Nesse Dia Nacional
do Diabetes, o endocrinologista Levimar Araújo, presidente da SBD, esclarece
dúvidas sobre a condição que atinge 15,7 milhões de brasileiros1
De acordo com a Federação Internacional de Diabetes
(IDF), o Brasil é o 6° país em incidência de diabetes no mundo1, e
até 2045 a estimativa de casos pode chegar em 23,2 milhões[1].
Apesar do diabetes atingir 6,9% da população brasileira[2],
a desinformação e os maus hábitos de vida contribuem para a descompensação
glicêmica e o aumento de incidência da condição.
As complicações, como as doenças renais e
cardiovasculares, são consequências das altas taxas de açúcar no sangue[3].
Por isso, em prol do dia Nacional do Diabetes, o endocrinologista e
metabologista Levimar Araújo, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes
(SBD), esclarece oito mitos e verdades sobre a doença.
Pré-diabetes e diabetes são
iguais
Mito – O diabetes é um grupo de doenças que resultam no alto índice de açúcar
no sangue. Isso acontece quando o hormônio insulina, que regula a glicose e
garante energia para o nosso organismo, passa a ser produzido em quantidade
insuficiente pelo pâncreas ou se torna incapaz de produzir seu efeito2. Em
alguns casos, quando os níveis de glicose no sangue estão mais altos do que o
normal, entre 140 e 199 mg/dL na medição da glicemia pós-prandial (cerca de 2
horas após a refeição)[4], mas ainda não o suficiente para
caracterizar o diabetes, pode ser diagnosticado como pré-diabetes. Ou seja,
este é um sinal de alerta para a doença.
Existe mais de um tipo de
diabetes e o tipo 2 não é uma evolução do tipo 1.
Verdade – Apesar de serem ambos diabetes mellitus, DM1 e DM2 são causados por
fatores diferentes. O DM1 concentra cerca de 5 a 10% de diagnósticos no Brasil2
e é causado por uma falha no sistema imunológico em que anticorpos atacam as
células que produzem a insulina. É uma doença crônica não transmissível que
aparece geralmente na infância ou adolescência.2 Já o DM2 é uma
doença crônica que influencia a maneira como o organismo absorve o açúcar do
sangue, resultando na resistência à insulina, e atinge cerca de 90% da
população com diabetes que convive com diabetes4. Além disso, é mais
comum em pacientes acima de 45 anos e que fazem parte de outros grupos de
risco, como a obesidade, sedentarismo, entre outros[5].
O diabetes é uma doença que
atinge apenas idosos e pessoas que consomem muito açúcar
Mito – Este é um mito popular equivocado que reforça um estereótipo negativo
para as pessoas que convivem com a doença. Os fatores de risco mais conhecidos
são associados a causas genéticas e a fatores externos, relacionados ao estilo
de vida2. Pressão alta, colesterol alto ou alterações na taxa de
triglicérides no sangue, sobrepeso, doenças renais crônicas, diabetes
gestacional, síndrome de ovários policísticos, diagnóstico de distúrbios
psiquiátricos – esquizofrenia, depressão, transtorno bipolar, apneia do sono e
uso de medicamentos da classe dos glicocorticoides são fatores de risco para o
desenvolvimento do diabetes2 e indicam a necessidade de rastreio da
doença.
Por isso, a melhor forma de prevenir o diabetes é a
partir de hábitos de vida saudáveis, como a boa alimentação e a prática de
exercícios físicos, além do acompanhamento médico para o rastreamento de
complicações, que podem aparecer devido ao diabetes descompensado2.
Na maioria das vezes, os
sintomas do diabetes mellitus 1 e 2 são similares
Verdade – Fome e sede excessiva, boca seca, vontade frequente de urinar, perda de
peso sem causa aparente, cansaço excessivo, demora na cicatrização de feridas,
tontura e vômitos em alguns casos são alguns dos sintomas que podem
caracterizar o diabetes4. Os sinais podem ser similares, mas apenas
um médico pode diagnosticar corretamente, por meio de exames clínicos e físicos
de rotina, além de indicação de tratamento individualizado.
Existem chás e alimentos que
curam o diabetes
Mito – Fala-se muito sobre alimentos que curam o diabetes, entretanto, o
diabetes não tem cura. O que pode acontecer em casos da doença do tipo 2 é que
a pessoa apresente, durante o tratamento, níveis estáveis de açúcar no sangue,
que podem, ser considerados como níveis normais[6].
Para que isso aconteça, é fundamental a adesão ao tratamento e mudanças no
estilo de vida, citadas acima.
Pessoas com diabetes são
propensas a desenvolver doenças renais e cardiovasculares
Verdade – As chances de pacientes com diabetes apresentarem algum evento
cardiovascular é de 2 a 4x maior em comparação aos sem diabetes[7]
e 2 em cada 5 pacientes com DM2 irão desenvolver doença renal crônica (DRC)[8].
De acordo com os dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) o diabetes é
uma das principais causas de DRC[9]. A estimativa de casos no Brasil é que
mais de 12 milhões de pessoas tenham a condição7 e por ser, na
maioria dos casos, assintomática nos primeiros estágios, o controle renal, por
meio de exame de sangue de rotina e de urina, mostra-se indispensável para as
pessoas que já convivem com o diabetes7.
Em alguns casos, é possível
atingir a remissão da doença
Verdade – Nos casos do diabetes mellitus tipo 2, existem estudos que confirmam
casos de remissão da doença. Porém, perceba que remissão não significa cura.
Mesmo com o diabetes controlado, com os índices de açúcar no sangue normais, a
pessoa não deixa de ter diabetes. Por isso, ainda assim, é importante seguir
com acompanhamento médico, a realização de exames para o acompanhamento
glicêmico e adesão do tratamento para o controle da doença5.
O diabetes controlado é o
fator principal para uma boa qualidade de vida
Verdade – O diabetes é desafiador e requer autocuidado e controle. Complicações
como o desenvolvimento da doença renal crônica, podem ser silenciosas e
permanecer assintomáticas durante anos[10]. Por isso, é importante, não apenas para
pessoas com diabetes, mas, para todas as pessoas manterem um estilo de vida
saudável. Ir ao médico, realizar exames de rotina para rastreamento precoce,
ter uma boa alimentação e a prática de exercícios físicos são ações que devem
fazer parte do nosso dia a dia. Além disso, é necessário que os profissionais
da saúde acompanhem a atualização de novas tecnologias, para que cada vez mais,
as novas soluções de tratamentos contribuam para o gerenciamento de uma das
mais prevalentes doenças da humanidade como o diabetes
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[1] Federação Internacional de Diabetes (IDF). Atlas 2021. Disponível em: https://diabetesatlas.org/idfawp/resource-files/2021/07/IDF_Atlas_10th_Edition_2021.pdf. Acesso em 02 de junho de 2023.
[2] Ministério da Saúde. Diabetes (Mellitus). Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/diabetes. Acesso em 02 de junho de 2023.
[3] Birkeland K, Bodegard J, Eriksson J, et al. Cardiorrenal disease is the most commom first CV manifestation in type 2 diabetes and associated with increased mortality: a large multinational observational study. Presented at: European Association for the Study of Diabetes 55th Annual Meeting, September 16-20, 2019, Barcelona, Spain. Abstract, 126. Acesso em 12 de junho de 2023.
[4] Diretriz da Sociedade Brasileira de Diabetes. Diagnóstico do diabetes e rastreamento do diabetes tipo 2. Edição 2023. Disponível em: https://diretriz.diabetes.org.br/diagnostico-e-rastreamento-do-diabetes-tipo-2/ Acesso em: 20 de junho de 2023.
[5] Sociedade Brasileira de Diabetes.Tipos de Diabetes. Disponível em: https://diabetes.org.br/tipos-de-diabetes/?gclid=EAIaIQobChMI_47t_Iv0_AIVKuxcCh2jqgjNEAAYASAAEgJe5fD_BwE. Acesso em 12 de junho de 2023.
[6] Sociedade Brasileira de Diabetes. Diabetes tipo 2 tem cura? Disponível em: https://diabetes.org.br/diabetes-tipo-2-tem-cura-2/#:~:text=Quando%20analisamos%20pela%20%C3%B3ptica%20da,podem%20at%C3%A9%20serem%20n%C3%ADveis%20normais. Acesso em 13 de junho de 2023.
[7] Gregg EW et al. n Eng J Med 2014;370:1514-23. Acesso em 13 de junho de 2023
[8] NIDDK USRDS. 2022 Anual Dat Report. Disponível em: https://https://adr.usrds.org/2020/chronic-kidney-disease/1-ckd-in-the-general-populationadr.usrds.org/2020/chronic-kidney-disease/1-ckd-in-the-general-population. Acesso em 14 de junho de 2023.
[9] Ministério da Saúde. Dia Mundial do Rim 2019. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/14-3-dia-mundial-do-rim-2019-saude-dos-rins-para-todos/. Acesso em 14 de junho de 2023.
[10] Ministério da Saúde. Doenças Renais Crônicas. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/drc. Acesso em 14 de junho de 2023.
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