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quinta-feira, 11 de julho de 2024

Novas opções de tratamento para câncer de fígado avançam no Brasil

Entre as alternativas está a radioembolização hepática, que pode tratar o hepatocarcinoma primário e metastático  

 

A condição maligna que afeta o fígado conhecida como hepatocarcinoma (HCC) é

o quinto tipo de câncer mais comum em homens e o sétimo em mulheres, diagnosticado todos os anos em mais de meio milhão de pessoas por todo o mundo. Esse tumor costuma ser agressivo — que é quando há o acometimento geral do fígado, causando a disfunção do órgão e compressão de estruturas nobres, podendo levar ao óbito.

 

Por isso, a conscientização sobre as opções de tratamento disponíveis é fundamental na luta contra a doença, e abordar temas como qualidade de vida da população e sobrevida do paciente oncológico faz a diferença para quem busca por mais de uma opção terapêutica. “Para chegar ao melhor método de tratamento e por depender de diversos fatores, incluindo o estágio do câncer e a saúde geral do indivíduo, é necessário uma explicação sobre as opções disponíveis e indicadas para cada estágio do carcinoma, além da abordagem sobre os possíveis efeitos colaterais”, comenta o Dr. Felipe Nasser, radiologista intervencionista.

Um dos tratamentos disponíveis no Brasil para esse tipo de câncer é a radioembolização, indicada apenas para pacientes com tumores hepáticos nos quais o fígado é o único ou principal local da doença. O procedimento injeta milhares de microesferas contendo um isótopo radioativo (ítrio- 90 ou Y-90) diretamente nos tumores, por meio da artéria hepática, destruindo as células cancerígenas enquanto preserva os tecidos saudáveis ao redor.1

Outra opção é a imunoterapia, que consiste no uso de medicamentos que auxiliam o próprio corpo a combater as células malignas, explorando a capacidade do sistema imunológico em distinguir entre células normais e cancerosas. Porém, em certos casos, o tumor consegue evitar o ataque e o mecanismo de ação desses medicamentos pode desencadear uma resposta autoimune.2

Já a quimioterapia, um dos métodos mais populares, é o tratamento feito com medicamentos que destroem as células cancerígenas. Consiste na utilização de terapias que eliminam as células e impedem que se espalhem e se multipliquem no organismo. É um abordagem sistêmica que torna possível o controle do câncer e aproxima o paciente da cura, alcançada apenas com remoção do tumor ou transplante hepático.3 “Avanços recentes indicam que a combinação de tratamentos pode ser mais benéfica do que depender exclusivamente de um único agente quimioterápico”, comenta Nasser.

Estudos clínicos mostram que é possível associar a quimioterapia com a radioembolização, trazendo bons resultados para o paciente em tratamento. Em algumas situações, para pacientes que não respondem ao tratamento quimioterápico, a radioembolização pode ser implementada com baixos efeitos colaterais.

Para um pequeno número de pacientes, o tratamento pode causar redução suficiente do tumor para permitir a remoção cirúrgica ou enquadramento nos critérios de transplante de fígado.4-7 O tratamento está listado no rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde (ANS), o que significa que todos os usuários dos planos de saúde no Brasil têm acesso à radioembolização para tratar o hepatocarcinoma. 

Mesmo com diversas opções de tratamento para o HCC, a equipe médica indica o melhor método de forma individualizada, dentro do contexto de saúde de cada um. “É claro que quanto menos invasivo, melhor. Porém, até os métodos mais severos podem ser indicados para pacientes com perspectivas de controle da doença. Dentre todas essas modalidades de tratamento, é importante a avaliação médica com a melhor indicação para cada tipo de paciente e estágio do tumor”, finaliza Dr. Felipe.

 



Referências

[1] Embolization Therapy for Liver Cancer. American Cancer Society. Accessed at: https://www.cancer.org/cancer/types/liver-cancer/treating/embolization-therapy.html

[2] Stuart K.E. Tratamento sistêmico do carcinoma hepatocelular avançado. Site

UpToDate. 01.16.2019. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/systemic-treatment-for-advanced-hepatocelular-carcinoma

[3] Silva de Souza Rodrigues F, Morosini Polidori M. Enfrentamento e Resiliência de Pacientes em Tratamento Quimioterápico e seus Familiares. Rev. Bras. Cancerol. [Internet]. 31º de dezembro de 2012 [citado 15º de abril de 2024];58(4):619-27. Disponível em: https://rbc.inca.gov.br/index.php/revista/article/view/564

[4]. Wasan et al. Lancet Oncol 2017; 18: 1159–1171.

[5]. Garlipp B et al. Br J Surg 2019; 106: 1837-1846.

[6]. Cosimelli M et al. Br J Cancer 2010; 103: 324–331.

[7]. Sharma R et al. J Clin Oncol 2007; 25: 1099–1106

[8] Brazilian Government Website, GOV. BR. (2022). Accessed at 
https://www.gov.br/ans/pt-br/arquivos/assuntos/consumidor/o-que-seu-plano-deve-cobrir/anexo_ii_dut_2021_rn_465-2021_tea-br_rn473_rn477_rn478_rn480_rn513_rn536_rn537_rn538_rn539_rn540_rn541_rn542_rn544_546_550_553_571v2_575_14mar23.pdf


Férias de julho: dicas para os diabéticos viajaram em segurança

Beatriz Scher, criadora do perfil @biabetica, compartilha orientações para os portadores da doença viajarem sem complicações

 

As férias de julho chegaram para trazer momentos juntos à família, com ela, a vontade de conhecer novos lugares ao lado dos entes queridos se torna comum. Apesar de ter a proposta de ser um momento de lazer e tranquilidade, viajar com diabetes pode parecer desafiador por diversas razões. Para Beatriz Scher, diagnosticada com diabetes tipo 1, desde os seis anos de idade, patologias não deveriam ser consideradas como empecilho para aproveitar uma viagem. “Como lido com a doença desde muito nova, hoje tiro de letra o que não podemos deixar de levar em uma viagem. O essencial é garantir que na sua mochila tenha suprimentos suficientes de insulina, medicamentos, e todos os materiais necessários para monitorar e controlar os níveis de glicose no sangue”, diz. 

Beatriz garante que é possível viajar e curtir a vida mesmo tendo diabetes, só é preciso um pouco mais de planejamento e responsabilidade. “Tendo tudo que precisa à mão, os imprevistos com o diabetes conseguem ser resolvidos rapidamente, sem a necessidade de passar perrengue fora de casa. Não devemos deixar o medo de ter imprevistos tirar a vontade de passear e criar novas experiências”, reforça. 

Segundo ela, uma das maiores preocupações relatadas por seus seguidores, são os medos ao lidarem com a segurança nos aeroportos. Bia recomenda um documento de identificação específico para a bomba de insulina, proporcionando informações sobre o dispositivo e suas permissões. Além disso, ela compartilha suas experiências pessoais e conselhos práticos que fazem toda a diferença.
 

Medicamentos e Insulina:

“Verifique se você tem insulina suficiente para toda a viagem, considerando possíveis atrasos ou imprevistos, sempre indico levar o dobro ou o triplo da quantidade que normalmente usaria durante a viagem. Leve também medicamentos adicionais, caso use. Identifique claramente todos os medicamentos”, pontua Bia.
 

Suprimentos para teste de Glicose:
“Tenha tiras reagentes, lancetas e um medidor de glicose com você. Verifique se o medidor está funcionando corretamente antes de sair. Leve tiras de teste em quantidades adequadas” ressalta a influenciadora diabética.


Lanches e Carboidratos Rápidos:

“Para que o diabético tenha segurança e tranquilidade, é sempre bom levar alguns lanches rápidos que contenham carboidratos para o caso de precisar elevar seu nível de glicose rapidamente. Parece uma besteira, mas para quem é portador da doença, dicas como essa podem salvar vidas”, esclarece.
 

Segurança nos Aeroportos:

Bia divide sua experiência em viagens e diz que é sempre bom informar aos profissionais sobre a sua condição ao se apresentar aos seguranças. Ela alerta também para evitar o raio-x para o aparelho de insulina se for possível. “É importante ressaltar que a bomba de insulina não pode passar na esteira de raio-x junto com malas e outros pertences, e sim no detector de metais. Isso porque o aparelho é usado no corpo do diabético e não deve ser retirado durante esse momento. O que pode passar na esteira, sem problemas, são os insumos.”
 

Informações médicas:

Beatriz enfatiza a importância de ter sempre na bolsa ou mochila de mão informações de contato do seu médico e detalhes sobre sua condição médica, para o caso de precisar de assistência médica durante a viagem.

 

Beatriz Scher (@biabetica) - Conhecida como a “influencer da diabetes”, a carioca de 30 anos começou a se aventurar na produção de conteúdo sobre a condição, em 2016. Diagnosticada aos seis anos com diabetes tipo 1, hoje seu objetivo é ser uma porta-voz em prol da conscientização da doença. Através do @biabetica, que conta com mais de 50 mil seguidores no Instagram, Beatriz Scher compartilha a rotina de uma pessoa com a condição, além de educar sobre tratamentos, aparelhos e tudo relacionado ao universo da diabetes. O projeto rendeu, inclusive, uma nova empreitada: a loja Biabética, e-commerce especializado em acessórios alegres e divertidos para pessoas com a condição.

ENTENDA POR QUE CIGARROS ELETRÔNICOS PODEM ARRUINAR O SEU SORRISO



 
Não é apenas o cigarro tradicional, os cigarros eletrônicos podem afetar o paladar, o olfato, causar desidratação e ainda potencializa os riscos de cáries.

 

Com formatos variados, aromas mais agradáveis e uma gama de sabores, o cigarro eletrônico virou febre entre jovens e adultos, oferecendo uma alternativa aparentemente ‘menos’ prejudicial. No entanto, mesmo as versões sem nicotina podem representar riscos para a saúde bucal, é o que alerta recentes estudos. 

Uma pesquisa publicada no Journal of the American Dental Association no final de novembro de 2022, aponta relação entre o uso de cigarros eletrônicos e o aumento da incidência de doenças gengivais e danos ao esmalte dos dentes. E apesar de a Anvisa proibir a comercialização, importação e propaganda de todos os tipos de dispositivos eletrônicos para fumar no Brasil, o número de usuários continua a aumentar. Em 2018, uma pesquisa do Ipec revelou que 500 mil brasileiros usavam cigarros eletrônicos, número que cresceu para 2,2 milhões em 2022. 

“As pessoas buscam essas alternativas acreditando que os danos são menores, mas a verdade é que os vapores liberados pelos dispositivos do cigarro eletrônico contêm uma combinação de substâncias químicas que podem afetar a saúde dos tecidos da boca. O vapor aquecido pode causar irritação nas mucosas bucais e secar a saliva, o que é preocupante porque a saliva desempenha um papel importante na neutralização dos ácidos produzidos por bactérias na boca e na proteção dos dentes contra cáries", explica. 

Além disso, Nastri destaca que a presença de nicotina nos líquidos do cigarro eletrônico também é uma questão preocupante. "A nicotina não apenas aumenta o risco de desenvolvimento de doenças gengivais, mas também reduz o fluxo sanguíneo para os tecidos da gengiva, comprometendo a capacidade do corpo de combater infecções e de se recuperar de danos", alerta. 

E os danos podem ir além disso, segundo o especialista, a consistência viscosa do vapor pode contribuir para o acúmulo de resíduos nos dentes, afetando não apenas a estética do sorriso, mas também funções essenciais como o paladar e o olfato. O resíduo depositado nos dentes pode interferir na percepção dos sabores e dos odores, o que pode ser um problema significativo para os usuários. 

Conversamos com o Dr. Victor Nastri que destaca alguns sinais de alerta, veja:

Boca Seca (Xerostomia): Segundo Nastri, o vape pode reduzir a produção de saliva, levando à boca seca. A saliva é essencial para neutralizar ácidos produzidos pelas bactérias na boca e para lavar restos de alimentos. Sem saliva suficiente, o risco de cáries e infecções aumenta.
 

Irritação na Gengiva: Outro ponto destacado pelo dentista são as substâncias químicas presentes no líquido do vape que podem irritar os tecidos gengivais, causando inflamação e sensibilidade. Isso pode levar a gengivite, uma condição inicial de doença periodontal.
 

Aftas e Úlceras Bucais: O uso de vape pode causar lesões na mucosa oral, resultando em aftas e úlceras. Essas lesões podem ser dolorosas e dificultar a alimentação e a fala.
 

Cáries Dentárias: Os líquidos do vape frequentemente contêm açúcares e outros adoçantes que podem aderir aos dentes, aumentando o risco de cáries. Além disso, a redução na produção de saliva exacerba esse risco.
 

Mudanças na cor dos dentes: Alguns usuários de vape relatam manchas nos dentes. Isso pode ser causado por ingredientes no líquido do vape que deixam resíduos nos dentes, assim como acontece com o tabaco tradicional.
 

Alguns pesquisadores afirmam que ainda é cedo para saber se os cigarros eletrônicos são mais seguros do que os cigarros. Como a pesquisa continua a explorar os efeitos a longo prazo do vape na saúde, é necessário que tanto profissionais de saúde quanto usuários estejam conscientes dos riscos associados a essa prática do uso dos dispositivos eletrônicos.

 



Dr. Victor Nastri - Cirurgião Dentista, membro da sociedade brasileira de odontologia estética, o profissional se consolidou como líder em inovação e excelência no Grande ABC (SP). Suas especializações abrangem facetas e lentes de contato dentais, sendo reconhecido por sua técnica e visão estética apurada. Além de sua atuação clínica, Victor Nastri é uma figura proeminente na educação odontológica. Como professor em programas de pós-graduação, ele compartilha seu conhecimento e experiência, contribuindo para a formação de futuros profissionais na área. Como palestrante, Victor tem sido uma fonte para a comunidade odontológica, participando de eventos nacionais e internacionais para compartilhar suas ideias inovadoras e perspectivas sobre o futuro da odontologia. Victor Nastri é reconhecido como um pioneiro na introdução de tecnologias avançadas no campo odontológico.


Férias chegando: é possível ‘pausar’ tratamentos quimioterápicos?

 Sessões e a própria doença podem causar efeitos colaterais; especialista do Vera Cruz Oncologia fala da possibilidade de intervalos

 

A dúvida sobre a possibilidade de se tirar um breve período de “férias” durante o tratamento oncológico com quimioterapia é muito comum nos consultórios, como explica a oncologista clínica, Lais Feres, que integra a equipe do Vera Cruz Oncologia, em Campinas (SP). E, segundo a médica, isso é possível, sim. Em alguns casos, a pausa pode, inclusive ter efeito positivo na recuperação do paciente. Mas depende de vários fatores, como o tipo de câncer, o estágio da doença, a resposta ao tratamento e o estado de saúde geral do paciente. 

No período de férias, que se aproxima, pacientes podem aderir ao intervalo, em razão de compromissos, viagens, para minimizar o estresse do tratamento ou algum outro motivo, desde que atendam a alguns quesitos. “Seriam aqueles com baixo volume da doença, com tumores com crescimento mais lento ou remissão parcial ou completa, e aqueles que o oncologista e pacientes decidem juntos esta pausa”, diz. 

Por outro lado, também existem casos em que a interrupção temporária do tratamento não é recomendada, uma vez que necessitam de controle rigoroso da progressão do câncer ou por demais implicações clínicas. “Geralmente, em pacientes com câncer em estágio muito avançado e altamente agressivos, a pausa pode fazer com que o tumor progrida rapidamente. Naqueles cuja resposta ao tratamento não tem sido a esperada, a pausa pode agravar a doença e piorar os sintomas do paciente. Para quem está fazendo tratamentos pré ou pós operatórios, tratamentos curativos, a pausa também não é recomendada, nesses casos geralmente se houver muitos efeitos colaterais são reduzidas as doses ou trocadas as medicações”, destaca a médica. 

Pausa: vantagens ou desvantagens?

Com toda certeza, o mais importante do tratamento é o paciente, como está se sentindo tanto fisicamente quanto psicologicamente, e a qualidade de vida é um parâmetro muito pontuado nos estudos em oncologia.

“O mais importante, quando pensamos em férias de quimioterapia, é que a equipe médica tenha uma boa relação com o paciente, e que o paciente tenha confiança no oncologista que o acompanha. Essa decisão dependerá de uma conversa honesta, da abordagem dos riscos e benefícios em se pausar o tratamento, levando-se em conta a segurança e o tempo de qualidade durante a doença, incluindo momentos com a família e amigos, aproveitando essas atividades com disposição”, enfatiza.

 

Tempo de pausa

De acordo com a médica, não existe um período exato para o tempo de “férias”. “O importante é que a pausa seja monitorada com exames de imagem e marcadores, além de consultas com o oncologista, a cada dois ou três meses, para a decisão de quanto voltar ou não com o tratamento”, conclui. 

 



Vera Cruz Oncologia


Sociedade de Endocrinologia recomenda restrição na suplementação de vitamina D

Estudo publicado em junho aponta que não há consenso sobre quantidade ideal da vitamina a ser suplementada para prevenção de doenças

 

A Sociedade de Endocrinologia, uma associação global com mais de 100 anos de história sediada nos Estados Unidos, sugere limitar a suplementação de vitamina D em indivíduos saudáveis. De acordo com estudo publicado em junho e apresentado durante a reunião anual da entidade, adultos saudáveis com menos de 75 anos não necessitam de suplementação além da ingestão diária recomendada. 

O documento desaconselha, também, que especialistas solicitem exames rotineiros de sangue para identificar nível de vitamina D em indivíduos saudáveis, inclusive pacientes com obesidade ou pele mais escura, que naturalmente necessitam de maior exposição solar para absorção adequada da vitamina. 

O documento indica grupos específicos que podem se beneficiar da suplementação: crianças e adolescentes entre 1 e 18 anos, para prevenir raquitismo e infecções respiratórias; idosos com mais de 75 anos, para redução do risco de mortalidade; e adultos com pré-diabetes, visando reduzir o risco de diabetes tipo 2. As recomendações específicas são de 600 UI/dia para pacientes com idades entre 1 e 17 anos e 800 UI/dia para indivíduos com mais de 70 anos. 

Para a clínica médica dos Hospitais São Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, Larissa Hermann, é importante que haja novas orientações sobre a vitamina. “O benefício mais claro da vitamina D é para a saúde óssea, pois influencia significativamente na absorção de cálcio e na formação do osso. No entanto, em relação ao risco cardiovascular, câncer e imunidade, existem vários fatores de confusão nos estudos. Ainda não está claro se níveis mais altos da vitamina D trazem benefícios diretos ou se a própria vitamina D é apenas um marcador da saúde geral de um paciente que se alimenta bem, pratica atividade física e tem exposição solar adequada, o que impacta na mortalidade e outros fatores de risco”, observa a especialista. 


Recomendações 

A médica sugere ingerir alimentos ricos em vitamina D, como frutos do mar, especialmente peixes como atum, sardinha e salmão, além de mariscos. “Também é importante incluir alimentos facilmente encontrados no dia a dia, como ovos e leite, que ajudam a manter níveis aceitáveis dessa vitamina”. Ela ressalta que a suplementação da vitamina D está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), geralmente associada ao cálcio, e é recomendada para pacientes com osteoporose já diagnosticada.

Outra orientação importante é a exposição à luz do sol. Indivíduos com pele branca devem buscar exposição de 15 minutos por dia, sempre que possível. Já pessoas de pele preta necessitam de um tempo maior, de 30 minutos a 1 hora. Isso porque esses indivíduos têm prejuízo na síntese da vitamina em razão da presença maior de melanina, que é capaz de dissipar a radiação UV absorvida pela pele. 

“A luz do sol traz enormes benefícios para o organismo, inclusive a regulação dos hormônios que controlam nosso ciclo de sono, vigília, imunidade e estresse. No entanto, é importante realizar essa exposição fora do intervalo entre 10h e 16h, quando há maior incidência de raios ultravioletas”, orienta a clínica médica.

 

Hospital São Marcelino Champagnat


Estado de São Paulo registra aumento nos casos de coqueluche

Feepik
Infectologista do Hospital Japonês alerta sobre a importância da vacinação para prevenir a doença



Os casos de coqueluche vêm aumentando exponencialmente no estado de São Paulo. Segundo a Secretaria de Saúde, foram notificados 139 casos da doença entre janeiro e o início de junho, um aumento de 768,7% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram registrados apenas 16 casos.

 

O último pico epidemiológico da doença no Brasil ocorreu em 2014, com 8.614 casos registrados. De 2019 a 2023, todos os estados brasileiros notificaram casos de coqueluche. Entre os principais, Pernambuco teve 776 notificações, São Paulo 300 casos, Minas Gerais 253, Paraná 158 e Bahia 122. Nesse período, foram registradas 12 mortes pela doença, sendo 11 em 2019 e 1 em 2020.

 

Segundo o infectologista do Hospital Japonês Santa Cruz, Dr. Silvio Bertini, a coqueluche é uma infecção respiratória caracterizada pela tosse seca. “A coqueluche é uma infecção respiratória causada por uma bactéria, sendo altamente transmissível, e é caracterizada principalmente pela tosse seca, podendo atingir a traqueia e os brônquios”.

 

A transmissão da doença ocorre pelo contato direto com uma pessoa contaminada, afetando principalmente crianças menores de 6 meses. A coqueluche pode apresentar complicações graves e, se não tratada adequadamente, pode ser fatal. Os sintomas geralmente começam a aparecer de q, mas esse período pode variar de 4 a 21 dias.

 

“Os sintomas podem se manifestar em três níveis: o primeiro com sintomas de um resfriado comum, como mal-estar, tosse seca, corrimento nasal e febre baixa; no estágio intermediário, a tosse seca e outros sintomas pioram; no estágio mais severo, as crises de tosse pode comprometer a respiração, provocar vômitos e causar cansaço extremo”, explica o infectologista.

 

A tosse seca é um forte indicativo da coqueluche, mas para confirmar o diagnóstico o médico pode pedir exames complementares, como coleta de material de nasofaringe para cultura, PCR em tempo real, hemograma e raio-x de tórax. O tratamento é feito com antibióticos prescritos conforme orientação médica.

 

Imunização

A vacina é o principal meio de prevenção contra a coqueluche. A vacinação deve ser feita em crianças menores de 1 ano, com a aplicação de doses de reforço aos 15 meses e aos 4 anos, além da imunização de gestantes, puérperas e profissionais da área da saúde. A cobertura vacinal inclui três doses para crianças menores de 1 ano: a primeira aos 2 meses, a segunda aos 4 meses e a terceira aos 6 meses, seguidas de doses de reforço com a vacina DTPA, que protege contra difteria, tétano e coqueluche, conhecida como tríplice bacteriana.

 

“Manter a vacinação em dia é essencial para prevenir surtos de coqueluche e proteger principalmente os grupos mais vulneráveis, como crianças pequenas e gestantes”, conclui o Dr. Silvio.

Endocrinologista desmistifica as causas da obesidade


 

Cerca de 1 bilhão de pessoas vivem com obesidade no mundo, conforme alerta a Organização Mundial da Saúde (OMS), e esses índices crescem em crianças e adolescentes. Mas, apesar desse cenário crítico, o desconhecimento e a falta de informação sobre essa doença ainda são preocupantes, pois não afetam somente a saúde física como também a mental das pessoas, comprometendo o bem-estar e a qualidade de vida dos indivíduos.

Segundo a endocrinologista e vice-presidente da área médica da Novo Nordisk, Priscilla Mattar, é fundamental esclarecer que a obesidade não é uma questão de falta de caráter, falta de vontade, preguiça, desleixo ou indisciplina, características que levam a estereótipos e nutrem estigmas e preconceito. “A obesidade é uma doença crônica, multifatorial, progressiva que requer tratamento médico, uma vez que está associada a mais de 200 enfermidades, como por exemplo, o diabetes tipo 2, as doenças cardiovasculares, a hipertensão e a alguns tipos de câncer”, explica. 

Para a especialista, além da possibilidade de desenvolver transtornos psicológicos como ansiedade e depressão, gerar bullying – especialmente na infância e adolescência – a corroboração desses preconceitos pode afastar a pessoa com obesidade do tratamento, o que acaba por agravar o quadro de saúde do indivíduo. 

“A autodepreciação e o isolamento de pessoas com obesidade são uma realidade imposta pela desinformação social e o não reconhecimento da doença. Compreender a complexidade e os fatores que determinam o diagnóstico é crucial para que a obesidade possa ser evitada e, uma vez diagnosticada, ser tratada de maneira efetiva, o que traz ganhos à saúde física, mental e qualidade de vida do paciente”, ressalta. 

Considerando que no Brasil uma pessoa a cada quatro tem obesidade, conforme dados da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônica Vigitel 2023, monitoramento anual da Ministério da Saúde, a endocrinologista desmistifica abaixo alguns conceitos sobre essa preocupante doença crônica.
 

Apenas comer muito não determina a obesidade. Verdade.

A obesidade não decorre somente de maus hábitos alimentares. A ingestão calórica superior ao gasto energético é um fator que influencia o aparecimento da doença, mas não é o único. Essa doença é complexa, e está relacionada a uma série de causas: genéticas, ambientais, hormonais, comportamentais e fisiológicas.

 

Dieta restritiva é o suficiente para driblar a doença. Mito. 

Dietas restritivas podem levar a déficit nutricionais. Segundo a endocrinologista, o correto é optar por uma reeducação alimentar. “A dificuldade de adequação do corpo às restrições extremas não torna essas estratégias funcionais, mas causam estresse, insatisfação e tristeza. Dietas equilibradas garantem energia e disposição, facilitam a adaptação e diminuem o peso de maneira sustentada e eficaz”, esclarece.

 

Dormir pouco aumenta as chances de obesidade. Verdade. 

Pessoas que dormem menos têm mais chances de ter obesidade. Assim como o sedentarismo, alterações hormonais e genética, a qualidade do sono também pode ser determinante. Horas insuficientes de sono geram aumento do apetite e resistência à insulina, favorecendo o ganho de peso e o desencadeamento de doenças.

 

Saúde mental não pode contribuir com o surgimento da doença. Mito.

Pessoas com problemas de saúde mental têm mais chances de desenvolver obesidade. Assim como a condição pode ser determinante para o surgimento de danos psicológicos ocasionados pelos estereótipos negativos e dificuldades de socialização, pessoas que já se encontram emocionalmente abaladas correm o risco de chegarem a um quadro de obesidade.

 

Desigualdade social impacta nos casos de obesidade. Verdade. 

Estudos apontam aumento da prevalência da obesidade em países subdesenvolvidos devido à falta de acesso a informações, oportunidades e alimentação equilibrada. A rotina corrida e exaustiva de grupos sociais mais vulneráveis impacta diretamente a saúde. A facilidade de consumo e a acessibilidade econômica de produtos industrializados é evidentemente maior do que a de uma dieta balanceada e rica em nutrientes.

 

Novo Nordisk
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Estudos apontam que metade da população terá algum tipo de alergia até 2050

Especialista comprova que é possível viver bem, mesmo com a condição 

 

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 35% da população mundial lida com doenças alérgicas respiratórias.  A projeção do Atlas Global de Alergia da EAACI (Academia Europeia de Alergia e Imunologia) prospecta um crescimento nessa estimativa, apontando que quase metade do público terá algum tipo de alergia, seja alimentar, dermatológica ou proveniente de outras causas.

Neste cenário, saber identificar a condição é essencial, no intuito de buscar o melhor tratamento. Para Julinha Lazaretti, bióloga e cofundadora da Alergoshop, rede pioneira de itens hipoalergênicos, “A conscientização e a educação sobre alergias são fundamentais. Elas podem impactar significativamente a qualidade de vida. Por isso, quanto mais assertivo e precoce for o diagnóstico, melhor será a qualidade de vida do paciente”, esclarece.

Lazaretti explica que foi a partir desse cenário que a marca surgiu – “Minha sobrinha apresentava indicativos de alergia, porém não havia produtos no mercado nacional que suprissem sua necessidade. Foi a partir desse ponto que surgiu a Alergoshop”. Hoje, a rede soma mais de 30 anos de atuação no mercado, oferecendo itens que vão desde capas antiácaro para travesseiros e colchão até cosméticos com fórmulas seguras e livres de 95 substâncias nocivas à saúde humana.


A importância do diagnóstico

Julinha ressalta que o diagnóstico precoce e o manejo adequado são essenciais para prevenir complicações mais sérias. “Muitas pessoas não sabem que têm alergia até que experimentam uma reação severa. Por isso, incentivamos a procura por profissionais de saúde especializados para a realização de testes alérgicos a partir da manifestação de sintomas que podem estar relacionados à condição”.

A educação contínua sobre os tipos de alergia e seus sintomas é igualmente vital. “Entender os sinais e os gatilhos das alergias pode fazer uma enorme diferença na vida das pessoas. Uma vez diagnosticadas, elas podem evitar os alérgenos e adotar medidas preventivas que realmente funcionem para elas”, afirma Julinha.

A especialista também destaca a importância de personalizar o tratamento para cada indivíduo. De acordo com Lazaretti, cada pessoa reage de maneira diferente aos alérgenos, e o que funciona para um pode não funcionar para outro. Por isso, é vital seguir um plano de tratamento desenvolvido especificamente para as necessidades de cada paciente.


É possível conviver com a condição?

Viver com qualidade de vida, mesmo apresentando alergias alimentares, respiratórias ou dermatológicas, é plenamente possível com os devidos cuidados e prevenção. A chave para uma vida saudável está no conhecimento e na adaptação ao ambiente e aos hábitos diários. O diagnóstico precoce, aliado a um acompanhamento médico especializado, permite que as pessoas identifiquem os alérgenos e adotem estratégias eficazes para evitá-los. Dessa forma, é possível minimizar as reações e evitar complicações, garantindo um dia a dia mais tranquilo e saudável.

A indústria cosmética, por exemplo, tem feito avanços significativos no desenvolvimento de produtos que asseguram o bem-estar do público alérgico. Existem no mercado diversas opções de cosméticos hipoalergênicos e livres das substâncias nocivas à saúde humana, formulados para minimizar o risco de reações adversas na pele. “Esses itens são cuidadosamente elaborados sem fragrâncias e outros irritantes comuns, proporcionando segurança e conforto para quem tem pele sensível ou condições dermatológicas como eczema e dermatite”, explica Julinha.

Para aqueles que sofrem de alergias respiratórias, os produtos de limpeza livres de agentes agressivos são aliados essenciais no controle dos sintomas. Essas linhas são formuladas sem substâncias químicas agressivas e sem fragrâncias que podem desencadear crises. Usar esse tipo de item em casa ajuda a manter o ambiente livre de alérgenos e irritantes, como poeira, ácaros e mofo, contribuindo para um ar mais puro e saudável. Vale também investir em purificadores de ar e aspiradores de pó com filtros HEPA, reduzindo ainda mais a presença de alérgenos no ambiente doméstico.

Além das opções já mencionadas, é importante considerar outras medidas que podem melhorar a qualidade de vida de pessoas com alergias. Adotar uma dieta balanceada, praticar atividades físicas regularmente e manter hábitos de higiene adequados são passos fundamentais. Também é fundamental estar sempre atualizado com as informações sobre alergias e tratamentos disponíveis.

 


Alergoshop
https://alergoshop.com.br/


Dia do Rock: cuide dos seus ouvidos e curta o dia com segurança

Especialista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz alerta sobre os riscos e dá dicas para manter a saúde auditiva 

 

Comemorado no próximo sábado, 13 de julho, o Dia Mundial do Rock celebra um dos gêneros musicais mais amados de todos os tempos. No entanto, é importante lembrar que ouvir música com o volume alto, especialmente em shows, pode causar danos irreversíveis à saúde auditiva. 

O Dr. Márcio Salmito, médico otorrinolaringologista da Unidade Campo Belo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, explica que a intensidade do som nos fones de ouvido, que são amplamente utilizados para ouvir música, assistir vídeos e filmes e até para ouvir mensagens de voz, não deve exceder 80 decibéis. Acima disso, é possível lesionar as células sensoriais do ouvido interno, conhecidas como células ciliadas. 

"Quanto mais alto o som, menor deve ser o tempo de exposição para evitar a destruição precoce das células auditivas. Alguns aparelhos eletrônicos, como celulares, vêm com limitadores de som que avisam quando o volume está acima do recomendado. Aconselho a utilização desses recursos", recomenda o especialista.

 

Primeiros sinais

Identificar os primeiros sinais de perda auditiva é crucial para a intervenção precoce. "Esses sintomas podem ser sutis, como dificuldade em compreender a fala de pessoas, especialmente em ambientes barulhentos, por conta da perda da capacidade de ouvir sons mais agudos", explica Dr. Salmito. Essa dificuldade ocorre porque as células ciliadas da base da cóclea, mais próximas de onde o som chega ao ouvido, são geralmente as primeiras a serem danificadas. 

Com o tempo, a dificuldade de ouvir pode agravar ao ponto de se tornar necessário aumentar o volume dos aparelhos sonoros de casa e de ter dificuldade em seguir conversas em locais levemente barulhentos. 

Além disso, a perda auditiva pode vir acompanhada de zumbido (tinnitus). Os sons intensos podem em casos mais extremos até lesionar células do labirinto e ocasionar tontura, vertigem ou desequilíbrios. "O zumbido é um forte indicativo de que algo está errado no ouvido. É uma percepção de som sem uma fonte externa, com características sonoras diversas, como um apito, sopro, chiado, entre outros, podendo ser intermitente ou constante", diz.

 

Tratamento

A perda auditiva pode ser neurossensorial, condutiva ou mista, e o tratamento varia conforme a causa e gravidade. A perda auditiva neurossensorial, a mais comum, ocorre quando as células ciliadas do ouvido interno são danificadas por fatores como idade ou exposição excessiva aos agressores do ouvido, como os sons intensos. "Em casos agudos, como trauma acústico devido a um som muito alto, é necessário buscar o auxílio médico imediato para aumentar as chances de recuperação. O uso de anti-inflamatórios pode ser indicado para minimizar os sintomas, ou, eventualmente, recuperar, ao menos em parte, as células danificadas", explica. 

Para casos crônicos de perda neurossensorial, onde a exposição contínua a ruídos altos destruiu células auditivas irreversivelmente ao longo do tempo, as opções de tratamento são limitadas, pois essas células não se regeneram. 

Nesses casos, a solução mais eficaz é o uso de aparelhos de amplificação sonora individual (AASI), conhecidos simplesmente como "aparelhos auditivos", que são sofisticados e personalizados para cada paciente. "Esses dispositivos podem amplificar sons específicos, melhorando a qualidade de vida dos usuários. Além disso, implantes cocleares são opções para perdas profundas, fornecendo audição de volta a quem chegou a ficar surdo", acrescenta Dr. Márcio Salmito. 

Já a perda auditiva condutiva, causada por obstruções no ouvido externo ou médio, pode ser tratada com cirurgia ou com medicamentos. A perda auditiva mista combina ambas as condições.

 

Importância dos exames

Para aqueles que estão regularmente expostos a ambientes barulhentos, como shows de rock ou ambientes de trabalho ruidosos, a realização periódica de exames auditivos é crucial. "Monitorar a saúde dos ouvidos é essencial, pois a perda auditiva induzida por ruído (PAIR) pode se desenvolver gradualmente e passar despercebida até que se torne significativa", explica o médico. 

Dr. Márcio Salmito enfatiza a importância da detecção precoce de qualquer tipo de perda de audição, já que permite a adoção de medidas preventivas e tratamentos adequados. "Para aqueles que já apresentam algum grau de perda auditiva, os exames regulares ajudam a monitorar a progressão da condição, além de permitir encontrar o melhor tratamento", salienta. 

 


Hospital Alemão Oswaldo Cruz
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Cirurgia de adenoide: quando (e por que) é preciso fazê-la?

Bem menos invasiva do que no passado, a intervenção de retirada da chamada "carne esponjosa" em crianças é um procedimento de baixo risco, rápida recuperação e que evita uma série de problemas futuros, destaca especialista do Hospital Paulista 

 

A indicação de cirurgia sempre assusta os pais e, claro, vira motivo de grande preocupação. Afinal, ninguém quer submeter o filho aos riscos de uma operação (ainda que mínimos). A não ser que isso seja essencial à saúde deles – certo?

Pois é justamente o que acontece no caso da hipertrofia de adenoide, também chamada de carne esponjosa. Para muitas crianças, o procedimento de retirada dessa pequena estrutura localizada atrás do nariz, logo acima do céu da boca, é a recomendação mais assertiva para sanar essa disfunção.

Isso porque, muito mais do que uma obstrução que compromete a atividade respiratória, a hipertrofia de adenoide pode trazer consigo uma série de consequências bastante danosas, quando não tratada.

Bem além do nariz entupido e da voz anasalada (que são os sintomas mais clássicos), essa disfunção está diretamente associada a problemas de crescimento na infância, assim como ao ronco, apneia, cansaço diurno, agitação, irritabilidade, hiperatividade, dificuldade de concentração – e inclui, ainda, problemas de desalinhamento da arcada dentária, bruxismo e, até mesmo, tosses, otites e sinusites.

"A opção pela cirurgia, ou não, leva em conta, principalmente, o tamanho da adenoide. Ou seja, até que ponto essa carne esponjosa interfere nas estruturas da face. Se for de tamanho médio ou pequeno, é indicado o tratamento clínico com medicação, sem necessidade de cirurgia. Já nos casos mais graves, a retirada é sem dúvida o melhor a se fazer", esclarece o Dr. Gilberto Ulson Pizarro, otorrinolaringologista do Hospital Paulista – referência nacional em saúde de ouvido, nariz e garganta.


Muito menos invasiva

Aos pacientes que recebem a indicação de cirurgia, o médico pondera que, hoje em dia, o procedimento é muito menos invasivo do que antigamente e a reabilitação também é mais rápida.

"O avanço das técnicas de imagem e a adoção de novos instrumentos, como o microdebridador, permitem que a cirurgia seja realizada somente com o tato dos dedos, garantindo mais segurança no controle do sangramento, além de torná-la mais precisa, não deixando restos que poderiam recidivar o processo", destaca.

Quanto à recuperação, o especialista explica que também houve avanços em relação ao passado. "A cirurgia da adenoide, sem a cirurgia da amigdalas, hoje é muito mais segura e de rápida recuperação, diminuindo o tempo para a criança voltar a comer e voltar para suas atividades normais. Geralmente, a maioria das crianças se recupera da remoção da adenoide em uma a duas semanas.”


A qualquer idade, a depender do dano

Sobre a decisão de quando operar, o médico afirma que depende mais do dano causado pela adenoide do que propriamente da idade do paciente.

"Há casos de bebês, por exemplo, em que a adenoide chega a obstruir o conduto auditivo. Neste tipo de situação, o procedimento deve ser feito independentemente da idade. Por outro lado, nos casos em que adenoide atrapalha apenas a respiração, é possível esperar até os 3 anos, se a criança não tiver sintomas associados à apneia obstrutiva do sono."

Por fim, quantos aos possíveis riscos, o Dr. Gilberto destaca que eles são mínimos, desde que tomadas as devidas precauções.

"Toda intervenção cirúrgica exige cuidados, isto é, exames pré-operatórios feitos e avaliação do médico, seja o pediatra ou o cardiologista. No caso da adenoide, a cirurgia é bem segura. Apresenta risco de sangramento menor que 2%, e os riscos associados a anestésicos e outros problemas são menores que 1% em crianças sem comorbidades.”



Hospital Paulista de Otorrinolaringologia


Quatro dicas para melhorar a mobilidade do idoso com sarcopenia no dia a dia

“Tenha empatia. Se hoje você não é idoso, um dia será”

 

Com o avançar da idade, além da sarcopenia (perda de massa e função muscular) alguns aspectos da vida do idoso se gravam como, por exemplo, a queda do arco plantar. “Mesmo que ele não tenha sarcopenia, a queda do arco plantar é inerente do avançar da idade. E, com isso, perde-se o equilíbrio e a velocidade na marcha. A coordenação também fica comprometida. Alguns idosos usam aparelhos auditivos, o que influencia o equilíbrio e a postura. Então, qualquer programa de exercício físico deve ser muito bem planejado, para que realmente atenda ao ganho de massa e a função muscular”, explica Adriana Cognolato, educadora física da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (ABRASSO).

 

De modo geral, existem recomendações que valem para todos os idosos com sarcopenia? - Os exercícios resistidos são os que mais vemos nos guidelines: entretanto, a combinação de exercício resistido com exercício aeróbio tem um ganho significativo. Isso porque o exercício aeróbico vai exigir mais da condição cardiopulmonar. Idoso que respira melhor, que oxigena melhor, terá a circulação mais adequada a fazer esses exercícios com maior carga.

 

Dicas para melhorar a mobilidade do idoso no dia a dia

“Devemos estimular o movimento do idoso com sarcopenia. Deixá-lo paradinho na frente da televisão não é uma opção. Pode ser muito confortável, porque a família imagina que não vai ter risco de queda, mas estudos dizem, inclusive, quanto menos movimento, quanto menos exercício físico que esse idoso faz, o grau de demência é maior”, relata a educadora física, que deixa algumas dicas:

 

Estimule o movimento (dentro de um grau de segurança), mesmo que sejam tarefas de casa simples, como picar alimentos, ou lavar uma louça; mesmo que tenha uma pessoa que ajude no lar, essa participação aumenta a autonomia do idoso.

- Deixe-o conviver socialmente. “É essencial o convívio social do idoso para que ele se sinta importante no seio familiar e sinta a necessidade e a utilidade de ainda continuar com o corpo ativo. Então, o brincar com o neto, participar das festas em família, tudo é benéfico para os idosos.

- Se o idoso tiver condições cognitivas, estimule-o a calçar os próprios sapatos, amarrar os cadarços do tênis, vestir as prórias meias. “O cuidador deve ajudar quando solicitado, mas seu papel também é o de estimular qualquer movimento, como subir uma escada sozinho”.

- Tenha empatia. Se hoje você não é idoso, um dia será. Se ainda você não tem um familiar idoso, terá um dia.

“Não podemos privar os idosos de pequenos movimentos que vão fazer a diferença pra o músculo continuar ativo”, finaliza Adriana.

 

“Exercícios adequados ao idoso sarcopênico” é um dos temas do1º BRADOO, o Congresso Brasileiro de Densitometria, Osteoporose e Osteometabolismo, que será realizado de 21 a 24 de agosto em Brasília.

 

  

11º BRADOO

Congresso Brasileiro de Densitometria, Osteoporose e Osteometabolismo

21 a 24 de agosto

Local: CICB - Centro Internacional de Convenções do Brasil

Endereço: St. de Clubes Esportivos Sul Trecho 2 Conjunto 63, Lote 50 - Asa Sul, Brasília

 

ABRASSO - Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo
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Complicações da Doença de Crohn causam morte de ex-Menudo, diagnóstico precoce salva vidas

Cantor Adrián Olivares faleceu aos 48 anos; patologia cresce 12% ao ano no Brasil e especialista do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), orienta sobre sintomas e tratamento
 

A Doença de Crohn é um distúrbio inflamatório do trato gastrointestinal, A patologia causa inúmeros sintomas. “Diarreia intensa, presença de sangue nas fezes, dor abdominal, febre, perda de peso, desnutrição, lesões ao redor do ânus e outros, que podem afetar desde a boca até o ânus”, explica Luiz Bertoncello, coloproctologista do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP). O problema merece atenção especial e o diagnóstico precoce é importantíssimo para evitar complicações e o desfecho triste, como no último dia 8, com a morte do cantor Adrián Olivares, que fez parte da banda Menudo. 

De acordo com um estudo da USP (Universidade de São Paulo) sobre tendências de doenças inflamatórias intestinais no Brasil, publicado pela revista The Lancet Regional Health Américas, a Doença de Crohn cresce 12% ao ano no Brasil, com maior incidência nas regiões Sul e Sudeste. “É uma das mais frequentes alusivas à inflamação intestinal, ao lado da retocolite ulcerativa. Apesar de distintas, elas têm algumas semelhanças: são crônicas, de longa duração, têm recorrência (recaída) e períodos de bem-estar (remissões), geralmente afetam pessoas entre 10 e 40 anos de idade, mas também podem surgir em idosos. Ambas são relacionadas com a autoimunidade do paciente”, destaca o especialista. 

Segundo Bertoncello, a doença tem causas complexas, que podem ter relação com imunidade, fatores ambientais, infecciosos e genéticos. “O diagnóstico envolve uma avaliação clínica e uma série de exames, como análises de sangue, fezes, colonoscopia e/ou endoscopia com biópsia, além de exames de imagem”. 

O tratamento varia conforme o estágio. “O reconhecimento precoce dos sintomas é fundamental para um tratamento eficaz. Por isso, consultar um especialista é crucial para prevenir complicações, como intervenções cirúrgicas, por exemplo. Com o acompanhamento adequado, é possível obter uma melhora significativa da qualidade de vida, uma vez que a doença não tem cura, mas pode ser controlada”, conclui.

 

Vera Cruz Hospital


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