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quinta-feira, 1 de outubro de 2020

7 em cada 10 brasileiros pensam em manter a produtividade mesmo depois de se aposentar

Estudo realizado pelo Grupo Croma mostra que 86% dos entrevistados validam este sentimento por conta da renda e da inclusão social

 

Hoje a expectativa de vida do brasileiro é de 75,5 anos, 30 anos a mais do que na década de 1940. Considerando que em poucos anos o Brasil terá uma pirâmide etária invertida, há uma mudança de modelo mental que deve ser estabelecida — e rápido. O Brasil será o sexto país no número de pessoas idosas até 2025, quando deve alcançar a marca de 32 milhões com mais de 60 anos. 

Esses anos a mais de vida com cada vez mais lucidez, independência, possibilidade de realizar planos e disposição para consumo de bens e serviços é o que projeta a Economia da Longevidade como um dos mais importantes movimentos econômicos deste século. Estudo realizado pelo Grupo Croma o Oldiversity® é um estudo que avalia como as marcas estão lidando – ou não – com a longevidade e diversidade de orientação sexual, gênero, raça e pessoas com deficiência e se estabelece como parâmetro avaliativo inédito de marcas que pensam, preocupam-se, promovem e defendem assuntos ligados à longevidade e à diversidade.

Quase metade dos entrevistados declara que não tem com quem contar na velhice, o que contribui para o alto índice (72%) dos que consideram importante a contratação dos mais velhos pelas empresas, principalmente no grupo dos que têm 61 anos ou mais. 72% dos entrevistados reconhecem o despreparo das lojas, das dinâmicas do varejo e do treinamento dos vendedores no atendimento aos que têm 60 anos ou mais. 82% dos entrevistados afirmam que as empresas têm preconceito em contratar pessoas mais velhas, fato este que, o número de desempregados no país acima de 40 anos dobrou nos últimos anos, quem dirá para os acima de 60 anos. 

Apesar de apenas 19% acreditarem que pessoas mais velhas estejam habituadas a comprar em lojas virtuais, os que têm 61 anos ou mais são mais confiantes e elevam esse índice para quase 30%. Não é à toa que, dos 25,4 milhões de pessoas com 61 anos ou mais, 83% acessam a internet diariamente, dando ao e-commerce uma fatia importante de um mercado antes considerado inacessível. “O Oldiversity® mostra que 86% das pessoas pensam em manter a produtividade na velhice, pois além do benefício da manutenção da renda, estar no mercado de trabalho faz com que se sintam incluídas socialmente”, explica Edmar Bulla, CEO da Croma. 

75% dos entrevistados têm consciência de que a população está ficando mais velha, porém 70% dizem não estar preparados para perder sua qualidade de vida no futuro. Isso representa uma grande oportunidade para empresas e marcas que podem fazer parte dessa jornada entre o hoje e o amanhã de pessoas que precisam de auxílio para planejar e usufruir de uma qualidade de vida digna no futuro.

A reputação das marcas no aspecto da longevidade parece ser abalada, especialmente sobre a autenticidade da comunicação e da proposta de valor. A descrença, no caso da longevidade, é tão significativa quanto a de diversidade. “Apenas uma pequena parte do varejo parece estar preparada para atender à demanda desse shopper tão importante, mas ainda pouco expressivo tanto nas estratégias de marketing quanto em relação ao quadro de funcionários de marcas e empresas”, define Bulla.

O estudo comprova que marcas que se posicionam claramente sobre a longevidade são beneficiadas e têm impacto positivo em consideração e preferência. As pessoas passam a admirar (77%), acreditar (68%) e recomendar (69%) essas marcas. Entre os entrevistados com idade acima de 61 anos, esses índices alcançam 83%, 77% e 82%, respectivamente. “Isso representa uma grande oportunidade para empresas e marcas que podem fazer parte dessa jornada entre o hoje e o amanhã de pessoas que precisam de auxílio para planejar e usufruir de uma qualidade de vida digna no futuro”, explica Bulla.

 



Edmar Bulla - CEO e fundador do Grupo Croma de design de inovação. Graduado pela ESPM, possui mestrado em Neurociência e Comportamento pela PUCRS e especialização em Marketing Digital por Harvard, além de ser formado em Música, Filosofia e Conselheiro de Administração pelo IBGC. Atuou em empresas como Nokia, PepsiCo e Grupo WPP, ocupando posições de liderança regionais e globais. Bulla é idealizador do aplicativo Rainbow para o público LGBT+, que oferece mais de 30 serviços integrados. É coautor do livro Líderes de Marketing, colunista da IstoÉ Dinheiro, autor do podcast sobre inovação Ouça Bulla, além de professor convidado e palestrante em eventos no Brasil e exterior. Também é apaixonado por cultura, cognição e comportamento.

https://cromasolutions.com.br/


Idosos com doença de Alzheimer assintomática precoce apresentam risco de quedas

As quedas são a principal causa de lesões fatais em idosos, causando mais de 800 mil hospitalizações e cerca de 30 mil mortes nos EUA todos os anos. Alguns fatores de risco são bem conhecidos - idade avançada, problemas de visão ou equilíbrio, fraqueza muscular -, mas um fator pouco reconhecido é a doença de Alzheimer precoce. Idosos nos estágios iniciais do Alzheimer, antes do surgimento dos problemas cognitivos, têm maior probabilidade de sofrer uma queda do que as pessoas que não estão prestes a desenvolver demência.

As descobertas, disponíveis online no Journal of Alzheimer's Disease, sugerem que os idosos que sofreram quedas devem ser examinados para Alzheimer e que novas estratégias podem ser necessárias para reduzir o risco de queda para pessoas nos estágios iniciais da doença.

"No mundo da pesquisa de queda, geralmente dizemos que você corre o risco de cair se perder força e equilíbrio", disse a co-autora Susan Stark, Ph.D., professora associada de terapia ocupacional, neurologia e de trabalho social. "Se você perder força e equilíbrio, o tratamento recomendado é trabalhar a força e o equilíbrio. Mas se alguém está caindo por outro motivo, talvez porque seu cérebro começou a acumular danos relacionados ao Alzheimer, essa pessoa pode precisar de um tratamento totalmente diferente. Ainda não sabemos qual pode ser esse tratamento, mas esperamos poder usar essas informações para chegar a novas recomendações de tratamento que irão reduzir o risco de quedas nesta população. "

"Você pode prevenir muitas quedas apenas tornando o ambiente mais seguro", disse Stark. "Mudanças simples podem ajudar: certificando-se de que a banheira não está escorregadia; garantindo que você pode levantar-se facilmente do banheiro; treinamento de equilíbrio e força; revisar suas prescrições para ver se certos medicamentos ou combinações de medicamentos estão aumentando o risco de queda. Até que tenhamos tratamentos específicos de prevenção de quedas para pessoas com Alzheimer pré-clínico, ainda há muitas coisas que podemos fazer para tornar as pessoas mais seguras."

 


Rubens de Fraga Júnior - Especialista em geriatria e gerontologia. Professor titular da disciplina de gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná.


Aumentam os riscos de acidentes domésticos com idosos durante a pandemia

Profissionais da saúde reforçam os cuidados com grupos da terceira idade em isolamento social


Os idosos são as pessoas mais propensas a sofrer acidentes domésticos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o cenário de pandemia aumenta esses riscos. Além de serem considerados grupo de risco por causa da COVID-19, o isolamento social faz com que os idosos passem a exercer atividades que podem gerar alguma situação de risco, já que estão sozinhos em casa e sem contato com os familiares. 

Maria Suzana Muller Branco, de 74 anos, sofreu uma queda acidental logo no início da pandemia, já em isolamento social. “O cachorro tinha feito muito xixi no chão da minha cozinha e eu não vi. Pisei sem querer e acabei escorregando. Cai com tudo e quebrei o fêmur”, conta Maria. A idosa teve fratura do colo femoral e precisou ser operada para colocar uma prótese total no quadril. O processo de recuperação foi longo e dolorido, mas ela conta que conseguiu voltar a caminhar normalmente apesar do susto. “No começo eu sentia muita dor, mas com o apoio dos médicos a recuperação foi ficando mais fácil. Posso falar com orgulho que nem precisei usar bengala para andar”, diz Maria. 

De acordo com o médico ortopedista do Hospital Marcelino Champagnat, Ademir Antonio Schuroff, as pequenas ações cotidianas, como subir em um banco para arrumar a prateleira, podem ser perigosas para pessoas com mais de 65 anos. “A maioria das fraturas ocorrem por trauma de baixa energia, ocasionadas frequentemente por quedas dentro de casa. Um dos fatores que os tornam mais vulneráveis é a perda de massa óssea (osteoporose). Para evitar possíveis complicações, é importante agirmos na prevenção”, afirma Schuroff.


Alerta

No caso de queda, a principal orientação dos médicos é chamar a ambulância o quanto antes e levar a vítima para receber atendimento especializado no hospital. O ortopedista do Hospital Marcelino Champagnat, Josiano Valério, conta que muitos pacientes, com medo da COVID-19, acabam prorrogando a ida ao médico. “Já operei uma fratura de fêmur de semanas de evolução e também outra paciente com seis dias de fratura. Após a queda, alguns pacientes ficam em casa com medo de ir ao hospital o que agrava a situação”, diz Josiano. 

Para evitar acidentes, a recomendação é que a casa seja adaptada para as necessidades do idoso, como corrimão nas escadas, suporte de apoio nos banheiros e tapetes antiderrapantes. O médico ortopedista Antônio Krieger, do Hospital Marcelino Champagnat, também reforça a importância dos idosos praticarem atividades físicas mesmo isolados em casa. “É importante que eles preservem a mobilidade física do seu corpo. Já que não estão saindo nas ruas, uma boa dica é fazer um plano de exercícios domiciliar com a orientação de um profissional que pode passar exercícios adaptados usando a cadeira da casa ou um saco de arroz, por exemplo. Outra dica é fazer uma avaliação com fisioterapeuta para possíveis alongamentos, movimentos de yoga ou pilates”, afirma Krieger. 

 


Hospital Marcelino Champagnat


Como encarar a perda auditiva na terceira idade

É importante estarmos alertas: para uma vida saudável na velhice, é fundamental ouvir bem!


Mesmo em tempos difíceis como o que vivemos, não devemos esquecer de cultivar a autoestima, aceitar as limitações que a idade impõe e saber envelhecer, buscando alegria no convívio com familiares e amigos, estando conectado ao mundo. E, para isso, é fundamental mantermos uma boa audição. Só assim podemos participar das conversas, curtir uma boa música e assistir a um programa na TV. Entre todas as dificuldades que afetam a vida do idoso, a surdez é uma das mais cruéis porque pode isolar o indivíduo da vida em sociedade.

As células auditivas morrem com o passar do tempo por causa do desgate natural do corpo. Além disso, hábitos ruins que nos acompanham ao longo da vida, como o de estar sempre em contato com sons altos e ambientes barulhentos, podem agravar a perda de audição. O processo é contínuo. Quanto mais essas células são perdidas, maior é a perda auditiva, acarretando várias dificuldades no dia a dia. Pesquisa realizada pelo site Heart-it comprova: pessoas que não escutam bem podem ter problemas de relacionamento preferindo o isolamento, o que pode levá-las à depressão e até à demência.

"Há uma forte resistência dos idosos em admitir a surdez. Muitos relutam durante vários anos. O convívio em família fica mais difícil. E entre casais, é um fardo pesado para o marido ou a esposa ter de conviver diariamente com alguém que finge simplesmente que a dificuldade de ouvir não existe. Por isso, abordar o problema e tentar convencer esses idosos a buscar tratamento é a melhor coisa a fazer. Uma das soluções é o uso de aparelhos auditivos, que traz melhoras significativas na comunicação e na qualidade de vida. Então, por que não usar a tecnologia dos aparelhos auditivos, hoje cada vez mais discretos, para viver melhor?", afirma a fonoaudióloga Marcella Vidal, da Telex Soluções Auditivas.

De acordo com especialistas, a perda de audição começa a partir dos 40 anos. O processo é diferente em cada indivíduo, mas aproximadamente uma em cada dez pessoas nesta faixa etária já tem algum grau de dificuldade para ouvir. Depois dos 65 anos, a perda auditiva, conhecida como presbiacusia, tende a ser mais severa. Por isso, o melhor é procurar um médico otorrinolaringologista aos primeiros sinais de surdez.

"O uso diário do aparelho auditivo e o apoio da família são essenciais para que o idoso reduza a dependência e resgate a sua autoestima. Infelizmente, muitas vezes, quando se procura tratamento, o caso já ficou grave. A perda de audição é lenta e progressiva e, com o decorrer dos anos, se não for tratada, atinge um estágio mais avançado", explica Marcella Vidal, que é especialista em audiologia.

A maioria das pessoas começa a perder a audição quando há um declínio na sua capacidade de ouvir sons de alta frequência - uma conversação contém sons de alta freqüência. Portanto, o primeiro sinal pode ser a dificuldade de ouvir o que as pessoas dizem para você. Cabe ao médico otorrinolaringologista examinar o paciente e ao fonoaudiólogo indicar qual tipo e modelo de aparelho é o mais indicado para cada caso.

"Cuidar da saúde auditiva é tão importante quanto cuidar do resto do corpo. E na área auditiva, a tecnologia cada vez mais avançada é uma grande aliada. Hoje, os modernos aparelhos digitais, bem pequenos, garantem uma boa audição , sem constrangimentos e facilitam, inclusive, a interação com o mundo virtual, por meio de conexão sem fios com laptops, celulares e outros eletrônicos, como os aparelhos Opn e Xceed, por exemplo", conclui a fonoaudióloga da Telex.

Dados do IBGE mostram que o número de idosos no Brasil chega a quase 30 milhões - 13% da população; e a expectativa de vida média do brasileiro já passa de 76 anos. Com isso, a população idosa tende a crescer nas próximas décadas, como aponta a Projeção da População, atualizada em 2018. Segundo a pesquisa, em 2043, um quarto da população do país deverá ter mais de 60 anos.


Conheça dez sintomas que podem indicar indícios de perda auditiva:

- Ouvir as pessoas falando como se elas estivessem sussurrando;

- Assistir televisão em volume mais alto do que as outras pessoas da casa, pedindo constantemente para aumentar o som;

- Não ouvir quando é chamado por uma pessoa que não está à sua frente ou que se encontra em outro cômodo;

- Comunicar-se com dificuldade quando está em grupo ou em uma reunião;

- Pedir com freqüência que as pessoas repitam o que disseram;

- Ficar embaraçado ao não entender o que outro diz pelo telefone;

- Dificuldade em comunicar-se em ambientes ruidosos, como no carro, no ônibus ou em uma festa;

- Fazer uso de leitura labial durante uma conversa;

- Família e amigos comentam que você não está ouvindo bem;

- Se concentrar muito para entender o que as pessoas falam.


Dia do Idoso: especialista dá dicas para envelhecer sem dores

Todo mundo já ouviu, ao menos uma vez, os pais ou avós reclamarem que o processo de envelhecimento vem acompanhado por dores “em todos os lugares”. Com o aumento da expectativa de vida, hoje, o brasileiro vive em média 76,3 anos, gerando um inevitável crescimento da população de idosos. As pessoas que têm mais de 60 anos já são 13% da população e, segundo a Projeção da População, divulgada em 2018 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse percentual tende a dobrar nas próximas décadas.

Diante desse cenário, será possível aproveitar os anos a mais sem dor e, portanto, com mais qualidade de vida?

O PhD em Neuroanatomia e fisioterapeuta Mario Sabha diz que, embora a idade não seja sinônimo de doença, é preciso adotar hábitos saudáveis ao longo da vida para envelhecer com saúde e aproveitar o tempo a mais da melhor forma possível. “Cuidar da saúde é uma decisão que deve começar cedo, com dez ou doze anos e, nesse caso, vem dos pais. Não basta inserir dias a mais na sua vida, é indispensável que eles tenham qualidade”, completa.

O especialista explica que qualidade de vida significa que todos os sistemas do corpo estão funcionando de maneira harmônica e inteligente, promovendo saúde ao invés de doenças. Ele também ressalta que o uso adequado da osteopatia, quiropraxia, da medicina integrativa e da medicina tradicional chinesa, aliadas à alimentação e a uma boa noite de sono auxiliam neste processo. “O reequilíbrio físico, energético e psicoemocional todos nós precisamos fazer. Isso não é luxo, é qualidade de vida”.

Um fator importante para evitar as dores é praticar atividade física de forma correta e respeitando as características de cada indivíduo. Além de promover o bem-estar, exercícios promovem um envelhecimento mais saudável. “A atividade física é importante, mas pessoas com problemas renais ou cardíacos, por exemplo, precisam fazer exercícios moderados, de baixa intensidade. Precisaria ser estudado qual o tipo de exercício adequado para cada condição”, finaliza.


Equilíbrio emocional

De acordo com Sabha, o equilíbrio emocional é um dos pilares para conquistar uma vida saudável e um envelhecimento bem-sucedido. “Com um emocional equilibrado, o indivíduo consegue fazer escolhas inteligentes e aproveitar melhor a vida. Quanto mais cedo ele encontrar esse equilíbrio, melhor, mas nunca é tarde para buscar ajuda”, afirma.

Apesar de ser uma construção ao longo da vida, Sabha diz que nunca é tarde para cuidar da saúde e adotar os hábitos necessários para ter uma velhice saudável e sem dores. “Claro que os resultados serão melhores se começarmos a nos cuidar antes. No entanto, não importa se com 12, 20, 30 ou 40: é sempre tempo de cuidar da saúde de forma integral, promovendo um equilíbrio físico e mental. Esse é o caminho para envelhecer sem ter dores de estimação”, brinca o especialista.


Dicas para envelhecer bem:

  • Ter uma alimentação saudável, rica em nutrientes
  • Fazer exercícios regularmente
  • Reservar, pelo menos, uma hora do dia para um encontro consigo mesmo
  • Perceber-se em tempo e espaço e identificar se você está vivendo o presente, ou se seus pensamentos estão no passado ou em um futuro distante;
  • Desenvolver o hábito de meditar
  • Aprender a viver o agora
  • Buscar ajuda profissional

 


Mario Sabha - fisioterapeuta e mestre em Anatomia Humana


Dia do Idoso: como manter a longevidade dos 60+


Entenda como a ginástica para o cérebro é uma alternativa para manter a mente ativa dos 60+

 


Dia 1 de Outubro é conhecido como o Dia Internacional do Idoso, data instituída pela Organização das Nações Unidas. No Brasil, temos cerca de 19 milhões de idosos e segundo dados do IBGE, a expectativa de vida tem aumentado, com previsão de 43 milhões de idosos até 2031.

 

Mas como chegar aos 60+ com longevidade e qualidade de vida? O professor Léo Kawashita explica que o segredo está em manter o cérebro ativo, uma vez que ele é responsável por desenvolver nossas habilidades cognitivas e socioemocionais sempre ativas. Léo possui uma escola de ginástica cerebral em São Bernardo do Campo/Rudge Ramos (SP) e conta como os exercícios cerebrais são necessários para manter a mente saudável nesse momento, principalmente entre os 60+.

 

“Temos algumas regras básicas para garantir qualidade de vida aos idosos; uma alimentação adequada, exercícios físicos, bom relacionamento interpessoal e claro, exercícios para o cérebro. Principalmente porque eles são indicados para postergar o aparecimento dos sintomas de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, por exemplo.  Para isso, temos uma série de atividades cognitivas que auxiliam na qualidade de vida. Utilizamos uma metodologia baseada na neuroplasticidade cerebral aqui na escola, tirando o cérebro da zona de conforto”, afirma Léo.

 

Segundo ele, os alunos da escola procuram por atividades que mantenham a mente ativa e que proporcionem momentos divertidos. Devido à  pandemia, as aulas de ginástica cerebral acontecem on-line; as aulas presenciais estão voltando de maneira gradativa e seguindo todas as recomendações da OMS. 

 

As atividades para o cérebro funcionam como estímulos cognitivos, capazes de fortalecer conexões neurais e desenvolver habilidades como memória, atenção, raciocínio lógico, foco e etc.

 

A aluna Miriam, do SUPERA Rudge Ramos, tem 67 anos e conta como a experiência tem ajudado a manter sua memória e sua mente ativa: “Gosto muito das aulas e as amizades que ganhei no curso. Me interessei pelo curso de ginástica para o cérebro porque sentia que minha memória falhava no dia a dia. No SUPERA, conheci o ábaco, que acelera o raciocínio, estimula a atenção e a coordenação motora.”

 

Ela conta que os jogos a deixam mais estimulada. Na quarentena, Miriam continuou as aulas no formato on-line, o que a deixaram ativa em casa.

 

Na escola, os alunos treinam o cérebro com o ábaco, apostilas de raciocínio lógico, jogos educativos e dinâmicas. As aulas são divididas em turmas por faixa etária e proporcionam momentos prazerosos e divertidos. As aulas de ginástica para o cérebro ainda garantem o desenvolvimento de habilidades sociomeocionais, como autocontrole, autoestima, criatividade – auxiliando na manutenção da saúde mental.

 

“Os idosos se mantiveram ativos e com a mente ocupada; além disso, puderam se encontrar com os colegas da sala nas aulas on-line, afastando a solidão e promovendo o convívio social. Nossas ferramentas incluem atividades novas, variadas e cada vez mais desafiadoras”, diz Léo.

 

Como preservar a memória e evitar os lapsos dos tempos atuais


Com quarentena, trabalho em casa, aulas online e todas as mudanças geradas pela pandemia, tivemos grandes alterações na rotina. Somado ao acúmulo de atividades e responsabilidades, além das tecnologias que têm nos ajudado a sobreviver, mas, por outro lado, “pensam por nós”; muitos têm sentido perda da noção de tempo e lapsos de memória.

“De fato, a memória é uma das nossas funções cognitivas mais importantes e serve para arquivar experiências e informações adquiridas ao longo da vida. A perda de memória patológica acomete, principalmente, a memória de curto prazo, aquela que usamos para nos lembrar de algo recente. Um exemplo é a pessoa que tende a repetir as mesmas perguntas que foram respondidas há pouco tempo”, explica a psiquiatra Dra. Danielle H. Admoni, especialista pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria) e psiquiatra geral na Unifesp. 

 

Como manter a boa memória

A área da neuropsicologia, que estuda a memória, ainda é muito nebulosa. Mas estudos mostram que os bons hábitos de vida são verdadeiros aliados da boa memória. Dentre eles, a prática de atividade física aeróbica por, pelo menos, três vezes na semana. “O exercício intensifica a capacidade cognitiva, de atenção e concentração. Outro fator muito importante é o sono. Noites mal dormidas interferem muito na manutenção da memória, já que ela é consolidada neste período. O tabagismo e o uso frequente de álcool também são prejudiciais, pois provocam um envelhecimento cerebral precoce”, aponta Danielle H. Admoni.

Em relação aos medicamentos, há controvérsias. Uma pesquisa recente indicou que o uso de donepezila, uma medicação utilizada para o Alzheimer, aumenta a capacidade da memória de portadores da síndrome de Down. Isso fez com que universitários americanos passassem a usá-la. “No entanto, ainda não há nenhuma comprovação científica que mostre a sua eficácia em pessoas que não possuem a síndrome. Alguns fitoterápicos, como ginko biloba, parecem melhorar o fluxo sanguíneo cerebral, beneficiando, indiretamente, a memória”.

Segundo a psiquiatra, a melhor forma de diagnosticar estas patologias é a realização de uma avaliação neurológica e psiquiátrica. “Vale citar também outras boas dicas que podem melhorar significativamente a memória e a atividade cognitiva, principalmente nos tempos atuais. Leitura, aprendizado de novas línguas, a prática de exercícios matemáticos e a constante sociabilização, ainda que virtual, são hábitos importantes para a manutenção da memória e para retardar o surgimento de demências comuns a idade avançada”, finaliza Danielle.

 

Nove em cada dez idosos ajudam financeiramente a família

 

Mais de 40% dos idosos brasileiros são os principais responsáveis pelo sustento da casa 
Créditos: Sabine van Erp/Pixabay


Especialista em finanças da Sicredi Iguaçu PR/SC/SP dá dicas de como organizar melhor a aposentadoria com previdência privada e outras reservas financeiras  

Hoje, 21% dos aposentados brasileiros continuam ativos no mercado de trabalho. Segundo pesquisa feita pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 47% destes idosos seguem trabalhando por necessidade financeira, porque, na maioria das vezes, o valor do benefício do INSS não é suficiente para pagar as contas ou manter o mesmo padrão de vida. Destes, 91% contribuem ativamente com o orçamento familiar, sendo que 43% são os principais responsáveis pelo sustento da casa.

A grande maioria dos brasileiros não costuma se preparar para a velhice ou planejar a aposentadoria, pensando apenas na renda que virá do INSS. Mas, como geralmente o valor médio do benefício concedido não é suficiente para cobrir despesas básicas de saúde, muitos idosos precisam permanecer no mercado de trabalho.

“Com o aumento da expectativa de vida, é cada vez mais comum perceber que o brasileiro não tem planejamento financeiro e costuma não se preparar para a aposentadoria. Por isso, o número de aposentados que continuam trabalhando ainda é grande. Muitos deles quando chegam na terceira idade percebem que o valor do INSS, por exemplo, não é suficiente para manter despesas ou ajudar no orçamento familiar. Por isso, ter um planejamento financeiro é importante para uma velhice segura e com mais qualidade de vida”, explica o gerente da Sicredi Iguaçu PR/SC/SP em Campinas, Wellington Marsula.


Previdência privada

Entre as dicas mais importantes para ter uma aposentadoria mais tranquila estão os investimentos na Previdência Privada. Dentro desse modelo existem diferentes planos para cada perfil de pessoa. “Os tipos de previdência privada mais comuns são PGBL e VGBL. Estes dois planos são exemplos de aposentadorias privadas e não estão ligadas ao INSS. PGBL significa plano gerador de benefícios Livres e VGBL significa vida gerador de benefícios livres”, explica Marsula.

Em relação à tributação progressiva compensável no momento do resgate, a incidência de IR na fonte acontece, de forma antecipada, na alíquota única de 15% e no recebimento de renda, conforme a Tabela Progressiva do IR. Os valores recebidos e o valor recolhido antecipadamente devem ser lançados na declaração de ajuste anual de IR e podem ser compensados ou restituídos de acordo com suas despesas médicas, escolares ou com os seus dependentes econômicos.

Já na Tributação regressiva definitiva ao longo do tempo, as alíquotas na fonte diminuem. Assim, quanto mais tempo o dinheiro ficar investido, menos imposto a pessoa pagará. No momento do resgate ou recebimento de renda, a incidência de IR ocorre de forma definitiva e exclusiva na fonte, começando em 35%, com redução de 5% a cada 2 anos, até atingir 10% para prazos acima de 10 anos.


Reserva de emergência

“Durante toda a vida acabamos investindo apenas em gastos essenciais e esquecemos de fazer uma reserva financeira. Atualmente, existem vários tipos de investimentos seguros que podem ser usados, como poupança, títulos públicos e CDBs. Existem também investimentos de longo prazo com possibilidade maior de rentabilidade, porém com mais riscos, como os Fundos de Investimento de Ações, Fundos de Investimento Multimercado e Ações”, ressalta.

 



Sicredi

www.sicredi.com.br


Dia do Idoso, uma data para dizer não aos estereótipos

 Dados do IBGE apontam que até 2050 o número de brasileiros acima de 60 anos vai triplicar

 

Foi-se o tempo em que a figura do idoso podia ser associada ao indivíduo com pouca vitalidade ou disposição. O conceito, que pouco se aplica aos dias atuais, se desgastou à medida que ele se tornou velho para ser referir às pessoas que possuem mais de 60 anos ou que fazem parte da chamada terceira idade ou melhor idade. Nesta quinta-feira, 1º de outubro, comemora-se o Dia do Idoso, data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) para reforçar a importância da proteção e para reavaliarmos nossas atitudes e percepções em relação a eles.

Segundo Sonia Prado, psicóloga e coordenadora do curso de Psicologia da Estácio Interlagos, para entendermos quem é esse novo idoso é indispensável abandonar estereótipos e estar ciente que cada vez mais as pessoas, sobretudo as de mais idade, acreditam na sua capacidade de se manterem ativas e presentes na sociedade onde elas estão inseridas. "Hoje as pessoas com mais de 60 anos estão estudando, fazendo atividades físicas, empreendendo e buscando conhecimento que não estão associados a uma limitação genética ou de idade", diz Prado.

Tornar-se uma pessoa velha, no olhar psicológico e social, é um evento com características humanas, que depende um pouco de como a pessoa está sendo percebida pela sociedade. "O idoso acumula experiências e essas experiências muitas vezes não são consideradas e percebidas pelos mais jovens. Normalmente quando o idoso acaba sendo prejudicado pelas limitações impostas pela própria sociedade, ele é simplesmente classificado ou rotulado com velho com base em aspectos físicos comuns ao envelhecimento sem se levar em consideração a sua capacidade mental", explica Prado.

A fisioterapeuta Gabriela Kohns, professora do curso de Fisioterapia da Estácio Conceição, lembra que a partir dos 60 anos o organismo começa a passar por um intenso processo de modificação fisiológica que culmina na diminuição da acuidade visual, desmineralização óssea, perda de massa muscular, dentre outros fatores biológicos. A idade avançada requer atenção, mas de forma alguma exige que o idoso pare de levar uma vida normal, apenas que tome mais cuidado com relação às atividades que costuma realizar no seu dia a dia.

Para a fisioterapeuta, com um programa de exercícios físicos específicos é possível promover o fortalecimento muscular, melhorar a marcha, propiciar ganho de mobilidade, flexibilidade e equilíbrio entre os idosos. "Tanto na residência como no trabalho, pensando no bem-estar do idoso, é possível realizar intervenções ergonômicas, como a adaptação da mobília, a implantação de rampas de acesso e de barras de apoio em pontos estratégicos que irão evitar que ocorram quedas, um dos maiores vilões da terceira idade", explica Kohns.

O idoso, seja o que esbanja vitalidade ou mesmo aquele mais tranquilo e contido, não pode ser mais visto ou percebido pelas pessoas como alguém que tem prazo de validade. Neste sentido a psicóloga faz um alerta importante ao lembrar que o envelhecimento físico é algo natural e que os idosos sabem que possuem algumas limitações físicas, mas nenhuma que limite o seu aprendizado, a sua interação social, o seu trabalho e a sua vida. "Neste 1º de outubro, Dia do Idoso, precisamos entender de uma vez por todas que cada vez os idosos acreditam na sua capacidade de se manter ativos na sociedade onde eles estão inseridos", salienta Prado.


Um novo começo 


E a vitalidade do idoso pode ir além da forma física, para muitos, a melhor idade é o momento de retomar os grandes sonhos, que por diversos fatores, precisaram ser deixados de lado. E foi o que fez o Sr. Coriolano de Souza Pinto. Aos 82 anos, o bancário e militar concluiu, em meio à pandemia do novo coronavírus, o curso de Direito na Estácio.

Cheio de disposição, o mais novo bacharel em Direito do município de Castanhal, localizado a 76 quilômetros da capital paraense, Belém, superou todos os desafios. Feliz com a conquista, Coriolano revela que em nenhum momento pensou em desistir da graduação. "Caso ocorresse, eu estaria dando um péssimo exemplo a todos os que em mim confiavam, principalmente aos meus filhos e netos", afirma.

Para quem acredita que já passou a hora de estudar, ele deixa uma mensagem. "Não existe idade para sentirmos a alegria do somatório de lutas e desafios que podemos superar ao longo da jornada. Enfrentem as dificuldades que aparecerem e confie sempre na capacidade de alcançar os seus sonhos, um dia você sentirá a felicidade e alegria que hoje estou sentindo".


Idosos na pandemia: 5 dicas para você ajudar na saúde mental de seus velhinhos

 

Os idosos são um dos grupos de risco mais afetados pelos impactos da pandemia. Por exigirem cuidados redobrados, acabam vivendo um isolamento social mais intenso e estão mais propensos ao sentimento da solidão, ansiedade e, muitas vezes – quando mal compreendida a situação – abandono.
 
"Isolar-se das conexões de vida é um risco objetivo e subjetivo - pode afetar a saúde física e emocional. Um idoso pode estar em risco ampliado principalmente se estiver prisioneiro em um isolamento emocional, relacional e afetivo, um isolar-se dentro de si que empobrece seus interesses", assinala a coordenadora de Psicologia da Estácio/RS, Marcia Rejane Semensato.
 
Muitas vezes a pessoa que está vivenciando esse sofrimento pode ter dificuldades de pedir auxílio e, por isso, é tão importante ter uma rede de apoio que possa estar atenta e dar esse suporte ao familiar ou ente querido. Mas como dar esse suporte? O que fazer para auxiliar na saúde mental desse idoso?
 
A psicóloga traz cinco dicas que podem orientar nessa tarefa e garantir uma maior saúde mental para os seus velhinhos durante a pandemia:
 
1 – Demonstre atenção e cuidado – pergunte se o familiar precisa de algo, se está bem, se mostre disponível para auxiliar em alguma tarefa ou apenas para conversar durante alguns momentos.
 
2 – Observe como o idoso está vivenciando o isolamento – se o familiar pede auxílio, se compartilha seus sentimentos e pensamentos. O isolamento de contato afetivo sugere que outras questões de saúde emocional podem estar se manifestando ou se agravando, como solidão, desamparo ou inatividade.
 
3 – Ensine novas tecnologias – o aprendizado de novas tecnologias, como aplicativos de chamada de vídeo, por exemplo, pode amenizar a saudade dos familiares. Além de que aprender coisas novas fortalece a cognição e aumenta a autoestima.
 
4 – Incentive aprendizados – além das tecnologias existem diversas possibilidades de interesses que podem ser exploradas. Pergunte quais interesses o idoso possui curiosidade e incentive o aprendizado. Aprender coisas novas fortalece a cognição e aumenta a autoestima.
 
5 – Incentive os hobbies – às vezes deixamos de lado algumas atividades que nos dão prazer e até esquecemos o quanto pode ser prazeroso. Incentive esse movimento e resgate. Os hobbies são extremamente vantajosos neste período, pois a maioria, além de ser muito saudáveis para manter-se ativo, podem ser feitos também individualmente.


Especialista alerta para os cuidados com a saúde mental dos professores

As mudanças impostas pela pandemia na rotina dos professores podem afetar a saúde mental desses profissionais. É o que alerta a psicóloga e consultora educacional Carla Jarlicht. Na entrevista abaixo, ela analisa a necessidade de os gestores das escolas estarem atentos aos efeitos desse período junto ao corpo docente, os impactos do ensino remoto no dia a dia das aulas e a nova dinâmica pedagógica que o formato híbrido exigirá.

 

Num contexto de normalidade, quais são os problemas que costumam afetar a saúde mental dos professores?

A rotina diária de um professor é bastante desafiadora e, por vezes, exaustiva. No pacote de problemas estão os baixos salários, a carga horária extensa, a falta de estrutura e segurança nas escolas, a falta de suporte e tantos outros problemas. Quem pensa que o trabalho do professor se encerra quando ele termina o seu turno de trabalho está bastante equivocado. Há ainda as tarefas de planejamento, verificação de materiais dos alunos e pesquisa que, invariavelmente, são realizadas em casa( e sem remuneração), depois do seu horário de trabalho. Para além disso há o vínculo afetivo característico de quem trabalha diretamente com crianças e adolescentes, portanto os professores envolvem-se com seus alunos, preocupando-se com eles dentro e fora da sala de aula. E também envolvem-se com as famílias porque ambos compartilham a responsabilidade da Educação. Apesar desse vínculo ser desejável e, muitas vezes, condição para o desenvolvimento do trabalho, ele pode ser também mais um ingrediente de pressão quando o professor não encontra parceria seja com o aluno ou com a própria família e não conta com o respaldo da escola quando precisa resolver determinadas questões. Esse conjunto de fatores pode, sim, afetar a saúde mental dos professores que se sentem( e são) extremamente exigidos e que querem realizar um trabalho de qualidade. Caso esses excessos não venham acompanhados de um suporte consistente da escola( gestores e coordenadores) no sentido de acolher suas questões de forma ativa e sem julgamentos, podem se tornar extremamente pesados, acarretando problemas de saúde como estresse e depressão, para citar apenas dois.

 

Com a mudança repentina para as aulas remotas e a necessidade de lidar com um cenário totalmente novo e com novas tecnologias, muitos professores sentiram piora na saúde mental. Por que isso acontece? Que fatores dessa nova realidade afetam o emocional e psicológico desses profissionais?

Tudo que é novo desacomoda e inquieta até se tornar conhecido. E devido à pandemia tudo teve que acontecer sem muito planejamento, o que gera ainda mais desconforto.. Somada à todas as questões desafiadoras já sabidas, os professores tiveram que dar conta também de uma mudança drástica na sua prática de sala de aula. A maioria sequer havia recebido formação para trabalhar remotamente, muitos nem acesso à internet de qualidade tinham e outros, nem as ferramentas necessárias( o mesmo ocorreu com os alunos). Tudo isso contribuiu para o aumento do estresse. E para além de todas as mudanças havia ainda os temores pessoais, novas precauções e lutos trazidos pela pandemia. A sala de aula passou a acontecer na casa de cada um, com muitas diferenças quanto à recepção e à percepção de cada aluno( e suas famílias) quanto ao novo modo de trabalho. Foram( e são ainda) muitos os questionamentos que vão da estrutura do trabalho remoto em si à dúvida sobre a eficácia da aprendizagem do aluno passando pela necessidade da parceria das famílias e do apoio da escola e pela qualidade do próprio trabalho que está sendo realizado. Imagine que o professor é aquele acrobata que roda vários pratinhos ao mesmo tempo. Todos estão ao seu alcance e nenhum deles pode cair. Todos os seus pratinhos são bem diferentes uns dos outros, o que torna a tarefa mais desafiadora. Se essa situação já provoca uma certa ansiedade, imagine se, de repente, surge um obstáculo entre ele e os pratinhos. Os graus de ansiedade e de tensão aumentam. Tudo isso pode gerar muita ansiedade, angústia, fadiga mental, principalmente, quando o professor não encontra o apoio necessário. Afinal, os pratinhos do professor são inteiramente diferentes daqueles do acrobata e não têm reposição. Portanto, muitas são as incertezas, o que provoca um constante estado de alerta, muitas vezes, esgotante do ponto de vista da saúde.


Em muitos locais, o ensino remoto migrou para o ensino híbrido, no qual o professores precisam dar aulas presenciais e continuar dando aula remota. Como essa nova mudança pode afetar os professores? Muitos têm comentado sobre o medo de pegar o vírus e contaminar seus familiares e sobre a carga maior ainda de trabalho.

Todas essas mudanças são ainda muito recentes, mas parece que o conceito de ensino híbrido vem sendo mal compreendido. Ensino híbrido é uma combinação entre atividades no presencial, em que o processo ocorre em sala de aula, como vem sendo realizado há tempos, com o modo online, que utiliza as tecnologias digitais para promover e enriquecer o ensino ( e não necessariamente o aluno está fora da escola). Uma vez que nem todos os alunos estarão presentes na escola, é possível que o professor precise elaborar um planejamento diferenciado para o grupo que estiver em casa (a menos que esse grupo usufrua das aulas presenciais sincronicamente). De uma maneira ou de outra, existe aí uma mudança radical em relação à proposta de ensino tradicional e tudo caminha cada vez mais para contemplarmos o ensino personalizado. Como toda e qualquer mudança é preciso tempo, paciência e investimento na formação do professor para que ele possa abraçar esse novo lugar com propriedade e confiança. E esse processo é sempre trabalhoso, podendo ser também estressante caso o professor não tenha apoio necessário.

Considerando ainda que estamos imersos no frágil e incerto contexto da pandemia, é possível que os professores estejam se sentindo inseguros, principalmente, em relação à sua saúde e a de seus familiares e pessoas próximas. Isso precisa ser legitimado pela escola, que por sua vez, necessitará investir no diálogo com seu corpo docente para que, juntos, possam alinhar expectativas e pensar em outras estratégias para essa nova etapa escolar, contemplando o bem-estar de todos, especialmente dos professores, pois são eles que estão atuando diretamente com os alunos.


Quais são as dicas para os professores melhorarem sua saúde mental e lidar melhor com esse período?

A pandemia abalou três necessidades básicas do ser humano: a pertença( relacionado aos vínculos afetivos,a importância de se sentir compreendido), a competência( relacionada à capacidade de estar no controle) e a autonomia( relacionado a nossa capacidade de tomar decisões tendo em vista as consequências). Portanto, precisamos estar atentos a esses aspectos em especial porque eles vão reverberar nas nossas formas de pensar, sentir e agir. Precisamos observar os sinais de cansaço, irritação, ansiedade e tristeza. Sempre que algum sentimento impedir aquilo que precisamos realizar, é preciso ligar o sinal de alerta. Respirar, falar sobre o assunto que aperta o peito e buscar ajuda especializada podem ser alguns caminhos.

Os professores ocupam um lugar de destaque dentro da sociedade que, apesar de pouco reconhecido e valorizado atualmente, é de bastante responsabilidade e extremamente exigido. E, vivemos um momento em que todos os olhares se voltam para eles, como se estivesse apenas nas suas mãos a solução para os problemas gerados pela pandemia. Para não cair na cilada do herói, é importante que os professores entendam que são primeiramente humanos e que por isso, podem direcionar para si mesmos o olhar generoso que direcionam para os seus alunos, respeitando assim, os seus próprios limites.

Para evitar o aumento de estresse, o planejamento da semana, equilibrando suas necessidades pessoais e de trabalho pode ser um excelente investimento de tempo. É fundamental reservar em alguns pontos da semana ou do dia para relaxamento. Às vezes, parar dez minutos para tomar um café longe da tela pode ser tudo que se precisa para recarregar, para arejar a cabeça. Se puder se exercitar ou apenas esticar o corpo, melhor ainda! Outra coisa importante é se perguntar quanto às prioridades. Quais são as prioridades? O que é urgente de verdade? Será que é possível distribuí-las, endereçá-las melhor ou até partilhá-las com alguém?

Outro aspecto a ser considerado é relativo à quantidade de horas trabalhando. Se a hora para começar é importante de ser cumprida, a hora de encerrar é igualmente importante. Respeite o seu tempo.Dê limites a quem invadí-lo. Lembrem das crianças que, mesmo quando estão no meio da brincadeira, pedem "autos" para descansar, tomar fôlego e seguir brincando. Nosso corpo precisa de pausas para pensar melhor e para a gente ser mais feliz com o que faz.

Da mesma maneira que o professor procura a todo custo e , principalmente no atual contexto, evitar exigências desnecessárias com os alunos, esse mesmo cuidado precisa ser direcionado a ele próprio. Fortalecer o que já faz bem pode ser um caminho mais tranquilo e promissor no cuidado com a saúde mental.


Desemprego empurra jovens para sites de relacionamento com patrocínio financeiro

Os últimos meses foram difíceis para milhões de brasileiros, especialmente para os jovens, que vivem um cenário grave de descompasso educacional e desemprego. No Brasil, o Universo Sugar, plataforma que conecta pessoas interessadas em um relacionamento patrocinado, deu um salto no número de inscritos após o início do isolamento social saindo de 15 mil para 25 mil inscritos nos últimos seis meses, sendo 83% jovens em busca de sugar daddies. Para o site, o desemprego e falta de oportunidades para os jovens, são fatores que estão relacionados com o aumento da demanda na plataforma.

Antes da pandemia, a rede social registrava em média 15 mil novos inscritos por semana, e passou a receber 25 mil novos interessados nos últimos seis meses, um aumento de 67%. Deste número, 83% dos cadastrados nos últimos seis meses, entraram no site na condição de “Sugar Baby”, em busca de um 'relacionamento patrocinado’.

Caliri M, de 24 anos, estudante de direito que ingressou na rede social em junho. Com os pais autônomos sem trabalho na pandemia, viu o débito com as mensalidades de R$ 2,8 mil acumular e agora busca uma alternativa para pagar os atrasados e ter permissão para fazer a matrícula.

"Se eu não conseguir alguém no site, talvez eu tenha que pedir trancamento. (...) Tenho medo de perder a vaga na faculdade, se não conseguir pagar. Medo de deixar anos de estudo para trás", disse a participante do Universo Sugar.

Entre os dados divulgados está também o perfil médio dos usuários. O patrimônio dos daddies, por exemplo, gira em torno de R$ 8 milhões, com renda mensal média1 de R$ 80 mil. A média de idade dos homens é de 43 anos, enquanto que das jovens é de 23. A maioria das sugar babies são universitárias.


Veja os estados que mais buscaram pelo serviço nos últimos seis meses, segundo o Universo Sugar:

 

1. São Paulo

2. Rio de Janeiro

3. Mato Grosso

4. Amazonas

5. Minas Gerais

6. Ceará

7. Paraná

8. Bahia

9. Goiás

10. Distrito Federal

 

Com a pandemia se estendendo por mais de seis meses no Brasil e no mundo, para grande parte dos jovens, o segmento de namoro online é uma alternativa de interação e entretenimento. Por outro lado, aplicativos de relacionamento também se tornam um caminho para conquistar ganhos econômicos.


Desemprego de jovens ficou em 23,3% no 2º trimestre

A alta no desemprego no Brasil de maio a agosto foi de 27,6%. No fim de agosto, 12,9 milhões de pessoas estavam desempregadas, segundo a último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Ao levar em conta o gênero, a taxa de desocupação entre as mulheres foi de 16,2% — enquanto a dos homens foi de 11,7%. A discrepância foi registrada em todas as regiões. Em relação à idade, os mais jovens representam mais desempregados do que os mais velhos — 23,3% representam os que estão entre 14 a 29 anos de idade.

 

 Redução de oportunidades

O cenário de cortes e redução de oportunidades afeta a permanência e ingresso dos jovens no mercado de trabalho, é o que aponta um levantamento da 99jobs, empresa de recursos humanos e recrutamento. Segundo a companhia, apenas 3% continuaram contratando durante os primeiros meses da pandemia do novo coronavírus.

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o fundador da 99jobs Eduardo Migliano, afirmou que hoje há menos vagas para mais candidatos. Antes da pandemia, a média de empregos anunciados no site era de 4.000 por mês; em abril, o número caiu para 500. De junho para cá, há uma retomada, mas não é possível falar em crescimento.

Migliano observou um crescimento nas buscas por estágios e trainees. "Não porque as empresas que estão abrindo postos sejam os melhores lugares para trabalhar, mas porque as pessoas estão se candidatando para todas as oportunidades que aparecem", disse.

Outro fator que complica é que o cenário econômico desfavorável também pode acelerar a entrada dos jovens no mercado, uma vez que eles se veem obrigados a assumir parte das despesas familiares.

 

   

Universo Sugar


Relações abusivas: liberte-se de todas

Muitas pessoas vivem relacionamentos abusivos há anos, desvalorizando aspectos fundamentais como autoestima, amor-próprio, equilíbrio emocional, autoconhecimento, respeito, entre outros diversos, mantendo a relação em uma base totalmente nociva.

 “Pode ser uma mãe que abusa da autoridade com seus filhos. Pode ser uma amiga mandona que controla sua turma. Pode ser um marido possessivo que impede sua mulher de trabalhar fora. A pessoa exerce poder sobre outra, tolhendo sua liberdade, humilhando, denegrindo, impondo sua forma de pensar e ser, de modo que ela acaba perdendo parte de sua identidade e de sua possibilidade de escolha”, afirma Marcia Dolores Resende, psicóloga, conselheira em Desenvolvimento Humano e Estudos da Família no IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) e especialista em Estudos da Medicina Comportamental.

Como identificar uma relação de abuso

Frequentemente, o domínio é exercido por alguma vantagem que uma das partes tem sobre a outra, como condição financeira, por exemplo. “Uma pessoa pode se sentir superior às outras por ter mais dinheiro. Com os amigos, ela acha que pode determinar os programas que vão fazer. Com a mulher, ou com o marido, a pessoa se sente no direito de fazer tudo do seu jeito, inclusive em relação à educação dos filhos, já que ela ‘banca a família’”, explica a psicóloga.

Segundo ela, esse tipo de relação resulta também na humilhação em público. Exemplo disso é a postura de reprovação da pessoa “abusadora”, quando a “abusada” expressa suas ideias durante um encontro entre amigos ou familiares. “Ao notar que o outro não gostou, a pessoa se sente intimidada, envergonhada, acaba se calando e ficando apática. Pior: muitas vezes, a parte que teme desagradar insiste em querer justificar a todos o comportamento do outro”, diz Marcia Dolores.

 

Comodismo ou medo?

Quem passa por esses abusos, muitas vezes, “finge” já ter se acostumado, e prefere continuar do jeito que está do que enfrentar os desafios que virão pela frente. “Essa acomodação pode estar relacionada à própria personalidade da pessoa, alguém que frequentemente se sente frágil e, mesmo sendo abusada, se sente protegida pelo outro. Daí, cria-se uma relação simbiótica, na qual um depende emocionalmente do outro, formalizando um processo de desrespeito e submissão, que é alimentado continuamente”.



Como sair de uma relação de co-dependência


Em alguns casos, a situação pode chegar a extremos de agressão verbal e/ou física, o que passa, então, a demandar uma mudança comportamental urgente. A abordagem dessa relação abusiva requer que ambos se disponham a buscar tratamento psicoterápico, visando a ruptura da relação simbiótica e a busca de equidade e equilíbrio. Para isso, é preciso primeiro reconhecer que é parte de uma relação de abuso. “A partir do momento em que a pessoa consegue ter consciência da sua realidade e que precisa se libertar da visão que tem sobre amor e respeito, fica mais fácil trabalhar essa distorção em terapia, conseguindo resgatar sua integridade física, moral e psicológica”, finaliza Marcia Dolores Resende.


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