Não é apenas o cigarro tradicional, os
cigarros eletrônicos podem afetar o paladar, o olfato, causar desidratação e
ainda potencializa os riscos de cáries.
Com formatos variados, aromas mais agradáveis e uma gama de
sabores, o cigarro eletrônico virou febre entre jovens e adultos, oferecendo
uma alternativa aparentemente ‘menos’ prejudicial. No entanto, mesmo as versões
sem nicotina podem representar riscos para a saúde bucal, é o que alerta
recentes estudos.
Uma pesquisa publicada no Journal of the American Dental Association no final de novembro
de 2022, aponta relação entre o uso de cigarros eletrônicos e o aumento da
incidência de doenças gengivais e danos ao esmalte dos dentes. E apesar de a Anvisa proibir a comercialização,
importação e propaganda de todos os tipos de dispositivos eletrônicos para
fumar no Brasil, o número de usuários continua a aumentar. Em 2018, uma
pesquisa do Ipec revelou que 500 mil brasileiros usavam cigarros eletrônicos,
número que cresceu para 2,2 milhões em 2022.
“As pessoas buscam essas alternativas acreditando que os danos são
menores, mas a verdade é que os vapores liberados pelos dispositivos do cigarro
eletrônico contêm uma combinação de substâncias químicas que podem afetar a
saúde dos tecidos da boca. O vapor aquecido pode causar irritação nas mucosas
bucais e secar a saliva, o que é preocupante porque a saliva desempenha um
papel importante na neutralização dos ácidos produzidos por bactérias na boca e
na proteção dos dentes contra cáries", explica.
Além disso, Nastri destaca que a presença de nicotina nos líquidos
do cigarro eletrônico também é uma questão preocupante. "A nicotina não
apenas aumenta o risco de desenvolvimento de doenças gengivais, mas também
reduz o fluxo sanguíneo para os tecidos da gengiva, comprometendo a capacidade
do corpo de combater infecções e de se recuperar de danos", alerta.
E os danos podem ir além disso, segundo o especialista, a
consistência viscosa do vapor pode contribuir para o acúmulo de resíduos nos
dentes, afetando não apenas a estética do sorriso, mas também funções
essenciais como o paladar e o olfato. O resíduo depositado nos dentes pode
interferir na percepção dos sabores e dos odores, o que pode ser um problema
significativo para os usuários.
Conversamos com o Dr. Victor Nastri que destaca alguns sinais de
alerta, veja:
Boca Seca (Xerostomia): Segundo Nastri, o vape pode reduzir a
produção de saliva, levando à boca seca. A saliva é essencial para neutralizar
ácidos produzidos pelas bactérias na boca e para lavar restos de alimentos. Sem
saliva suficiente, o risco de cáries e infecções aumenta.
Irritação na Gengiva: Outro ponto destacado pelo dentista são as substâncias
químicas presentes no líquido do vape que podem irritar os tecidos gengivais,
causando inflamação e sensibilidade. Isso pode levar a gengivite, uma condição
inicial de doença periodontal.
Aftas e Úlceras Bucais: O uso de vape pode causar lesões na
mucosa oral, resultando em aftas e úlceras. Essas lesões podem ser dolorosas e
dificultar a alimentação e a fala.
Cáries Dentárias: Os líquidos do vape frequentemente contêm açúcares e outros
adoçantes que podem aderir aos dentes, aumentando o risco de cáries. Além
disso, a redução na produção de saliva exacerba esse risco.
Mudanças na cor dos dentes: Alguns usuários de vape relatam
manchas nos dentes. Isso pode ser causado por ingredientes no líquido do vape
que deixam resíduos nos dentes, assim como acontece com o tabaco tradicional.
Alguns pesquisadores afirmam que ainda é cedo para saber se os cigarros eletrônicos são mais seguros do que os cigarros. Como a pesquisa continua a explorar os efeitos a longo prazo do vape na saúde, é necessário que tanto profissionais de saúde quanto usuários estejam conscientes dos riscos associados a essa prática do uso dos dispositivos eletrônicos.
Dr. Victor Nastri - Cirurgião Dentista, membro da sociedade brasileira de odontologia estética, o profissional se consolidou como líder em inovação e excelência no Grande ABC (SP). Suas especializações abrangem facetas e lentes de contato dentais, sendo reconhecido por sua técnica e visão estética apurada. Além de sua atuação clínica, Victor Nastri é uma figura proeminente na educação odontológica. Como professor em programas de pós-graduação, ele compartilha seu conhecimento e experiência, contribuindo para a formação de futuros profissionais na área. Como palestrante, Victor tem sido uma fonte para a comunidade odontológica, participando de eventos nacionais e internacionais para compartilhar suas ideias inovadoras e perspectivas sobre o futuro da odontologia. Victor Nastri é reconhecido como um pioneiro na introdução de tecnologias avançadas no campo odontológico.
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