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segunda-feira, 26 de junho de 2023

OMS: 80% da população mundial tem dor nas costas

Caso não sejam tratadas, podem evoluir para problemas mais sérios e trazer lesões incapacitantes

 

A dor lombar, também conhecida como lombalgia, localizada na parte mais baixa da coluna, entre as últimas costelas e acima dos glúteos, pode comprometer o bem-estar e o rendimento das atividades de trabalhadores que são acometidos pela patologia. As dores nas costas podem ser agudas, que é a mais comum e pode ocorrer após um exercício físico intenso, má postura ou carregamento de peso e a dor crônica pode persistir por mais de 12 semanas e sua origem é inflamação de algum nervo da coluna. 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% da população mundial tem, teve ou terá um desconforto (ou dor) na região lombar durante sua vida. Trata-se da 3ª causa de aposentadoria por invalidez.  

Segundo Cesar Augusto Calonego, fisioterapeuta e professor do curso de Fisioterapia da Faculdade Santa Marcelina, o tratamento fisioterapêutico não pode estar focado apenas no alívio da dor utilizando apenas recursos analgésicos como eletroestimulação e calor. Já está bem claro na literatura atual que os pacientes que fazem uso apenas desses recursos não têm uma boa evolução com crises recorrentes. “O tratamento deve estar baseado no uso de exercícios terapêuticos conduzidos pelo profissional fisioterapeuta, que é o especialista mais indicado para estes casos”, pontua. 

Saiba mais sobre lombalgia segundo Cesar Augusto Calonego, fisioterapeuta e professor do curso de Fisioterapia da Faculdade Santa Marcelina. 


Quais são os principais sintomas? 

Quando a dor é localizada apenas na região da coluna lombar ela é chamada de lombalgia. Quando esta dor é proveniente da região lombar e se irradia para o membro inferior chamamos de lombociatalgia. Os sintomas relacionados vão desde dores localizadas ou irradiadas, formigamento nos membros inferiores (pernas), no caso de lombociatalgias, até a perda de força muscular, perda da mobilidade do tronco e em casos mais graves podem levar a perda de movimento, dependendo do tipo de lesão. 


Existe uma idade que a dor lombar começa a aparecer?  

A dor lombar pode acometer pessoas em diversas faixas etárias, inclusive crianças, porém é mais comum em pessoas com idade adulta (20 a 55 anos). Em indivíduos idosos, quase metade da população já relatou dores lombares. Como trata-se de uma sintomatologia, temos várias doenças que podem levar as dores nesta região. É comum os problemas relacionados a própria coluna, como as hérnias de disco, alterações posturais, artrose de coluna serem um dos principais fatores de desencadeamento da lombalgia, porém várias doenças podem gerar dores na região, tais como tumores, câncer acometendo útero, próstata, fraturas, cálculos renais, causas ginecológicas,mdoenças reumáticas, entre outros. Por isso, é importante saber a causa da dor e torna-se fundamental um bom diagnóstico. 


A dor lombar pode agravar se não for tratada? 

Muitas pessoas não dão importância às dores lombares e deixam de identificar causas mais severas da doença. Portanto, quando não tratadas, podem evoluir para problemas mais sérios e trazer lesões incapacitantes. 


Qual o tratamento adequado? 

As dores passam pelo tratamento medicamentoso por meio de analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares, que deve ser orientado por um profissional médico. A maior parte das dores lombares evoluem de maneira satisfatória entre 1 a 2 semanas sem a necessidade de uma intervenção mais severa, porém o tratamento pode evoluir necessitando de fisioterapia e nos casos mais graves a intervenção cirúrgica é a última alternativa de tratamento. 


Sessões de fisioterapia podem melhorar os sintomas?  

A fisioterapia é um procedimento muito utilizado nas dores lombares. Normalmente os acometimentos da coluna vertebral representam cerca de 35 a 40% do consultório do fisioterapeuta que trabalha com disfunções musculoesqueléticas. A fisioterapia trabalha com recursos que visam o alívio da sintomatologia dolorosa, fortalecimento da musculatura que estabiliza a coluna vertebral e na reeducação postural. O importante no tratamento dos pacientes com dor lombar é tratar a causa do problema e não apenas as dores. As últimas pesquisas relacionadas na área, mostram que o tratamento mais importante para este tipo de paciente deve focar em exercícios para fortalecimento dos músculos que estabilizam a coluna, tratamento da postura e educação em relação a dor do paciente.  

O repouso deve ser apenas relativo, ou seja, o paciente acometido com dores lombares deve sim manter atividades dentro do controle do quadro doloroso e deve ser incentivado desde que acompanhado pelo seu fisioterapeuta e médico. O esforço em excesso deve ser evitado no quadro agudo da lesão, porém o exercício e suas atividades são incentivadas de acordo com a melhora do quadro clínico. 


Dor lombar tem cura? 

Como já dito, a cura da dor lombar está relacionada ao tratamento da causa e dependendo da situação é possível falar em cura. A persistência dessas dores por mais de três meses é considerada a cronificação do problema e acomete de 6 a 8 % dos pacientes. Estes pacientes crônicos respondem por 85% dos custos com as dores lombares. 


Como é feito o diagnóstico para identificar a patologia? 

Com relação a diagnostico, o mesmo será feito por meio de uma consulta onde deve ser realizado um bom exame físico do paciente e por meio de exames de imagem para verificar as possíveis alterações. O comum de exames são RX, tomografia e ressonância magnética, porém dependendo da causa do problema o médico pode solicitar exames laboratoriais como exame de sangue, urina, entre outros. 


Qual a prevenção para evitar a doença? 

A manutenção de atividades físicas regulares orientadas, caminhadas, pilates, o cuidado com a postura no dia a dia, pode ajudar no controle e prevenção do surgimento destas crises.  

 

Faculdade Santa Marcelina

 

Mais da metade de amputações por diabetes em 2023 foram de membros inferiores

Até abril, ocorreram mais de 3.500 casos; 26 de junho é o Dia Nacional do Diabetes, doença que que tem o envolvimento do pé como uma das principais complicações; ABTPé explica



Na próxima segunda-feira,26 de junho, é Dia Nacional do Diabetes, problema de saúde pública, cuja prevalência deve mais que dobrar no mundo e chegar a um total de 1,3 bilhão de indivíduos com o diagnóstico em 2050 – cerca de 13% da população mundial considerando a estimativa das Nações Unidas de 9,7 bilhões de habitantes para o ano. O alerta consta em um amplo trabalho publicado nesta semana na revista científica The Lancet, conduzido por pesquisadores que colaboram com o estudo Global Burden of Diseases (GBD) (Carga Global de Doenças, em tradução livre), liderados pela equipe do Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde da Universidade de Washington (IHME, da sigla em inglês), nos Estados Unidos.

 

Quando existe acometimento dos pés, o problema é uma das principais causas de amputações. De acordo com o Ministério da Saúde, até abril deste ano, o registro do SUS (Sistema Único de Saúde) apontava a realização de 3.512 amputações em decorrência da diabetes, relacionadas a membros inferiores e pé/tarso, o equivalente a 55% do total de casos (6.302).

 

Em 2021, foram 9.781 amputações de membros inferiores e pé/tarso, passando para 10.161, em 2022. Já em números globais de amputação, ocorreram 17.653 procedimentos em 2021 e 18.273 no ano passado.

Os diabéticos são mais vulneráveis à amputação dos membros inferiores, pois com o desenvolvimento da doença, os pés vão perdendo a sensibilidade, aumentando os riscos de feridas e infecções, o que é considerado um problema grave, já que pode levar a uma amputação.

 

“O pé diabético é uma das complicações mais comuns de quem tem o diabetes e é a principal causa de amputações no Brasil, depois dos acidentes. Isso porque a doença afeta a circulação e a inervação, ocorrendo uma perda da sensibilidade protetora da região do tornozelo e pé”, explica o presidente da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé (ABTPé), Dr. Luiz Carlos Ribeiro Lara.

 

Uma das lesões que o diabetes causa é a neuropatia diabética, em que há perda da função dos nervos do pé, principalmente da sensibilidade dolorosa e tátil, dificultando a percepção do paciente em notar lesões ou contusões. “Sem a sensibilidade, as possíveis lesões podem evoluir rapidamente e formar bolhas e feridas abertas (úlceras), possibilitando assim a entrada de microorganismos e causar uma infecção no pé”, fala o especialista.

 

Outro problema que pode ocorrer no paciente diabético são as feridas abertas ocasionadas por aumento da pressão local ou por ferimento (corte) na pele. Normalmente, mas não obrigatoriamente, estão relacionadas com a perda da sensibilidade dolorosa do pé. “Em casos graves, é necessária a cirurgia para limpeza e desbridamento das lesões mais profundas ou até mesmo a amputação de dedos ou parte do pé para sanar a infecção”, salienta o presidente da ABTPé.

 

O cirurgião lembra que o paciente com diabetes também perde a sensibilidade para fraturas, deslocamentos ou microtraumas ocorridos nos ossos do pé e tornozelo, o que exige um tratamento diferenciado. “Dependendo da gravidade, o tratamento pode ser imobilização por gesso, órtese ou até mesmo cirurgia reconstrutiva”, diz.

 

Nas situações de infecção grave, a pessoa pode apresentar mal estar geral, febre, mas, outras vezes, a infecção pode manifestar-se apenas com o aumento das taxas de açúcar no sangue “Normalmente, nota-se abcesso, secreção purulenta, mau cheiro, área inchada e avermelhada, às vezes com áreas de necrose de tecidos. Chegar a esse ponto é muito preocupante, pois pode ser necessária a amputação para resolução do problema”, ressalta.

 

Recomendações

 

O paciente com diabetes deve ater-se a alguns cuidados com os pés para evitar as complicações da doença. Uma delas é evitar andar descalço, especialmente fora de casa. “O uso de calçados especiais para diabéticos, fechados, sem costura interna, com a parte da frente larga e alta, e com palmilhas confortáveis, é recomendado sempre que possível”, destaca. “O uso das meias também é importante. Elas devem ser, de preferência, brancas, para facilitar a identificação mais rápida de algum machucado ou ferida no pé, e de algodão, que irritam menos a pele, com costura pouco volumosa e sem elástico, para não comprometer a circulação”, orienta.

 

O médico frisa, ainda, que os pés devem ser examinados pelo menos uma vez ao dia, para a procura de calos e úlceras, além de verificar se há a presença de micoses e rachaduras. “Mantê-los hidratados para evitar rachaduras cutâneas e infecções secundárias é outra ação e, identificando algo fora do normal, um especialista deve ser consultado Nunca tente retirar calos, limpar úlceras ou cortar as unhas sozinho”, conclui.

 

 

Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé (ABTPé)

 

Exercício físico e reeducação alimentar são essenciais para tratamento e controle da diabetes

O Dia Mundial da Diabetes é comemorado nesta segunda-feira (26), fortalece a relevância de hábitos saudáveis para evitar a doença, que acomete mais de 537 milhões de adultos com idade entre 20 e 79 anos, representando 10,5% da população mundial nessa faixa etária. Os dados são do Atlas do Diabetes 2021, divulgado pela Federação Internacional de Diabetes (IDF). O Brasil é o sexto país em incidência de diabetes no mundo e o primeiro na América Latina - são 15,7 milhões de pessoas adultas com esta condição, e a estimativa é que, até 2045, a doença alcance 23,2 milhões de adultos brasileiros.

Para que haja mudança no cenário, é preciso atacar exatamente as suas duas maiores causas: o sedentarismo e a má alimentação. Por conta disso, a metodologia usada no Grupo Ayo em suas academias tem como pontos centrais o exercício físico e o acompanhamento de seus profissionais, pilares que, segundo eles, são de extrema importância para transformar a vida das pessoas.

Professor de educação física da Ayo Fitness Club, Júlio César aponta que a paciência para realizar uma evolução gradual é um dos segredos para engajar uma pessoa em uma rotina de atividade física. “Toda mudança de comportamento deve ser direcionada e organizada de uma forma que colabore para gerar o menor impacto possível nas demais tarefas do dia”, afirma. Júlio acrescenta ainda que, além de contribuir para a adoção de uma frequência sustentável de treinos, uma abordagem mais gradual, quando somada a um programa que mistura musculação com atividades aeróbicas, auxilia na preservação das articulações e na manutenção da massa muscular do aluno.

Para quem já luta com a diabete, a atividade física aumenta a sensibilidade à insulina nas células do corpo. Isso significa que quando uma pessoa se exercita, é preciso menos insulina para manter os níveis de açúcar no sangue sob controle. 

Segundo Júlio, os exercícios recomendados para diabéticos são volumes moderados a altos de atividade predominantemente aeróbica (corrida, caminhada, pedalada, ginástica aeróbica) e de força (musculação, crosstrainer e treinamento funcional). De acordo com a Associação Americana de Diabetes (ADA), a frequência ideal é 3 a 7 vezes por semana para atividades aeróbicas, não ficando mais de dois dias consecutivos sem praticar exercícios. 

“A duração ideal de atividade moderada é de 50 minutos por semana, no mínimo, ou de 75 minutos por semana de atividade vigorosa. Além disso, praticar exercícios de fortalecimento (musculação) 2 a 3 vezes na semana. Para a musculação, o recomendado é um composto de 8 a 10 exercícios por sessão de treino, com uma quantidade de 1 a 3 séries de 6 a 12 repetições”, indica Júlio César.

A atividade física tem um papel fundamental na prevenção e no controle da resistência à insulina, pré-diabetes e até mesmo em pacientes com diabetes tipo 2. Associada a outras melhorias no estilo de vida e ao acompanhamento dos níveis de glicose no sangue, ela é capaz de evitar doenças e garantir qualidade de vida.


Infectologista tira dúvidas sobre a febre maculosa

Casos recentes no Brasil acenderam um alerta sobre a doença, mas não há motivos para pânico

 

Nas últimas semanas, o país acompanhou nos noticiários casos de pessoas que morreram por febre maculosa após participaram de um evento na região rural de Campinas, interior de São Paulo. Com sintomas iniciais muito parecidos com os de outras enfermidades – febre alta, dor de cabeça, dor muscular e mal-estar generalizado – a situação acendeu um alerta sobre a doença e muitas dúvidas surgiram entre a população.

Segundo Alejandro Marcel Hasslocher Moreno, médico infectologista e coordenador do curso de medicina tropical da UnyleyaMED, é importante ressaltar que as taxas de mortalidade no Brasil são altas – 10 vezes maiores do que as dos Estados Unidos, por exemplo - devido exclusivamente ao retardo no diagnóstico. É necessário que os profissionais de saúde estejam atentos e levem em consideração essa hipótese diagnóstica, especialmente entre os meses de junho e outubro, quando há um aumento na proliferação do carrapato estrela, um dos principais vetores de transmissão da doença.

Mas o que é a febre maculosa?

É uma infecção causada por uma bactéria, a rickettsia rickettsii, que é carreada por artrópodes, sendo o carrapato estrela (amblyomma cajennense), o principal vetor de transmissão. Quando entra em contato com a pele de uma pessoa, o carrapato estrela inocula a bactéria durante a picada. Para que a doença seja transmitida, por meio das glândulas salivares do artrópode, é necessário que ele continue preso à pele, se alimentando, por um período de 6 a 10 horas.


Quais são os seus sintomas?

Além da febre alta, dor de cabeça, dor muscular e mal-estar generalizado, sintomas gastrointestinais podem aparecem em um número significativo de pacientes, incluindo vômitos, diarreia e dor abdominal. O principal sinal que define o diagnóstico é o exantema maculopapular (manchas vermelhas pelo corpo), que costuma aparecer no segundo dia de sintomas em cerca da metade das pessoas infectadas e, em quase 90%, até o quinto dia de doença.


Qual o seu grau de letalidade?

A letalidade está relacionada à virulência da bactéria e à idade da pessoa infectada. Pessoas mais velhas têm maior risco de óbito, enquanto as crianças tendem a apresentar formas mais benignas. Nos casos não tratados, a mortalidade pode chegar a 30%.  Em casos em que a terapia é iniciada nos três primeiros dias da doença, a taxa de mortalidade gira em torno de 2% em crianças e 9% em Idosos.


Há um surto da doença?

Não há uma razão específica para os casos detectados recentemente em São Paulo, uma vez que a sazonalidade da incidência da doença está relacionada ao aumento da atividade do carrapato, que tende a entrar em contato com o ser humano, geralmente nos meses de junho a outubro.

O carrapato se concentra em pastos e gramados, preferencialmente em lugares distantes do sol, bem assombreados e próximos a rios e lagos.  As capivaras e os cavalos assumem grande importância na cadeia epidemiológica da doença, pois são os principais reservatórios dos carrapatos transmissores da febre maculosa. Portanto, a simples exposição em um ambiente com as características descritas, sem nenhum cuidado profilático, pode levar pessoas a se infectarem


Existe tratamento?

Sim, e o seu sucesso está relacionado à precocidade de seu início, utilizando antibióticos específicos para a doença.


Quais cuidados devemos tomar para não contrairmos a doença?

A principal medida profilática consiste em evitar o contato com o carrapato, mantendo distância de áreas rurais sabidamente endêmicas. Caso haja necessidade de caminhar por essas áreas, devem-se usar roupas brancas que cubram braços e pernas completamente, para facilitar a visualização do carrapato. Outra medida importante nesse tipo de área é a utilização de fitas adesivas para vedar a junção entre calças e sapatos.

Além disso, deve-se fazer a inspeção do corpo de 3 em 3 horas, pois quanto mais rápido o carrapato for retirado, menores as chances de infecção. Ao encontrar um carrapato aderido à pele, o ideal é retirá-lo com o auxílio de uma pinça, torcendo-o levemente para que se desprenda da pele. Não se deve esmagar o carrapato com as unhas, pois isso levará à exposição da bactéria, que pode penetrar na pele via micro lesões.



Unyleya
https://unyleya.edu.br/


Hormônio do tecido adiposo protege células que secretam insulina e reverte danos da obesidade, diz estudo

Ilhota pancreática, onde são encontradas células produtoras
 de insulina e que podem ser afetadas pela obesidade
 (
crédito: Laboratório de Metabolismo Energético/IQ-USP)
A adiponectina, um tipo de hormônio liberado pelo tecido adiposo, tem papel duplamente importante na preservação da função pancreática: em pessoas magras ela protege as células beta, responsáveis pela secreção de insulina; e, em indivíduos com obesidade, reverte danos estabelecidos nesse tecido. A descoberta, feita por pesquisadores do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ-USP) e publicada na revista Aging Cell, faz a molécula despontar como potencial alvo terapêutico.

Dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2022 indicam que mais de 1 bilhão de pessoas no mundo são obesas, sendo 650 milhões de adultos, 340 milhões de adolescentes e 39 milhões de crianças. Na próxima década, segundo a Federação Mundial da Obesidade, mais da metade da população mundial (cerca de 4 bilhões de pessoas) será afetada pela doença, que diminui a expectativa de vida e aumenta a incidência de disfunções relacionadas à idade. A principal delas é justamente a desregulação das células beta do pâncreas, que leva à secreção inadequada de insulina e, consequentemente, ao diabetes do tipo 2.

Em testes prévios feitos em modelo animal, pesquisadores do Laboratório de Metabolismo Energético do IQ-USP haviam mostrado que, em 24 horas, células beta incubadas com soro de ratos magros e obesos sofriam alterações: no primeiro caso, passavam a funcionar melhor porque suas mitocôndrias se tornavam mais capazes de produzir ATP (molécula que fornece energia para a célula) e, consequentemente, de sinalizar a secreção de insulina; e, no segundo, sua integridade era prejudicada, apresentando efeito oposto.

Para confirmar esses achados em humanos, o grupo analisou amostras sanguíneas de homens e mulheres magros e obesos do Biobanco do A.C. Camargo Cancer Center.

“Conseguimos demonstrar que mulheres magras induzem uma resposta muito boa no que se refere à respiração das células e à secreção da insulina e vimos que a situação ia se deteriorando em mulheres obesas, homens magros e homens obesos, nessa ordem”, relata Ana Cláudia Munhoz, primeira autora do artigo e pós-doutoranda no IQ-USP.

“Como sexo e gordura corporal pareciam estar envolvidos no processo, levantamos e confirmamos por experimentos laboratoriais a hipótese do envolvimento da adipocina [hormônio liberado pelo tecido adiposo] adiponectina, que tem função importante na regulação da mitocôndria e se apresenta em maior quantidade em mulheres.”

“Pela primeira vez, foi possível observar que níveis aumentados de adiponectina encontrados no plasma magro são responsáveis por preservar a função das células beta”, conta Alicia Kowaltowski https://bv.fapesp.br/pt/pesquisador/28/alicia-juliana-kowaltowski/, professora do Departamento de Bioquímica do IQ-USP e coordenadora da investigação. “Em obesos, o hormônio conseguiu reverter 100% dos danos – um dos efeitos científicos mais marcantes que já observei.”

As pesquisadoras destacam que talvez a adiponectina não seja o único fator em falta no sangue de pessoas obesas, já que o diabetes é uma doença multifatorial. Trata-se, porém, de um agente de peso, com a capacidade de modular a função das células beta.


Alvo terapêutico

O estudo, que contou com apoio da FAPESP por meio de dois projetos (13/07937-8 e 20/06970-5), reforça a importância de se encontrar mecanismos moleculares envolvidos na obesidade e sua ligação com outros problemas de saúde para melhorar o tratamento e quebrar o estigma: trata-se de uma doença, com fatores pessoais e genéticos, em nada relacionada à falta de controle pessoal. Também representa mais um passo no entendimento de importantes questões relacionadas, como, por exemplo, sua diferente ocorrência em homens e mulheres.

Em relação às células beta especificamente, a descoberta traz duas boas notícias para o futuro. Primeiro, indica que problemas decorrentes da obesidade são tratáveis; e, segundo, podem ser modulados em curto prazo, abrindo uma oportunidade promissora no desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas.

“A adiponectina em si não pode ser usada em tratamentos porque se trata de uma proteína já presente em grande quantidade no organismo, diferentemente da insulina. Porém, indica uma nova via para a qual podem ser desenhadas novas moléculas terapêuticas”, acredita Kowaltowski. “Já começamos a estudar, por exemplo, drogas sabidamente ativadoras de processos mediados por esse hormônio.”

As pesquisadoras, no entanto, fazem questão de ressaltar que, por ora, não existe nenhum tratamento capaz de aumentar a adiponectina no sangue, a não ser emagrecer e diminuir a adiposidade central por meio de restrição calórica e prática de exercícios. “É importante lembrar que nenhum produto eventualmente criado com essa finalidade tem respaldo científico no momento. Portanto, vale ficar atento às falsas promessas de charlatões da internet”, alerta Munhoz.

O artigo Adiponectin reverses β-Cell damage and impaired insulin secretion induced by obesity pode ser lido em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/acel.13827.

  

Julia Moióli
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/hormonio-do-tecido-adiposo-protege-celulas-que-secretam-insulina-e-reverte-danos-da-obesidade-diz-estudo/41727/


Flacidez vaginal: ginecologista indica laser íntimo para rejuvenescimento e recuperação da funcionalidade da região

Thalia Maia alerta que essa condição prejudica a saúde,
 a autoestima e a sexualidade da mulher

Os fatores que levam à flacidez vaginal são inúmeros: atrofia, ressecamento, menopausa, entre outros. Essa condição acaba provocando problemas de saúde física e mental. Um deles é a incontinência urinária. A incapacidade de controlar a perda de urina, em algumas situações, ocorre ao espirrar, tossir e até mesmo ao rir.

 

“Com o passar dos anos, a mulher também tem a queda dos níveis de hormônios, fator que causa mudanças na pele da vagina. A espessura e a elasticidade diminuem, a vagina fica ressecada, flácida, sujeita a ardência e a infecções”, explica a ginecologista Thalia Maia que utiliza, para corrigir a flacidez vaginal, o tratamento de laser CO2. A especialista garante que o procedimento é seguro e os resultados eficazes.

 

“A técnica estimula a produção de colágeno nas paredes da vagina, promovendo a reidratação, enrijecimento, e a restauração funcional do tecido. Uma das vantagens do laser é ser uma opção pouco invasiva, além de indolor e segura. Após alguns dias da realização do procedimento, a mulher já consegue retornar às atividades regulares”, afirma Thalia Maia.

 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, a incontinência urinária, por exemplo, afeta, pelo menos, 35% das mulheres com mais de 40 anos, e 40% das gestantes. As mulheres também tem probabilidade até duas vezes maior de apresentar a disfunção do que os homens.

 

“A flacidez vaginal tem tratamento, as mulheres não devem ter vergonha de buscar atendimento especializado para esse caso que afeta tanto a saúde física e mental. Aquelas que postergam acabam tendo, além dos problemas anteriormente citados, a autoestima e a sexualidade afetadas”, concluiu Thalia Maia.




Dra. Thalia Maia – Médica Ginecologista, ormada pela UFRJ, UNB e USP, Proprietária da Clínica @grupoelasbrasilia, atua principalmente em Cosmetoginecologia Cirúrgica e procedimentos com laser. Delegada da ABCGIN - representante Brasília.

Clínica – Elas Brasília
Capital Financial Center, Torre A Sala 06 e 07 Mezanino - SIG Quadra 4 - Brasília, DF, 70610-440
Contato: 61 99670-7120
https://grupoelas.com.br/thaliamaia/


Fígado em forma: saiba como eliminar a gordura no órgão

Silenciosa, a doença pode ser prevenida a partir de hábitos saudáveis 

 

Condição presente em 35% dos brasileiros com mais de 35 anos, a esteatose hepática é uma das doenças mais comuns nesta população. O distúrbio corresponde ao acúmulo de gordura no fígado, geralmente associado a quadros de obesidade, pré-diabetes e diabetes.

 

O dado acima é resultado de um estudo realizado por pesquisadores da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), USP (Universidade de São Paulo) e da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Caso não seja tratada, a esteatose pode resultar em uma inflamação que leva a morte celular.

 

Gleicer Nobre, gastroenterologista do Hospital Metropolitano Vale do Aço, alerta sobre os riscos da gordura no fígado para a saúde.

 

“Ao longo do tempo, a condição pode evoluir para fibrose ou cirrose hepática e resultar num câncer de fígado. Em quadros mais graves, é necessário realizar o transplante do órgão”, alerta o médico especialista em doenças do aparelho digestivo.

 

Mudanças no estilo de vida

 

Por ser uma doença silenciosa, a maioria dos pacientes com esteatose hepática não apresentam sintomas e descobrem a condição a partir do exame de rotina. Por isso, é importante ficar atento à prevenção da doença.

 

“A prevenção e tratamento passam, principalmente, pela mudança de hábitos. Uma dieta saudável aliada a prática de exercícios físicos são essenciais para controlar o excesso de peso, a resistência à insulina, os níveis de colesterol e a pressão arterial”, explica o médico.

 

Para quem já tem fígado gorduroso, é essencial o acompanhamento médico e nutricionista. Nesses casos, é importante priorizar certos tipos de alimentos e atividades, como:

 

• Verduras, legumes, frutas e grãos integrais, que são ricos em fibras, antioxidantes e nutrientes benéficos para o fígado;

• Peixes, carnes brancas e ovos, importantes para a função hepática;

• Itens ricos em gordura "do bem", como salmão, sardinha, azeite extravirgem, abacate e amêndoas já que têm efeito anti-inflamatório;

• Atividades aeróbicas com cerca de 30 minutos pelo menos cinco vezes por semana, e exercícios de resistência muscular, por pelo menos duas vezes por semana, que auxiliam o metabolismo e a queima de gordura.



"Nem sempre é fácil mudar hábitos, principalmente quando estamos cercados por alimentos calóricos. Por isso, quem tem ou conhece alguém que conviva com a doença, precisa procurar por suporte psicológico para enfrentar esse desafio", orienta Gleicer Nobre.


Micropigmentação na córnea traz autoestima para pessoas cegas

 

Pouco conhecida do grande público, a ceratopigmentação ou tatuagem corneana consiste em implantar pigmentos na córnea para alterar sua coloração. É um procedimento cirúrgico que deve ser realizado por oftalmologista, apesar de fazer parte do segmento micropigmentação paramédica que engloba micropigmentação para pessoas que passaram por algum trauma que afeta alguma parte do corpo causando manchas, cicatrizes ou perda de cabelo.

Para Alisson Schuster, criador do grupo Haut, composto das empresas Haut Academy (formação e capacitação de profissionais), Haut Technology (Indústria de equipamentos e insumos ) e Haut Medical (fabricação dos Dermo cosméticos), esta é uma vertente da micropigmentação que ajuda pessoas com problemas no globo ocular:

“Este método é antigo. Há mais de duas décadas que lesões corneanas são tratadas de maneira cosmética após eventos traumáticos na íris usando pigmentos específicos e se tornou uma alternativa às técnicas de transplante de córnea e uso de lentes de contato cosméticas”.

Alisson lembra que o procedimento é indicado para pacientes com cicatriz corneana periférica ou que apresentem intolerância às lentes de contato estéticas A aplicação do pigmento nestes casos é indicado para quem tem opacidade de córnea e atrofia do globo ocular:

“O procedimento é usado em pessoas que sofreram algum acidente no globo ocular ou que foram vítimas de doenças na retina. Geralmente quem passa por estes problemas fica permanentemente cega e apresenta olhos completamente brancos. Como não há possibilidade da volta da visão, a ceratopigmentação tem a missão de recriar a aparência do olho, melhorando a autoestima da pessoa”.

Outros casos em que a ceratopigmentação é amplamente utilizada envolve causas congênitas ou que tiveram sequelas de doenças como o sarampo.



Técnica nas mãos de especialistas

O procedimento, por ser cirúrgico, é atribuição exclusiva de um médico oftalmologista em ambiente preparado. Geralmente, a ceratopigmentação acontece em duas fases:

01 - Retirada da córnea com um laser no primeiro estágio para a criação de um canal para aplicar o corante.

02 - O pigmento é injetado nesses pequenos túneis e implantado novamente.

“O método era muito usado para tratar olhos cegos e traumáticos, mas ganhou popularidade para fins cosméticos justamente quando se percebeu que as pessoas com problemas nos olhos” completa Alisson.


Tudo o que você precisa saber para prevenir a doença e cuidar do seu fígado

 

Recentemente, o cantor Zezé Di Camargo, aos 60 anos, recebeu o diagnóstico de esteatose hepática, condição que se caracteriza pelo acúmulo de gordura no fígado. Desde então, ele tem adotado mudanças em sua dieta e uma rotina regular de exercícios físicos.

 

Conforme sua esposa, a influenciadora e educadora física Graciele Lacerda, que ajudou a montar o roteiro de atividades do cantor, o quadro foi revertido. “Quando iniciamos, ele estava com esteatose hepática. Hoje, já não tem mais e o porcentual de gordura diminuiu, está se sentindo mais disposto”, disse Graciele.

 

Você já ouviu falar dessa doença?

O fígado é um órgão vital localizado no lado direito do abdômen, responsável por desempenhar mais de 500 funções essenciais para o bom funcionamento do nosso corpo. Com uma coloração marrom-avermelhada, ele desempenha um papel fundamental na metabolização dos nutrientes, na produção de bile, na desintoxicação de substâncias nocivas, na síntese de proteínas e na armazenagem de vitaminas e minerais.

 

A médica nutróloga, Dra. Letícia Lucas, explica que o fígado é notável por sua capacidade de regeneração. Mesmo quando danificado, ele tem a capacidade de se recuperar e restaurar sua função. No entanto, condições como a esteatose hepática, podem comprometer seu desempenho e levar a complicações graves, como hepatite gordurosa, cirrose hepática e até mesmo câncer.

 

O que é a esteatose hepática?

A esteatose hepática, também conhecida como doença hepática gordurosa, é uma condição na qual ocorre o acúmulo excessivo de gordura nos hepatócitos, as células do fígado. Esse acúmulo constante e prolongado pode levar a inflamação, resultando em quadros graves.

 

Conheça os dois principais tipos de esteatose hepática:

 

  1. Esteatose hepática alcoólica: É causada pelo consumo excessivo de álcool, seja de forma regular ou esporádica. O álcool sobrecarrega o fígado, levando ao acúmulo de gordura e possíveis danos hepáticos.

 

  2. Esteatose hepática não alcoólica: Nesse tipo, o acúmulo de gordura no fígado ocorre devido a hábitos e estilos de vida inadequados. Fatores como sobrepeso, obesidade, sedentarismo, diabetes, má alimentação, colesterol alto, pressão alta, uso de certos medicamentos e inflamações crônicas no fígado podem contribuir para o desenvolvimento dessa condição.

 

Principais sintomas da doença

Nos estágios iniciais, a esteatose hepática geralmente não apresenta sintomas específicos. No entanto, à medida que a condição progride, podem surgir alguns sinais, tais como:

 

  • Dor abdominal

  • Cansaço e fraqueza

  • Perda de apetite

  • Aumento do fígado

 

Nos estágios mais avançados, quando há inflamação e fibrose, os sintomas podem incluir:

 

  • Ascite (acúmulo anormal de líquido no abdômen)

  • Encefalopatia (alterações no funcionamento do cérebro) e confusão mental

  • Hemorragias

  • Icterícia (pele e olhos amarelados)

 

“É fundamental que, se os sintomas persistirem ou se tornarem preocupantes, você consulte um médico. Um profissional de saúde qualificado será capaz de avaliar sua condição de forma adequada, fornecer um diagnóstico preciso e recomendar o tratamento apropriado. Não ignore os sinais do seu corpo e não hesite em buscar ajuda médica quando necessário. O cuidado médico é essencial para garantir sua saúde e bem-estar.” Conscientiza a Dra. Letícia Lucas.

 

Realizando o diagnóstico

O diagnóstico da esteatose hepática pode ser feito através de exames de rotina, análises laboratoriais e exames de imagem. Além disso, é importante analisar o histórico do paciente e realizar um exame físico minucioso. Os níveis das enzimas hepáticas são verificados por meio de exames de sangue, enquanto a ultrassonografia, a tomografia e a ressonância magnética podem auxiliar na avaliação do fígado.

 

Em geral, as pessoas encontram a gordura no fígado e pensam que é somente isso, mas não é bem assim. Em um quinto dos casos ela evolui para a esteatohepatite, que já apresenta lesões e inflamação do órgão, e em 20% destes casos pode evoluir para uma fibrose ou cirrose hepática.

 

Em alguns casos, a confirmação do diagnóstico pode exigir uma biópsia do fígado. Destaca-se que a elastografia transitória é um método não invasivo e indolor, semelhante à ultrassonografia, que mede a elasticidade do tecido hepático e a quantidade de gordura acumulada no fígado, sendo um importante recurso diagnóstico.

 

Prevenção e tratamento

Não existe um tratamento fácil, porém, a boa notícia é que a esteatose hepática pode ser prevenida e tratada com mudanças no estilo de vida e adoção de hábitos saudáveis. Aqui estão algumas dicas fundamentais:

 

  1. Mantenha um peso saudável: O excesso de peso é uma das principais causas da esteatose hepática não alcoólica, sendo responsável por 60% dos casos de gordura no fígado. Portanto, é fundamental manter um peso adequado através de uma alimentação balanceada e da prática regular de exercícios físicos.

 

 2. Adote uma alimentação saudável: Priorize alimentos naturais e evite alimentos processados, providos de gorduras trans e açúcares refinados. Opte por uma dieta rica em frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas magras e gorduras saudáveis.

 

  3. Pratique exercícios físicos regularmente: A atividade física regular ajuda a reduzir o acúmulo de gordura no fígado e melhora a saúde como um todo. Escolha uma atividade que você goste e seja consistente.

 

  4. Limite o consumo de álcool: No caso da esteatose hepática alcoólica, é essencial limitar, porém, eliminar completamente o consumo de álcool é o ideal.

 

  5. Controle condições médicas pré-existentes: Caso você tenha diabetes, colesterol alto, pressão alta ou outras condições médicas, é fundamental mantê-las sob controle, pois elas podem contribuir para o desenvolvimento da esteatose hepática.

 

  6. Evite o uso indiscriminado de medicamentos: Alguns medicamentos podem desencadear ou agravar a esteatose hepática. Portanto, é importante conversar com seu médico sobre a necessidade e os possíveis efeitos desses medicamentos em seu fígado.

 

“Portanto, cuidar da saúde do fígado é fundamental para manter o equilíbrio do organismo. Por meio de um estilo de vida saudável, boa alimentação, prática de atividades físicas e evitando o consumo excessivo de álcool e substâncias tóxicas, podemos preservar a saúde e a funcionalidade desse órgão tão importante.” Finaliza a Dra. Letícia Lucas.

 



Dra. Letícia Lucas - Médica, graduada pela FAME – JF(Faculdade de Medicina de Juiz de Fora). Pós graduada em Nutrologia pela USP. Capacitada em Medicina Funcional Integrativa, o qual é fundamental para otimização da saúde dos pacientes.

 

Paralisia facial: por que (e quando) acontece?

A cada ano, estima-se que 80 mil brasileiros convivam com o problema, que se manifesta principalmente pela boca torta e dificuldade para movimentar o rosto; especialista do Hospital Paulista destaca importância do acompanhamento médico imediato

 

Imagine você acordar em um belo dia e, ao olhar para o espelho, deparar-se com o rosto paralisado ou mesmo disforme? Uma situação terrível, sem dúvida – que até parece coisa de cinema, novela. Mas não está restrita apenas à ficção, infelizmente.  
 
A cada ano, estima-se que cerca de 80 mil brasileiros vivam esse drama, na vida real. A recomendação, aliás, a quem tiver problema do gênero, é ir imediatamente ao hospital. Na maioria das vezes, esses casos são reversíveis. Só que é preciso rapidez no diagnóstico – conforme explica o Dr. José Ricardo Gurgel Testa, otorrinolaringologista do Hospital Paulista e especializado neste tipo de atendimento. 
 
"A paralisia facial idiopática, também chamada de paralisia de Bell, é uma emergência médica e deve fazer o paciente procurar um pronto-socorro para o primeiro atendimento o quanto antes. A precocidade do diagnóstico e tratamento é fator crucial no resultado de melhora ou cura", destaca o especialista, ao explicar que esse tipo de alteração está diretamente associada à inflamação ou inchaço do nervo facial. 
 
"Quando afetado por alguma razão, esse nervo provoca sintomas como boca torta, dificuldade para movimentar o rosto e/ou falta de expressão em uma parte da face, o que também pode alterar de forma marcante a comunicação e a autoestima das pessoas", enfatiza o médico. 
 
As causas, entretanto, podem ter diferentes naturezas: estresse, baixa imunidade, mudança repentina de temperatura, doenças neoplásicas ou até mesmo idiopáticas – ou seja, sem causas definidas. 


 
Tipos  
 
Dr. Testa explica que há dois tipos principais de paralisias da face: as centrais - ou seja, do sistema nervoso central, que são decorrentes de AVC (acidente vascular cerebral), doenças degenerativas ou tumores; e as paralisias faciais periféricas, que podem ser traumáticas, infeciosas, congênitas, tumorais, metabólicas e também idiopáticas - conforme já destacado anteriormente.   
 
"Cada uma tem um tipo específico de tratamento que deve ser orientado pelo médico. Alguns pacientes necessitam de exames auxiliares, como as audiometrias e impedanciometrias, exames de imagem (tomografia computadorizada e ressonância magnética) e eletrofisiológicos, além de exames laboratoriais, até chegar ao diagnóstico exato", observa o especialista. 
 
Na maioria das vezes, contudo, o diagnóstico da paralisia facial é feito por meio da observação médica. “O sintoma que mais chama a atenção é a perda súbita, parcial ou total dos movimentos de um lado da face, mal que pode agravar-se durante alguns dias seguidos.” 
 
O médico também chama a atenção para sinais como boca torta, mais evidente quando se tenta sorrir; incapacidade de fechar completamente um dos olhos, de levantar uma das sobrancelhas ou de franzir a testa; dor ou formigamento na cabeça ou na mandíbula; e aumento da sensibilidade do som em um dos ouvidos, além alterações do paladar. 


 
Tratamentos 
 
Conforme o Dr. Testa, a maioria dos casos de paralisia facial é transitória e existem vários tratamentos possíveis, a depender das causas. “O tratamento da paralisia facial periférica é sintomático e inclui o uso de medicamentos, fisioterapia e fonoaudiologia. Não existe uma conduta terapêutica padrão à doença. Depende de cada caso.” 
 
A melhora, por sua vez, pode depender do tipo e da extensão do dano sofrido pelo nervo facial, das condições clínicas e da idade do paciente. Em grande parte dos casos, a paralisia facial costuma regredir à medida que o inchaço do nervo diminui espontaneamente. 
 
Nesse contexto, segundo o médico, a fisioterapia e fonoterapia são importantes aliadas para estimular a musculatura da mímica facial e da fala, bem como evitar contraturas e atrofia das fibras musculares. 


 
Hospital Paulista de Otorrinolaringologia 
 

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