grande sonho. “Comecei com restaurante, passei por franquias de moda e educação até chegar aonde estou, tudo tem sem tempo, só não seja você o mesmo quem sabota seus objetivos com desculpas que justifiquem a estagnação”, ressalta.

De acordo com o empresário, preocupar-se apenas com o planejamento de investimento inicial e não pensar além pode ser uma armadilha aos novos empreendimentos. “É muito simples planejar o quanto gastar em uma reforma, com funcionários, compra de equipamentos. Outra coisa é realizar uma projeção realista sobre fluxo de caixa e capital de giro. É possível ter o capital para que o negócio saia do papel, mas é importante saber que o empreendimento necessita de um período de maturação. Portanto, é preciso planejar como sustentar esse negócio até que ele comece a gerar rotatividade e lucro”, pontua.

Muitos empreendedores acreditam que programas privados e iniciativas do governo podem disponibilizar o capital necessário para iniciar um negócio, mas Sobrinho revela que essa é uma possibilidade para poucos. “Para contar com a ajuda de programas governamentais ou até mesmo o auxílio de fintechs, é necessário ter um projeto realmente inovador, geralmente ligado a tecnologia. Também é possível para empresas já estabelecidas, que precisam de aporte apenas para alavancar ainda mais as operações. No entanto, essa realidade segue distante para empresários de primeira viagem”, lamenta.

Para quem já está com uma empresa funcionando, a antecipação de recebíveis pode ser uma saída para encontrar capital quando necessário, mas não em todos os casos. “Captar o crédito é mais fácil pois algo concreto existe, pois é uma antecipação de cartões ou de duplicatas que são recebíveis da empresa, mas existem riscos. Antecipar para realizar uma expansão, reformar, de alguma forma melhorar a estrutura que vai gerar mais renda a empresa é uma opção, já que o movimento trará benefícios a médio ou longo prazo. No entanto, se as antecipações são realizadas apenas para manter o negócio funcionando, existe um problema gigantesco a longo prazo. Isso porque a antecipação está limitada ao que se tem a receber e isso é finito, deixando empreendedores endividados quando não tiver mais o que antecipar”, revela.

Um dos principais motivos de as empresas entrarem em processo de falência é a falta de separação das finanças entre pessoas físicas e jurídicas. “Um sócio proprietário deve ser remunerado de acordo com a função que ele exerce dentro da companhia. Não se deve confundir pró-labore com distribuição de lucros e esse é um dos primeiros desafios do empreendedor: não ser atraído pelo capital disponível na empresa e distribuir o lucro todos os meses, atrapalhando a expansão do projeto no futuro”, relata o investidor.

Para o empresário, pessoas que contam com uma veia empreendedora devem superar obstáculos para ter sucesso em seus projetos. “A pessoa que quer empreender de verdade vai achar meios e alternativas para fazê-lo, pois o primeiro perfil de um empreendedor é resolver problemas e encontrar soluções. Com vontade, planejamento e coragem, mas com os pés no chão, é possível ter sucesso em um empreendimento próprio no Brasil ou em qualquer lugar do mundo”, finaliza.

 

Leandro Sobrinho - Empreendedor serial no Brasil desde os 22 anos, Leandro Otávio Sobrinho graduou-se em Direito, mas foi empreendendo que se encontrou profissionalmente. Foi proprietário de restaurante, franquias no segmento de moda, escola profissionalizante e investidor imobiliário. Hoje, morando nos EUA, Leandro conseguiu adaptar seu modelo de gestão em diferentes segmentos a uma empresa de investimentos e incorporadora de imóveis. Atuando na Flórida com foco no público local americano e residentes.

www.raiseinvestor.com

Instagram raise.investidor

 

Aplicativo Cabeceira, que ajuda a organizar livros e incentiva a leitura, alcança 1 milhão de usuários

App desenvolvido pela TAG é gratuito, conta com uma base de 540 mil livros e se destaca pelas notas altas em avaliação pelos usuários


Desenvolvido pela TAG - Experiências Literárias para fomentar o hábito da leitura, o aplicativo Cabeceira atingiu uma marca expressiva. O app que ajuda a organizar livros, com funcionalidades como sistematizar a prateleira, descobrir novos títulos e autores e construir uma rotina de leitura, já conquistou mais de 1 milhão de usuários.

Totalmente gratuito, o Cabeceira tem uma base de 540 mil livros que facilita bastante a inserção dos livros pelo usuário. Com base na metodologia criada pela TAG, a proposta do aplicativo é ajudar leitores a organizarem sua fila de títulos, fortalecendo o costume e contribuindo para que as pessoas dediquem mais tempo a essa atividade.

“A proposta da TAG é ajudar as pessoas a lerem mais e melhor, com títulos que realmente façam diferença. Acreditamos que a leitura é um hábito e que seria incrível se mais e mais pessoas tornassem isso prática de rotina. O Cabeceira tem um papel importante na construção de um público mais amplo e assíduo”, diz Gustavo Lambert, fundador e CEO da TAG.

Com o Cabeceira, é possível organizar as leituras em andamento, registrar e avaliar os livros já lidos e criar uma seleção dos títulos de interesse futuro. Por meio desses dados, a inteligência do app sugere outros títulos que podem ser de interesse do usuário.

Uma vez o mapeamento inicial feito, é possível calcular o tempo médio que cada leitor leva por página e, com base nesses dados, estimar o tempo de leitura que será necessário para finalizar cada outro título.

Outro destaque do app é a possibilidade de usuários alimentarem a base. O Cabeceira permite que qualquer pessoa escaneie o ISBN do livro para inserção automática de capa e outros dados da obra ou opte pela adição manual das informações.

Avaliações

Além da base de títulos cadastrados e do alto número de usuários, um destaque do Cabeceira é o índice positivo de avaliações. O aplicativo tem nota 4,8 na Apple Store e está entre os 30 principais na categoria “livros”; no Google Play, com mais de 50 mil reviews, o status também está próximo da nota máxima.



Sobre a TAG

A TAG é um clube de experiências literárias por assinatura fundado em 2014. Já são mais de 50 mil assinantes que acreditam que, dentro de cada caixinha, existe uma ideia: a de que as histórias tornam o mundo mais sensível e a vida mais bonita. Além dos livros enviados mensalmente, a TAG conta com materiais de apoio gratuitos para ajudar qualquer pessoa que deseja criar o hábito da leitura, mimos e aplicativo exclusivo para seus assinantes. Para saber mais, acesse o site da TAG.


É impossível praticar trote sem violência, afirma professor da UFSCar

Professor Antônio Zuin, do Departamento de Educação da UFSCar (Arte: Matheu Mazini / CCS-UFSCar)

Para Antônio Zuin, qualquer tipo de trote porta algum tipo de violência, seja ela simbólica seja física


É possível praticar trote sem violência? Para o professor do Departamento de Educação (DEd), da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Antônio Alvaro Soares Zuin, a resposta é não. "A própria palavra trote já alude à violência aplicada por aquele que se julga no ‘direito’ de domesticar o novato. Os limites para a aplicação dos trotes são superados todos os anos por novidades que cada vez mais humilham, mutilam ou matam. Portanto, qualquer tipo de trote porta consigo algum tipo de violência, seja ela simbólica, física ou mesmo ambas", declara o docente.


Segundo o pesquisador da UFSCar, "precisariam ser criadas novas tradições de inserção dos novatos na vida universitária, que respeitassem e os tratassem como pessoas e não como ‘bichos’. Atividades de apresentação da vida universitária, culturais, esportivas e festivas que seguissem os parâmetros de respeito e consideração dos novatos seriam muito bem-vindas". 


Nesse sentido, a UFSCar realiza, de 16 de maio a 16 de junho, a Campanha Acolhimento Legal, que abarca os quatro campi da Universidade, numa realização da Reitoria, Ouvidoria Geral, Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis (ProACE) e Secretaria Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade (SAADE); Pró-Reitoria de Graduação (ProGrad); e Coordenadoria de Comunicação Social (CCS), todos da UFSCar. O objetivo é incentivar formas de integração sem violência entre estudantes ingressantes e veteranos, dentro e fora dos campi.


Antônio Zuin conta que se interessou pela temática do trote em 2000 e pesquisou o tema até 2002. Nesse período, o aspecto que mais chamou a atenção do docente foi a relação entre trote, alunos e professores: "Infelizmente o trote tem sido tradição referente ao processo de integração do calouro na vida universitária. Penso que a forma como o veterano recebe seu calouro tem muita relação com o modo como impera, na universidade, um caldo de cultura autoritário no qual o veterano se julga, na condição de portador da ‘cultura’, no direito de domesticar o calouro, não por acaso chamado de bicho. A pergunta que fica é a seguinte: com quem os veteranos aprenderam a se julgar assim, como se fossem aqueles que têm a prerrogativa de, por meio da soberba intelectual, tratar os novatos como animais? Provavelmente a reposta para essa questão remete o pensamento para a crítica da relação professor-aluno e das violências cometidas em tal relação no transcorrer da vida universitária, pois muitas vezes o veterano desforra no calouro a raiva que tem do professor e que não pôde ser demonstrada na sala de aula por conta do medo de sofrer algum tipo de retaliação".  


Os resultados desses estudos foram publicados no livro "O trote na universidade: passagens de um rito de iniciação" (Cortez, 2002), de autoria do professor. "Foi possível comprovar empiricamente a característica do trote como rito de integração sadomasoquista na vida universitária, pois a dor que o calouro masoquistamente precisa suportar por ocasião de sua entrada na universidade poderá ser sadicamente vingada nos novatos do próximo ano, ou seja, quando se tornar um veterano. Porém, ficam as questões: será que novas tradições de ingresso na vida universitária não poderiam ser criadas? Será que tal inserção deverá ser feita sempre por meio do emprego de violências física e simbólica?", interroga o pesquisador. 


Para Zuin, "as ações solidárias (os chamados trotes solidários) representam um progresso quando comparadas às práticas de humilhação e tortura anteriormente mencionadas. Mas mesmo o trote dito solidário possui no seu âmago essa ideia da domesticação do calouro. E por isso não pode ser identificada como a alternativa definitiva para a inserção do calouro na vida universitária". 


Segundo o docente, "se a universidade possui um caldo cultural de barbárie, ela também tem instâncias que poderiam ser utilizadas para a promoção de debates e palestras sobre a origem e perpetuação do trote. Talvez essa fosse uma boa alternativa para combater tal barbárie. Além disso, a universidade precisa apurar as denúncias de trote, providenciar suporte às vítimas e punir os responsáveis". 


O professor ainda destaca que, "além de promover debates contínuos sobre o trote (e não apenas na semana dos calouros), a universidade deve instituir novas formas de integração dos novatos e novatas que não sejam baseadas na humilhação e no emprego de violência física. Essas considerações também se aplicam à UFSCar".


Zuin foi pesquisador convidado para falar sobre o trote nas universidades na série documental "Rompendo o silêncio", da HBO, dirigido por Giuliano Cedrone e Marina Person. Assista ao trailer (https://bit.ly/3sIhEfZ). Recentemente suas pesquisas foram utilizadas para a realização de um vídeo do YouTube no Meteoro Brasil, canal sobre cultura pop, ciência e filosofia, e está disponível em https://bit.ly/3kSJZfn.

Atualmente, o professor pesquisa as formas como são praticadas ações de cyberbullying de alunos contra professores, cujos últimos resultados foram publicados no livro "Fúria narcísica entre alunos e professores: as práticas de cyberbullying e os tabus presentes na profissão de ensinar" (EdUFSCar, 2021). 


 

Combate ao trote na UFSCar

Para saber mais sobre a Campanha Acolhimento Legal da UFSCar, acesse as redes sociais da UFSCar: Twitter (@ufscaroficial), Facebook (fb.com/ufscaroficial) e Instagram (@ufscaroficial).


Alta dos planos de saúde deve impulsionar migração para o SUS

 Aumento recorde aprovado pela ANS vai impactar orçamento doméstico e gerar movimento entre usuários, alerta Anadem

 

O reajuste de até 15,5%, autorizado na última semana pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para os planos de saúde no período de maio de 2022 até abril de 2023, terá reflexos consideráveis no orçamento doméstico de 16,3% dos usuários de planos de assistência médica no Brasil, cerca de oito milhões de consumidores. 

Uma das consequências deste aumento elevado no reajuste dos planos de saúde, a possível migração de beneficiários da chamada saúde suplementar para a saúde pública, deve gerar impacto negativo ao já sobrecarregado Sistema Único de Saúde (SUS), avalia a Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem). 

“Devemos considerar que o índice de inflação do período foi de 12,13%, ou seja, o que foi autorizado pela ANS é 25% superior ao índice inflacionário. Nenhum salário ou orçamento foi beneficiado com esse tipo de reajuste. Muitas famílias serão prejudicadas e obrigadas a abandonar o plano de saúde para recorrer ao SUS”, analisa Raul Canal, presidente da Anadem. 

Para o especialista em Direito Médico, a validação do aumento pela ANS é uma afronta à realidade brasileira: “Ao contrário da maior parte das atividades, a saúde suplementar, durante a pandemia, ampliou seus lucros. Enquanto as famílias ainda buscam meios de reverter a crise, recebem essa notícia que só agrava ainda mais a sua situação, desafiando quem mais precisa de assistência neste momento”.
 

Acesso à saúde

Como resultado desta migração para o SUS, o cenário que se desenha é preocupante, alerta o presidente: “Não é de hoje que os prontos-socorros vivem lotados e há casos estarrecedores em que não se consegue fazer uma consulta ou exame. Agora, o atendimento tende a ficar ainda mais demorado. Infelizmente, a infraestrutura pública não cresceu na proporção necessária para atender à demanda que existe no País”. 

Vítima de um subfinanciamento histórico e crescentes restrições orçamentárias, o SUS precisa estar no centro dos debates neste momento em que uma parcela significativa de brasileiros passará a recorrer ao sistema público, avalia Canal: “É preciso que nossas autoridades tenham um olhar mais responsável e comprometido com o SUS, que revejam os investimentos para garantir acesso universal a uma saúde de qualidade para todos”.
 

Aplicação do reajuste

O especialista em Direito Médico esclarece que o índice de reajuste pode ser aplicado nos planos, sob o teto aprovado pela ANS, à medida que estes forem aniversariando: “Isso não é algo automático para todos os planos. A mudança não ocorre de uma vez só. O reajuste é individual e acontece de acordo com o aniversário de cada plano”. Raul Canal reforça ainda que, diferentemente dos individuais, contratos coletivos podem ser negociados livremente.


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