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quarta-feira, 20 de setembro de 2023

UBER E A REGULAMENTAÇÃO JURÍDICA DAS PLATAFORMAS DE SERVIÇOS NA ECONOMIA DO COMPARTILHAMENTO

 

Recentemente, a 4ª Vara do Trabalho de São Paulo, em decisão bastante polêmica e comentada, condenou a Uber a pagar uma indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 1.000.000,00 (um bilhão de reais) e a realizar a contratação de todos os motoristas vinculados a sua plataforma pelo regime celetista. A referida decisão foi proferida no âmbito de Ação Civil Pública proposta da Procuradoria Regional do Trabalho da 2ª Região, onde o parquet se baseou em denúncia da Associação dos Motoristas Autônomos de Aplicativos (AMAA), na qual é alegada a existência de vínculo empregatício entre os motoristas e o aplicativo.


De início, é importante termos em mente que a decisão contraria os entendimentos já consolidados de nossos tribunais superiores, os quais entendem pela inexistência de relação hierárquica e de subordinação com os motoristas, uma vez que os serviços são prestados de forma eventual e sem a estipulação de horários pré-definidos. Uma breve pesquisa nos mostra que tais argumentos são adotados pela 4ª Turma do TST, pelo Superior Tribunal de Justiça, bem como pelo Supremo Tribunal Federal, que vêm entendendo pela permissão do texto constitucional para a existência de formas alternativas à relação formal de emprego.


A compreensão das questões envolvendo os aplicativos de transporte, todavia, não se cinge a comparação entre entendimentos das Cortes Superiores, havendo muitas questões transversais a serem consideradas concretamente.


É forçoso reconhecer que o enquadramento jurídico das relações entabuladas entre a Uber os motoristas, não se adequa perfeitamente aos paradigmas jurídico-contratuais clássicos das relações de emprego. Como pré-requisito básico desta análise é preciso entender o contexto geral da economia do compartilhamento, termo ainda em construção e envolto também em controvérsias.


De uma maneira geral, a expressão economia compartilhada (sharing economy ou colaborative economy) se relaciona com o gerenciamento das plataformas tais como ifood, airbnb, e olx, e a prestação de serviços sob demanda (on demand), na forma de negociação de pessoa para pessoas (peer-to-peer ou p2p).


O jusfilósofo da Universidade de Direito de Harvard, Yuchai Benkler, estudioso da Internet e do surgimento da economia da sociedade em rede, em sua obra “The wealth of networks: how social productions transforms markets and freedom”, defende que a economia do compartilhamento está ligada a cooperação entre as pessoas. E esta forma associativa se desenvolve em determinados segmentos da sociedade em rede, possibilitando a sustentação de um novo modo de produção onde não existem salários, jornada de trabalho, ou gerenciamento hierárquico. O Crimi.


Um elemento central da economia do compartilhamento pode ser apontado no conceito de consumo colaborativo, onde o que importa é como as pessoas consomem, e não como elas produzem, partindo do princípio de que a capacidade ociosa de bens pode ser dividida sem que as pessoas abram mão de suas liberdades ou de seu estilo de vida. Como decorrência da transferência dos paradigmas econômicos da produção para o consumo, podemos apontar uma economia mais descentralizada, a desregulamentação dos mercados, e a grande valorização das oportunidades e do empreendedorismo.


Portanto, pretender enquadrar os participantes dos empreendimentos nascidos no mundo da economia do compartilhamento aos paradigmas da relação de emprego definida pela CLT em 1943, é ignorar completamente o papel da inovação tecnológica no ordenamento jurídico.  


Não é o caso de ignorar os eventuais abusos aos direitos e garantias fundamentais de motoristas e demais colaboradores das plataformas de serviços, pelo contrário. Uma regulamentação que não inviabilize os benefícios dos avanços tecnológicos, mas que proteja os indivíduos em situação de vulnerabilidade é muito benvinda.


Há muito em jogo no processo em trâmite na 4ª Vara do Trabalho de São Paulo, e não somente em relação a Uber, seus motoristas e comunidade de usuários. É importante nos recordarmos de que o mesmo sistema de prestação de serviços abrange dezenas de outras plataformas, tais como Ifood, 99, Loggi e Lalamove, para citar somente algumas. Provavelmente o engessamento das relações entre as partes levaria a interrupção de muitos desses serviços.

As controvérsias e debates ainda tomarão muito tempo, mas é essencial que elas não sejam obstáculos instransponíveis a inovação. Thuomas Friedman, em sua já clássica obra “o mundo é plano”, nos afirmou que “geral, os pessimistas estão certos e os otimistas errados, mas todas as grandes mudanças do mundo foram levadas a cabo por otimistas”. Assim, como advogados, não podemos perder o otimismo em relação às inovações tecnológicas, nem tampouco perder de vista os valores do Estado Democrático de Direito. 

 

Paulo Roberto Vigna – Advogado, sócio do escritório Vigna Advogados Associados e da VignaTax Consultoria Fiscal e Tributária, Mestre em Relações Sociais do Direito, com MBA em Gestão de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas – FGV, pós-graduado em Direito Empresarial e em Direito Tributário pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, especializado em Gestão de Tributos pelo Instituto Trevisan (São Paulo). Inscrito na seccional na ordem dos advogados do Brasil em Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Distrito Federal, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e em Lisboa- Portugal. Professor do curso de MBA em Gestão Estratégica Empresarial em São Paulo. É autor dos livros "Recuperação Judicial" e "Manual de Gestão de Contratos" e produz artigos sobre direito tributário, empresarial e tecnologia aplicada a ciência jurídica.


Os Tribunais de Contas e o sancionamento de quem contrata com a administração

 

Um dos temas mais candentes a respeito das competências dos Tribunais de Contas trata da possibilidade de aplicação de sanções às empresas contratadas pela Administração Pública para a execução de obras, serviços e fornecimento de bens.

Tradicionalmente, as Cortes de Contas costumam aplicar multas aos gestores envolvidos em contratações irregulares ou que tenham causado danos ao patrimônio público por meio do sobrepreço, superfaturamento ou desídia na fiscalização da execução do ajuste. Trata-se de uma competência exercida com fundamento no inciso VIII do art. 71 da Constituição Federal, segundo o qual, é atribuição de tais órgãos de controle “aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário”.

Além dessa atuação já consolidada, parece-me também possível estender a fixação de penalidades às empresas que transacionam com o Poder Público. A questão gira em torno de definir os limites da jurisdição dos Tribunais de Contas sobre os particulares contratados, o que demanda a análise teleológica da legislação, a partir da regra constitucional acima transcrita.

Com efeito, no âmbito do TCE-SP, a Constituição Estadual e a Lei Orgânica da Corte (Lei Complementar n. 709/1993) fixam, entre as competências do Órgão de Controle, aquelas para: (i) julgar as contas daqueles que derem causa à “perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário” (art. 33, II, CE; e art. 2º, III, da LC 709/1993); e (ii) “aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei” (art. 33, IX, CE; e art. 2º, XII, da LC 709/1993).

As sanções que podem ser aplicadas estão previstas nos artigos 101 e 104, inciso II, da LC 709/1993, que determinam:

Artigo 101 - O Tribunal de Contas poderá aplicar aos ordenadores, aos gestores e aos demais responsáveis por bens e valores públicos, as multas e sanções previstas neste Capítulo.

Artigo 104 - O Tribunal de Contas poderá aplicar multa de até 2.000 (duas mil) vezes o valor da Unidade Fiscal do Estado de São Paulo (UFESP) ou outro valor unitário que venha a substituí-la, aos responsáveis por:

(...)

II – ato praticado com infração à norma legal ou regulamentar;

A análise dessas normas leva à expansão da figura do responsável para fins de aplicação de sanções pelo TCE-SP, pois ele pode ser identificado como o agente público ou o particular que pratique ato com infração à norma legal ou regulamentar, além daquele que execute ação que cause prejuízo ao Erário. Em outras palavras, o termo responsáveis abrange os agentes públicos envolvidos e as pessoas físicas e jurídicas privadas que mantenham relacionamento com o Estado.

Acrescento que, no âmbito dos ajustes administrativos, especialmente na fase de execução, ainda que não existam, no momento, indícios de atos de corrupção —o que pode demandar investigações dos órgãos competentes— ou de favorecimento à contratada, é possível a responsabilização dela, em virtude do descumprimento dos deveres legais decorrentes da probidade e da boa-fé que rege as relações contratuais.

Assim, o art. 66 da Lei n. 8.666/1993 (correspondente ao art. 115 da Lei n. 14.133/2021) determina que o “contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de acordo com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei, respondendo cada uma pelas consequências de sua inexecução total ou parcial”, regra que é complementada pelas disposições de direito privado e da teoria geral dos contratos, de acordo com o art. 54 da mencionada norma (equivalente ao art. 89 da Lei n. 14.133/2021).

A integração das normas de direito privado aporta ao tema a disposição do art. 422 do Código Civil, segundo o qual “os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé”.

É dentro desse quadro de normas que a responsabilidade das empresas contratadas deve ser analisada, uma vez que a boa execução dos ajustes firmados com o Poder Público deve ser objeto de análise não apenas da entidade contratante, mas também da sociedade e dos Tribunais de Contas a quem compete fiscalizar a regularidade dos gastos realizados pela Administração Pública.

 

 

Dimas Ramalho - Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo


O desafio de gerenciar equipes híbridas e as transformações do mercado de trabalho

Liderar equipes remotas pode ser mais fácil a partir de abordagens personalizadas e resultar em melhor engajamento


Nos últimos três anos, o mundo do trabalho vem passando por mudanças profundas, a maior delas causada pela pandemia, que, como todos sabem, impactou definitivamente a forma como as empresas e as pessoas trabalham.

Desde então, as organizações vêm sendo desafiadas a se adaptar ao que vamos chamar aqui de novos tempos, marcados principalmente por dar voz e protagonismo às pessoas no que se refere às preferências pelo formato de trabalho, que podem ser diversos, mas que precisam ser eficientes.

Diante disso, muitas organizações adotaram o modelo de trabalho híbrido, que combina o trabalho remoto com a presença física no escritório. Esse novo paradigma requer que elas enfrentem e superem as complexidades inerentes à gestão de equipes híbridas, a fim de otimizar o desempenho e a produtividade.

Os números falam por si, confirmando que o trabalho híbrido pode ser uma tendência irreversível. Uma pesquisa da Accenture mostra que 63% das empresas de alto crescimento implementaram modelos de trabalho flexíveis, permitindo a produtividade em qualquer lugar, enquanto, ainda de acordo com outro dado do mesmo estudo, 69% das empresas com crescimento negativo ou nulo rejeitam o conceito de trabalho híbrido. Mais da metade dos trabalhadores globais (55%) preferem um modelo que combine as formas presencial e remota, demonstrando a crescente aceitação dessa abordagem, segundo uma pesquisa aplicada pela universidade de Stanford.

No entanto, apesar dessas estatísticas positivas, a gestão de equipes híbridas não é isenta de desafios. Para que funcione bem, as empresas devem ser flexíveis e considerar o impacto sobre colaboradores, clientes e outras partes interessadas. Como especialistas no tema, sabemos que decisões isoladas sobre práticas de trabalho híbridas provavelmente irão dar errado, assim como deixar de considerar a viabilidade desse formato, fundamental para empresas com visão de futuro.

A introdução do trabalho híbrido teve diversos impactos nos empregadores e na força de trabalho. Um estudo da PwC indica que 77% das organizações do Reino Unido planejam reconfigurar seu espaço de escritório existente e metade reduzirá o tamanho dele, o que significa uma economia de recursos para empresas e funcionários em teletrabalho.

Nesse cenário, as organizações têm pela frente as oportunidades e os desafios de repensar os fundamentos do local de trabalho. Para tirar o máximo proveito de suas equipes, devem evitar uma abordagem de “tamanho único” e, em vez disso, empregar a personalização para manter o engajamento enquanto testam modelos híbridos. Essa é uma das principais questões do modelo de trabalho híbrido – o risco de desengajamento dos funcionários. Sem a visibilidade proporcionada pelo escritório, é necessário entender e conhecer bem a personalidade e os fatores de motivação de cada profissional. Afinal, o líder ou gestor pode estar lidando com uma pessoa extrovertida, que sentirá falta da vida social que um escritório oferece, ou com um indivíduo mais quieto, que precisa ser envolvido nas discussões. Como lidar com essa diversidade?

Para preparar as equipes híbridas para o sucesso, os gerentes devem reconhecer como esse formato afeta os níveis de engajamento de diferentes tipos de pessoas e tomar medidas para remodelar de forma correspondente o ambiente de trabalho. Um psicólogo da universidade de Harvard, William Marston, identificou quatro amplas preferências comportamentais em seu já famoso modelo DISC.

De acordo com os estudos que ele desenvolveu, é possível analisar os quatro principais desafios para o gerenciamento de equipes híbridas e como as empresas podem superá-los, de acordo com o perfil de cada profissional.

  • Desmotivação em Perfis de Alta Dominância- Indivíduos com alta dominância têm iniciativa e foco em resultados. Para mantê-los motivados em um ambiente híbrido, os líderes devem fornecer metas claras e desafios, comunicando o quadro geral e permitindo que definam suas estratégias para atingir objetivos.
  • Isolamento de Perfis de Alta Influência - Perfis influentes prosperam nas interações sociais. Líderes devem criar oportunidades regulares para videochamadas e discussões informais, permitindo que eles construam relacionamentos e energizem a equipe.
  • Pressão sobre Perfis de Alta Estabilidade - Indivíduos estáveis valorizam a consistência. A liderança deve fornecer estrutura e atualizações detalhadas, além de incorporar práticas de escuta e comunicação eficazes para minimizar o isolamento.
  • Caos para Perfis de Alta Conformidade - Perfis conformes são detalhistas e focados em padrões. A adaptação ao ambiente híbrido pode ser desafiadora, e os líderes devem fornecer atualizações detalhadas, garantias e planos estruturados para reduzir o estresse e a ambiguidade.

Um elemento crítico para a gestão eficaz de times que mesclam o trabalho presencial e o remoto é a compreensão dos diferentes perfis comportamentais. Cada perfil reage de maneira única ao trabalho híbrido, e os líderes precisam adaptar suas abordagens, incorporando avaliações de personalidade, inteligência emocional e comportamento que podem fornecer informações valiosas para personalizar a forma de gerenciar os integrantes das equipes e, assim, otimizar a colaboração em ambientes híbridos.

É importante ressaltar que o trabalho híbrido deixou de ser apenas uma resposta à pandemia, tornando-se uma abordagem que veio para ficar.


Rejane Matos - administradora com especialização em Inteligência de Mercado e gerente de Marketing do Grupo Soulan e da Thomas International Brasil.

 

Campanha pede ensino do método Braille nas escolas públicas; 12 mil assinam petição

Braille é um método de alfabetização de pessoas com deficiência visual
Reprodução

Abaixo-assinado foi aberto na plataforma Change.org por um projeto que apoia pessoas cegas e com baixa visão; ideia é que o método seja ensinado aos alunos com deficiência visual


Buscando promover a inclusão e a igualdade de oportunidades, uma campanha está coletando assinaturas para reivindicar que o método Braille faça parte do currículo escolar de alunos com deficiência visual do Ensino Fundamental das escolas públicas do Brasil. A mobilização já engaja mais de 12 mil pessoas por meio de uma petição aberta na Change.org

 

A campanha foi lançada pelo "Projeto Enxergando o Futuro com as Pontas dos Dedos", que, gratuitamente, alfabetiza pessoas com baixa visão ou cegueira total, no método Braille. O projeto foi idealizado pela empresária Daniela Reis Frontera, que mora em Duartina, interior de São Paulo. Aos 23 anos, ela foi diagnosticada com a doença degenerativa retinose pigmentar. 

 

Ao começar a perder um pouco da visão a cada dia, Daniela percebeu o quão difícil era encontrar um profissional que pudesse dar aulas e auxiliá-la a aprender o sistema de escrita. 

 

"Considerando que a inclusão é um direito fundamental, é necessário implementar medidas que garantam o acesso pleno e efetivo à educação para todos os alunos, independentemente de suas habilidades visuais", defende no abaixo-assinado lançado. 

 

A campanha lembra que a inclusão de alunos com deficiência é uma obrigação estabelecida por lei. O manifesto justifica que o ensino do Braille nas escolas trará benefícios tanto para os alunos com deficiência visual, que terão acesso a uma educação de qualidade, quanto para os demais, que desenvolverão empatia, respeito e convivência com a diversidade.

 

A proposta apresentada na petição inclui cinco pontos centrais: a capacitação do professores para o uso do Braille; adaptação dos materiais didáticos, incluindo a produção e disponibilização acessíveis no método; adequação da infraestrutura da escola, garantindo equipamentos com recursos de acessibilidade e sinalização tátil; parcerias com instituições especializadas para promover troca de conhecimentos e experiências; e desenvolvimento de ações de sensibilização e conscientização para combater preconceitos e estereótipos. 

 

Confira na petição todos os pontos da proposta: http://change.org/BrailleNasEscolas 

 

"A inclusão do Braille no ensino fundamental público é fundamental para garantir a efetiva inclusão de pessoas com deficiência visual", finaliza o projeto no abaixo-assinado. 


Equilíbrio emocional entre os colaboradores: depressão e ansiedade causam perda de 12 bilhões de dias de trabalho por ano no mundo

Segundo o relatório “Diretrizes sobre Saúde Mental no Trabalho”, publicado em setembro de 2022 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão e a ansiedade causam uma perda estimada de 12 bilhões de dias de trabalho por ano, resultando em um custo global de quase 1 trilhão de dólares para a economia. Já, segundo dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em 2022, foram registrados 209.124 mil casos de afastamentos do trabalho devido a transtornos mentais, incluindo depressão, distúrbios emocionais e Alzheimer, enquanto em 2021 esse número foi de 200.244 afastamentos. Esses dados reforçam a urgência de empresas e sociedade civil debaterem sobre a importância do equilíbrio emocional.

Para a coach, palestrante e diretora da Febracis Paraná, Daniella Kirsten, é fundamental que as empresas priorizarem a saúde emocional de seus colaboradores, uma vez que diante do panorama atual, o equilíbrio emocional se torna algo indispensável para a motivação, o engajamento e a produtividade dos colaboradores dentro das organizações. "É essencial que as empresas reconheçam a necessidade de investir em programas de conscientização emocional e em estratégias que promovam o equilíbrio emocional dos colaboradores. Palestras, workshops e outras atividades que estimulem o autoconhecimento, a inteligência emocional e o gerenciamento do estresse são fundamentais para superar os desafios emocionais no ambiente de trabalho", explica.

Promover o equilíbrio emocional dos colaboradores não é apenas uma responsabilidade das empresas, mas também um requisito fundamental para construir um ambiente de trabalho saudável, sustentável e de sucesso. “Para alcançar um ambiente de trabalho verdadeiramente saudável, é essencial que haja um comprometimento genuíno da liderança e uma cultura organizacional que valorize o equilíbrio emocional. Além disso, é importante disponibilizar recursos e profissionais especializados que possam oferecer apoio aos colaboradores que enfrentam dificuldades emocionais dentro e fora do ambiente de trabalho”, conta Daniella.

 

Como promover o equilíbrio emocional 

Daniella sugere a utilização do Mapa de Autoavaliação Sistêmico (MAAS) como uma ferramenta para fazer uma análise abrangente da saúde mental. O MAAS - parte do Método CIS, desenvolvido pela Febrasis e baseado no Coaching Integral Sistêmico - é uma ferramenta que permite a auto avaliação em diferentes áreas, atribuindo uma pontuação de 1 a 10, em tópicos como:

- Qualidade de vida: hobbies, diversões, plenitude/felicidade e espiritualidade;

- Pessoal: saúde, disposição, desenvolvimento intelectual e equilíbrio emocional;

- Profissional: contribuição social, recursos financeiros e realização/propósito;

- Relacionamentos: vida social, relacionamento amoroso e família. 

Observando esses pontos, muitas pessoas percebem o quanto estão desconectadas de suas tarefas diárias e de suas reais motivações, passando a ter a oportunidade de reavaliar questões fundamentais para suas rotinas. “As empresas muitas vezes negligenciam a importância das pessoas como seus principais ativos e isso pode gerar inúmeras frustrações. As pessoas também podem se sentir perdidas, sem um propósito de vida claro. Por meio do Método CIS e do Mapa de Autoavaliação Sistêmico, as pessoas têm a oportunidade de ganhar clareza sobre seu estado atual, estabelecer objetivos de forma mais segura e identificar suas potencialidades. É uma abordagem que visa promover a autorreflexão e o autodesenvolvimento, proporcionando uma base sólida para o crescimento pessoal e profissional”, explica Daniella.

Daniella também alerta que a promoção do equilíbrio emocional entre os colaboradores é uma questão que vai além de trazer benefícios para as empresas, sendo primordialmente uma responsabilidade social. “Ao cuidar da saúde mental dos colaboradores, as empresas contribuem para a construção de um ambiente de trabalho mais saudável, produtivo e sustentável. Isso se reflete na vida de toda a sociedade, que passa a ter mais consciência sobre a importância do equilíbrio emocional em todas as áreas da vida”, finaliza.

 

Daniella Kirsten - diretora e sócia franqueada das unidades da Febracis Paraná, sediadas em Curitiba, além de Mentora, Coach e Palestrante. Sua atuação no estado já impactou mais de 15 mil pessoas por meio do Coaching Integral Sistêmico. A Febracis está presente em 42 franquias espalhadas pelo Brasil e quatro unidades internacionais. Para ter acesso aos cursos e entender mais sobre a metodologia CIS, acesse o Instagram: @febraciscuritiba.

 

Era phygital: conexão entre loja física e digital é desejo de 84% dos clientes

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Melhora na jornada do consumidor é consequência da experiência de compra integrada no varejo


A busca pela reinvenção para atrair e conquistar clientes do varejo, principalmente nas datas comemorativas, como na Black Friday, tomou grandes proporções. Nada de contar com a sorte ou só focar nas táticas tradicionais; o momento é de objetividade, entender o comportamento específico de cada público-alvo e suas preferências para aprimorar estratégias de venda. A alta da tendência phygital, que une experiências físicas e digitais, mostra que as vivências interativas e personalizadas são certeiras e, seguindo as predileções dos consumidores, transformou o modo de compra e venda do setor. 

A força da interatividade no varejo se dá graças à combinação entre a tecnologia e a jornada do usuário. A união permite que as marcas se adaptem rapidamente às mudanças e ofereçam serviços e produtos em alta, uma demanda social e geracional por agilidade e personalização. Alguns efeitos têm surgido nesta relação, moldando o engajamento com a marca, a pesquisa e a aquisição de mercadorias. É o caso da NBA Store Arena, localizada no Rio de Janeiro, que fortaleceu o investimento no espaço físico com a loja conceito, mas também apostou na digitalização da marca, oferecendo opções de compras multicanais.

 “Um dos efeitos é o surgimento das experiências multicanais, em que a compra passou a ser menos linear, como costumava ser. Dessa forma, a interação simultânea com as marcas por meio de diferentes plataformas como sites, lojas físicas, redes sociais e aplicativos vêm tendo destaque”, afirma Juliano Ricardo Regis, gerente comercial do Myrp Enterprise, sistema de gestão integrado voltado às grandes operações do varejo de moda. 

Realizada pela Opinion Box e Dito, a Pesquisa Tendências do Varejo 2023 revelou que 84% dos clientes gostam que as lojas físicas e online estejam integradas, ou seja, desejam ter a possibilidade de consumir os mesmos itens em canais diferentes e até mesmo integrar as operações. Assim, a omnicanalidade ganhou espaço e tornou-se insubstituível, revolucionando o comércio eletrônico e permitindo um leque mais amplo de produtos e serviços 

“A transformação no modo de consumo vai muito além dos diferentes métodos de pagamentos disponíveis nos últimos anos. Ela está, principalmente, nas mudanças da jornada de compra. O cliente tem poder de decisão sobre quase todas as etapas, desde onde vai pesquisar preços até o modo de receber o item”, continua Regis.

Por fim, Juliano acredita que, para ter destaque, as empresas precisam oferecer o máximo de personalização possível. “É essa interatividade que vai impulsionar a conexão entre as marcas e os consumidores. Fica mais fácil comunicar ao cliente que ele está sendo percebido e ouvido, ponto-chave para atrair e converter o público”, finaliza o executivo.


Myrp - pioneiro como sistema de gestão empresarial em nuvem no país.


Como a tecnologia pode favorecer o crescimento do mercado de seguros no Brasil?

O setor de seguros vem despontando fortemente no país. Como prova disso, segundo dados da CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras), só no primeiro semestre deste ano, o segmento teve um aumento de 20% em demandas para contratações. E, ao mesmo tempo que esse dado é considerado animador, também traz à tona o grande desafio enfrentado pelas seguradoras: como garantir um crescimento sólido em meio a prestação de serviços? Quanto a isso, sem dúvidas, a tecnologia é uma excelente aliada.

Durante muito tempo, foi associado ao mercado de seguros o serviço de contratação para proteção de bens de alto valores, algo que, normalmente, é muito nichado em veículos. Mas, de acordo com a pesquisa da CNseg, outras categorias vêm aumentando sua procura, com destaque para: seguro rural, com 35,3%, seguro automóvel, com 28,7%, e de crédito e garantia, com 28,2%.

Além disso, segundo outro levantamento feito pela Susep (Superintendência de Seguros Privados), foi constatado que, nos últimos três meses, foram abertas mais de mil corretoras de seguros legalmente aptas para atuar em todo o país, o que contribuiu para um aumento de 7,7% na arrecadação de receita nesse primeiro semestre, em comparação com o mesmo período no ano passado. Todos esses dados apontam para o momento favorável vivido pelo setor que, diferentemente do que muitos imaginam, possui uma ampla relevância econômica no Brasil.

Contudo, mesmo em meio a um cenário promissor, é preciso chamar a atenção ao fato de que, embora esse setor esteja crescendo, ainda temos muito a conquistar. Isso é, essa onda de conscientização que estamos presenciando em solo brasileiro já é uma realidade em países vizinhos, em que ter contratados seguros é uma obrigatoriedade.

Diante disso, diversas seguradoras vêm expandindo sua atuação, intensificando investimentos e obtendo receitas anuais acima da média por meio desse segmento. E, dentre as principais estratégias para alcançar este resultado, sem dúvidas, está o uso da tecnologia em favor do seu desenvolvimento – cuja aplicação vai desde a utilização de ferramentas de apoio gerencial, até a criação de sistemas de autosserviço por meio da IA, para personalizar e dinamizar a prestação de serviços bem como auxiliar no controle de informações e registros.

Esse conjunto de ações pode servir como importante inspiração para o mercado de seguros brasileiro. Afinal, não devemos ter enraizado o sentimento de sempre ficarmos para trás, mas utilizarmos esse período para observar as estratégias que vêm dando certo em organizações e buscar implementá-las de forma efetiva e ágil. E, a melhor forma para isso é, com certeza, estar preparado.

Até porque, de nada adianta presenciar esse boom que o segmento de seguros está registrando, sem estar munido das instruções corretas, a fim de aproveitar ao máximo as chances de crescimento e expansão dos negócios. À medida em que a população vai desenvolvendo maior conscientização da importância de investir em proteção e segurança, automaticamente, aumenta-se exponencialmente a demanda.

Através do uso de uma ferramenta robusta, as seguradoras e corretoras podem obter diversos benefícios que vão desde o ganho de produtividade, à eficiência operacional. Isso é, ter acesso a uma solução altamente equipada com o que há de mais inovador, e que seja integrada a diversos recursos tecnológicos como o RPA, ajudará efetivamente a eliminar tarefas repetitivas e a ganhar tempo hábil para a definição de estratégias e tomadas de decisão assertivas embasadas em dados consistentes.

Além disso, considerando a diversidade nos tipos de contratação de seguros que vão desde veículos até as garantias estendidas, somente através da tecnologia é possível aprimorar a experiência do consumidor e potencializar o negócio. Até porque, por meio do uso de sistemas especializadas, torna-se possível garantir a melhor integração entre os serviços e a conquista de uma visão 360° dentro da cadeia de clientes.

Contudo, é importante destacar que obter uma solução embasada em tecnologia está longe de ser a única garantia de preparo. Para alancar o sucesso e crescimento de uma seguradora no cenário atual, é necessário ir além, atribuindo mudanças e localizando necessidades que precisam ser supridas. Nessa jornada, ter o apoio de um time especializado nessa vertente e na prestação desse tipo de serviço, se configura como um método eficaz para assegurar o crescimento saudável do negócio.

Se um dia o mercado de seguros foi visto com incertezas por conta de burocracias no ato de contratação, hoje, sua performance vem sendo cada vez mais notória e presente. Obviamente, a tecnologia vem sendo um importante canal impulsionador na definição de estratégias para esses resultados, mas nunca irá descartar a presença da atividade humana em todo esse processo. As perspectivas de crescimento do setor no país são as melhores, porém, para garantir que isso se torne uma realidade, é preciso começar a transformação desde já.

 

Aules Jobstraibizer - account leader da Viceri-Seidor.


Viceri-Seidor
www.viceri.com.br


MARKETING & ECONOMIA PRATEADA

Como o marketing pode ser uma peça-chave do combate ao etarismo?


Muito se fala sobre as profundas transformações pelas quais o mercado de trabalho tem passado, sobretudo do ponto de vista do impacto da tecnologia. No Brasil, para além das questões tecnológicas e econômicas, novas reflexões sobre inclusão e diversidade têm pautado uma parte significativa desse debate. No entanto, pouco se fala sobre os preconceitos etários – e sobre como combatê-los em algumas profissões e ambientes corporativos. Na perspectiva de mulheres que vivenciaram a rotina de agências e do mercado publicitário, podemos falar com clareza que são raros os postos de trabalho ocupados por pessoas maduras, à exceção dos donos dos espaços.

Essa constatação mostra um contrassenso enorme, visto que a mudança etária do país demanda que os publicitários falem cada vez mais com o consumidor maduro. Na prática, como alcançar a plena compreensão sobre as demandas, os anseios, o modo de vida desse cliente quando se está tão distante dele. A mesma lógica vale para pessoas pretas, comunidade LGBTQIAP+ e pessoas com deficiência. As agências, por exemplo, abriram vagas afirmativas e têm tido sucesso na inclusão de grupos minorizados; têm obtido êxito, também, na condução de mulheres a cargos de liderança dentro do mercado da propaganda. São vitórias que estão construindo um novo caminho para a profissão. 

O mesmo não vemos acontecendo com os profissionais maduros – tanto os experientes na profissão quanto os que querem vivenciar uma segunda carreira –, estamos falando dos que nunca trabalharam no marketing anteriormente. Abrir espaço, dentro dos times de criação e de gestão de campanhas, para profissionais 50+ significa qualificar o entendimento sobre um consumidor que pertence à Geração Prateada. Vale lembrar que esse profissional maduro é um facilitador da comunicação intergeracional.

O fato é que o mercado publicitário precisa passar por um Letramento em Longevidade. E, depois dessa qualificação, pode se apoderar do conhecimento para ser um agente de combate ao etarismo dentro e fora das agências e empresas do mercado publicitário. As novas gerações de profissionais têm oxigenado o mercado nacional com um questionamento duro e uma visão propositiva para pautas sociais urgentes. Esse mesmo ímpeto pode ser usado para abordar a diversidade de uma forma ampliada, enxergando a problemática da falta de letramento em longevidade. Um ambiente multigeracional é uma força motriz para a construção do novo.

Um aspecto bastante relevante no papel do Marketing na transformação social – e que está inteiramente associado a ambientes diversos – é a própria demanda de clientes das agências e empresas para que equipes se envolvam em projetos de ESG (sigla em inglês para designar as dimensões de sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa). Cabe ressaltar que criar e gerenciar projetos consistentes na temática passa pelo respeito e pela inclusão da diversidade etária.

Na MV Marketing, temos feito esse trabalho de Letramento em Longevidade via cursos, workshops, dinâmicas e pesquisas conduzidas nas empresas e agências, focando nas equipes. Temos preparado equipes de marketing para saber falar e ouvir o público prateado. Nosso time, inclusive, é diverso porque vivemos plenamente o que pregamos. 

E, como o Marketing pode ser peça-chave do combate ao etarismo? Elencamos 6 dicas práticas, que estão sempre presentes nos nossos treinamentos.

#1 | Analisar dados e tendências do mercado prateado.

#2 | Entender os novos perfis da maturidade.

#3 | Incorporar o público 50+ nas estratégias de Marketing.

#4 | Promover visibilidade e protagonismo dos maduros.

#5 | Fomentar ambientes intergeracionais.

#6 | Basear-se em dados para decisões estratégicas.

 


Camilla Alves - Cofundadora da MV Marketing, a empreendedora atua desde 2018 na Economia Prateada. Graduada em Administração de Empresas, atualmente é mestranda em Data-Driven Marketing, com especialização Data Science para Marketing na Nova Information Management School (Nova IMS), em Portugal. Antes de fundar a MV Marketing, Camilla teve experiência na Endeavor Brasil, onde aprendeu na prática as principais técnicas de marketing digital. Com essa bagagem, ela desenvolveu uma ampla expertise em diversas áreas do marketing digital, incluindo automação de marketing, CRM, SEO, mídia, análise de dados e performance.


Bete Marin - Empreendedora na Economia Prateada, é cofundadora das empresas MV Marketing, Hype50+ e do U+Festival. Especialista em planejamento estratégico, comunicação integrada, marketing digital e eventos, com mais de 30 anos de experiência. Bete é graduada em Marketing, pós-graduada em Gerontologia (Instituto Albert Einstein); em Comunicação (ESPM); e possui MBA em Marketing pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Iniciou a carreira em grandes empresas e consolidou o crescimento profissional na Gerdau, sendo responsável pela área de promoção e propaganda de produtos no Brasil.


Empréstimo consignado: entenda como funciona e saiba quando usar essa modalidade

Especialista em finanças pessoais avalia vantagens e desvantagens da modalidade e explica o passo a passo para uma adesão financeiramente  saudável

 

O empréstimo consignado faz parte da realidade de muitas pessoas, afinal, trata-se de uma modalidade de empréstimo simples, em que as parcelas são descontadas da folha de pagamento e a aprovação não depende de verificação extensa de crédito. Por outro lado, é importante avaliar a capacidade de pagar o empréstimo sem prejudicar o orçamento mensal, já que o valor é descontado diretamente da renda. 

Segundo o especialista em finanças pessoais, João Victorino, o empréstimo consignado possui vantagens notáveis, como oferecer taxas de juros mais baixas em comparação com outros tipos de empréstimos pessoais, tornando-o uma opção mais acessível para muitas pessoas.

Isso ocorre porque os pagamentos mensais são reduzidos diretamente do salário ou benefício previdenciário do mutuário, reduzindo o risco para o credor (que também pode se proteger da possibilidade de inadimplência através de seguros contra falecimento ou perda de emprego, o chamado seguro prestamista). 

No entanto, João alerta que existem prós e contras. “Uma das principais desvantagens é que o montante do empréstimo é limitado a uma porcentagem fixa da renda mensal do mutuário, o que pode restringir a quantidade de dinheiro que pode ser emprestada. Além do mais, como os pagamentos são descontados automaticamente dos salários ou benefícios, os mutuários têm menos controle sobre seu orçamento mensal”, afirma.

O especialista explica que antes de fazer um empréstimo consignado, é crucial que a pessoa entenda os detalhes do contrato, sabendo a taxa de juros aplicada, a quantidade total a ser paga ao longo do tempo e as obrigações em relação aos pagamentos mensais. Aliado a isso, não existe um momento ideal para realizar esse empréstimo, pois a necessidade varia de pessoa para pessoa e depende das circunstâncias financeiras individuais.

No entanto, existem situações em que o empréstimo consignado pode ser mais apropriado. “Quando alguém precisa de fundos para lidar com as despesas imprevistas, como uma emergência médica (e não tem reserva de emergência), ou para consolidar (trocar) dívidas com altas taxas de juros, o empréstimo consignado pode ser uma opção sensata devido às suas taxas de juros mais baixas”, ressalta João.

Porém, é fundamental se atentar às armadilhas da modalidade, que consistem na tentação de pegar mais empréstimos do que o necessário, uma vez que a facilidade de aprovação e as taxas de juros menores podem parecer vantajosas. Além disso, como os pagamentos são descontados diretamente da renda, os mutuários podem ser tentados a não se preocupar tanto com o impacto financeiro de longo prazo.

Inclusive, há vários relatos documentados de acúmulo de renovações dessas operações, incentivadas, principalmente, pela área de vendas das companhias. Por essa razão, é muito importante verificar as plataformas de avaliação de reputação, como Reclame Aqui e Banco Central.

O especialista reforça que para se proteger é preciso definir um plano claro e realista para o uso dos recursos. “O planejamento financeiro é essencial para garantir que o empréstimo consignado seja uma decisão prudente e não leve a dificuldades financeiras no futuro. Portanto, antes de fazer um empréstimo consignado, é aconselhável buscar orientação financeira e considerar todas as opções disponíveis”, diz.

Para finalizar, João Victorino cita o passo a passo para quem pensa em aderir ao empréstimo consignado de maneira prudente:

  • O primeiro passo é entrar em contato com uma instituição financeira ou banco que ofereça esse tipo de empréstimo. Você pode fazer isso pessoalmente em uma agência, por telefone ou pela internet, dependendo das opções disponíveis. 
  • Em seguida, você precisará fornecer documentos que comprovem sua renda, identidade e vínculo empregatício ou de aposentadoria, dependendo da situação. A instituição financeira avaliará sua elegibilidade e definirá o valor do empréstimo com base na porcentagem permitida de sua renda líquida mensal.
  • Após a aprovação, você receberá os detalhes do contrato, que incluirão informações importantes, como a taxa de juros, o valor das parcelas e o prazo de pagamento. Certifique-se de ler todos os termos e condições antes de assinar o contrato. 
  • Uma vez assinado, os pagamentos mensais serão descontados automaticamente de sua folha de pagamento ou benefício previdenciário.  É fundamental acompanhar de perto seu orçamento para garantir que os pagamentos do empréstimo consignado não comprometam sua estabilidade financeira.

 


João Victorino - administrador de empresas e especialista em finanças pessoais, formado em Administração de Empresas, tem MBA pela FIA-USP e Especialização em Marketing pela São Paulo Business School. Após vivenciar os percalços e a frustração de falir e se endividar, a experiência lhe trouxe aprendizados fundamentais em lidar com o dinheiro. Hoje, com uma carreira bem-sucedida, João é líder em diversidade e inclusão na Visa, atuando em prol de pessoas com deficiência. O especialista busca contribuir para que pessoas melhorem suas finanças e prosperem em seus projetos ou carreiras. Para isso, idealizou e lidera o canal A Hora do Dinheiro com conteúdo gratuito e uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.


Dia do Freelancer: conheça os principais desafios e vantagens da profissão que é tendência no mundo

Flexibilidade de horários, comunicação direta com o cliente e um maior controle criativo estão entre os fatores para a escolha da modalidade

 

No dia 21 de setembro, é comemorado o Dia do Freelancer, data importante para celebrar os profissionais independentes que desempenham papéis fundamentais em diversos setores da economia. A escolha pela modalidade traz desafios, como uma maior habilidade de autogestão e resiliência, mas também possui vantagens almejadas, como liberdade e flexibilidade durante o trabalho, o que é recompensador para muitos profissionais.

 

"O trabalho freelancer oferece a grande liberdade profissional, permitindo que indivíduos explorem sua criatividade, moldem seu destino profissional e construam carreiras flexíveis, seja no Brasil ou no exterior. No entanto, é importante estar ciente dos desafios associados a essa escolha de carreira e estar preparado para enfrentá-los com determinação e planejamento adequados", comenta Raiff Mello, engenheiro de software sênior na Higlobe, fintech de solução de pagamentos para freelancers e contratados brasileiros que trabalham remotamente para empresas nos EUA.

 

Com uma ampla variedade de opções na profissão, desde redação e design até programação e consultoria, o especialista compartilha os principais desafios e vantagens desse estilo de vida. Confira:

 

1- Desafio: gestão financeira

Uma das maiores preocupações para freelancers é a imprevisibilidade financeira. Por terem uma renda que muitas vezes é variável, precisam entender bem seus gastos fixos e fazer planejamentos a médio prazo. Além disso, questões fiscais devem ser adicionadas a esses gastos, bem como a forma de cobrar e administrar os pagamentos. Para profissionais que recebem pagamentos em dólar, a Higlobe é uma opção que facilita esse recebimento sem complicações. 

 

2- Vantagem: aprendizado constante 

Trabalhar em diversos projetos e encarar desafios variados é um meio de promover o aprendizado contínuo e o desenvolvimento de diferentes habilidades. Isso implica que, ao se envolver em tarefas diversificadas e enfrentar obstáculos, as pessoas têm a oportunidade de adquirir novos conhecimentos e aprimorar suas competências ao longo do tempo. Além disso, a possibilidade de trabalhar para empresas estrangeiras como freelancer permite aos profissionais aprenderem sobre novas culturas e mercados de trabalho. 

 

3- Desafio: concorrência acirrada 

A concorrência no mercado freelancer é intensa devido à globalização e ao fácil acesso à internet, pois competem com profissionais de todo o mundo, aumentando a competitividade. Investir no aprimoramento do portfólio e na demonstração de suas habilidades e experiências tem sido um meio para destacar-se na área e atrair clientes.

 

4- Vantagem: flexibilidade

Uma das maiores vantagens do trabalho freelancer é a flexibilidade, já que esses profissionais têm a capacidade de gerenciar o seu próprio horário. Eles não estão vinculados a um expediente de 9h às 17h, como em empregos tradicionais, o que lhes permite adaptar suas horas de acordo com preferências pessoais e compromissos. A vantagem principal é não se limitar a trabalhar apenas em empresas brasileiras, ganhando alcance para prestar serviços a qualquer companhia do mundo. 

 

Higlobe

 

terça-feira, 19 de setembro de 2023

Setembro Verde: mês de incentivo à doação de órgãos


 

Na Pró-Rim já são quase 2 mil transplantes, uma segunda chance de vida para cada um desses pacientes

 

A doação e o transplante de órgãos são assuntos que sempre geram muitas dúvidas. E Setembro Verde é o mês dedicado a debater esse tema, já que na quarta-feira (27) é o Dia Nacional da Doação de Órgãos. No Brasil, são mais de 40 mil pessoas na lista do transplante por algum órgão. E apenas um doador pode salvar até oito vidas. 

A Fundação Pró-Rim foi pioneira em transplante renal em Santa Catarina e hoje é referência nesse tipo de procedimento. Desde o início de sua história, há mais de 35 anos, já são mais de 1.400 transplantes. Para o presidente da Fundação Pró-Rim, Maycon Truppel Machado, no DNA da Fundação Pró-Rim, a luta em salvar vidas ocorre diariamente. “Por isso, buscamos sempre conscientizar a todos sobre a importância da doação de órgãos”, conclui o presidente. 


Somente neste ano, a equipe da Pró-Rim já realizou 31 transplantes. E em todo o Estado foram 172 procedimentos. No Brasil, são 4.072 pessoas que receberam um rim em 2023, a maioria são homens. Mas se de um lado temos os que já receberam um rim, do outro existem aqueles que continuam na lista. Se levarmos em conta todos os órgãos possíveis de serem transplantados, em Santa Catarina são mais de 900 pessoas na lista de espera por um transplante. Desses, 824 aguardam um rim. 

O rim é o órgão com o maior número de pessoas na lista, sendo mais de 37 mil em todo o Brasil. Mesmo sendo um dos países que mais transplantam no mundo, a lista de espera por um órgão ainda é grande no Brasil. E cerca de 95% dos transplantes são custeados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que regula e controla todos os órgãos que são transplantados no país, incluindo a sua captação e distribuição. 

Os órgãos e tecidos que podem ser transplantados são rins, fígado, pulmão, coração, córneas, pâncreas, tecidos, ossos, pele e medula óssea. A médica nefrologista Luciane Deboni, coordenadora dos Transplantes da Fundação Pró-Rim, explica que os doadores vivos devem ser parentes. “A nossa legislação permite transplantes entre vivos, de parentes até quarto grau, o que significa primos. Ou seja, pai, mãe, filhos, irmãos, tios e primos, podem doar para um parente. Além disso, o cônjuge também pode doar, pois é considerado afetivamente relacionado. Fora essa relação de parentesco, a nossa legislação não permite a doação entre vivos como amigos”, finaliza a médica.

 

Maior projeto nacional relacionado ao autismo começa giro pelo Brasil

Após grande sucesso em Curitiba (PR), em 2022, a segunda temporada da Casa dos Sentidos, que expressa de maneira lúdica os sentimentos de crianças e adolescentes com TEA, vai viajar pelo país com programação em sete cidades, entre elas São Paulo e Brasília 

 

Projeto artístico e arquitetônico de conscientização sobre autismo de grande sucesso em 2022, a Casa dos Sentidos agora retoma sua programação com novidades em uma turnê nacional, passando por cidades como São Paulo (SP), Campinas (SP) e Brasília (DF). Expressando os sentimentos e vivências de crianças e adolescentes com autismo em um ambiente que reproduz uma casa, a experiência imersiva ganha novos tons, com a participação de novos artistas e ainda maior alcance, passando por diversas cidades brasileiras. Produzida pela Guanabara Produções Culturais com apoio da Montenegro Produções Culturais, por meio de Lei de Incentivo à Cultura, teve uma primeira edição no ano passado em Curitiba, e ganha agora uma nova versão com outros artistas e participantes convidados. 

A instalação surgiu como uma forma de traduzir em expressões artísticas os sentimentos e vivências das crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA), usando como símbolo o espaço de uma casa para representar essas impressões. “Cada um vê o mundo à sua maneira e as pessoas com TEA enxergam e interpretam a realidade de uma forma ainda mais individual. A proposta da curadoria é oferecer uma experiência inédita que fala sobre inclusão social por meio da arte. Tudo de forma sensorial e lúdica”, conta Giusy de Luca, curadora do projeto. 

Assim, a arte promove a inclusão, aceitação e conhecimento desta condição, que teve um aumento de 15% nos casos diagnosticados nos últimos dois anos, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. “Como mais uma parte desse conjunto e projeto, a arte é o elo de ligação no campo expressivo que aproxima os sentidos e a inclusão”, comenta a pesquisadora Jocian Machado Bueno. 

Para desenvolver a Casa, a Montenegro Produções realizou um extenso processo de pesquisa, a partir de vivências com crianças autistas. Essa etapa foi toda acompanhada por profissionais formados em psicologia, pedagogia, psicomotricidade, fonoaudiologia e terapia ocupacional. Houve ainda apoio da Tismoo, primeira startup de medicina e testes genéticos para autismo, e do The Muotri Lab (da Universidade de San Diego, Estados Unidos), que investiga os mecanismos fundamentais para o desenvolvimento do cérebro e de transtornos como o autismo.

Na sequência, entraram as parcerias entre artistas e arquitetos no desenvolvimento da experiência imersiva. A equipe ainda continua desenvolvendo uma linha de pesquisa paralelamente ao projeto artístico, que será levada à Universidade de San Diego (EUA) com embasamento técnico.

 

Artistas 

O conceito da casa para criar os cenários artísticos simboliza um lugar seguro e receptivo. “É o espaço do acolhimento e do afeto e, assim sendo, pode continuar essencialmente simples. A Casa dos Sentidos tem essa medida exata, toda alicerçada na arte para provocar diversas sensações a cada cômodo”, explica Carolina Montenegro, diretora da Montenegro Produções Culturais e da Guanabara Produções Culturais. 

A imersão da Casa dos Sentidos engloba toda uma vivência sensorial, em ambientes desenvolvidos por artistas, arquitetos e designers renomados. Inovando o projeto, uma nova artista entra em cena: Aline Provensi, que também é psicóloga e autista, e assina o espaço do Banheiro. “Esse cômodo, para mim, sempre foi motivo de desconforto sensorial, apesar de ter todo o potencial de ser um local de conforto e lúdico. Tenho muita dificuldade com tomar banho, escovar os dentes e tudo o que envolve essas tarefas básicas. Mas eu amo água e então decidi focar nesse elemento”, explica Aline. 

Outro novo cômodo é o Cérebro. O espaço será assinado pela artista convidada Daniélle Carazzai, que criará uma escultura com dados de pesquisa e referenciais sobre diagnóstico autista. Assim, surge um novo ambiente acolhedor e educativo na Casa dos Sentidos. A artista Bruna Alcantara assina a Sala de Jantar, trabalhando conceitos como memória afetiva. Bruno Romã fará no espaço de Cozinha uma interação sensorial. O Quarto será trabalhado por Marcella Callado, que resgata o universo infantil dos sonhos.

 

Turnê nacional e internacional 

Com dois projetos, um oficial e outro versão pocket, a Casa dos Sentidos tem uma agenda extensa que começa em 2023, com a versão adaptada, e segue em 2024. A mostra pocket inicia em outubro em Monte Mor (SP), entre os dias 07 e 22 no Centro Cultural Joaquinzão. Depois, segue para Catalão (GO), no Shopping Catalão, de 31 de outubro a 12 de novembro; e Ponta Grossa (PR), na Biblioteca Municipal, entre 21 de novembro e 03 de dezembro. 

A mostra oficial começa em março de 2024 em Campinas (SP), no Campinas Shopping, podendo ser visitada de 30 de janeiro até 23 de fevereiro. Na sequência, Curitiba recebe a Casa dos Sentidos de 29 de março a 21 de abril, no Shopping Mueller. Já no mês de maio, entre os dias 10 e 30, a mostra desembarca em Brasília (DF), com uma edição histórica na Biblioteca Nacional. Ainda no primeiro semestre de 2024, a cidade de São Paulo (SP) entrará na programação, em datas e local que serão confirmados nos próximos dias. Para completar, em agosto de 2024, o projeto romperá fronteiras, indo para San Diego, na Califórnia (EUA).

A Casa dos Sentidos é uma produção e idealização da Guanabara Produções Culturais com apoio da Montenegro Produções Culturais por meio de Lei de Incentivo à Cultura, com Patrocínio Master John Deere. Realização do Ministério da Cultura e Governo Federal. O projeto conta ainda com patrocínio da TetraPak, Sideral Linhas Aéreas, Da Magrinha, On Petro Combustíveis, S&C, Grupo Barigui, Aker Solutions, Metalus, Magnetron e Ravato; e apoio da Revista Autismo, Tismoo e Água & Vida. Para mais informações sobre a 2ª Casa dos Sentidos, acesse o site https://montenegroproducoes.com/projects/casa-dos-sentidos-2/.


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