Cerca de 1 bilhão de pessoas vivem com obesidade no mundo, conforme alerta a Organização Mundial da Saúde (OMS), e esses índices crescem em crianças e adolescentes. Mas, apesar desse cenário crítico, o desconhecimento e a falta de informação sobre essa doença ainda são preocupantes, pois não afetam somente a saúde física como também a mental das pessoas, comprometendo o bem-estar e a qualidade de vida dos indivíduos.
Segundo a endocrinologista e vice-presidente da área médica da Novo Nordisk, Priscilla Mattar, é fundamental esclarecer que a obesidade não é uma questão de falta de caráter, falta de vontade, preguiça, desleixo ou indisciplina, características que levam a estereótipos e nutrem estigmas e preconceito. “A obesidade é uma doença crônica, multifatorial, progressiva que requer tratamento médico, uma vez que está associada a mais de 200 enfermidades, como por exemplo, o diabetes tipo 2, as doenças cardiovasculares, a hipertensão e a alguns tipos de câncer”, explica.
Para a especialista, além da possibilidade de desenvolver
transtornos psicológicos como ansiedade e depressão, gerar bullying –
especialmente na infância e adolescência – a corroboração desses preconceitos
pode afastar a pessoa com obesidade do tratamento, o que acaba por agravar o
quadro de saúde do indivíduo.
“A autodepreciação e o isolamento de pessoas com obesidade são uma
realidade imposta pela desinformação social e o não reconhecimento da doença.
Compreender a complexidade e os fatores que determinam o diagnóstico é crucial
para que a obesidade possa ser evitada e, uma vez diagnosticada, ser tratada de
maneira efetiva, o que traz ganhos à saúde física, mental e qualidade de vida
do paciente”, ressalta.
Considerando que no Brasil uma pessoa a cada quatro tem obesidade,
conforme dados da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco de Doenças Crônicas
por Inquérito Telefônica Vigitel 2023, monitoramento anual da Ministério da
Saúde, a endocrinologista desmistifica abaixo alguns conceitos sobre essa
preocupante doença crônica.
Apenas comer muito não determina a obesidade. Verdade.
A obesidade não decorre somente de maus hábitos alimentares. A ingestão
calórica superior ao gasto energético é um fator que influencia o aparecimento
da doença, mas não é o único. Essa doença é complexa, e está relacionada a uma
série de causas: genéticas, ambientais, hormonais, comportamentais e
fisiológicas.
Dieta restritiva é o suficiente para driblar a doença. Mito.
Dietas
restritivas podem levar a déficit nutricionais. Segundo a endocrinologista, o
correto é optar por uma reeducação alimentar. “A dificuldade de adequação do
corpo às restrições extremas não torna essas estratégias funcionais, mas causam
estresse, insatisfação e tristeza. Dietas equilibradas garantem energia e
disposição, facilitam a adaptação e diminuem o peso de maneira sustentada e
eficaz”, esclarece.
Dormir pouco aumenta as chances de obesidade. Verdade.
Pessoas que dormem menos têm mais chances de ter obesidade. Assim como o
sedentarismo, alterações hormonais e genética, a qualidade do sono também pode
ser determinante. Horas insuficientes de sono geram aumento do apetite e
resistência à insulina, favorecendo o ganho de peso e o desencadeamento de
doenças.
Saúde mental não pode contribuir com o surgimento da doença. Mito.
Pessoas com problemas de saúde mental têm mais chances de desenvolver
obesidade. Assim como a condição pode ser determinante para o surgimento de
danos psicológicos ocasionados pelos estereótipos negativos e dificuldades de
socialização, pessoas que já se encontram emocionalmente abaladas correm o
risco de chegarem a um quadro de obesidade.
Desigualdade social impacta nos casos de obesidade. Verdade.
Estudos apontam aumento da prevalência da obesidade em países
subdesenvolvidos devido à falta de acesso a informações, oportunidades e
alimentação equilibrada. A rotina corrida e exaustiva de grupos sociais mais
vulneráveis impacta diretamente a saúde. A facilidade de consumo e a
acessibilidade econômica de produtos industrializados é evidentemente maior do
que a de uma dieta balanceada e rica em nutrientes.
Novo Nordisk
Para mais informações, visite o site
Instagram, Facebook, LinkedIn e YouTube
Nenhum comentário:
Postar um comentário