Com o aumento dos
interessados pela facilidade e comodidade na hora das compras, lojistas precisam
estar alertas à segurança nas vendas on-line para outros países
Os e-commerces que oferecem entregas para destinos
internacionais vêm crescendo de maneira significativa em todo o mundo.
Diferente do que muitos pensam, ao mesmo tempo em que os brasileiros compram de
sites americanos, chineses ou europeus em busca de preços acessíveis, mesmo com
a conversão da moeda e taxas de entrega, muitos comércios eletrônicos nacionais
também exportam para outros países. Porém, esse movimento de mercado aumenta a
preocupação para possíveis fraudes.
Segundo a Associação Brasileira de Comércio
Eletrônico (ABComm), aproximadamente 21,5% das lojas virtuais no País enviaram
produtos para o exterior, em 2017. Esse modelo de negócio traz uma nova
perspectiva para as empresas e demanda a implantação de novos processos e uma
rotina de verificação de dados dos clientes, além de maior atenção e
investimento em soluções de segurança.
Para Claudio Pasqualin, Diretor do ISG - Grupo de
Soluções Inovadoras - da TransUnion Brasil, estar preparado
contra fraude tem que gerar uma melhor experiência de compra, além de tornar a
rotina de gestão do e-commerce mais eficiente. “Preservar a segurança dos dados
é essencial em um negócio que se estabelece na internet. Para que o lojista se
proteja de prejuízos por conta de fraudes, ou mesmo para oferecer uma excelente
jornada de compra aos bons consumidores, é necessária atenção redobrada aos
detalhes de comportamento do usuário e usar a tecnologia a seu favor”.
Mesmo que algumas plataformas ofereçam medidas de
segurança, a TransUnion, companhia global de soluções de informação, separou
nove dicas para que lojistas que fazem vendas internacionais, ou que têm a
intenção de expandir seus negócios, possam se proteger ainda mais contra
fraudes. Confira:
- Atenção
aos países de risco
Alguns países possuem altas taxas de incidência em
fraudes on-line, ponto que deve ser analisado antes de concluir o pedido do cliente.
Um relatório divulgado pela revista Internet Retailer aponta que na Indonésia,
por exemplo, 35% das movimentações on-line são procedimentos falsos.
O ranking segue com a Venezuela apresentando índice
de 33%, África do Sul com 25%, Brasil com 11% e Romênia com 10%. Vale prestar
atenção não só no IP do comprador, mas também na região em que ele está
registrado.
“Analisar compras uma a uma pode tomar muito tempo
das operações de um e-commerce, ou mesmo provocar a ruptura nas vendas, caso o
fornecedor demore muito para confirmar a compra. O ideal é que haja um sistema
que analisa, de maneira automática, o comportamento do consumidor em questão,
permitindo aprovação quando não há sinais de fraude ou sinalização para
operações de risco”, comenta Pasqualin.
- Suspeite
de endereços de IP
Ainda falando em IPs, alguns compradores podem
tentar esconder o país de origem usando um endereço de entrega alternativo.
Nesses casos, vale conferir se a localização do IP condiz com o destino do
produto, por meio de sistemas de análise e geolocalização, assegurando assim
uma proteção a mais contra uma possível fraude.
- Encomendas
em série de um país desconhecido
Desconfie se receber, do dia para a noite, uma
encomenda grande de um país que nunca comprou na sua loja. Consulte seus
índices de compras nos arquivos e estude o mercado em que você e seu negócio
estão inseridos. Ter um controle de atuação previne contra fraudes a partir da
avaliação de possíveis situações suspeitas.
- Pedidos
especiais
Caso seu produto possa ser personalizado, reduza a
quantidade de pedido por cliente. Esse tipo de mercadoria é mais suscetível à
fraude, uma vez que é fácil detectar defeito e pedir reembolso, causando
prejuízo para os comércios eletrônicos.
- Compras
em horários incomuns
O modelo de comércio 24/7 é um privilégio do mundo
digital. O consumidor tem disponíveis os serviços a um clique, em qualquer
horário e local. Porém, compras em horários diferenciados, como no período da
madrugada, podem ser um indicativo de fraude.
“Os cibercriminosos possuem comportamentos muito
específicos e buscam falhas na segurança dos sites. Por isso, verifique os
horários usuais em que seus produtos são adquiridos, independentemente do fuso
horário do país de origem do cliente”, afirma o executivo.
- Compras
incomuns em larga escala
Receber um pedido grande e com características não
usuais, de países muito específicos ou regiões geográficas similares, pode ser
uma bandeira vermelha. Se o cliente excedeu a média de preço das suas vendas
tradicionais em uma única compra, ou solicitou diversos pedidos em um curto
período de tempo, com entregas para diferentes endereços, desconfie, pode ser
fraude.
- Informações
de contato suspeitas
Se for informado um e-mail ou número de telefone
que parecem falsos, verifique a validade dos mesmos. Letras embaralhadas ou sem
sentido formando um endereço, apontam que este, muito provavelmente, foi criado
para descarte.
Muitos cibercriminosos costumam mandar entregas
para despachantes, transportadoras, caixas postais ou até mesmo terrenos
baldios para ajudar a ocultar suas identidades e localizações. Por outro lado,
também vale o cuidado para não invalidar a compra de um bom consumidor.
“Os incidentes de segurança, se bem administrados,
podem melhorar a percepção do cliente sobre determinada empresa. Da mesma forma
que o cenário contrário pode ser devastador. Se os clientes perdem a confiança
em uma empresa por conta da sua forma de lidar com os dados pessoais e
privacidade, é bem provável que haja prejuízo em seus negócios. Por isso, é
importante contar com soluções de prevenção à fraude”.
- Informações
inconsistentes
Um outro modo de identificar dados fraudulentos é
perceber que um mesmo e-mail está sendo usado para nomes de usuários ou números
de telefones diferentes. Isso determina inconsistência nos registros do
comprador e pode ser considerado uma bandeira vermelha.
É praticamente impossível impedir a entrada de um
intruso na sua rede em todos os momentos. Mas é totalmente factível identificar
esse usuário por meio do seu comportamento e impedi-lo de comprometer os dados
sigilosos antes que seja tarde demais.
- Mobile
e-commerce
Aplicativos instalados em celulares podem ser uma
porta de entrada para cibercriminosos acessarem dados sem permissão. Serviços
de geolocalização permitem que revendedores possam verificar se a informação de
um cliente coincide ao endereço de IP do dispositivo utilizado para realizar a
compra, por exemplo, ajudando na verificação da transação.
“O mercado disponibiliza não apenas dicas e medidas
protetivas, mas também soluções tecnológicas e de informação para analisar o
comportamento dos consumidores e identificar possíveis fraudes. É importante
que o lojista entenda que a fraude existe e, como a sociedade está cada dia
mais inserida na internet, novas possibilidades de verificação também surgem no
mercado, aumentando a segurança nas operações”, completa o executivo.
TransUnion