Caso não sejam
tratadas, podem evoluir para problemas mais sérios e trazer lesões
incapacitantes
A dor lombar, também conhecida como lombalgia,
localizada na parte mais baixa da coluna, entre as últimas costelas e acima dos
glúteos, pode comprometer o bem-estar e o rendimento das atividades de
trabalhadores que são acometidos pela patologia. As dores nas costas podem ser
agudas, que é a mais comum e pode ocorrer após um exercício físico intenso, má
postura ou carregamento de peso e a dor crônica pode persistir por mais de 12
semanas e sua origem é inflamação de algum nervo da coluna.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS),
80% da população mundial tem, teve ou terá um desconforto (ou dor) na região
lombar durante sua vida. Trata-se da 3ª causa de aposentadoria por invalidez.
Segundo Cesar Augusto Calonego, fisioterapeuta e
professor do curso de Fisioterapia da Faculdade Santa Marcelina, o tratamento
fisioterapêutico não pode estar focado apenas no alívio da dor utilizando
apenas recursos analgésicos como eletroestimulação e calor. Já está bem claro
na literatura atual que os pacientes que fazem uso apenas desses recursos não
têm uma boa evolução com crises recorrentes. “O tratamento deve estar baseado
no uso de exercícios terapêuticos conduzidos pelo profissional fisioterapeuta,
que é o especialista mais indicado para estes casos”, pontua.
Saiba mais sobre lombalgia segundo Cesar Augusto
Calonego, fisioterapeuta e professor do curso de Fisioterapia da Faculdade
Santa Marcelina.
Quais são os principais
sintomas?
Quando a dor é localizada apenas na região da
coluna lombar ela é chamada de lombalgia. Quando esta dor é proveniente da
região lombar e se irradia para o membro inferior chamamos de lombociatalgia. Os
sintomas relacionados vão desde dores localizadas ou irradiadas, formigamento
nos membros inferiores (pernas), no caso de lombociatalgias, até a perda de
força muscular, perda da mobilidade do tronco e em casos mais graves podem
levar a perda de movimento, dependendo do tipo de lesão.
Existe uma idade que a dor
lombar começa a aparecer?
A dor lombar pode acometer pessoas em diversas
faixas etárias, inclusive crianças, porém é mais comum em pessoas com idade
adulta (20 a 55 anos). Em indivíduos idosos, quase metade da população já
relatou dores lombares. Como trata-se de uma sintomatologia, temos várias
doenças que podem levar as dores nesta região. É comum os problemas
relacionados a própria coluna, como as hérnias de disco, alterações posturais,
artrose de coluna serem um dos principais fatores de desencadeamento da
lombalgia, porém várias doenças podem gerar dores na região, tais como tumores,
câncer acometendo útero, próstata, fraturas, cálculos renais, causas
ginecológicas,mdoenças reumáticas, entre outros. Por isso, é importante saber a
causa da dor e torna-se fundamental um bom diagnóstico.
A dor lombar pode agravar se
não for tratada?
Muitas pessoas não dão importância às dores
lombares e deixam de identificar causas mais severas da doença. Portanto,
quando não tratadas, podem evoluir para problemas mais sérios e trazer lesões
incapacitantes.
Qual o tratamento adequado?
As dores passam pelo tratamento medicamentoso por
meio de analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares, que deve ser
orientado por um profissional médico. A maior parte das dores lombares evoluem
de maneira satisfatória entre 1 a 2 semanas sem a necessidade de uma
intervenção mais severa, porém o tratamento pode evoluir necessitando de
fisioterapia e nos casos mais graves a intervenção cirúrgica é a última
alternativa de tratamento.
Sessões de fisioterapia podem
melhorar os sintomas?
A fisioterapia é um procedimento muito utilizado
nas dores lombares. Normalmente os acometimentos da coluna vertebral
representam cerca de 35 a 40% do consultório do fisioterapeuta que trabalha com
disfunções musculoesqueléticas. A fisioterapia trabalha com recursos que visam
o alívio da sintomatologia dolorosa, fortalecimento da musculatura que
estabiliza a coluna vertebral e na reeducação postural. O importante no
tratamento dos pacientes com dor lombar é tratar a causa do problema e não
apenas as dores. As últimas pesquisas relacionadas na área, mostram que o
tratamento mais importante para este tipo de paciente deve focar em exercícios
para fortalecimento dos músculos que estabilizam a coluna, tratamento da
postura e educação em relação a dor do paciente.
O repouso deve ser apenas relativo, ou seja, o
paciente acometido com dores lombares deve sim manter atividades dentro do
controle do quadro doloroso e deve ser incentivado desde que acompanhado pelo
seu fisioterapeuta e médico. O esforço em excesso deve ser evitado no quadro
agudo da lesão, porém o exercício e suas atividades são incentivadas de acordo
com a melhora do quadro clínico.
Dor lombar tem cura?
Como já dito, a cura da dor lombar está relacionada
ao tratamento da causa e dependendo da situação é possível falar em cura. A
persistência dessas dores por mais de três meses é considerada a cronificação
do problema e acomete de 6 a 8 % dos pacientes. Estes pacientes crônicos
respondem por 85% dos custos com as dores lombares.
Como é feito o diagnóstico
para identificar a patologia?
Com relação a diagnostico, o mesmo será feito por
meio de uma consulta onde deve ser realizado um bom exame físico do paciente e
por meio de exames de imagem para verificar as possíveis alterações. O comum de
exames são RX, tomografia e ressonância magnética, porém dependendo da causa do
problema o médico pode solicitar exames laboratoriais como exame de sangue,
urina, entre outros.
Qual a prevenção para evitar a
doença?
A manutenção de atividades físicas regulares
orientadas, caminhadas, pilates, o cuidado com a postura no dia a dia, pode
ajudar no controle e prevenção do surgimento destas crises.