São Paulo registra 65
municípios em situação de alerta para dengue, zika e chikungunya
No
Estado, 520 municípios realizaram o LIRAa. Com a resolução que o tornou
obrigatório, aumentou em 73% o número de municípios brasileiros que fizeram o
LIRAa neste ano em relação a 2016
O novo Levantamento Rápido de
Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) de 2017 aponta
que 65 cidades encontram-se em situação de alerta para surto de dengue, zika e
chikungunya no estado de São Paulo. Outras 455 estão em situação satisfatória.
Os dados do LIRAa, foram apresentados pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros,
nesta terça-feira (28). Na ocasião também foi lançada a campanha publicitária
de combate ao mosquito Aedes aegypti, que chama a atenção da
população para os riscos das doenças transmitidas pelo vetor e convoca a todos
ao seu enfrentamento. Foi divulgado ainda, boletim com novos dados de dengue,
zika e chikungunya.
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, destacou a importância de uma ação
conjunta com estados e municípios para o desafio do combate ao Aedes.
“O enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti é prioridade do Governo
Federal, por isso definimos um dia de mobilização, a Sexta Sem Mosquito, quando
mobilizaremos ministros de estado e autoridades locais para estarem em todos os
estados do país chamando a atenção da população para a importância de combater
o mosquito”, informou o ministro da Saúde.
No total, 3.946 cidades de todo o país fizeram o levantamento, sendo que
destes, 2.450 municípios estão com índices satisfatórios, com menos de 1% das
residências com larvas do mosquito em recipientes com água parada; 1.139
municípios em alerta, com índice de infestação de mosquitos nos imóveis entre
1% a 3,9% e 357 em risco, com mais de 4% das residências com infestação.
Realizado de outubro até a 1ª quinzena de novembro, o LIRAa teve adesão recorde
de municípios para este período do ano, com 3.946 cidades participantes, um
aumento de 73% se comparado com o mesmo período do ano passado, quando 2.282
municípios fizeram o levantamento. Essa ampliação foi possível porque neste ano
o Ministério da Saúde publicou a resolução nº 12 que tornou
obrigatória a realização de levantamentos entomológicos de infestação pelo
mosquito Aedes aegypti. A realização deste monitoramento ficou
condicionada ao recebimento da 2ª parcela do Piso Variável de Vigilância em
Saúde, recurso extra, que deve ser utilizado exclusivamente para ações de
combate ao mosquito. Até então, o levantamento era feito a partir da adesão
voluntária de municípios. Em São Paulo, de 645 municípios 520 realizaram o
LIRAa entre outubro e novembro de 2017.
Entre as 17 capitais que o Ministério da Saúde recebeu informações sobre o
LIRAa, estão com índices satisfatórios os municípios de Macapá (AP), Fortaleza
(CE), Goiânia (GO), Belo Horizonte (MG), João Pessoa (PB), Teresina (PI),
Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ) e Palmas (TO). As capitais com índices em
estado de alerta, são: Maceió (AL), Manaus (AM), Salvador (BA), Vitória
(ES), Recife (PE), Natal (RN), Porto Velho (RO), Aracajú (SE) e São Luis (MA).
As capitais Belém (PA), Boa Vista (RR), Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC),
São Paulo (SP), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Brasília (DF) e Rio Branco (AC)
não informaram os dados ao Ministério da Saúde.
Para o secretário de Vigilância em Saúde, Adeilson Cavalcante, o levantamento é
fundamental para prever ações locais. “É necessária uma visão global da
situação, por isso o levantamento tem papel essencial nas decisões nacionais,
mas principalmente locais, porque o levantamento traz detalhes de focos de
mosquito por bairros e com isso o gestor pode prever ações efetivas de controle
da proliferação do mosquito”, destacou Adeilson Cavalcante.
O Mapa da Dengue, como é chamado o Levantamento Rápido de Índices de Infestação
pelo Aedes aegypti (LIRAa), é um instrumento fundamental para o
controle do mosquito. Com base nas informações coletadas no LIRAa, o gestor
pode identificar os bairros onde estão concentrados os focos de reprodução do
mosquito, bem como o tipo de depósito onde as larvas foram encontradas. O
objetivo é que, com a realização do levantamento, os municípios tenham melhores
condições de fazer o planejamento das ações de combate e controle do mosquito Aedes
aegypti.
CRIADOUROS - A metodologia permite identificar
onde estão concentrados os focos do mosquito em cada município, além de revelar
quais os principais tipos de criadouros, por região. Os resultados reforçam a
necessidade de intensificar imediatamente as ações de prevenção contra a
dengue, zika e chikungunya, em especial nas cidades em risco e em alerta.
O armazenamento de água no nível do solo (doméstico), como tonel, barril e
tina, foi o principal tipo de criadouro nas regiões Nordeste e Centro-Oeste.
Nas regiões Norte e Sul o maior número de depósitos encontrados foi em lixo,
como recipientes plásticos, garrafas PET, latas, sucatas e entulhos de
construção. Na região Sudeste predominou os depósitos móveis, caracterizados
por vasos/frascos com água e pratos.
CAMPANHA PUBLICTÁRIA - A nova campanha do Ministério da
Saúde de conscientização para o combate ao mosquito Aedes aegypti
chama atenção da população para os riscos das doenças transmitidas pelo vetor (dengue,
zika e chikungunya) e convoca a todos ao seu enfrentamento. O objetivo é
mostrar que o combate à proliferação do mosquito começa dentro da própria casa,
sendo responsabilidade de cada um, podendo gerar mudança positiva na
vizinhança. O material alerta: “Um mosquito pode prejudicar uma vida. E o
combate começa por você. Faça sua parte e converse com seu vizinho”.
A campanha começa a ser exibida nesta terça-feira (28) e será veiculada na TV,
rádio, internet e redes sociais. Também está previsto o dia D de mobilização
contra o mosquito, que ocorrerá no dia 15 de dezembro. A “Sexta Sem Mosquito”,
como será chamada a ação, se estenderá até janeiro mobilizando os governos
Federal, Estadual e Municipal para promoverem ações de limpeza nas cidades em
casas, estabelecimentos privados e órgãos públicos.
AÇÕES - As ações de prevenção e combate ao mosquito
Aedes aegypti são permanentes e tratadas como prioridade pelo Governo Federal.
Desde a identificação do vírus Zika no Brasil e sua associação com os casos de
malformações neurológicas, o governo mobilizou todos os órgãos federais (entre
ministérios e entidades) para atuar conjuntamente, além de contar com a
participação dos governos estaduais e municipais na mobilização de combate ao
vetor.
Para isso, o Ministério da Saúde tem garantido orçamento crescente aos estados
e municípios. Os recursos para as ações de Vigilância em Saúde, incluindo o
combate ao Aedes aegypti, cresceram 83% nos últimos anos, passando de R$ 924,1
milhões em 2010 para R$ 1,7 bilhão, em 2016. Para 2017, a previsão é que o
orçamento de vigilância em saúde para os estados chegue a R$ 1,96 bilhão. Este
recurso é destinado à vigilância das doenças transmissíveis, entre elas dengue,
zika e chikungunya. O recurso é repassado mensalmente a estados e municípios.
Além disso, desde novembro de 2015 foram repassados cerca de R$ 465 milhões
para pesquisas e desenvolvimento de vacinas e novas tecnologias, além de
destinar mais R$ 395,3 milhões para o eixo de assistência à saúde.
DENGUE - Até 11 de novembro de 2017, foram notificados
239.076 casos prováveis de dengue em todo o país, sendo observado uma redução
de 83,7% em relação ao mesmo período de 2016 (1.463.007). Com relação ao número
de óbitos, também houve queda significativa (82,4%), reduzindo de 694 óbitos em
2016 para 122 em 2017. Da mesma forma, os registros de dengue grave caíram 73%,
de um ano para outro, passando de 901, em 2016, para 243 em 2017. Já dengue com
sinais de alarme passou de 8.875 em 2016 para 2.209 em 2017, apresentando uma redução
75% em relação ao mesmo período do ano anterior. O estado de São Paulo
registrou 11.515 casos prováveis de dengue neste ano. Em 2016 foram 196.638.
Em todo país, a região Nordeste apresentou o maior número de casos prováveis
(84.051 casos; 35,2%) em relação ao total do país. Em seguida aparecem as
regiões Centro-Oeste (74.691 casos; 31,2%), Sudeste (55.381 casos; 23,2%),
Norte (21.057 casos; 8,8%) e Sul (3.896 casos; 1,6%).
A análise da taxa de incidência de casos prováveis de dengue (número de casos/100
mil hab.), em 2017, até o dia 11 de novembro, segundo regiões geográficas,
evidencia que as regiões Centro-Oeste e Nordeste apresentam as maiores taxas de
incidência: 476,9 casos/100 mil hab. e 147,7 casos/100 mil hab.,
respectivamente. Entre as Unidades da Federação (UFs), destacam-se Goiás (906,3
casos/100 mil hab.), Ceará (457,7 casos/100 mil hab.) e Tocantins (322,5
casos/100 mil hab.).
CHIKUNGUNYA - Até 11 de novembro, foram registrados
184.458 casos prováveis de febre chikungunya, o que representa uma taxa de
incidência de 89,5 casos para cada 100 mil habitantes. A redução é de 32,1% em
relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 271.637
casos. A taxa de incidência no mesmo período de 2016 foi de 131,8 casos/100
mil/hab. O estado de São Paulo registrou 1.057 casos prováveis de chikungunya
neste ano. Em 2016 foram 4.292.
A região Nordeste apresentou o maior número de casos prováveis de febre de
chikungunya (141.363 casos; 76,6%) em relação ao total do país. Em seguida aparecem
as regiões Sudeste (23.169 casos; 12,6%), Norte (16.125 casos; 8,7%),
Centro-Oeste (3.467 casos; 1,9%) e Sul (334 casos; 0,2%).
Neste ano, foram confirmados laboratorialmente 149 óbitos. No mesmo período do
ano passado, foram 211 mortes confirmadas, uma redução de 29,4%.
ZIKA - Até 11 de novembro, foram
registrados 16.870 casos prováveis de zika em todo país, uma redução de 92,1%
em relação a 2016 (214.126). A taxa de incidência passou de 103,9 em 2016 para
8,2 neste ano. O estado de São Paulo registrou 359 casos prováveis de zika
neste ano. Em 2016 foram 5.112.
As regiões Centro-Oeste e Norte apresentam as maiores taxas de incidência: 38,3
casos/100 mil hab. e 12,2 casos/100 mil hab., respectivamente. Entre as UFs,
destacam-se Mato Grosso (64,5 casos/100 mil hab.), Goiás (55,9 casos/100 mil
hab.), Tocantins (45,5 casos/100 mil hab.) e Roraima (43,4 casos/100 mil hab.).
Em relação às gestantes, foram registrados 2.197 casos prováveis, sendo 901
confirmados por critério clínico-epidemiológico ou laboratorial.
Amanda Mendes
Agência Saúde