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sexta-feira, 23 de junho de 2023

Biosseguridade é condição essencial para saúde na avicultura

Empresas, cooperativas e produtores investem em protocolos de segurança para elevar o nível de proteção dos planteis 

 

Entrar em uma granja comercial requer alguns cuidados especiais para proteção dos planteis, trata-se de um espaço com alto nível de controle sanitário, ao qual têm acesso apenas profissionais habilitados e credenciados para realizar o manejo, alimentação e demais rotinas junto às aves, especialmente prestadores de serviços eventuais e periódicos. O acesso somente é permitido após desinfecção de roupas, equipamentos, troca de calçados e higienização das mãos. Esses são apenas alguns dos protocolos de biosseguridade estabelecidos para proteger a sanidade do plantel e afastar o risco da introdução de agentes nocivos que possam causar doenças às aves. 

Medidas como essas possibilitam ao Paraná manter posição de destaque na produção e exportação de aves e derivados do Brasil. 

O empresário Roberto Kaefer presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), destaca que esse cenário só foi possível graças ao intenso trabalho desenvolvido nos últimos anos para reforçar a segurança sanitária na avicultura e manter longe do plantel paranaense riscos de doenças como, por exemplo, a influenza aviária. “Foi uma iniciativa coletiva, na qual empresas, cooperativas e produtores trabalharam em parceria com os órgãos governamentais para garantir a qualidade e a segurança da produção de frango no Estado”, salienta. 

 

BOAS PRÁTICAS 

O coordenador do Comitê Estadual de Sanidade Avícola do Paraná (COESA-PR), Jurandir de Moura Júnior, Médico Veterinário Sanitarista Regional na Seara Alimentos/JBS, fala que a biosseguridade – estrutura e boas práticas agropecuárias – para proteger a saúde animal, são exigências implantadas há anos, e constantemente aperfeiçoadas na Avicultura Comercial. 

Isso se deve, principalmente, ao trabalho contínuo dos produtores e das empresas avícolas focadas em treinamentos, checagem dos procedimentos, implementação de novos métodos de redução de cargas microbiológicas – como o enleiramento, que é um método de fermentação da cama aviária que atinge temperaturas de até 60º / 70º graus Celsius, com alta redução da carga microbiológica realizada durante o intervalo entre lotes. 

Além disso, veterinários e técnicos passaram a fazer visitas estratégicas às unidades produtoras e abatedoras, sempre que necessário, para dar orientações, esclarecer dúvidas e reforçar a importância de se manter os protocolos de biosseguridade. 

Moura Júnior diz também que a tecnologia se tornou uma aliada das empresas, cooperativas e produtores nesse trabalho. “A modernização das granjas veio acompanhada de um maior rigor e monitoramento no cumprimento dos procedimentos sanitários executado pelos produtores”, pontua. 

O papel do Sindiavipar, da iniciativa privada, em parceria com os órgãos públicos e de controle, também foram fundamentais para que o Paraná atingisse esse nível de controle na sanidade avícola. O coordenador do Coesa-PR conta que o setor investiu em biossegurança, promovendo melhorias para proteger a saúde humana e ambiental de riscos associados ao manuseio de agentes biológicos.

 

COMUNICAÇÃO DIRETA COM O PRODUTOR 

Josiane S. Maculan Salvo, vice coordenadora do Coesa-PR Paraná e Coordenadora de Sanidade na Lar Cooperativa, fala que dentro das cooperativas também foram desenvolvidos diversos protocolos de biosseguridade e biossegurança com o objetivo de proteger os planteis de doenças da avicultura. O primeiro passo foi ampliar os canais de comunicação com os produtores e cooperados em relação às medidas de segurança. 

Segundo ela, para evitar qualquer possibilidade de circulação do vírus da influenza aviária e de outras contaminações que possam infectar um plantel, a orientação é para que as granjas ou abatedouros não recebam visitas de pessoas que não estejam vinculadas ao sistema produtivo; reforcem as práticas de higienização entre os trabalhadores; façam a blindagem do sistema de água, que deve ser tratada e de fonte conhecida; garantam o isolamento das granjas para que aves de vida livre e outros animais não tenham contato com aves de produção comercial. 

O alto nível de biosseguridade faz parte da rotina de manejo da Avicultura Comercial Paranaense, destaque na produção e exportação de aves e derivados do Brasil, com cerca de 34% da produção nacional e 42% do volume de exportações do segmento.


5 cheiros dos quais os carrapatos não gostam – para usar a seu favor!

 Carrapatos odeiam alguns cheiros, e por isso, podem se manter afastados do ambiente.

 

Se possui um animal de estimação ou vive em local mais remoto da cidade, com certeza já escutou falar da importância de cuidar para evitar carrapatos, certo? 

Esses seres transportam e propagam muitas enfermidades, afetando tanto animais quanto pessoas. Ao entrarem em contato com seus hospedeiros, conseguem permanecer presos a eles por períodos extensos.

Apesar de conseguirem se nutrir do sangue do hospedeiro por um período considerável, muitas vezes passam despercebidos, especialmente em animais de companhia, como caninos e felinos.

Por esse motivo, para auxiliar no afastamento desses seres perigosos de seu lar, existem alguns aromas que podem ser utilizados a seu favor. Continue a leitura para mais informações!

Limão

O limão tem um aroma intenso e aprazível para nós, mas, para carrapatos, este aroma é insuportável. Desse modo, essa essência pode ser usada para repelir os carrapatos de seu lar.

Lavanda

A lavanda é famosa por proporcionar sensação de tranquilidade e relaxamento ao ambiente, correto? Sobretudo por auxiliar em situações de tensão ou para colaborar com uma noite de sono ótima.

Contudo, carrapatos detestam esse aroma, e pode-se utilizá-lo como repelente para estes seres.

Canela

A canela pode evocar muitas recordações agradáveis por conta de seu perfume, além de ajudar também a minimizar os sintomas de aflição, ansiedade e depressão.

É um dos aromas que os carrapatos mais detestam, podendo ser usado como estratégia para repeli-los.

Hortelã

A hortelã tem um aroma que agrada muitas pessoas, especialmente por ser mais fresco, sendo usado pela manhã para proporcionar mais tranquilidade ao cotidiano.

Para manter carrapatos à distância, pode-se usar um óleo essencial de hortelã, pois também rejeitam esse cheiro.

Laranja

O cheiro de laranja é tão agradável quanto o de limão, certo? Contudo, mesmo sendo um pouco mais doce, é um odor que os carrapatos definitivamente desaprovam, mantendo-se distantes de ambientes que exalam o aroma de laranja.

Como os carrapatos transmitem doenças?

Carrapatos são reconhecidos por serem portadores de inúmeras doenças, prejudicando tanto animais quanto pessoas. Isso se deve ao fato de se nutrirem do sangue de hospedeiros infectados, levando esses microrganismos para outros hospedeiros.

Habitualmente, encontram-se em gramíneas e árvores. Assim, quando um hospedeiro se aproxima, deslocam-se rapidamente para se alimentar do seu sangue.

Podem rastejar, escalar paredes e corpos de hospedeiros, alcançando a região próxima à cabeça para se nutrir e fortalecer.

 

Daniele Beldon
Rotas de Viagem
https://rotasdeviagem.com.br/5-cheiros-dos-quais-os-carrapatos-nao-gostam-para-usar-a-seu-favor/


Perda de audição compromete a qualidade de vida de idosos e deve ser acompanhada periodicamente

No mês em que é celebrado o Junho Violeta, médico do Hospital Paulista alerta sobre os indicativos da surdez - problema que potencializa o isolamento social na velhice - e pode ser facilmente identificado por meio do exame de audiometria


A perda auditiva, a partir da quinta ou sexta década de vida, faz parte do processo natural do envelhecimento humano. Ou seja, é algo mais do que previsto e comum - assim como as alterações da visão, a perda de cabelo, a perda de massa muscular, dentre outras tantas perdas também associadas ao envelhecimento. 

No caso da audição, porém, é algo que penaliza de sobremaneira os pacientes quando têm essa condição agravada. Afinal, a surdez provoca uma situação de isolamento social, justamente pela perda da capacidade de comunicação que lhe é imposta. 

Trabalhos recentes vêm associando a deficiência auditiva em idosos à evolução de quadros demenciais. Nesses casos, a reabilitação auditiva que pode ser realizada com aparelhos de amplificação sonora individual, segundo o tipo de perda auditiva, podem evitar essa progressão e, em alguns casos, até melhorar a cognição. 

Quando se trata de idosos em especial, dificuldade auditiva com comprometimento da comunicação interpessoal é sem dúvida um fator de risco a quem preza por uma boa qualidade de vida. Por isso é tão importante o acompanhamento médico regular. Esse, aliás, é de um dos propósitos da campanha Junho Violeta, que tem entre seus objetivos promover ações que assegurem dignidade às pessoas que estão na etapa final da vida. 

"Cuidar da audição é cuidar das memórias e das relações das pessoas idosas, que são tão importantes para os manter com o propósito de viver e para garantir a autonomia e independência deles. As pessoas que convivem com idosos precisam ter isso muito claro e sempre estar atentos", destaca o Dr. Gilberto Ferlin, médico otorrinolaringologista e foniatra do Hospital Paulista - referência em especialidades de ouvido, nariz e garganta. 

Os indicativos de surdez, segundo ele, costumam partir de situações cotidianas, como aumentar demasiadamente o volume da TV, solicitar que repitam as frases recorrentemente, não responder a chamados, apresentar dificuldades para manter conversação em ambientes com ruido competitivo como à mesa em restaurante com alguns familiares. "Também é bastante comum a dificuldade em falar/entender ao telefone; falta de uma boa compreensão das palavras que ouve; dificuldade em conseguir manter conversas simples; elevação do som da própria voz", acrescenta. 

Para um diagnóstico correto, o Dr. Ferlin explica que o exame de audiometria é o mais recomendável, pois identifica o tipo e grau da perda auditiva. "Ele é fundamental para detectar perdas auditivas ainda em seu estágio inicial, para que seja feita uma intervenção precoce a fim de melhorar a qualidade de vida das pessoas que já apresentam algum grau de deficiência. O exame ajuda a identificar se o paciente precisará utilizar um aparelho auditivo e qual a melhor indicação (tecnologia e modelo), de acordo com as suas necessidades", destaca. 

O meio mais indicado para iniciar a reabilitação tão logo ocorra alterações sensoriais auditivas é avaliá-la periodicamente a partir dos 60 anos. O ideal é que o idoso não espere sentir desconforto auditivo para fazer o exame, principalmente se houver histórico de surdez na família. Da mesma forma, os parentes e cuidadores devem ficar atentos para que essa condição não comprometa a qualidade de vida", finaliza o médico. 

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que, no Brasil, há 28 milhões de pessoas com surdez, representando 14% da população, com incidência maior em idosos. Em média, segundo a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia, as pessoas demoram cerca de sete anos para procurar um especialista após perceberem algum dano à audição e ainda levam mais dois anos para escolher um tratamento. 

Componentes genéticos e fatores de risco específicos como diabetes, pressão alta, tabagismo e uso excessivo de álcool podem acelerar o processo de perda auditiva. As causas mais recorrentes, por sua vez, são: a exposição ao ruído ao longo da vida; atuação em alguns tipos de ambientes de trabalho e a não utilização de protetor auditivo.

 

Hospital Paulista de Otorrinolaringologia


Como identificar o diabetes? Especialista da BP responde as principais dúvidas

A demora no diagnóstico pode expor os pacientes a enfermidades cardiovasculares graves; a doença é confirmada por meio de exames de sangue simples

 

O Dia Nacional do Diabetes Mellitus é celebrado em 26 de junho, uma data criada pelo Ministério da Saúde em parceria com a Organização Mundial de Saúde (OMS) para conscientizar a população sobre os fatores de risco, diagnóstico e prevenção da doença. Cerca de 13 milhões de pessoas vivem com a condição no país, segundo estimativa da Sociedade Brasileira de Diabetes, e este número pode ser ainda maior, tendo em vista que muitos pacientes não percebem os sinais. Com isso, o Brasil ocupa a quinta posição no ranking mundial de pessoas com diabetes, atrás apenas da China, Índia, Estados Unidos e Paquistão, segundo o Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes.

 

O médico cardiologista Fernando Augusto Alves da Costa, da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, um dos principais hubs de saúde de excelência do país, relata que quando a pessoa chega ao médico desconfiando da existência da doença, é muito provável que ela já esteja em andamento, expondo-se a riscos e enfermidades cardiovasculares. “Os sintomas clínicos mais comuns são aumento da vontade de urinar e de beber água, infecções urinárias repetidas, aumento do apetite, irritabilidade, dificuldade de concentração, cansaço e sonolência após refeições”, cita.

 

Além desses fenômenos, o especialista da BP menciona as acantose nigricans, manchas escuras, com textura grossa e aveludada, que  geralmente aparecem no pescoço, nas axilas e mãos. O surgimento dessas marcas leva o paciente a procurar um dermatologista, que precisará investigar possíveis condições diabéticas.

 

O diabetes é uma síndrome metabólica  resultante da falta ou atividade inadequada da insulina produzida pelo pâncreas, caracterizando alta concentração de açúcar no sangue. A doença é classificada em diferentes tipos, dependendo do que provoca esse aumento. Com base nos níveis de glicose, é possível definir a prioridade do atendimento, considerando a taxa de até 99 mg/dL como um resultado normal.

 

Um segundo teste, mais preciso e definitivo para confirmar o diagnóstico, é o de hemoglobina glicada, que fornece informações  sobre os níveis de açúcar no sangue referentes aos últimos três ou quatro meses. O exame também permite avaliar  condições pré-diabéticas em pacientes com resistência insulínica, que podem eventualmente desenvolver diabetes. Um nível glicêmico de 5,7% no sangue está dentro da média normal, mas valores acima disso demandam orientação profissional.

 

Tanto a prevenção quanto o tratamento rigoroso com acompanhamento médico periódico são fundamentais, ressalta Fernando. “Quem tem diabetes nunca deverá esquecer que possui essa condição. É preciso usar os medicamentos corretamente e rever hábitos de cotidianos, procurando manter uma alimentação saudável e  praticar atividades físicas regularmente”, afirma. Ele aponta a obesidade e o aumento da circunferência abdominal como fatores críticos, já que ambos são responsáveis pela redução da secreção do hormônio adiponectina, e a diminuição dessa substância está comprovadamente relacionada ao aumento do risco de desenvolvimento do diabetes.

 

A recomendação do cardiologista é  incluir a investigação do diabetes na lista principal dos exames de check-up anual,  especialmente para quem  possui histórico familiar da doença, em razão da  influência significativa da hereditariedade.

 

Principais tipos de diabetes:


 

•            Diabetes tipo 1: ocorre quando o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina, que é o hormônio responsável por colocar a glicose dentro das células para que seja transformada em energia, que dá vigor aos músculos. Cérebro, coração, rins e fígado não precisam do receptor da insulina para absorver a glicose, mas os músculos sim. Essa condição  cria um paradoxo: quando a glicose está elevada no diabetes, os músculos que precisam do receptor ficam com falta da glicose, enquanto os órgãos citados estão com excesso e acabam se intoxicando. Isso causa a chamada glicotoxicidade, que pode levar a sintomas como sonolência, mal-estar e irritabilidade. O diabetes tipo 1 geralmente se desenvolve  na infância ou adolescência, tornando o indivíduo  dependente de aplicações diárias de insulina sintética ao longo da vida. É mais comum entre pessoas brancas e em famílias com histórico da doença,  comumente associado a defeitos genéticos.

 

•            Diabetes tipo 2: nesse caso, o organismo vai se tornando resistente à insulina  devido a falhas nos receptores das células que fazem esse hormônio funcionar. Ou seja, mesmo que o pâncreas seja capaz de produzir insulina, ela fica acumulada e em desuso no organismo. À medida que a doença progride, pode levar o pâncreas à falência, tornando o paciente insulinodependente.


•            Diabetes gestacional: acontece durante a gravidez, muitas vezes devido ao aumento de peso da gestante. É reversível quando bem tratado.

 

BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo

 

 

Inflamação na gravidez pode causar lábio leporino em indivíduos com predisposição genética

Por meio de experimentos com células humanas
 e com animais, pesquisadores da USP e colaboradores
 demonstraram como a interação gene-ambiente durante o desenvolvimento
craniofacial do embrião pode levar à malformação
(
foto: James Heilman/Wikimedia Commons)

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da University College London, do Reino Unido, demonstraram em modelo animal que a fenda lábio palatina, condição também conhecida como lábio leporino, é decorrente da associação de dois fatores: um genético e outro associado à ocorrência de inflamação durante a gravidez – no período de formação e desenvolvimento do embrião.

Em artigo publicado na revista Nature Communications, o grupo descreve como a relação gene-ambiente pode provocar a malformação craniofacial. O estudo foi conduzido no Centro de Estudos do Genoma Humano e de Células-Tronco (CEGH-CEL), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado no Instituto de Biociências (IB-USP).

“Nosso grupo acompanha famílias com casos de lábio leporino há anos e havia a suspeita de que, para que ocorresse a malformação, seria necessário um componente ambiental, além do genético. Pois, ao fazer o sequenciamento genético dessas pessoas, vimos que, apesar de muitas delas terem a mutação no gene CDH1, uma parcela importante não apresentava a malformação. Faltava uma peça que explicasse por completo o que levava à ocorrência do lábio leporino”, conta Maria Rita Passos-Bueno, pesquisadora do CEGH-CEL que coordenou a pesquisa.

De acordo com Passos-Bueno, outro elemento que reforça a hipótese é que, entre as pessoas acompanhadas, se observa uma variação grande em relação à gravidade das fissuras. “Pessoas com a mesma mutação genética podem não ter lábio leporino, apresentar apenas uma abertura no lábio ou no céu da boca, ou ainda ter o lábio e o céu da boca afetados”, conta.

A pesquisadora explica que, quando há mutação em um dos alelos do gene CDH1 (que codifica a proteína E-caderina), o resultado pode ser o desenvolvimento de lábio leporino e também de um tipo de câncer gástrico. A mutação interfere no processo de migração de células das cristas neurais – células presentes no desenvolvimento embrionário e que se diferenciam para a formação de ossos, cartilagem e tecido conectivo da face, entre outros tipos celulares.

Com o comprometimento da migração das cristas neurais durante o desenvolvimento embrionário, o processo de diferenciação é prejudicado, podendo resultar no lábio leporino.

No entanto, ressalta Passos-Bueno, essa variante sozinha não explica completamente a questão hereditária do lábio leporino. "Quando os dois alelos de CDH1 são afetados, o embrião morre. Já quando um alelo é normal e o outro mutado, há compatibilidade com a vida e, na maioria dos casos, não ocorre malformação. A esse fenômeno de hereditariedade se dá o nome de penetrância incompleta: existe a mutação genética, mas ela não é traduzida no fenótipo", explica Passos-Bueno.

Na busca pela peça que faltava para montar o quebra-cabeça, os pesquisadores passaram a investigar algum fator ambiental que pudesse contribuir com o processo de malformação.

"Dados da população com lábio leporino mostram que obesidade, diabetes e outras situações pró-inflamatórias, como infecção materna [episódios de febre durante a gestação], são fatores de risco para a criança nascer com fissuras. Mas precisávamos mostrar como essa relação se dava. Os resultados do nosso estudo mostraram que moléculas inflamatórias denominadas citocinas [secretadas por células do sistema imune] induzem uma hipermetilação do gene CDH1 [modificação bioquímica que altera o padrão de expressão do gene]", diz Passos-Bueno.

É o fenômeno que os cientistas chamam de epigenética, ou seja, modificações bioquímicas nas células ocasionadas por estímulos ambientais (no caso a inflamação) que promovem a ativação ou o silenciamento de genes sem provocar mudanças no genoma (mutações).

"O desafio do estudo foi mostrar essa relação entre genética e ambiente, ou seja, o fator que leva à metilação especificamente ou prioritariamente do gene CDH1 em uma gestante portadora da mutação hereditária que apresenta algum estágio de pró-inflamação durante a gestação", conta Lucas Alvizi, que na época da pesquisa era bolsista de pós-doutorado da FAPESP. Atualmente Alvizi é pesquisador na University College London.

Vale destacar que a metilação é uma modificação bioquímica que consiste na adição de um grupo metil à molécula do DNA por meio da ação de enzimas. Trata-se de um processo natural e necessário para o funcionamento do organismo, pelo qual a expressão dos genes é modulada. No entanto, quando esse processo se torna desregulado – como no caso da hipermetilação do CDH1 – pode causar disfunções nas células e contribuir para o desenvolvimento de doenças e malformações.

Além de testes in vitro com células humanas, os pesquisadores fizeram experimentos com camundongos e rãs para provar que a inflamação gerava a hipermetilação no gene CDH1. E comprovaram que a adição de um grupo metil a um trecho específico do DNA dificultava o processo de transcrição do gene, resultando em menor migração das cristas neurais.

"Expusemos as células e os embriões de camundongos e rãs com a mutação em um dos alelos do gene CDH1 a fatores ambientais, no caso, partículas de bactérias que induzem a inflamação. Depois pegamos fêmeas com cópias normais do gene e as expusemos à mesma condição. E observamos que somente a prole das fêmeas portadoras da mutação apresentava defeitos na migração da crista neural, o que pode explicar o aparecimento da fissura", relata Alvizi.

Passos-Bueno explica que mutações no gene CDH1 também podem resultar em um tipo de câncer de estômago hereditário. "Trabalhos recentes mostraram que algumas famílias tinham fissuras e câncer, porém, isso é algo mais raro. Pretendemos, em estudos futuros, investigar a relação entre esses dois fatores [genético e ambiental] com o câncer de estômago”, diz.

Outro objetivo futuro da equipe é entender quais estados pró-inflamatórios durante a gestação, associados à constituição genética do embrião, são suficientes para ocasionar o lábio leporino. Esse conhecimento, na avaliação de Passos-Bueno, poderá orientar ações capazes de prevenir a malformação.

O estudo Neural crest E-cadherin loss drives cleft lip/palate by epigenetic modulation via pro-inflammatory gene-environment interaction pode ser lido em: www.nature.com/articles/s41467-023-38526-1.

 

 

Maria Fernanda Ziegler

Agência FAPESP

https://agencia.fapesp.br/inflamacao-na-gravidez-pode-causar-labio-leporino-em-individuos-com-predisposicao-genetica/41718/

Doença periodontal na gravidez: por que a gestação aumenta o risco de problemas bucais?

Durante a gestação, as mulheres passam por mudanças hormonais que podem afetar a saúde bucal. Isso porque os hormônios femininos, como o estrógeno e a progesterona, podem causar inflamação e sangramento nas gengivas, o que é chamado de gengivite gravídica.  

De acordo com um estudo feito pela Universidade Federal de Juiz de Fora (MG), problemas periodontais como inflamação ou infecção na gengiva podem afetar até 83% das gestantes. Isso acontece porque as alterações hormonais comuns do período podem agravar as condições de doenças desse tipo.  

Essas mudanças hormonais são exclusivas do sexo feminino e podem ocorrer em diferentes momentos da vida, como na menstruação, gravidez, uso de anticoncepcionais e menopausa. Por isso, é importante que as mulheres fiquem atentas à saúde bucal em todas as fases da vida e realizem exames odontológicos preventivos regularmente.  

Os especialistas do Ministério da Saúde explicam que essa condição periodontal é clinicamente semelhante a uma gengivite causada por placa. Entre os principais sintomas estão gengiva de coloração avermelhada, inchada, com sangramento ao simples toque ou durante a escovação. 

Vale lembrar que os enjoos e vômitos frequentes na gestação aumentam a acidez bucal e favorecem o desenvolvimento de bactérias. Como isso potencializa os problemas periodontais já existentes, fazer o pré-natal bucal se torna cada vez mais importante. 

A saúde bucal deve ser uma preocupação constante para todas as pessoas, mas durante a gestação, essa atenção deve ser redobrada a predisposição a problemas bucais. 

A cirurgiã-dentista, especialista em saúde bucal e periodontia, Dra. Bruna Conde, explica que a doença periodontal é uma condição inflamatória que acomete as estruturas de suporte dos dentes, como a gengiva, o osso e o ligamento periodontal. Ela é causada pelo acúmulo de placa bacteriana nos dentes e pode levar à perda dos dentes se não for tratada adequadamente. 

Vários estudos indicam uma associação direta entre a doença periodontal e complicações na gravidez, como baixo peso ao nascer, mortalidade perinatal e parto prematuro. Isso ocorre porque a inflamação crônica na gengiva pode desencadear um processo inflamatório sistêmico, que pode afetar o feto e aumentar o risco de complicações. 

É importante destacar que as mulheres grávidas têm uma maior tendência a desenvolver doença periodontal devido às alterações hormonais que ocorrem durante a gestação. O aumento dos níveis de progesterona e estrogênio pode levar a uma maior vascularização da gengiva, tornando-a mais suscetível a infecções bacterianas. 

Além disso, o aumento do apetite e a mudança na dieta durante a gravidez podem contribuir para o aumento do risco de cárie dentária. Por isso, é importante que as gestantes mantenham uma boa higiene bucal, escovando os dentes, utilizando o fio dental diariamente, realizando limpeza na língua e realizando visitas regulares ao dentista que entenda sobre o pré-natal odontológico. 

“Os profissionais de saúde devem estar cientes da relação entre a doença periodontal e resultados adversos na gravidez, a fim de fornecer informações precisas aos pacientes. As mulheres grávidas devem ser orientadas sobre os sinais de doença periodontal, como gengivas vermelhas, inchadas ou que sangram. O diagnóstico e tratamento precoce da doença periodontal durante a gestação são fundamentais para minimizar o risco de complicações.” Destaca a Dra. Bruna Conde. 

“É importante destacar que, se a gravidez ainda está na fase de planejamento, um cuidado essencial é ir ao dentista e resolver todos os problemas bucais antes de engravidar. Assim, é possível prevenir problemas que possam causar complicações durante a gestação. Porém, se a gestação já se iniciou, é imprescindível um acompanhamento odontológico efetivo com os cuidados necessários para evitar problemas para a gestante e até mesmo para o bebê.” Finaliza a Dra. Bruna Conde.

 

Dra. Bruna Conde - Cirurgiã-Dentista.
CRO SP 102038


7 Perguntas e respostas sobre alimentação saudável

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Posso comer e beber água junto? Suplemento dá pedra nos rins? Canja de galinha cura gripe? A equipe Puravida Science Hub esclarece essas e outras dúvidas


Um cardápio equilibrado e rico em diferentes nutrientes pode trazer diversos benefícios para a saúde, como o aumento da disposição e mais produtividade, melhora do sistema imunológico, controle do peso, prevenção de doenças e mais qualidade do sono. Mas com tanta informação disponível na internet as dúvidas podem surgir e as respostas até gerar algum tipo de confusão.

Ciente disso, o Puravida Science Hub, composto por uma equipe de profissionais da saúde especializados nos ramos da medicina do estilo de vida, reuniram algumas das principais perguntas para ajudar aqueles que desejam manter uma dieta mais equilibrada. A equipe se dedica à produção de conteúdo baseado em evidências científicas sólidas que alicerçam as diretrizes das principais sociedades e entidades médicas do mundo.


1. Se eu tomo suplemento multivitamínico não preciso me preocupar em consumir frutas, verduras e legumes na minha alimentação?

Precisa, sim. Estudos mostram que uma alta ingestão de frutas e vegetais, especialmente aqueles ricos em vitamina C, carotenóides e outros antioxidantes, reduz o risco de doenças cardiovasculares, câncer, mortalidade prematura e doenças crônicas de maneira geral. E as associações observadas não se devem aos próprios antioxidantes individuais, mas sim à combinação de múltiplos componentes benéficos em frutas e vegetais. As fontes dietéticas destes antioxidantes (frutas, vegetais, bagas, etc.) contém uma miríade de outros compostos bioativos relacionados que podem ter bioatividades sinérgicas. Dessa forma, o uso de suplementos pode ser muito interessante, mas é coadjuvante a uma alimentação rica e variada em frutas, legumes e verduras. As fontes dietéticas destes antioxidantes (frutas, vegetais, bagas, etc.) contém uma miríade de outros compostos bioativos relacionados que podem ter bioatividades sinérgicas. Dessa forma, o uso de suplementos pode ser muito interessante, mas é coadjuvante a uma alimentação rica e variada em frutas, legumes e verduras. 


 2Qual a relação da canja de galinha que minha avó me dava com a melhora da gripe ou resfriado?

A canja de galinha, assim como outros caldos, é rica em proteínas animais, carboidratos de qualidade, lipídeos de qualidade (gorduras monoinsaturadas, por exemplo), vitaminas e minerais como vitamina A, vitamina E, Ferro, Zinco, entre outros. Dessa forma, constitui uma refeição completa e rica em bons nutrientes (considerando uma canja composta por frango, arroz, agrião, cenoura e azeite). Não é a canja em si que cura resfriados ou outras doenças, mas a boa nutrição, de maneira contínua e crônica, associada a um estilo de vida saudável, que vão promover o aumento da imunidade.


3. Suplementos podem dar pedra no rim?

As pedras nos rins são formadas por cristais presentes na urina e podem afetar os rins e as vias urinárias. Elas podem ter diversas causas, como a formação de cristais de ácido úrico, estruvita, cistina e o tipo mais comum, cristais de cálcio. Geralmente, as causas estão relacionadas a um estilo de vida pouco saudável, como falta de exercícios físicos, baixa ingestão de água, muito estresse, obesidade, perda de massa óssea, consumo excessivo de alimentos ultraprocessados ricos em frutose artificial, proteínas e sal. Outros fatores, como predisposição genética, estrutura anatômica dos rins e vias urinárias, e desequilíbrios hormonais também podem estar relacionados. No entanto, não há evidências científicas robustas que relacionem diretamente a suplementação adequada e biodisponível com a formação de pedras nos rins. Na verdade, a suplementação de antioxidantes pode ajudar a controlar os efeitos negativos do estresse e, consequentemente, diminuir a formação dos cristais. Portanto, além de manter um estilo de vida saudável, a inclusão de suplementos como ômega 3, coenzima Q10, resveratrol, cúrcuma e astaxantina, por exemplo, pode ser uma ótima opção para auxiliar na prevenção da formação de cristais. Geralmente, as causas estão relacionadas a um estilo de vida pouco saudável, como falta de exercícios físicos, baixa ingestão de água, muito estresse, obesidade, perda de massa óssea, consumo excessivo de alimentos ultraprocessados ricos em frutose artificial, proteínas e sal. Outros fatores, como predisposição genética, estrutura anatômica dos rins e vias urinárias, e desequilíbrios hormonais também podem estar relacionados. No entanto, não há evidências científicas robustas que relacionem diretamente a suplementação adequada e biodisponível com a formação de pedras nos rins. Na verdade, a suplementação de antioxidantes pode ajudar a controlar os efeitos negativos do estresse e, consequentemente, diminuir a formação dos cristais. Portanto, além de manter um estilo de vida saudável, a inclusão de suplementos como ômega 3, coenzima Q10, resveratrol, cúrcuma e astaxantina, por exemplo, pode ser uma ótima opção para auxiliar na prevenção da formação de cristais.


4. Beber água junto às refeições é prejudicial?

Geralmente, a ingestão de água, em pequenos volumes, até 200 ml, durante as refeições principais (almoço e jantar) não prejudica a absorção de nutrientes e saciedade. Acima disso, os líquidos podem diluir as enzimas responsáveis pela digestão dos alimentos, provocando sintomas de distensão abdominal, indigestão e azia. Além disso, a ingestão de líquidos durante as refeições pode, associado à rápida mastigação, afetar a absorção de nutrientes e a percepção da saciedade, uma vez que, os alimentos são deglutidos, em pedaços grandes, sem o fracionamento necessário para a ação das enzimas e regulação do apetite. Líquidos como bebidas industrializadas e refrigerantes, devem ser evitados, por apresentarem elevado teor de açúcar, aumentando consideravelmente as calorias totais das refeições. Escolhas como essas, podem impactar negativamente o processo de perda de peso e provocar no metabolismo de carboidratos.


5. É mesmo preciso comer de 3 em 3 horas?

A regularidade alimentar, padronizando horários específicos das refeições e dos jejuns é muito comum entre as populações. Entretanto, cada indivíduo apresenta um tipo de metabolismo e, portanto, não seria interessante instituir como padrão, o consumo alimentar a cada 3h. Encaixar a rotina alimentar no ciclo circadiano é mais eficaz na promoção da saúde metabólica, redução da inflamação crônica, redução de gordura corporal e manutenção da massa magra, do que comer a cada 3h, de acordo com estudos. Dessa forma, manter uma alimentação densamente nutritiva, combinada com o ciclo circadiano, em que o jantar é realizado mais cedo (por volta de 19h) e o jejum é feito, preferivelmente, no período noite-madrugada (entre 21h e 07h), pode beneficiar a saúde metabólica. 


6. Por que café solta o intestino?

O café pode estimular o movimento peristáltico do cólon e também aumentar a liberação de alguns hormônios, que ativam o funcionamento intestinal em algumas pessoas. Isso acontece porque o café, em contato com a mucosa do estômago, pode ativar os movimentos intestinais em poucos minutos após ingestão. Assim, pode favorecer a evacuação. Esse efeito pode não ter ligação apenas com a cafeína, e sim, com outros compostos presentes no grão do café, como as fibras. É importante ressaltar que, estudos levam em consideração a ingestão de café puro e sem açúcar, descartando qualquer ingrediente extra como leites e cremes, frequentemente vistos em preparações com café. Embora o café tenha benefícios à saúde intestinal, apenas um único componente pode não ser suficiente para um resultado duradouro. Incluir verduras, frutas, cereais integrais, proteínas de qualidade e boa hidratação, são essenciais para um estilo de vida saudável.


7. Vinagre de maçã ajuda a reduzir o colesterol?

Alguns componentes do vinagre de maçã possuem ação antioxidante, antimicrobiana, antidiabética, antitumoral, antiobesidade, anti-hipertensiva e resposta na redução de colesterol. O ácido acético, um composto do vinagre de maçã, melhora o equilíbrio das gorduras no sangue e reduz o colesterol. Já o ácido clorogênico, também presente no vinagre de maçã, pode inibir a oxidação do LDL (acúmulo de LDL na parede das veias e artérias), atuando na prevenção de doenças cardiovasculares. Porém, outros efeitos importantes foram observados em decorrência do consumo do ácido acético, como: redução nos níveis de glicose no sangue, retardando o esvaziamento do estômago e digestão dos carboidratos, aumentando a absorção de glicose pelos tecidos e melhorando a resistência à insulina em indivíduos pré diabéticos e com diabetes tipo 2. Também foram descritos auxílio no controle da pressão arterial, na absorção de cálcio e na perda de peso. A sugestão de uso é de 2 colheres de sopa ao dia, podendo ser 1 colher de sopa antes do almoço e 1 colher de sopa antes do jantar. Outra sugestão é o consumo de 1 colher de sopa de vinagre de maçã antes de dormir. Essa tem impacto positivo na diminuição da glicose em jejum na manhã seguinte, em indivíduos com diabetes tipo 2.

 

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É possível se curar do diabetes? Saiba o que é mito e o que é verdade sobre a doença

Nesse Dia Nacional do Diabetes, o endocrinologista Levimar Araújo, presidente da SBD, esclarece dúvidas sobre a condição que atinge 15,7 milhões de brasileiros1

 

De acordo com a Federação Internacional de Diabetes (IDF), o Brasil é o 6° país em incidência de diabetes no mundo1, e até 2045 a estimativa de casos pode chegar em 23,2 milhões[1]. Apesar do diabetes atingir 6,9% da população brasileira[2], a desinformação e os maus hábitos de vida contribuem para a descompensação glicêmica e o aumento de incidência da condição.

As complicações, como as doenças renais e cardiovasculares, são consequências das altas taxas de açúcar no sangue[3]. Por isso, em prol do dia Nacional do Diabetes, o endocrinologista e metabologista Levimar Araújo, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), esclarece oito mitos e verdades sobre a doença.


Pré-diabetes e diabetes são iguais

Mito – O diabetes é um grupo de doenças que resultam no alto índice de açúcar no sangue. Isso acontece quando o hormônio insulina, que regula a glicose e garante energia para o nosso organismo, passa a ser produzido em quantidade insuficiente pelo pâncreas ou se torna incapaz de produzir seu efeito2. Em alguns casos, quando os níveis de glicose no sangue estão mais altos do que o normal, entre 140 e 199 mg/dL na medição da glicemia pós-prandial (cerca de 2 horas após a refeição)[4], mas ainda não o suficiente para caracterizar o diabetes, pode ser diagnosticado como pré-diabetes. Ou seja, este é um sinal de alerta para a doença.


Existe mais de um tipo de diabetes e o tipo 2 não é uma evolução do tipo 1.

Verdade – Apesar de serem ambos diabetes mellitus, DM1 e DM2 são causados por fatores diferentes. O DM1 concentra cerca de 5 a 10% de diagnósticos no Brasil2 e é causado por uma falha no sistema imunológico em que anticorpos atacam as células que produzem a insulina. É uma doença crônica não transmissível que aparece geralmente na infância ou adolescência.2 Já o DM2 é uma doença crônica que influencia a maneira como o organismo absorve o açúcar do sangue, resultando na resistência à insulina, e atinge cerca de 90% da população com diabetes que convive com diabetes4. Além disso, é mais comum em pacientes acima de 45 anos e que fazem parte de outros grupos de risco, como a obesidade, sedentarismo, entre outros[5].


O diabetes é uma doença que atinge apenas idosos e pessoas que consomem muito açúcar

Mito – Este é um mito popular equivocado que reforça um estereótipo negativo para as pessoas que convivem com a doença. Os fatores de risco mais conhecidos são associados a causas genéticas e a fatores externos, relacionados ao estilo de vida2. Pressão alta, colesterol alto ou alterações na taxa de triglicérides no sangue, sobrepeso, doenças renais crônicas, diabetes gestacional, síndrome de ovários policísticos, diagnóstico de distúrbios psiquiátricos – esquizofrenia, depressão, transtorno bipolar, apneia do sono e uso de medicamentos da classe dos glicocorticoides são fatores de risco para o desenvolvimento do diabetes2 e indicam a necessidade de rastreio da doença.

Por isso, a melhor forma de prevenir o diabetes é a partir de hábitos de vida saudáveis, como a boa alimentação e a prática de exercícios físicos, além do acompanhamento médico para o rastreamento de complicações, que podem aparecer devido ao diabetes descompensado2.


Na maioria das vezes, os sintomas do diabetes mellitus 1 e 2 são similares

Verdade – Fome e sede excessiva, boca seca, vontade frequente de urinar, perda de peso sem causa aparente, cansaço excessivo, demora na cicatrização de feridas, tontura e vômitos em alguns casos são alguns dos sintomas que podem caracterizar o diabetes4. Os sinais podem ser similares, mas apenas um médico pode diagnosticar corretamente, por meio de exames clínicos e físicos de rotina, além de indicação de tratamento individualizado.


Existem chás e alimentos que curam o diabetes

Mito – Fala-se muito sobre alimentos que curam o diabetes, entretanto, o diabetes não tem cura. O que pode acontecer em casos da doença do tipo 2 é que a pessoa apresente, durante o tratamento, níveis estáveis de açúcar no sangue, que podem, ser considerados como níveis normais[6]. Para que isso aconteça, é fundamental a adesão ao tratamento e mudanças no estilo de vida, citadas acima.


Pessoas com diabetes são propensas a desenvolver doenças renais e cardiovasculares

Verdade – As chances de pacientes com diabetes apresentarem algum evento cardiovascular é de 2 a 4x maior em comparação aos sem diabetes[7] e 2 em cada 5 pacientes com DM2 irão desenvolver doença renal crônica (DRC)[8]. De acordo com os dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) o diabetes é uma das principais causas de DRC[9]. A estimativa de casos no Brasil é que mais de 12 milhões de pessoas tenham a condição7 e por ser, na maioria dos casos, assintomática nos primeiros estágios, o controle renal, por meio de exame de sangue de rotina e de urina, mostra-se indispensável para as pessoas que já convivem com o diabetes7.


Em alguns casos, é possível atingir a remissão da doença

Verdade – Nos casos do diabetes mellitus tipo 2, existem estudos que confirmam casos de remissão da doença. Porém, perceba que remissão não significa cura. Mesmo com o diabetes controlado, com os índices de açúcar no sangue normais, a pessoa não deixa de ter diabetes. Por isso, ainda assim, é importante seguir com acompanhamento médico, a realização de exames para o acompanhamento glicêmico e adesão do tratamento para o controle da doença5.


O diabetes controlado é o fator principal para uma boa qualidade de vida

Verdade – O diabetes é desafiador e requer autocuidado e controle. Complicações como o desenvolvimento da doença renal crônica, podem ser silenciosas e permanecer assintomáticas durante anos[10]. Por isso, é importante, não apenas para pessoas com diabetes, mas, para todas as pessoas manterem um estilo de vida saudável. Ir ao médico, realizar exames de rotina para rastreamento precoce, ter uma boa alimentação e a prática de exercícios físicos são ações que devem fazer parte do nosso dia a dia. Além disso, é necessário que os profissionais da saúde acompanhem a atualização de novas tecnologias, para que cada vez mais, as novas soluções de tratamentos contribuam para o gerenciamento de uma das mais prevalentes doenças da humanidade como o diabetes

  

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[1] Federação Internacional de Diabetes (IDF). Atlas 2021. Disponível em: https://diabetesatlas.org/idfawp/resource-files/2021/07/IDF_Atlas_10th_Edition_2021.pdf. Acesso em 02 de junho de 2023.

[2] Ministério da Saúde. Diabetes (Mellitus). Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/diabetes. Acesso em 02 de junho de 2023.

[3] Birkeland K, Bodegard J, Eriksson J, et al. Cardiorrenal disease is the most commom first CV manifestation in type 2 diabetes and associated with increased mortality: a large multinational observational study. Presented at: European Association for the Study of Diabetes 55th Annual Meeting, September 16-20, 2019, Barcelona, Spain. Abstract, 126. Acesso em 12 de junho de 2023.

[4] Diretriz da Sociedade Brasileira de Diabetes. Diagnóstico do diabetes e rastreamento do diabetes tipo 2. Edição 2023. Disponível em: https://diretriz.diabetes.org.br/diagnostico-e-rastreamento-do-diabetes-tipo-2/ Acesso em: 20 de junho de 2023.

[5] Sociedade Brasileira de Diabetes.Tipos de Diabetes. Disponível em: https://diabetes.org.br/tipos-de-diabetes/?gclid=EAIaIQobChMI_47t_Iv0_AIVKuxcCh2jqgjNEAAYASAAEgJe5fD_BwE. Acesso em 12 de junho de 2023.

[6] Sociedade Brasileira de Diabetes. Diabetes tipo 2 tem cura? Disponível em: https://diabetes.org.br/diabetes-tipo-2-tem-cura-2/#:~:text=Quando%20analisamos%20pela%20%C3%B3ptica%20da,podem%20at%C3%A9%20serem%20n%C3%ADveis%20normais. Acesso em 13 de junho de 2023.

[7] Gregg EW et al. n Eng J Med 2014;370:1514-23. Acesso em 13 de junho de 2023

[8] NIDDK USRDS. 2022 Anual Dat Report. Disponível em: https://https://adr.usrds.org/2020/chronic-kidney-disease/1-ckd-in-the-general-populationadr.usrds.org/2020/chronic-kidney-disease/1-ckd-in-the-general-population. Acesso em 14 de junho de 2023.

[9] Ministério da Saúde. Dia Mundial do Rim 2019. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/14-3-dia-mundial-do-rim-2019-saude-dos-rins-para-todos/. Acesso em 14 de junho de 2023.

[10] Ministério da Saúde. Doenças Renais Crônicas. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/drc. Acesso em 14 de junho de 2023.


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