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quinta-feira, 11 de julho de 2024

Férias chegando: é possível ‘pausar’ tratamentos quimioterápicos?

 Sessões e a própria doença podem causar efeitos colaterais; especialista do Vera Cruz Oncologia fala da possibilidade de intervalos

 

A dúvida sobre a possibilidade de se tirar um breve período de “férias” durante o tratamento oncológico com quimioterapia é muito comum nos consultórios, como explica a oncologista clínica, Lais Feres, que integra a equipe do Vera Cruz Oncologia, em Campinas (SP). E, segundo a médica, isso é possível, sim. Em alguns casos, a pausa pode, inclusive ter efeito positivo na recuperação do paciente. Mas depende de vários fatores, como o tipo de câncer, o estágio da doença, a resposta ao tratamento e o estado de saúde geral do paciente. 

No período de férias, que se aproxima, pacientes podem aderir ao intervalo, em razão de compromissos, viagens, para minimizar o estresse do tratamento ou algum outro motivo, desde que atendam a alguns quesitos. “Seriam aqueles com baixo volume da doença, com tumores com crescimento mais lento ou remissão parcial ou completa, e aqueles que o oncologista e pacientes decidem juntos esta pausa”, diz. 

Por outro lado, também existem casos em que a interrupção temporária do tratamento não é recomendada, uma vez que necessitam de controle rigoroso da progressão do câncer ou por demais implicações clínicas. “Geralmente, em pacientes com câncer em estágio muito avançado e altamente agressivos, a pausa pode fazer com que o tumor progrida rapidamente. Naqueles cuja resposta ao tratamento não tem sido a esperada, a pausa pode agravar a doença e piorar os sintomas do paciente. Para quem está fazendo tratamentos pré ou pós operatórios, tratamentos curativos, a pausa também não é recomendada, nesses casos geralmente se houver muitos efeitos colaterais são reduzidas as doses ou trocadas as medicações”, destaca a médica. 

Pausa: vantagens ou desvantagens?

Com toda certeza, o mais importante do tratamento é o paciente, como está se sentindo tanto fisicamente quanto psicologicamente, e a qualidade de vida é um parâmetro muito pontuado nos estudos em oncologia.

“O mais importante, quando pensamos em férias de quimioterapia, é que a equipe médica tenha uma boa relação com o paciente, e que o paciente tenha confiança no oncologista que o acompanha. Essa decisão dependerá de uma conversa honesta, da abordagem dos riscos e benefícios em se pausar o tratamento, levando-se em conta a segurança e o tempo de qualidade durante a doença, incluindo momentos com a família e amigos, aproveitando essas atividades com disposição”, enfatiza.

 

Tempo de pausa

De acordo com a médica, não existe um período exato para o tempo de “férias”. “O importante é que a pausa seja monitorada com exames de imagem e marcadores, além de consultas com o oncologista, a cada dois ou três meses, para a decisão de quanto voltar ou não com o tratamento”, conclui. 

 



Vera Cruz Oncologia


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