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quarta-feira, 31 de julho de 2024

5 principais pilares para gerenciar pessoas e ter uma equipe de sucesso

Especialista do Senac São Paulo dá dicas para garantir uma boa gestão de pessoas mesmo em tempos de alta diversidade de perfis no mundo corporativo

 

Cada vez mais o mundo corporativo é formado por pessoas diversas. Diante disso, em um ambiente com tantos perfis diferentes, é necessário tornar a gestão de pessoas ainda mais eficiente e competente para que as jornadas das empresas possam fazer sentido para todos os seus membros.

Tratando-se de pessoas, por si só, já se faz necessária uma atenção especial por parte das lideranças, uma vez que são elas que fazem as coisas acontecerem dentro das organizações. Há aspectos como comunicação transparente e reconhecimento que são universais e que devem ser aplicados a todos os colaboradores. No entanto, conforme explica Sueli Miwa, gerente do Senac Limeira, para funcionários de diferentes gerações e perfis são necessárias adaptações, como por exemplo nas estratégias de comunicação, que podem ser ajustadas para cada público.

“Enquanto a geração Z pode preferir a comunicação digital e instantânea, a geração Baby boomers pode valorizar mais o contato pessoal. Da mesma forma, a geração Z e os Millennials valorizam a liberdade e a flexibilidade no trabalho, enquanto as gerações X e Baby boomers podem preferir estruturas mais claras e definidas. Gerações Z e Millennials preferem feedback rápido e constante, valorizando transparência e autenticidade, já as gerações X e Baby Boomers priorizam a estabilidade e preferem feedback estruturado”, comenta.

O importante, segundo a especialista, é adotar alguns fundamentos básicos de gestão que servem indiscriminadamente para funcionários e equipes de diferentes gerações e perfis. “O respeito, a comunicação clara e transparente, reconhecimento e valorização, a confiança e autonomia, justiça e ambiente de trabalho saudável servem para todos, independentemente das gerações e perfis. Fundamentos que abordam necessidades humanas transcendem diferenças de gerações e de perfis e criam um ambiente de trabalho onde os colaboradores se sentem valorizados e respeitados, o que é fundamental para o sucesso organizacional”, diz.

Abaixo, Miwa destaca cinco pilares fundamentais para gerenciar pessoas de todos os perfis e idades:

  • Engajamento: gera comprometimento individual para com os objetivos e metas da organização. Para conseguir engajamento, antes de mais nada, é importante que o trabalho diário faça sentido para todos;
  • Comunicação: deve ser clara e aberta para que todos estejam alinhados com os objetivos e expectativas da organização. Além disso, promove um ambiente de trabalho colaborativo, sendo a base para estabelecer relações de confiança;
  • Desenvolvimento de competências: é fundamental investir no desenvolvimento profissional e pessoal das equipes para aumentar suas competências e preparar futuros líderes;
  • Reconhecimento:     reconhecer e recompensar um bom desempenho pode manter os colaboradores mais motivados e engajados, melhorando o bem-estar psicológico das pessoas, reduzindo o estresse e aumentando a autoconfiança. Pessoas que se sentem mais valorizadas tendem a ser mais comprometidas;
  • Liderança Inspiradora:  pesquisas mostram que líderes humildes conseguem melhorar uma série de aspectos psicológicos e de performance de suas equipes. O líder pode não ter todas as respostas e, quando ele assume uma postura humilde, de forma genuína, seu comportamento pode contagiar os colaboradores. Mostrar interesse genuíno pelas pessoas também é a base para construção de uma gestão de pessoas eficiente.

“Se combinarmos os fundamentos sólidos de gestão de pessoas com as adaptações considerando as diferenças individuais, é possível criar uma equipe coesa e eficaz independente das gerações. Essas adaptações garantem que cada colaborador se sinta valorizado, promovendo um ambiente de trabalho mais harmonioso e produtivo” conclui.

 

Apostas esportivas online precisam de políticas que preservem famílias mais vulneráveis, avalia CLP


Organização aponta que os impactos dessa atividade vão além da economia e tocam em questões de saúde pública e de proteção ao consumidor

Levantamento do Centro de Liderança Pública (CLP) conclui que a ascensão das apostas esportivas online no Brasil precisa de duas principais medidas: proteção às famílias vulneráveis e educação financeira aos apostadores. De acordo com nota técnica, os efeitos das bets vão além da economia e tocam questões de saúde pública e proteção ao consumidor, já que uma parcela considerável dos adeptos relata perdas importantes de dinheiro.

De acordo com a nota, legisladores podem considerar a implementação de regulamentos para proteger as famílias financeiramente vulneráveis dos efeitos adversos das apostas esportivas online. Isto poderia incluir medidas para limitar o acesso a plataformas de apostas esportivas para indivíduos que enfrentam restrições financeiras ou fornecer recursos para práticas de jogo responsáveis.

A organização também reforça que, dados os desafios de acesso atualmente, pode haver necessidade de programas aprimorados de educação financeira direcionados aos apostadores, por parte de governos e organizações, o que incluiria serviços de aconselhamento, programas de gestão de dívidas ou assistência financeira para ajudar os indivíduos a enfrentarem tais situações financeiras.


Segundo o levantamento, dois estudos, um relativo ao Brasil e outro aos Estados Unidos, ressaltam a necessidade de políticas públicas eficazes e educação para promover práticas de apostas responsáveis. De acordo com a POF 2017/18, menos de 1% da população adulta tinha participado de alguma aposta esportiva naqueles anos (contra cerca de 5% de apostas lotéricas). No entanto, a pesquisa da AGP/SBVC revela que, em 2024, 38% dos entrevistados já participaram de apostas esportivas online, sendo 25% frequentemente e 54% ocasionalmente.

A maioria dos apostadores online são jovens, com participação significativa entre aqueles com idades compreendidas entre os 18 e os 44 anos – com destaque para o grupo entre 25 e 34 anos. Esta tendência demográfica sugere que as gerações mais jovens estão mais inclinadas para as apostas online.

A nota ainda ressalta que as apostas esportivas são uma atividade econômica importante no Brasil, com o tamanho do mercado expandindo significativamente nos últimos anos. Atualmente, o estudo da AGP/SBVC estima que as operações de apostas esportivas movimentem R$ 150 bilhões anualmente (cerca de 2,7% da renda), sendo que somente as atividades online representaram mais de R$ 50 bilhões em 2023.


Preparação para vestibulares pede foco e organização


As férias estão acabando, e o que você, vestibulando, tem feito durante esse período de “descanso”? Muitas coisas poderiam ter sido feitas, mas, calma, ainda dá tempo! Com organização e foco é possível se preparar para as provas deste segundo semestre e obter ótimos desempenhos, inclusive, o ingresso no Ensino Superior.  

Conforme a 14ª edição do Mapa do Ensino Superior Brasil, publicado pelo Instituto Semesp, houve um aumento significativo no número de ingressantes no Ensino Superior. Este crescimento é particularmente notável na área de Tecnologias da Comunicação e da Informação, com destaque para o curso de Ciência da Computação, que atrai 11,5% dos vestibulandos. Em seguida, estão Administração, com 10,8%; Direito, 3,8%; e Medicina, 3,4%.

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024, agendado para os dias 3 e 10 de novembro, também se destaca por ter atraído um número crescente de participantes. De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a edição de 2023 recebeu 3,9 milhões de inscrições, marcando um aumento de 13,1% em relação ao ano anterior.

Por isso é preciso estudar com organização entendendo o melhor método para você. Nem todo mundo consegue estudar no horário exato que gostaria, seja porque estuda, trabalha ou faz cursinho, mas é importante reforçar que um bom e proveitoso estudo exige método.

Os simulados são fundamentais para essa preparação. Os do Enem são “mais” do que obrigatórios. Por sua vez, muito importante também são os específicos da instituição em que pretende estudar. Vale lembrar que as provas dos vestibulares são preparadas de seis meses a um ano antes da aplicação, de modo que as nuances de sua estrutura quanto ao conteúdo, tipo de questões e organização podem ser muito bem percebidas nesse intervalo de tempo.

Durante o período que antecede o Enem e os vestibulares escolhidos, deve-se construir uma organização da prova, ou seja, saber exatamente por quais disciplinas começar e, uma vez estabelecida e simulada essa prática, não mudar a estratégia. É recomendável começar pelas questões que você tem maior domínio; além da redação, fazê-la antes ou depois das questões objetivas é muito pessoal e tem a haver com o domínio sobre a proposta do texto, sua qualidade na escrita e o tempo. Afinal, o relógio será o adversário que terá que jogar a seu favor.

A maior parte dos alunos, todavia, treina iniciar pela redação, uma vez que se criou uma cultura a partir dos cursinhos pré-vestibulares de que essa é a melhor estratégia. Mas, como já disse, essa escolha é difícil e pessoal, pois você é quem melhor conhece suas escolhas e necessidades. Os simulados também têm esse objetivo: preparar bem para esse momento de escolha.

Com isso, confira algumas dicas para se preparar para os vestibulares:

  • Organize seu estudo. Encontre o método que funciona melhor para você, seja estudando por períodos contínuos ou com intervalos. Estude no mínimo duas horas por dia e 14 horas por semana. Mantenha uma rotina constante para criar hábitos de estudo eficazes;  
  •  Faça simulados regulares do Enem e dos vestibulares específicos das instituições que deseja. Isso ajuda a entender a estrutura das provas, o estilo das questões e a praticar estratégias eficazes. Não mude sua estratégia uma vez definida;  
  •  Escolha a ordem das atividades na prova. Decidir se fará a redação antes ou depois das questões objetivas depende do domínio com cada parte. Teste e descubra o que funciona melhor para você;  
  •  Além da literatura obrigatória, leia e escreva frequentemente. Utilize cadernos físicos em vez de digitais e leia em voz alta para aprimorar sua compreensão e clareza. Escrever reforça o aprendizado e ajuda a preparar para a redação dos vestibulares;  
  •  Esteja atento às notícias confiáveis. Ao escrever, evite se basear em informações falsas, as “fake news”. Verifique a veracidade das informações para garantir a qualidade dos seus argumentos na redação;  
  •  Não desanime com o cansaço. É normal se sentir cansado ou entediado durante os estudos. Faça pausas, levante-se, caminhe um pouco e se hidrate para recarregar as energias. Alimente-se bem. 

Alerta: não exagere na utilização da cafeína e dos energéticos, eles podem gerar mais excitação e hiperestimulação, atrapalhando sua atenção e concentração; 

  •  Mantenha o foco e a persistência, continue seguindo sua rotina de estudos, mesmo quando enfrentar dificuldades. E não será o fim do mundo se não der em uma primeira vez, faz parte. Pense nisso e bons estudos!

 

Diego Almeida Monsalvo - professor de Filosofia e coordenador do Ensino Médio do Colégio Progresso Bilíngue de Santos. Possui mais de duas décadas de experiência na área educativa. É escritor e articulista, formado em Filosofia e mestre em Educação. Dentre seus livros, destacam-se: “Pensar a história com Nietzsche”, “Dissecando o líder” e “Filosofia Urgente”



Inteligência artificial evolui as redes de telecomunicações MPLS


O uso das redes corporativas está em constante evolução. A ampliação do SaaS, a adoção de redes públicas e o crescimento no volume de videoconferências alteraram a forma como as pessoas trabalham e a infraestrutura das redes precisa acompanhar essa tendência. Novas tecnologias como a inteligência artificial (IA) podem ser integradas a estruturas e sistemas legados para melhorar a performance e manter a segurança das informações, já fornecida por tecnologias como o Multiprotocol Label Switching – MPLS.

 

A integração da IA em um software defined wide area network – SD-WAN (rede de longa distância definida por software, em português) aprimora a priorização no tráfego de informações críticas e sensíveis, a definição de métodos de transferência usados para cada aplicação e a segurança na proteção dos dados.

 

Essas soluções analisam o tráfego de rede em tempo real, identificam problemas potenciais de forma preditiva e redirecionam a troca de dados de forma autônoma para garantir o desempenho ideal, o que possibilita evoluir o Service Level Agreement – SLA (Acordo de Nível de Serviço, em português) com métricas focadas na experiência do usuário, o que permite aos gestores ter uma melhor visão da experiência do usuário de ponta a ponta.

 

A SD-WAN com inteligência e capacidade aumentada segmenta o tráfego e procura de forma contínua opções de conexão de forma automática, usando múltiplas opções de conexão como internet banda larga incluindo a própria MPLS, 4G ou 5G. Se uma conexão apresentar alta latência, perda de dados de transferência ou ficar off-line, a rede direciona o tráfego para outra disponível.


 

Manutenção e segurança


A IA, por meio dos dados de telemetria de aplicativos na wide area network – WAN (rede de longa distância, em português) ajuda a reduzir o tempo médio para o reparo de conexão entre as redes e mesmo entre dispositivos com e sem fio conectados.

 

A inteligência embargada encaminha recomendações proativas sobre questões que afetam o usuário final como problemas nos aplicativos, servidores, no provedor de serviço de internet, nas redes wireless ou cabeada. Isso permite às equipes de TI obter respostas rápidas, fornecidas pela própria rede, sobre o seu funcionamento sem a necessidade de consultar painéis de solução.

 

Por ter capacidade de aprender e se adaptar a IA permite responder mais rápido às ameaças, antecipar ataques e reagir com antecedência, o que possibilita identificar padrões indicativos de ameaças cibernéticas na própria rede ou em algum ponto de acesso reconhecendo anomalias com mais rapidez e precisão.

 

De acordo com a consultoria inglesa, Technavio, o mercado de cybersegurança baseado em IA deve crescer de 2022 a 2027 uma taxa de crescimento anual composta de 22,3%, o que equivale a um investimento de US$ 28,29 bilhões na tecnologia.

 

As empresas trabalham com informações sigilosas e os colaboradores precisam trocar essas informações entre si e as companhias também hospedam dados sensíveis de clientes ou dos próprios funcionários. A IA pode determinar que esses dados recebam a prioridade para trafegar via MPLS, seguindo as regras de compliance.

 

A solução permite implementar uma variedade de medidas de segurança, como firewalls, VPNs, adoção de políticas de confiança zero, criptografia para que o tráfego de dados permaneça seguro mesmo quando é necessário trafegar por conexões públicas de internet. Os níveis de segurança podem ser customizados conforme a aplicação usada ou perfil dos usuários.


 

Futuro do trabalho


A conectividade se torna a cada dia mais crucial no trabalho e adoção da IA nas redes não é uma opção, mas uma necessidade. A IA é capaz de centralizar e simplificar o controle e gerenciamento da rede com escala ilimitada para novas implantações e conexões, mantendo a agilidade necessária para acompanhar o ritmo de crescimento dos negócios.

 

Por possibilitar a integração e automação de todas as redes e segurança nas conexões, uma rede gerenciada por IA é adequada para empresas com dezenas ou centenas de escritórios, plantas industriais, pontos-de-venda, entre outros pontos de acesso distribuídos pelo mundo. Essas empresas precisam de um sistema de orquestração central, que gerencie os pontos de acesso sem a necessidade de assistência técnica com expertise no local e uma rede inteligente é capaz de criar fluxos automatizados, permitindo que a infraestrutura das filiais seja gerenciada de forma unificada.

 

Para uma implantação eficiente as empresas devem procurar parceiros que ofereçam consultoria, implementação e testes que ajudam a avaliar a tecnologias e desenvolver um plano para integrá-los à infraestrutura existente e estejam preparados para acompanhar a evolução da IA evoluindo sua aplicação nas redes e atendendo as normas de compliance visando a segurança das informações trafegadas.

 

Douglas Falsarella, -Solution Designer da Deutsche Telekom



Como limpar o nome sujo: conheça o passo a passo

Especialista em finanças pessoais explica as consequências da condição e cita as despesas necessárias para a regularização

 

Ter o 'nome sujo', ou negativado, em órgãos de proteção ao crédito, como Serasa e SPC, ocorre por diversas razões: inadimplência em pagamentos de empréstimos, financiamentos, cartões de crédito, contas de serviços como água e luz, processos judiciais com determinação de pagamento não cumprida, dívidas com impostos e taxas, etc. Outras ações incluem protesto em cartório por falta de pagamento de títulos, participação em processos de falência, envolvimento em golpes ou fraudes, e falta de planejamento financeiro adequado.

Segundo o especialista em finanças pessoais, João Victorino, essa é uma condição que tem consequências econômicas e psicológicas. “As consequências de ter o nome sujo são variadas e significativas. A pessoa tem dificuldade em obter crédito, com instituições financeiras. Também pode haver impossibilidade de abrir contas bancárias, comprometimento da reputação profissional e pessoal, acesso a crédito com juros mais altos, negativa de solicitações de cartões de crédito, dificuldade em alugar imóveis e até impedimentos para conquistar certos empregos, já que algumas empresas consultam o nome dos candidatos antes de contratá-los”, afirma.



Impactos psicológicos

O especialista aponta que há impactos psicológicos, apontados em artigos diversos, como no do psicólogo Stephen E. G. Lea: “A preocupação frequente com as dívidas, o temor de não conseguir pagar as contas e a sensação de incapacidade de sair de uma situação financeira complicada têm um impacto profundo na saúde mental.” Além disso, como apontam Elina Turunen e Heikki Hiilamo, o estresse financeiro pode desencadear: problemas de sono, irritabilidade, baixa autoestima, insatisfação conjugal, depressão e dificuldades de concentração, complicando ainda mais a situação financeira e dificultando a busca por soluções e a tomada de decisões. Para agravar o quadro, um levantamento da CNDL - Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas -  e do SPC  - Serviço de Proteção ao Crédito - mostra que mais de 40% da população brasileira economicamente ativa está endividada, o que significa dizer que o país tem mais de 65 milhões de pessoas nessa condição.



O que é preciso fazer para limpar o nome?

João explica que é necessário identificar as dívidas pendentes em órgãos de proteção ao crédito e entrar em contato com os credores para negociar o pagamento, buscando condições que se ajustem ao seu orçamento. Participar de feirões 'Limpa Nome' é uma oportunidade para conseguir melhores condições de pagamento, uma vez que são oferecidas possibilidades especiais para a renegociação de dívidas, incluindo descontos significativos sobre juros e multas, parcelamentos facilitados e maior flexibilidade nas negociações. É preciso elaborar um plano de pagamento, possivelmente com a ajuda de um consultor financeiro, para evitar reincidências.



A dívida realmente caduca?

Após cinco anos, o nome não pode mais ser negativado nos serviços de proteção de crédito, como Serasa e SPC. Contudo, a dívida continua existindo e essa informação fica atrelada ao CPF no Banco Central. Isso significa que, se antes de conceder crédito, a instituição realizar apenas uma pesquisa nos birôs de crédito, não verá o nome negativado. No entanto, uma pesquisa no Banco Central revelará que o CPF possui uma dívida.



Gastos para limpar o nome

João Victorino ressalta que limpar o nome pode envolver diversos gastos, que variam conforme a negociação e a dívida. Os mais comuns são o valor principal da dívida, os juros e as multas pelo atraso, os honorários de advogados em caso de ações judiciais e as taxas administrativas cobradas por algumas empresas. O valor principal da dívida varia dependendo do tipo de débito e do credor. Juros de mora e multas acumuladas pelo atraso no pagamento podem representar uma parte significativa da dívida total.



Despesas com ações judiciais

Em caso de ações judiciais, os honorários advocatícios variam de R$ 500 a R$ 5.000, dependendo da complexidade do caso. Além disso, algumas empresas podem cobrar taxas para administrar a renegociação, que vão de R$ 50 a R$ 300 por transação. Contratar um consultor financeiro custa em média entre R$ 150 a R$ 500 por sessão, conforme o profissional e a região.



Despesas adicionais

Além desses custos, há despesas adicionais e burocracia a considerar. O transporte para deslocamentos até órgãos de proteção ao crédito, bancos, cartórios e outras instituições financeiras, que podem somar R$ 200, dependendo da frequência e distância. A emissão de certidões, como a certidão negativa de débitos, pode custar de R$ 20 a R$ 100 cada, dependendo do órgão emissor.



Taxas cartoriais e o valor do seu tempo

As taxas cartoriais para a emissão de documentos oficiais variam de R$ 30 a R$ 150. Serviços bancários, como taxas de administração de contas específicas para renegociação de dívidas, podem custar entre R$ 20 a R$ 50 por mês. Além disso, o tempo gasto em atendimentos telefônicos com empresas credoras, não tem custo financeiro direto, mas representa uma perda de horas que poderiam ser ocupadas em atividades mais prazerosas e produtivas. Considerando essas despesas, uma pessoa pode gastar de R$ 1.000 a R$ 10.000 ou mais para limpar o nome, dependendo da complexidade e do valor da dívida.



Nova lei facilita negociação de dívidas

Em julho de 2021, entrou em vigor a Lei do Superendividamento, para facilitar a negociação de dívidas e proteger as pessoas contra assédio e constrangimento. A lei busca assegurar ao devedor o direito de quitar suas dívidas sem comprometer seu sustento e de seus dependentes.  Para ser considerado superendividado, é necessário que as dívidas tenham sido adquiridas de boa-fé, ou seja, com a intenção genuína de honrar os compromissos assumidos. A lei não especifica valores, mas define o superendividamento como: "a impossibilidade manifesta de o consumidor pessoa natural, de boa-fé, pagar a totalidade de suas dívidas de consumo, exigíveis e vincendas, sem comprometer seu mínimo existencial, nos termos da regulamentação." (Art. 54-A § 1º).



Passo a passo para iniciar o processo de negociação pela Lei do Superendividamento:

1.   Reúna e organize todas as contas em aberto;

2.   Procure órgãos de defesa do consumidor (Procon) ou do poder judiciário (Defensoria Pública e Ministério Público);

3.   Calcule (ou peça ajuda para calcular) o 'mínimo existencial' - valor necessário para garantir a sua sobrevivência e a dos seus dependentes;

4.   Com esses dados em mãos, planeje o pagamento, determinando o valor possível a deduzir das dívidas mensalmente (sem prejudicar o mínimo existencial);

5.   Por fim, os credores (empresas ou pessoas) são convidados a conhecer o plano de pagamento nas audiências de conciliação.

O especialista diz que, por vezes, atrasamos as contas por situações de emergência: perda do emprego, o negócio não vai bem, algo grave aconteceu e a reserva de emergência é utilizada. "Minha experiência no mercado corporativo me ensinou que não há razão para se envergonhar ao passar por uma situação difícil. Nunca conheci alguém que não tenha passado por dificuldades financeiras em algum momento. Repito: nunca conheci ninguém! Procure a empresa, entre em contato com o departamento especializado e diga a verdade: Estou enfrentando problemas e não consegui pagar a conta na data planejada, por isso estou aqui para renegociar a dívida", reforça.

Neste sentido, o João aconselha o monitoramento regular da situação financeira e o status do CPF/CNPJ no site do Banco Central (Registrato), em órgãos de proteção ao crédito. "Após a quitação de uma dívida, principalmente as atrasadas, a pessoa é invadida por uma sensação de dever cumprido, a autoestima se eleva pela conquista alcançada. O orgulho por alcançar uma meta muito difícil, evidenciada pelo grande número de endividados, reforça a capacidade para encarar novos desafios. A família, quando está junta nesse desafio e vence, se une mais. Torna-se muito mais cúmplice dos objetivos comuns e aumentando a união e a confiança de todos! Vale muito esse esforço, acredite em quem já viveu isso e sobreviveu para criar uma história melhor!", finaliza.



João Victorino - administrador de empresas, professor de MBA do Ibmec e especialista em finanças pessoais, formado em Administração de Empresas, tem MBA pela FIA-USP e Especialização em Marketing pela São Paulo Business School. Após vivenciar os percalços e a frustração de falir e se endividar, a experiência lhe trouxe aprendizados fundamentais em lidar com o dinheiro. Hoje, com uma carreira bem-sucedida, João busca contribuir para que pessoas melhorem suas finanças e prosperem em seus projetos ou carreiras. Para isso, idealizou e lidera o canal A Hora do Dinheiro com conteúdo gratuito e uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.



A importância da educação como ferramenta de ressocialização: um caminho para a transformação social

É fundamental repensar a abordagem tradicional das penas longas e do tratamento, muitas vezes desumanizado, dado às pessoas privadas de liberdade. Para isso, é necessário reconhecer que este tempo segregado da sociedade, ainda que por imposição legal, longe de ser uma solução eficaz, muitas vezes não proporciona as condições para a harmônica integração social do condenado e do internado.

Ao considerar a ressocialização como um princípio orientador do sistema penal, surge a perspectiva de preparar os indivíduos para um retorno à sociedade como cidadãos produtivos. Estudos demonstram que a redução do tempo de encarceramento – oriundo das práticas legais de remição da pena - está correlacionada a uma menor dessocialização e, consequentemente, a menores taxas de reincidência.

Um importante aspecto a ser considerado é o custo associado ao sistema prisional. Em alguns casos, o gasto no custeio das unidades prisionais – quando dissociado da ressocialização - e na administração de penas longas pode superar os recursos destinados à educação.

Essa alocação desigual de recursos evidencia a necessidade de uma reavaliação das prioridades, direcionando esforços e investimentos para iniciativas que verdadeiramente contribuam para a transformação social.

O retorno de um indivíduo ressocializado à sociedade não apenas representa uma economia de recursos como também toda a gama de reflexos positivos daí decorrentes como a retransformação de individuo privado de liberdade para cidadão contribuinte, além da quebra do recrutamento de seus familiares pelo crime organizado, ou seja, evita-se a perpetuação do ciclo criminoso.

Ao invés de adotar uma postura repressiva que, paradoxalmente, pode contribuir para o aumento da criminalidade, a sociedade deveria se voltar para penas alternativas, programas de reabilitação e educação carcerária, como já visto nos presídios que adotam o sistema de gestão compartilhada por empresas especializadas.

Ao investir na educação dentro das prisões, proporcionamos aos internos nelas custodiados, oportunidades reais de aprendizado e desenvolvimento de habilidades, preparando-os para uma reintegração efetiva e significativa. Essa abordagem não apenas beneficia o indivíduo, mas também cria cidadãos contribuintes e reduz as taxas de reincidência da pessoa que até então se encontrava privada do convívio social.

Em última análise, a ressocialização não é apenas uma questão humanitária, mas também uma estratégia pragmática para construir uma sociedade mais segura e justa. O desafio está em superar a retórica punitiva e abraçar políticas que reconheçam o potencial de transformação presente em cada ser humano.

 

Eduardo Brim Fialho é presidente do SEMPRE - Sindicato Nacional das Empresas Especializadas em Gestão de Presídios e Unidades Socioeducativas.


CDHU abre processo seletivo de estágio com bolsa-auxílio de R$1.500,00

São 40 vagas destinadas aos estudantes universitários de diversos cursos e as inscrições se encerram em 20 de agosto

 

A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano - CDHU, por meio do Centro de Integração Empresa-Escola- CIEE, está com 40 vagas de estágio abertas, mais cadastro reserva, para estudantes de nível superior em algumas cidades do Estado de São Paulo. As vagas são para os cursos de Administração de Empresas, Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Arquitetura e Urbanismo, Ciência da Computação, Ciências Contábeis, Ciências Sociais, Comunicação Visual, Direito, Engenharia Civil, Engenharia da Computação, Engenharia Elétrica, Gestão de Políticas Públicas, Jornalismo, Secretariado e Relações Públicas. Para se candidatar é necessário se inscrever gratuitamente no link https://pp.ciee.org.br/vitrine/12446/detalhe até às 12 horas do dia 20/08/2024 e realizar as duas fases de seleção: Inscrição e prova online.


Os aprovados e contratados para as vagas receberão bolsa auxílio nos valores de R$1.500,00 para a jornada de 30h semanais. Além disso, recebem também Auxílio Transporte conforme necessidade para cobertura de deslocamento da residência para a empresa e da empresa para a residência, com desconto mensal do equivalente a 1% do valor total ou parcial da bolsa auxílio; Auxílio Refeição de R$ 1.022,10 por mês, com desconto mensal na bolsa auxílio do equivalente a 1% do valor total ou parcial do Vale Refeição fornecido.

 

Democracia a la Maduro

 Opinião


Com a promessa de promover a justiça social e de redistribuir a riqueza, em 1999 o tenente-coronel Hugo Chávez assumiu a presidência da Venezuela. Chávez fundou o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e iniciou uma série de reformas políticas e econômicas, incluindo a nacionalização de indústrias-chave como petróleo, telecomunicações e energia elétrica. Seu governo também tentou expandir programas sociais, utilizando a renda do petróleo para financiar iniciativas de saúde, educação e habitação. Com a estatização dessas indústrias, os recursos escassearam e o país iniciou um declínio econômico que permanece até hoje.

Chávez governou até sua morte, em 2013, durante um período em que o crescimento econômico da Venezuela dependia das altas globais no preço do petróleo. O período chavista também se caracterizou pela erosão das instituições democráticas, concentração de poder e restrições à liberdade de imprensa. Após a morte de Chávez, Nicolás Maduro, seu vice-presidente e sucessor designado, continuou com as políticas bolivarianas, mas enfrentou um cenário econômico muito mais desafiador devido à queda dos preços do petróleo, má gestão econômica e corrupção endêmica. A crise econômica resultou em hiperinflação, escassez de alimentos e medicamentos e uma grave crise humanitária que levou milhões de venezuelanos a emigrar. Atualmente, estima-se que entre um quarto e um terço da população do país tenha buscado outras nações para viver – e o êxodo de venezuelanos é considerado uma das maiores crises migratórias da região.

A combinação de políticas econômicas mal planejadas, corrupção e um ambiente político repressivo resultou, como se pode perceber, num profundo empobrecimento do país e de sua população. Apenas no período Maduro, o PIB do país contraiu mais de 80%, a inflação atingiu níveis astronômicos e os serviços básicos entraram em colapso. Boa parte da população depende de ajuda humanitária. Mais de 90% dos venezuelanos estão em situação de absoluta miséria.

É nesse contexto de empobrecimento e bolivarianismo que ocorreu a eleição venezuelana deste final de semana. Embora o pleito tenha ocorrido no domingo, 28 de julho – data escolhida por ser o aniversário de Hugo Chávez –, a perseguição aos opositores,  característica do país desde 1999, começou muito antes, com a habitual desqualificação dos candidatos de oposição.

Maria Corina Machado, uma das figuras mais proeminentes da oposição, foi impedida de concorrer por uma decisão do Tribunal Supremo de Justiça, que a acusou de envolvimento em uma conspiração para desviar ativos estatais. Com a desqualificação de Maria Corina, o candidato oposicionista Edmundo González Urrutia emergiu como o principal adversário de Maduro. González, um diplomata e acadêmico, capitalizou a frustração generalizada entre os venezuelanos devido à crise econômica e à deterioração das condições de vida sob o governo de Maduro.

As eleições presidenciais na Venezuela são regidas por um conjunto de normas e procedimentos estabelecidos na Constituição da República Bolivariana da Venezuela e supervisionadas pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). As eleições presidenciais são realizadas a cada seis anos, e o CNE é responsável por convocar as eleições, definir o calendário eleitoral e assegurar a logística necessária para a realização do pleito. A Venezuela utiliza um sistema de votação eletrônica com a impressão do voto dado pelo eleitor. Após o encerramento da votação, as urnas eletrônicas enviam os resultados para um centro de totalização, e o CNE é responsável por anunciar os resultados oficiais. Em teoria, os resultados devem ser divulgados de forma rápida e transparente. Não foi o que ocorreu.

Às vésperas do pleito, as pesquisas indicavam uma vantagem de mais de 40% para González – que tinha 59% das intenções de voto contra pouco mais de 14% de Nicolás Maduro. Tanto as pesquisas eleitorais quanto o acordo de Barbados – assinado entre governo e oposição da Venezuela, e que trazia o comprometimento de eleições livres, justas e abertas – foram pelo ralo. 

Diversas seções eleitorais foram fechadas antecipadamente, o que impediu muitos eleitores de exercerem seu direito ao voto. Esse fechamento antecipado foi criticado por observadores internacionais e organizações de direitos humanos, que alegaram que tal ação poderia ter sido uma manobra para reduzir a participação dos eleitores oposicionistas, especialmente nas áreas urbanas onde a oposição é mais forte.

Após o fechamento das urnas, houve um atraso significativo na divulgação dos resultados. A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) não divulgou os votos por mesa e seção eleitoral, alimentando suspeitas de fraude e manipulação dos resultados eleitorais. Apesar das pesquisas, os resultados oficiais declararam Nicolás Maduro como vencedor com mais de 51% dos votos. Estados Unidos, Chile e Peru contestaram os dados oficiais. Em apoio a Maduro, Rússia, Nicarágua e Cuba celebraram sua vitória. No ano em que mais de 2 bilhões de pessoas vão às urnas pelo mundo, é cada vez mais claro como o termo e a ideia da democracia são utilizados para legitimar eleições fraudulentas e líderes totalitários. 

 

João Alfredo Lopes Nyegray - doutor e mestre em Internacionalização e Estratégia. Especialista em Negócios Internacionais. Advogado, graduado em Relações Internacionais. Coordenador do curso de Comércio Exterior e do Observatório Global da Universidade Positivo (UP). Instagram: @janyegray


Imigrantes devem ficar atentos quanto as leis trabalhistas do país que desejam morar

Divulgação
Apesar de existir um artigo na Declaração Universal dos Direitos Humanos sobre trabalho, cada país tem livre arbítrio para decidir sobre suas leis vigentes

 

O artigo 23 da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), afirma que “Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições equitativas e satisfatórias de trabalho e à proteção contra o desemprego. Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho igual. Quem trabalha tem direito a uma remuneração equitativa e satisfatória, que lhe permita e à sua família uma existência conforme com a dignidade humana, e completada, se possível, por todos os outros meios de proteção social. Toda a pessoa tem o direito de fundar com outras pessoas sindicatos e de se filiar em sindicatos para defesa dos seus interesses”. Apesar de não ter base jurídica, a DUDH tem o objetivo de determinar e assegurar e ampliar todos os direitos básicos e as liberdades dos seres humanos, independentemente de onde vivem.

Contudo, cada país tem o livre arbítrio para decidir suas leis trabalhistas, determinando o salário mínimo e a carga horária permitida, por exemplo. No momento de imigrar, é importante buscar orientações sobre essas informações, para evitar ser “passado para trás” ou qualquer outro tipo de contratempo. “A orientação de um advogado internacionalista é imprescindível no momento de um planejamento imigratório. Por conta das leis trabalhistas, previdenciárias e cultura local, eu sempre oriento meus clientes, sobre a necessidade desse planejamento. São muitas mudanças, que se não forem analisadas com calma e atenção, o imigrante pode acabar lesado”, afirma a advogada especialista em Direito Internacional, Rita Silva.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é um centro mundial de informações sobre o mundo do trabalho, formada por representantes de sindicatos de trabalhadores, empregadores e governo. A OIT realiza pesquisas e estatísticas, além de ser responsável pelo controle e emissão de normas referentes ao trabalho no âmbito internacional, com o objetivo de regulamentar as relações de trabalho por meio das convenções, recomendações e resoluções, visando proteger as relações entre empregados e empregadores no âmbito internacional.

“A OIT realiza todos os anos a Conferência Internacional do Trabalho que funciona como uma Assembleia Geral, trazendo a público recomendações e resoluções para o mundo do trabalho. A atuação da Organização é política, econômica e humanitária, entretanto, apesar de ter um papel super importante, não tem o poder de mudar as leis sozinha”, explica Rita.


União Europeia

A legislação trabalhista da União Europeia tem normas comuns visando melhorias nas condições de trabalho, entre elas estão: carga horária máxima, proteção das novas formas de emprego, teletrabalho, salário mínimo, saúde e segurança dos trabalhadores, equilíbrio entre a vida pessoal e profissional e a igualdade de gênero, mobilidade de trabalhadores e diálogo social.

A legislação da UE determina carga horária máxima de 48 horas, férias anuais remuneradas de pelo menos 4 semanas por ano, períodos de descanso e regras sobre trabalho noturno, trabalhos por turnos e padrões de trabalho. A partir de 2022, passou a ser exigido que os países da UE garantam que o salário mínimo legal nacional permita um padrão de vida decente aos trabalhadores.

Além disso, possuem medidas que garantem um equilíbrio entre a vida pessoal e profissional e a igualdade de gênero. Requisitos mínimos de saúde e segurança, também estão previstos. Os Estados-Membros são livres para estabelecer normas mais rigorosas.

“A Europa é um dos destinos mais procurados pelos imigrantes e possui uma legislação trabalhista bem sólida, apesar de poder ser reescrita pelos países membros da UE. Mesmo existindo muito trabalho informal para os imigrantes, ter uma legislação específica, até parecida com a brasileira, deixa mais segura a imigração”, comenta Silva.


Estados Unidos

Nos Estados Unidos, o salário mínimo federal é de $7,25 por hora, um valor que está em vigor desde 2009. No entanto, muitos estados e municípios estabeleceram seus próprios salários mínimos, que podem ser superiores ao federal. Por exemplo, o salário mínimo na Califórnia é de $16,00 por hora, enquanto em Washington é de $16,28 por hora. Além disso, algumas cidades têm salários mínimos ainda mais altos, como Seattle, Washington, com $19,97 por hora, e Los Angeles, Califórnia, com $19,90 por hora.

“Diferente do Brasil que é pautado em civil law (direito romano, texto da lei - CLT) o ordenamento jurídico nos Estados Unidos utiliza a common law (direito anglo-saxão pautado em jurisprudências). Por isso, possui uma legislação Federal com normas mínimas, ou seja, leis de padrões justos de trabalho, cada Estado tem autonomia para tomar decisões em razão de suas leis, tem espaço mais aberto para negociações individuais, empregador não é obrigado a conceder férias remuneradas, não há remuneração durante a Gestação ou doença”

De acordo com Rita Silva, Estados Unidos e União Europeia são os destinos mais procurados pelos imigrantes brasileiros. Entretanto, independente do país escolhido, o cidadão deve buscar estar a par de seus direitos e, sobretudo, assegurar que esses direitos sejam realmente cumpridos na prática.

 

Rita de Cássia da Silva – Graduada na Universidade Veiga de Almeida, no Rio de Janeiro, a advogada internacionalista é pós-graduada em Advocacia Empresarial Trabalhista – Previdenciária e Previdência Privada e em Seguro Social na Universidade de Lisboa. É Mestranda em Direito Tributário Internacional. É especialista em Direito dos Expatriados, Imigrantes e Estrangeiros, com expertise em Acordos e Tratados Internacionais e Direito de Família Internacional. Também é especialista em Direito Internacional Privado, Direito Previdenciário Internacional, Direito do Trabalho com foco em Expatriação, Direito dos Aeronautas com enfoque nas aposentadorias especiais e da área de saúde. É palestrante, colunista do Blog Mães Expatriadas e Consultora Jurídica em Legislação Brasileira nos Estados Unidos. É CEO do Internazionale que já conta com 120 advogados em 12 países, fundadora da Comunidade PrevConnection - a 1ª Comunidade de Direito Previdenciário Internacional que já conta com 80 advogados e Mentora de carreiras para advogados. É Coautora do Livro Empreendedoras da Lei Europa com o artigo Brasileiros Imigrantes. Mais informações https://ritasilvaadvogados.com


Investimento no setor de transporte executivo possibilita faturamento de US$15 mil ao mês e abre portas para o visto E2

De acordo com Daniel Toledo, advogado especialista em Direito Internacional, essa categoria oferece aos investidores brasileiros com dupla cidadania a possibilidade de viver e trabalhar nos EUA

 

Investir nos Estados Unidos pode ser uma oportunidade promissora para brasileiros, especialmente aqueles que possuem dupla cidadania com países parceiros comerciais dos EUA. Uma das opções é o Visto E2, que permite viver e trabalhar nos EUA através de investimentos em negócios. 

Segundo um levantamento realizado pelo VisaGuide World, em 2023, os Estados Unidos emitiram quase 54.000 vistos E2, marcando um aumento de 20% em relação ao ano anterior e estabelecendo um recorde histórico para o programa.

De acordo com Daniel Toledo, advogado que atua na área do Direito Internacional, fundador da Toledo e Associados, escritório de advocacia internacional com unidades no Brasil e nos Estados Unidos, uma excelente oportunidade de negócio que pode se qualificar para essa categoria de visto é o transporte executivo. “Adquirir vans e personalizá-las para transporte de executivos oferece uma solução confortável e eficiente para a mobilidade de profissionais de alto nível entre grandes cidades. Este serviço é especialmente útil em rotas com alta demanda, como entre Houston e Austin, no Texas”, revela.

Toledo aponta que Houston e Austin são cidades com grande movimento de executivos e turistas. No entanto, o custo de voos para Austin é frequentemente mais barato do que para Houston, incentivando empresas e famílias a optar pelo transporte terrestre entre as duas cidades. “Uma van pode cobrar cerca de $500 por viagem, resultando em um faturamento potencial de $15.000 ao mês por veículo”, declara.

As vans são ideais para esse tipo de serviço devido à sua capacidade de personalização e conforto. “Totalmente equipadas para transporte executivo, esses veículos oferecem luxo e comodidade, tornando-as atraentes para empresas que buscam transportar seus executivos com sofisticação e segurança”, afirma.


Implementação do negócio

Além das vans personalizadas para o transporte executivo, existem alguns passos fundamentais a serem seguidos para uma implementação de sucesso desse tipo de empreendimento. “É importante estabelecer rotas principais com alta demanda, contratar motoristas qualificados, além de promover o serviço para empresas e clientes individuais, estabelecendo contratos regulares”, pontua.

Para se qualificar para o Visto E2, o negócio deve ser sustentável e trazer benefícios econômicos para os EUA. “É essencial que o investimento não seja considerado marginal. Portanto, operar com uma frota de duas a quatro vans pode atender aos requisitos mínimos do visto, mostrando que o negócio tem potencial de crescimento e impacto econômico”, relata o advogado.

O E2 oferece a possibilidade de viver e trabalhar nos EUA, além de permitir que o investidor leve sua família. O visto é renovável enquanto o negócio estiver operando de forma lucrativa. Para brasileiros com dupla cidadania de países parceiros dos EUA, essa é uma excelente oportunidade de expansão internacional.

Toledo acredita que investir em um negócio de transporte executivo pode ser uma maneira eficaz de obter o Visto E2 nos EUA. “Esse modelo de negócio não só atende aos critérios do visto, como também oferece um serviço lucrativo. Com a estrutura adequada e um plano de negócios sólido, é possível transformar essa ideia em uma realidade de sucesso”, finaliza.

 


Daniel Toledo é advogado da Toledo e Advogados Associados especializado em Direito Internacional, consultor de negócios internacionais, palestrante e sócio da LeeToledo PLLC. Para mais informações, acesse o site. Toledo também possui um canal no YouTube com mais 290 mil seguidores com dicas para quem deseja morar, trabalhar ou empreender internacionalmente. Ele também é membro efetivo da Comissão de Relações Internacionais da OAB Santos, professor honorário da Universidade Oxford - Reino Unido, consultor em protocolos diplomáticos do Instituto Americano de Diplomacia e Direitos Humanos USIDHR.


Toledo e Advogados Associados
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A partir de agosto, Governo do Paraná retira mais de 7 mil produtos do regime de Substituição Tributária

Para o especialista em inteligência tributária Fabrício Tonegutti, essa medida pode garantir estímulos econômicos ao comércio do estado 


A partir de 1º de agosto de 2024, passa a valer o decreto nº 6.048/2024, que determina a retirada de mais de 7 mil itens da substituição tributária, evitando o pagamento antecipado do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pelos comerciantes. Até o momento eles pagavam para manter os produtos em estoque, com a alteração, os custos tributários vão ser cobrados apenas no momento da venda efetiva. Segundo o especialista em inteligência tributária e diretor da Mix Fiscal, Fabrício Tonegutti, com essa decisão, as empresas paranaenses passam a ter um maior estímulo econômico. 


“O decreto implica que, de fato, os comerciantes vão ter um benefício no fluxo de caixa. A verdade é que quando um produto está na substituição tributária, ele paga como imposto total. Quando esses produtos saem da substituição tributária será possível comprar os produtos sem o tributo, pagando apenas após a venda da mercadoria”, explica o especialista.   


Tonegutti ainda ressalta que a substituição tributária gera uma série de problemas, já que para calcular o valor do imposto precisa estimar por quanto o mercado vai vender o produto. Porém, se essa estimativa estiver errada, se for um valor muito maior do que o mercado vai vender, significa que o fiscal está cobrando mais imposto do que deveria. Ou ao contrário, se o fiscal estima um valor menor do que o mercado, ele será prejudicado por receber um índice menor. “Via de regra, o fiscal estima um valor maior do que o mercado, partindo de uma média, mas ele sempre calcula os valores um pouco mais acima dessa média. Com isso, o fisco fica com um pouco mais de dinheiro e os comerciantes poderiam pedir até esse dinheiro de volta, mas é tão complexo que acabam não recorrendo. Portanto, sair da substituição tributária torna as coisas mais simples e justas”, comenta o diretor da Mix Fiscal, empresa com 20 anos de experiência em inteligência tributária para o varejo. 


O anúncio de que os produtos dos segmentos de papelaria, materiais de limpeza, artefatos domésticos de plásticos e produtos farmacêuticos, exceto medicamentos, passam a chegar ao consumidor final com menores preços, foi feito na primeira semana de junho pela Secretaria da Fazenda e Receita Estadual (SEFA) do Governo do Paraná. A medida poderá aumentar também a competitividade das empresas paranaenses em relação a outros estados que já adotam o mesmo sistema. 


Sobre os impactos para o consumidor final, Tonegutti explica que: “sem a cobrança antecipada da tributação abre uma oportunidade para que o comerciante venda a um preço inferior. Porém na prática, nem sempre essa oportunidade é aproveitada, pois algumas indústrias utilizam esses momentos de mudança fiscal para realizar o remanejamento nos preços de venda e aproveitam essas reduções para aumentar a margem. Mesmo com a oportunidade de reduzir bastante o valor de venda para o consumidor final, de repente essa oportunidade é perdida porque a indústria está realizando readequações das suas próprias margens. Quando ela é seguida, muito provavelmente vamos sentir a redução de preços em vários locais. E quando não é seguida, acabamos perdendo a oportunidade de redução e impactos para o consumidor final”. 


Abaixo, a relação de produtos retirados com o anúncio por categoria: 


- Papelaria: a tinta guache; prancheta de plástico; cartolina escolar e papel cartão, brancos e coloridos; canetas esferográficas; papel almaço, dentre outros. 


- Materiais de limpeza:  água sanitária; sabões; desinfetantes; detergentes em pó e líquidos; amaciante; esponjas; sacos de lixo, dentre outros. 


- Artefatos: objetos de vidro para serviço de mesa ou de cozinha, além de artigos para serviço de mesa ou de cozinha, como, por exemplo, Filtros descartáveis para coar café ou chá; bandejas; travessas; prato; xícaras ou chávenas, taças; copos e artigos semelhantes; de papel ou cartão, além de diversos outros. 


- Medicamentos: algodão, atadura, esparadrapo, gazes, pensos, sinapismos, além de diversos outros itens. 

 

 

Fabrício Tonegutti - Diretor executivo da Mix Fiscal, empresa com 20 anos de experiência em inteligência tributária para o varejo, Fabrício Tonegutti é especializado em direito tributário pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Reconhecido como um dos principais especialistas do setor, Tonegutti já prestou consultoria e serviços para mais de 10 mil supermercados em todo o Brasil, desenvolvendo soluções para otimização de processos e aumento da lucratividade.



Um país de desacertos, ilusões e sofrimento


Passados mais de cinco anos do ápice da Operação Lava Jato, que desvendou o maior esquema de corrupção já registrado no Brasil, o país vive a fase final de revisionismo dos processos judiciais resultantes da extensa investigação. O que se vê é uma sequência de anulações de sentenças – na prática “descondenações” - e de acordos de leniência, resultando em habilitações e no ressurgimento de políticos e empresários que estiveram envolvidos no escândalo repleto de provas e delações premiadas. 

Tudo isso leva o brasileiro a crer que existe a aceitação tácita da corrupção, como se fosse uma atividade econômica semelhante a qualquer, embora seja uma prática ilícita, descrita como crime no Código Penal Brasileiro. 

É preocupante assistir a isso diante de uma realidade com corruptores confessos, devoluções bilionárias de valores em acordos de leniência devidamente homologados pela Justiça, envolvendo dezenas de bilhões de reais e agora ver todos os que confessaram devidamente reabilitados e prontos a contratar novamente com o serviço público. 

Mentiras repetidas acabam sendo tomadas como se fossem verdades absolutas, o que faz o cidadão honesto imaginar que não está longe o dia o em que, de alguma forma, algum agente político defenda pública e explicitamente a revogação dos artigos 312, 316, 317 e 333 do Código Penal, aqueles que tipificam os crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, peculato e concussão, práticas que sangram os cofres do país há muitos anos. 

Pode parecer exagero, mas não é. Basta lembrar as recentes alterações na Lei da Ficha Limpa, outrora festejada como um grande avanço contra a eleição de políticos corruptos. Com a flexibilização da lei, a inexigibilidade de um candidato somente pode ser decretada se tiver havido condenação desse postulante por improbidade administrativa em razão de ato doloso e com comprovação de dano ao patrimônio público, além de enriquecimento ilícito do acusado. Isso mesmo: são condições cumulativas e não excludentes, ou seja, não basta somente uma, por incrível que possa parecer. Sabidamente, comprovar intenção, dano ao patrimônio público e enriquecimento ilícito do agente público pelo mesmo ato é tarefa difícil, e muitos inquéritos, após anos de investigação, são concluídos sem que seja possível juntar tais provas. Os investigados ficam impunes. 

Estamos diante de clara desvalorização da honestidade, razão pela qual cabe invocar o filósofo italiano Nicolau Maquiavel (1469-1527): “Um povo que aceita passivamente a corrupção e os corruptos não merece a liberdade. Merece a escravidão". Maquiavel também alertou: “Uma pátria onde receber dinheiro mal havido a qualquer título é algo normal não é uma pátria, pois neste lugar não há patriotismo, apenas interesses e aparências". E sem conhecer o Brasil, descoberto apenas 27 anos antes de sua morte, o italiano foi premonitório em seus escritos:  "Um país cujas leis são lenientes e beneficiam bandidos não tem vocação para liberdade. Seu povo é escravo por natureza". 

É muito triste ao cidadão de bem – a maioria absoluta - ver tudo isso ser aceito, com uma reviravolta que não se deu pela inexistência dos crimes investigados (muitos confessados), mas por falhas processuais. Perde o Judiciário, perde o povo, perde o país. É importante refletir o que disse o pintor holandês Vincent van Gogh (1853-1890), gênio do pós-impressionismo, que enxerga muito além das cores: “Se você perdeu dinheiro, perdeu pouco; se perdeu a honra, perdeu muito. Se perdeu a coragem, perdeu tudo”.




Samuel Hanan - engenheiro com especialização nas áreas de macroeconomia, administração de empresas e finanças, empresário, e foi vice-governador do Amazonas (1999-2002). Autor dos livros “Brasil, um país à deriva” e “Caminhos para um país sem rumo”. Site: https://samuelhanan.com.br


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