Pesquisar no Blog

terça-feira, 7 de março de 2023

Sanofi lança primeira vacina de alta dose contra gripe do Brasil, com maior proteção contra infecções e complicações da gripe em idosos do que as vacinas contra a gripe de dose padrão


  • Estudo comprova proteção 24% superior da nova vacina contra a infecção por gripe em idosos.1 
     
  • Em estudo com dados de 10 temporadas consecutivas de gripe, novo imunizante contribuiu para a redução de complicações decorrentes da doença, como redução de 27% de hospitalizações relacionadas à gripe.2
     
  • Vacina quadrivalente de alta dose contém quatro vezes mais antígeno do que a vacina em dose padrão e é recomendada para população 60+.3,4

  

Nesta temporada de inverno, a Sanofi lança no Brasil a primeira vacina quadrivalente de alta dose do Brasil, Efluelda®, desenvolvida para oferecer maior proteção aos idosos contra a gripe e suas graves complicações.3 Com indicação para a prevenção da doença causada por cepas de influenza A e B em pessoas a partir dos 60 anos de idade, o imunizante de alta dose apresenta quatro vezes mais antígeno (componente ativo).3,4 Em comparação à vacina de dose padrão, Efluelda® fornece resposta imune superior contra os casos de gripe na população idosa, bem como apresenta benefícios contra as graves complicações da doença.2,6 

A nova vacina será comercializada no mercado privado de vacinação do Brasil, a partir do mês de abril. 

A gripe é uma doença que pode causar consequências graves e imprevisíveis.7 Estudos demonstraram que nos primeiros três dias após uma infecção por gripe um adulto com mais de 40 anos apresenta 8 vezes mais risco de ter um AVC8 e 10 vezes mais risco de ataque cardíaco8. Um adulto com diabetes possui um risco 75% maior de ter um evento glicêmico anormal após ter gripe.9  

Esse processo é ainda mais agravado na população com 60 anos ou mais10, uma vez que com o envelhecimento, o sistema imune passa por um processo natural de enfraquecimento, chamado imunossenescência. 10 Como resultado desse declínio progressivo do sistema imunológico, o organismo fica mais suscetível a algumas doenças e infecções e pode também ocorrer uma diminuição da resposta vacinal. 10 Como exemplo, um estudo demonstrou que idosos permaneceram com maior risco de AVC até 2 meses após uma infecção pelo vírus influenza, o vírus da gripe.11 Além disso, adultos com mais de 65 anos representam 9 em 10 óbitos relacionadas à influenza e 63% das hospitalizações relacionadas à doença.12

Dra. Rosana Richtmann
Doutora em Medicina pela Universidade de Freiburg, Alemanha, e Médica Infectologista do Instituto de Infectologia Emilio Ribas
“A infecção por influenza pode gerar uma reação em cadeia de processos inflamatórios que têm potencial de causar quadros clínicos graves cardiovasculares e metabólicos, especialmente na população idosa em que ocorre um processo de enfraquecimento natural do sistema imune. Por isso, a gripe não é uma doença que possa ser subestimada, sendo muito importante a atenção à imunização contra a doença nessa faixa etária”. 

 O imunizante de alta dose contra gripe para os idosos foi aprovado pela primeira vez em formulação trivalente nos Estados Unidos em 2009 e, por isso, chega ao Brasil com um robusto corpo de dados de eficácia. Em um estudo clínico randomizado com cerca de 32.000 pessoas com mais de 65 anos nos EUA e Canadá, ao longo de 2 estações de inverno, a vacina de alta dose contra a gripe demonstrou eficácia relativa de 24,2% quando comparada com a vacina de dose padrão na proteção de idosos contra a doença.6  

Já em uma meta-análise que avaliou dados colhidos ao longo de 10 temporadas de gripe, incluindo 22 milhões de indivíduos recebendo a vacina de alta dose contra a gripe e 12 milhões usando a vacina padrão2, a vacina de alta dose provou oferecer benefícios de proteção além da gripe, reduzindo complicações sérias relacionadas à doença em comparação com a dose padrão, sendo elas, redução de 27% na hospitalização por pneumonia e redução de 18% nas internações por eventos cardiorrespiratórios.2 Tais dados estudados com a vacina trivalente de alta dose foram avaliados como equivalentes em sua nova formulação quadrivalente, por meio da realização de um amplo estudo de imunogenicidade.13,14  

Joana Adissi
Diretora-geral de Vacinas na Sanofi

“A história da Sanofi está conectada com a história de imunização contra a gripe no Brasil. Lançamos a primeira vacina trivalente do país em 1996 e realizamos a transferência de tecnologia no Brasil para o fornecimento ao Programa Nacional de Imunizações (PNI). Este ano, avançamos com uma solução em imunizante específico para a população idosa e seguimos dedicando esforços para avançar na proteção contra a doença e suas graves complicações”.

  

População idosa no Brasil e gripe

No Brasil, o envelhecimento da população é acelerado. 15 De acordo com as Nações Unidas, em 2050 o número de idosos no país será o dobro do número de crianças (0-14 anos).15 Atualmente, as infecções respiratórias são a quarta maior causa de mortalidade em idosos no país16 e a letalidade por gripe neste grupo é a maior entre todas as faixas etárias (22%).17 Cerca de 70% dos idosos possuem alguma doença crônica: quase 40% possuem 1 doença crônica e 29,8% possuem 2 ou +, como o diabetes, hipertensão ou artrite. 18 Até 2060, 1 em cada 4 brasileiros será idoso. 19 

 

Sanofi 

 

Referências:

1 Carlos A. DiazGranados, Andrew J. Dunning, Murray Kimmel, Daniel Kirby, John Treanor, Avi Collins, Richard Pollak, Janet Christoff, John Earl, Victoria Landolfi, Earl Martin, Sanjay Gurunathan. Efficacy of High-Dose versus Standard-Dose Influenza Vaccine in Older Adults. Link 

2 Lee JKH, Lam GKL, Shin T, et al.(2021) Efficacy and effectiveness of high-dose influenza vaccine in older adults by circulating strain and antigenic match: An updated systematic review and meta-analysis. Vaccine 2021; 39: A24-A35. Link 

3 Bula de Efluelda®. Disponível em Link. Acesso em 6 feb 2023.

4 Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Fluzone High-Dose Seasonal Influenza Vaccine. Disponível em: Link 

5 Sociedade Brasileira de Imunização, SBIM, Família. Vacinação para pacientes especiais. Acessado em fevereiro de 2023. Disponível em: Link 

6 Diazgranados, C. A., et al. (2014). Efficacy of High-Dose versus Standard-Dose influenza vaccine in older adults. N Engl J Med 2014; 371:635-645 DOI: 10.1056/NEJMoa1315727

7 Ministério da Saúde, Influenza. Disponível em Link Acessado em fevereiro de 2023.

8 Warren-Gash C, Blackburn R, Whitaker H et al. Laboratory-confirmed respiratory infections as triggers for acute myocardial infarction and stroke: a self-controlled case series analysis of national linked datasets from Scotland. Eur Respir J. 2018; 51(3):1701794

9 Samson et al. J Diabetes Sci Technol. 2019 Nov 20:1932296819883340

10 Associação Brasileira de Alergia e Imuniopatologia, ASBAI. Imunossenescência. Disponível em: Link. Acesso em 07 de fev de 2023.

11 Boehme AK, Luna J, Kulick ER, et al. Influenza-like illness as a trigger for ischemic stroke. Annals of clinical and translational neurology 2018; 5: 456-463

12 Thompson, W.W., Shay, D.K., Weintraub E., et al. (2004). Influenza-associated hospitalizations in the United States. JAMA. 2004;292(11):1333-1340. Disponível em: Link.

13 Chang LJ, et al. (2019). Safety and Immunogenicity of High-Dose Quadrivalent Influenza Vaccine in Adults ≥65 Years of Age: A Phase 3 Randomized Clinical Trial. Vaccine. 2019 Sep 16;37(39):5825-5834. doi: 10.1016/j.vaccine.2019.08.016.

14 U.S. Food and Drug Administration (FDA). (2020). Package Insert -- Fluzone High-Dose Quadrivalent. Sanofi Pasteur. Available at: Link. [Accessed May 2020].

15 United Nations. World Population Prospects -- Population Division -- United Nations -- Link: Link

16 Global Burden of Disease, 2022. VizHub - GBD Compare (healthdata). Disponível em: Link

17 SIVEP-Gripe. SRAG 2021 e 2022 - Banco de Dados de Síndrome Respiratória Aguda Grave - incluindo dados da COVID-19 - Conjuntos de dados - OPENDATASUS. Link (base de dados de 17/10/2022)

18 Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros -- Fiocruz 2018.Link. Acesso em 19/01/2023

19 Fatos e número -- Ministério da Mulher, da Familia e dos Direitos Humanos. Link . Acesso em 19/01/2023


Dores durante relações sexuais? Pode ser endometriose

Doença diagnosticada em famosas, como a cantora Anitta, afeta de 10 a 15% das mulheres em idade reprodutiva e é tema da campanha Março Amarelo

 

Por ocasião do Dia Internacional da Mulher, celebrado no dia 8 de março e da campanha Março Amarelo, de conscientização sobre endometriose, a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) destaca a importância do cuidado com a saúde das mulheres e, particularmente, com essa doença. Recentemente, presenciamos diversas notícias de celebridades que relataram a dificuldade que tiveram com o diagnóstico de endometriose.  

O tema ganhou espaço, inicialmente, no ano passado, quando a cantora Anitta revelou pelas redes sociais o seu diagnóstico e divulgou a cirurgia que fez para amenizar os efeitos da doença em seu corpo. Além dela, personalidades como as apresentadoras Patrícia Poeta, Giovanna Ewbank, a atriz Larissa Manoela e a cantora Wanessa também já compartilharam suas experiências convivendo e tratando da endometriose. 

“Apesar de ser uma doença benigna, a endometriose traz diversas consequências incapacitantes e está associada a uma causa importante de sofrimento nas mulheres”, aponta Dra. Karla Kabbach, ginecopatologista associada à SBP.  

No geral, dentre os principais sintomas, podemos elencar dor pélvica antes ou durante o período menstrual, dor durante ou depois de relações sexuais e alterações para urinar ou evacuar, principalmente durante o período menstrual.  “Nós observamos diversas mulheres que não tem esse diagnóstico e sofrem muitas dores no periodo menstrual e em relações sexuais”, diz a Dra. Karla.  

Assim, muitas mulheres com endometriose acreditam, como Anitta contou acreditar por anos, que as dores que sentem são normais. É um dos fatores que dificulta o diagnóstico, assim como o de que há também mulheres com a doença e sem qualquer sintoma. Na dúvida, em caso de dores durante ou após as relações sexuais, relate a seu ginecologista. Ele poderá pedir novos exames até que um médico patologista confirme o diagnóstico. 

"A confirmação diagnóstica de endometriose se dá através da análise microscópica de peças cirúrgicas operadas pelo ginecologista, em caso de suspeita da doença”, diz a Dra. Karla Kabbach. “Deve-se identificar histologicamente a presença de tecido endometrial (glândulas e/ou estroma) em localização não habitual, ou seja, fora do útero. Dessa forma, somente o patologista, médico especialista treinado para realizar diagnóstico histológico, consegue dar um laudo definitivo sobre a doença e também de condições neoplásicas associadas à ela", conclui Dra. Karla.  

De acordo com o Ministério da Saúde, a estimativa é de que uma a cada 10 mulheres em idade reprodutiva sofrem com os sintomas da doença e desconhecem a sua existência. Em 2021, mais de 26,4 mil atendimentos foram feitos no Sistema Único de Saúde (SUS), e oito mil internações registradas na rede pública de saúde. 

A endometriose é uma condição na qual o endométrio, mucosa que reveste a parede interna do útero, cresce em outras regiões do corpo. Todos os meses, o endométrio fica mais espesso para que um óvulo fecundado possa se implantar nele. Quando não há gravidez, esse endométrio que aumentou descama e é expelido na menstruação. 

Quando a mulher sofre de endometriose, algumas dessas células do endométrio, ao invés de serem expelidas, migram no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade abdominal, onde voltam a se multiplicar e a sangrar. Assim, as células do endométrio também podem se espalhar e crescer em outras partes do corpo, como no intestino, no reto, na bexiga, no peritônio e até mesmo em órgãos distantes, como o pulmão e o cérebro.

 

Endometriose e gravidez

A endometriose e a gravidez são duas coisas que estão intimamente relacionadas. Essa doença também é uma das principais causas de infertilidade feminina, afetando o sonho de muitas mulheres de ser mãe. Quando as células endometriais começam a crescer em órgãos importantes para a concepção, como nas trompas e nos ovários, o processo inflamatório decorrente da doença resulta na criação de aderências e cicatrizes nesses locais. 

Como consequência do crescimento de tecido cicatricial, mudanças anatômicas ocorrem, as quais impedem o funcionamento das trompas, onde ocorre a fecundação. Nos ovários, a qualidade do óvulo e a ovulação também são prejudicadas. 

Para as mulheres com endometriose que conseguiram engravidar, há um risco maior de gravidez ectópica e aborto espontâneo. Após as 24 semanas de gestação, essas mulheres também apresentam mais chances de sofrer complicações, como hemorragias e parto prematuro. 

Por esse motivo, essas gestantes devem ser acompanhadas durante toda a gravidez. Procure seu médico para receber as recomendações adequadas e o melhor tratamento para o seu caso. Assim, é possível ter o total controle sobre a situação e uma gestação mais segura.

 

 Sociedade Brasileira de Patologia - SBP


Compressas deixadas em pacientes configura-se erro médico?


As compressas cirúrgicas são utilizadas para a preparação e preservação do campo operatório, ou seja, do local do corpo do paciente onde será feita a cirurgia.  

O esquecimento de um corpo estranho dentro da cavidade abdominal é um fato que tem sido registrado na literatura. No entanto, esses relatos são escassos, muito provavelmente pela possibilidade do envolvimento médico-legal. Está registrada na literatura a ocorrência de um caso em cada 1.000 a 1.500 laparotomias, podendo acontecer erosão da parede gastrintestinal e a penetração do corpo estranho para dentro do intestino com sua posterior eliminação. O período para a descoberta de corpos estranhos é muito variável, mas em cerca de 50% dos casos decorrem  cinco anos ou mais para o seu diagnóstico, e cerca de 40% são detectados no primeiro ano. Existem relatos de casos em que a descoberta se deu entre seis dias e oito meses e, em um caso, em 10 anos.

O primeiro relato de um corpo estranho intra-abdominal após uma laparotomia foi de Wilson, em 1884. Desde então, diversos materiais já foram relatados na cavidade abdominal, tais como agulhas de sutura e óculos da equipe cirúrgica, entre outros. As compressas, partes de instrumentos ou de materiais e até partes de equipamentos cirúrgicos também são esquecidos na cavidade abdominal, sendo descrita uma prevalência de 80% de corpos estranhos de natureza têxtil, como compressas ou campos operatórios. Na atualidade, boa parte dos materiais utilizados no ato operatório possui uma fita radiopaca, facilitando o diagnóstico durante exames radiográficos.

 

Em princípio, em qualquer tipo de cirurgia pode ocorrer o esquecimento de um corpo estranho, mas esse fato acontece mais frequentemente nas cirurgias digestivas, principalmente nas emergências, nos procedimentos hemorrágicos e nas cirurgias prolongadas. O esquecimento de um corpo estranho é considerado um evento adverso do ato operatório, sendo indesejado, porém nem sempre previsível pois diversos fatores que influenciam na sua ocorrência, como grandes cirurgias, urgências, grandes hemorragias, cirurgias complicadas e longas nas quais as compressas podem ficar “camufladas” entre os órgãos. As compressas, uma vez encharcadas no sangue do paciente, podem ficar pouco visíveis. Ficam menos visíveis ainda se ficarem por trás de algum órgão, o que dificulta a sua visualização.

Nesse sentido temos um Parecer do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo que determina:

““O simples fato de haver esquecimento de um corpo estranho num ato operatório, por si só, não constitui, moral ou penalmente, um fato imputável; a menos que essas situações se repitam em relação a um determinado profissional, o que, por certo, viria configurar-se numa negligência médica.

Os mais hábeis e experimentados cirurgiões não se furtam a reconhecer a probabilidade desses acidentes e a estatística demonstra que todos aqueles que se dedicam a essa espinhosa e tumultuada atividade e mais constantemente os profissionais de longa vivência, incorrem em tais acidentes, embora esporadicamente. Não é exagero afirmar-se que dificilmente um bom cirurgião escapou desse dissabor”.

O procedimento de contagem das compressas não é uma atribuição exclusiva do médico, sendo que na maioria dos serviços hospitalares o ato de contagem das compressas que foram utilizadas é de responsabilidade da equipe da enfermagem.

Levando em conta esses fatores, além dos casos fortuitos e forças maiores (um blackout no hospital, uma tempestade, assalto etc.), caso o paciente sofra algum dano decorrente desse tipo de evento adverso, o hospital tem responsabilidade objetiva (sem avaliação de culpa), tendo o dever de indenizar. Já os profissionais de saúde (médicos e enfermeiros), conforme o §4º, do artigo 14, da Lei 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor), têm responsabilidade subjetiva, ou seja, será avaliada a sua real culpa.

Porém, a despeito das considerações do Conselho Regional de Medicina, as sentenças judiciais são diversas sendo que a maioria configura que a indenização é devida ao paciente. Vejamos:

“O esquecimento de compressa dentro do corpo de paciente configura erro médico, o que gera o dever de reparar os danos provocados. O entendimento é da 4ª Turma Cível do TJDFT, que confirmou a obrigação de um médico em indenizar uma paciente. O Colegiado ainda majorou o valor da condenação por danos morais e estéticos”

“Os membros da 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) mantiveram condenação de unidade hospitalar e médico por erro durante cirurgia. Os requeridos foram responsabilizados por esquecerem compressa médica e fio de metal dentro do abdômen de uma paciente.

A relatora do caso foi a desembargadora Eva Evangelista, que votou por manter a sentença, determinando, assim, que os reclamados paguem solidariamente: os danos materiais no valor de R$ 1.729,83; os lucros cessantes pelo tempo que a mulher ficou sem trabalhar (de dezembro de 2016 a setembro de 2017); e, R$ 30 mil de reparação extrapatrimonial”

Ainda, temos casos que o evento não é considerado como um “erro médico” como a 6ª Vara Cível de Santos considerou que uma mulher que teve uma compressa esquecida na região abdominal após uma cesariana não tem direito a indenização por dano moral. Cabe destacar que essa decisão foi baseada em um laudo pericial que determinou que era um “evento raro esperado na vida laboral médica de cirurgiões que abrem a cavidade abdominal, que pode recorrer com renomados cirurgiões”

Portanto, cabe aos profissionais que são responsáveis pela defesa médica do Hospital ou do médico cirurgião demonstrar que foram utilizados todos os meios para se evitar o esquecimento de um corpo como consequência de um ato cirúrgico.

 

Oliva & Messina - Criado pelas médicas e especialistas em Medicina Legal e Perícias Médicas, Dra. Regina Messina e Dra. Larissa Oliva, o escritório oferece serviços no âmbito da intersecção entre a Medicina e o Direito, ramo da Medicina conhecido como MEDICINA LEGAL E PERÍCIAS MÉDICAS. Atua oferecendo suporte técnico especializado para subsidiar processos cíveis e trabalhistas que versem sobre matéria médica. Prezando pela assistência global do cliente, oferece ainda prestação de serviços em perícias técnicas de insalubridade e periculosidade, contando com a consultoria de engenheiros especializados. http://www.olivamessina.com.br/


O que você precisa saber sobre a doença renal crônica na infância

Crédito: Marieli Prestes
Pequeno Príncipe oferece todas as modalidades de tratamento para a DRC e alerta sobre como cuidar da saúde do órgão na véspera do Dia Mundial do Rim

 

A doença renal crônica (DRC) afeta mais de dez milhões de pessoas no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. Já a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) alerta que o número de brasileiros em estágio avançado é crescente, sendo que mais de 140 mil deles realizam diálise no país. A entidade ainda estima que, em 2040, a DRC será a quinta maior causa de morte no mundo.

Embora seja mais comum em adultos, quando a DRC atinge as crianças, especialmente em estágios avançados, pode trazer consequências graves, o que exige cuidados contínuos. Infelizmente, nem toda doença renal crônica é prevenível, principalmente na infância. Por isso, na véspera do Dia Mundial do Rim, que neste ano será celebrado em 9 de março, o Hospital Pequeno Príncipe chama atenção para as causas e sintomas da doença, além dos principais cuidados com esse órgão.

No Brasil, a iniciativa é coordenada pela Sociedade Brasileira de Nefrologia e tem como tema central da campanha “Saúde dos rins (e exame de creatinina) para todos”. Uma das formas de avaliar a função do órgão é por meio da creatinina – substância presente no sangue que é produzida pelos músculos e eliminada pelos rins. Outros exames complementam a avaliação se os rins estão funcionando bem ou não, como ureia, potássio e exame de urina, para avaliar se há perda excessiva de albumina.

A DRC é caracterizada pela alteração persistente da função renal por um período superior a três meses e dividida em estágios. Se a função renal chega a menos do que 10% e 15% de sua capacidade, existe a necessidade de fazer algum tipo de tratamento para substituir a função dos rins, que pode ser a diálise peritoneal, a hemodiálise ou o transplante renal.

“Nem toda causa da doença renal crônica é prevenível. Desta forma, o que fazemos é retardar sua evolução. A depender do caso, há necessidade de intervenção cirúrgica ou de acompanhamento clínico periódico, além da adoção de hábitos saudáveis, que incluem alimentação, e atividades física. Também deve-se evitar as causas secundárias, como obesidade, diabetes e hipertensão arterial, que pode ocorrer em crianças e adolescentes”, explica a nefrologista pediátrica Lucimary de Castro Sylvestre, do Hospital Pequeno Príncipe.

 

Diagnóstico precoce

O início dos cuidados com os rins deve acontecer desde antes da concepção do bebê. É importante conhecer o histórico de doenças na família, entre elas as hereditárias renais. No pré-natal, é necessário acompanhar o desenvolvimento fetal por meio da ultrassonografia gestacional e identificar possíveis doenças congênitas renais para viabilizar o acompanhamento adequado da gestante e do feto.

A insuficiência renal de Davi Heitor dos Santos, de 2 anos e meio, amazonense de Caapiranga, região metropolitana de Manaus, foi descoberta durante um exame morfológico realizado por volta dos cinco ou seis meses de gestação. Logo depois de nascer, o bebê passou por seus primeiros exames na capital de seu estado. Lá, segundo a mãe, Natácia dos Santos Batista, foi feito tudo que era possível pela criança, e então resolveram encaminhá-la para o Pequeno Príncipe.

“Não tinha mais recurso para ele lá. Aqui a médica determinou a internação na mesma noite, porque ele estava bem grave. No dia seguinte, já foi bem complicado, ele convulsionou e precisou fazer vários exames. O medo tomou conta, mas também veio a esperança de dias melhores na vida dele. Hoje vejo a oportunidade do meu filho ter uma vida normal, uma infância boa. Poder brincar. Poder ir à escola. Ter o futuro que eu sempre quis para ele, que eu sempre sonhei”, diz.

À espera de um transplante renal, Davi Heitor realiza hemodiálise pelo menos três vezes por semana no Hospital, porém, de acordo com Natácia, agora a família vive um momento bom. “O medo fez parte da minha vida, porque eu encarava a hemodiálise como um monstro. Mas aqui eu pude esclarecer as coisas e entender a necessidade do tratamento. Agora se tornou uma rotina normal e é uma rotina boa. Claro que o melhorar será quando ele transplantar, né? Mas eu já vejo a evolução dele e, no futuro, com certeza a gente vai estar comemorando.”

 

Sintomas

A DRC pode ser silenciosa e muitas vezes o paciente só descobre que tem o problema quando existe uma falência dos rins. No caso das crianças e dos adolescentes, é preciso ficar atento aos sinais e sintomas, que podem auxiliar no diagnóstico precoce da doença, como: infecções urinárias de repetição; dificuldade do ganho de peso e/ou crescimento; anemia persistente sem causas aparentes; inchaço; problemas ósseos; e dificuldade, dor e/ou ardência ao urinar.


Mulheres que se consultam com médicos regularmente possuem expectativa de vida de até 2 anos a mais

Saiba como cuidar da saúde durante o mês que celebra o Dia Internacional da Mulher



Durante o mês de março, por conta do Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 8, celebra-se as conquistas alcançadas pelas mulheres ao longo dos anos. As mulheres são geralmente as responsáveis por cuidar da saúde da família, mas nem sempre tem o tempo de olhar para si. Segundo dados do Índice de Saúde Global da Mulher, mulheres que se consultam com médicos regularmente possuem expectativa de vida de até 2 anos a mais. Para incentivar o cuidado da mulher em todas as esferas, o mês de março é marcado pelas campanhas de conscientização para a saúde feminina. Uma das principais formas de manter a saúde são os cuidados preventivos, que também incluem ações simples.


Saúde do corpo e da mente

Sabe-se hoje da importância do estilo de vida na prevenção da maioria das doenças crônicas. Uma alimentação saudável, a realização de atividades físicas regularmente, um sono adequado, evitar bebidas alcóolicas e tabagismo pode levar a uma vida com maior qualidade e com menores chances de problemas de saúde no futuro. “Essas ações, porém, devem ser combinadas com o acompanhamento médico de rotina, de acordo com a faixa etária para orientações, exames e cuidados específicos da saúde da mulher”, afirma a Dra. Gabriela Resende, endocrinologista do Hospital Sírio-Libanês em Brasília. 

Além disso, as mulheres não podem deixar de lado os cuidados com a saúde mental. “Os relacionamentos sociais são essenciais para nosso desenvolvimento emocional. Estar perto de pessoas que amamos e que nos fazem bem é parte muito importante para melhorar a qualidade de vida”, completa.
 

E as visitas ao ginecologista?

Ainda nos cuidados com o corpo, os exames ginecológicos, que possuem indicações específicas de acordo com a idade da paciente, são essenciais para o monitoramento de possíveis doenças e diagnóstico precoce. “As visitas ao ginecologista cumprem muitas funções, de check-up geral até bate-papo, com certeza podendo virar praticamente uma sessão de terapia. Mas a grande estrela continua sendo o rastreio e a prevenção do câncer de colo de útero e do câncer de mama”, conta a Dra. Helga Marquesini, ginecologista do Hospital Sírio-Libanês em São Paulo. Os exames de Papanicolau e teste de HPV indicam se há alterações e se o vírus do HPV, um dos principais responsáveis pelo câncer de útero, está presente. “Mas há uma boa notícia: as alterações costumam ter caminho lento de evolução. Com essa rotina podemos detectar as lesões pré-câncer, realizar os tratamentos necessários e evitar a evolução para câncer”, conclui.

A partir dos 21 anos, o exame de Papanicolau deve ser realizado anualmente. Já a mamografia é indicada a partir dos 40 anos. Acima dos 45 anos, os exames de eletrocardiograma e densitometria óssea devem ser realizados anualmente. Já a colonoscopia, a cada cinco anos, ou em intervalos menores de acordo com a indicação médica.
 

Cuidando do coração

Também é preciso ficar atento aos cuidados com o coração. Segundo a OMS, as doenças cardiovasculares correspondem a um terço das mortes de mulheres no mundo, ultrapassando os cânceres de mama e útero. “Das estratégias de prevenção, o principal fator modificável é o exercício. Infelizmente somente 30% das mulheres brasileiras praticam pelo menos 150 minutos de atividade física, de intensidade moderada, por semana.”, diz a Dra. Amanda Gonzales, cardiologista da Unidade de Cardiologia do Exercício do Hospital Sírio-Libanês em São Paulo. A inatividade física foi identificada como o quarto principal fator de risco para mortalidade global, representando 6% das mortes em todo o mundo.

Além de estar associado a uma redução da mortalidade por doenças cardiovasculares outros benefícios do exercício na mulher incluem redução dos sintomas de ansiedade e depressão, redução do risco de câncer de mama e câncer de colón, melhor controle da pressão arterial e do peso e melhora dos sintomas associados a menopausa.
 

Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês


Estilo de vida e questões de gênero colocam mulheres em risco para doenças do coração

Cardiologistas brasileiras alertam para a necessidade de campanhas de prevenção cardiovascular e esforços consistentes para alcançar a meta de redução de 30% da taxa de mortalidade por doenças do coração até 2030;

Dados da Organização Mundial da Saúde indicam que as doenças cardiovasculares são as principais causas de óbitos entre mulheres no Brasil, superando até o câncer de mama: 67 mulheres a cada 100 mil habitantes morrem devido à doença arterial coronariana (entupimento de artérias por gordura ou cálcio), que é fator de risco para o infarto, e 57 a cada 100 mil vão a óbito por conta do acidente vascular cerebral (AVC);


Na avaliação por faixa etária, as doenças do coração ocupam a primeira posição de causas de morte entre mulheres com mais de 45 anos. Entre a faixa etária dos 35 aos 44, o câncer de mama é a principal causa dos óbitos;


A prevalência de doenças do coração aumenta após a menopausa, o que agrava as perspectivas em futuro próximo pelo envelhecimento e adoecimento da população feminina no Brasil, no entanto, na última década, um número crescente de mulheres jovens está morrendo do coração por conta dos efeitos do estresse e da ansiedade.


Nas mulheres, os fatores de risco tradicionais para doenças do coração mais impactantes são: diabetes, hipertensão, colesterol alto, tabagismo, obesidade e sedentarismo;

Fatores de risco específicos do sexo feminino potencializam o risco de doença cardiovascular, como síndrome dos ovários policísticos, uso de contraceptivo hormonal, doença hipertensiva da gravidez, eventos adversos da gravidez, terapia hormonal da menopausa, riscos agregados às doenças inflamatórias e autoimunes (artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico) e distúrbios depressivos.


O controle das doenças cardiovasculares também passa por questões psicossociais. Uma pesquisa online sobre burnout profissional medido com o Maslach Burnout Inventory General Survey mostrou a associação da alta exaustão emocional com a hipertensão arterial e outras doenças crônicas.


Mulheres são mais expostas ao estresse e adversidades psicossociais do que os homens por estarem mais inseridas no mercado de trabalho e sobrecarregadas com a atividade laboral dupla.


As recomendações para diminuição dos fatores de risco a doenças do coração passam necessariamente por mudanças positivas em hábitos de vida, acompanhamento médico regular e exames cardiológicos em dia, especialmente a partir da menopausa.

 

 

Dra. Walkiria Ávila - cardiologista, coordenadora do Núcleo de Ensino e Pesquisa em Cardiopatia e Gravidez e Aconselhamento Reprodutivo do InCor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP).



Referências:

https://www.who.int/data/gho/data/themes/mortality-and-global-health-estimates/ghe-leading-causes-of-death
https://abccardiol.org/wp-content/uploads/articles_xml/0066-782X-abc-119-05-0815/0066-782X-abc-119-05-0815.pdf


4 dicas para acabar com o efeito "fundo de garrafa" nos óculos

A sensação de que os olhos parecem distorcidos por trás dos óculos pode ocasionar um grande desconforto ao usuário, que pode se tornar alvo de bullying em seu grupo social 

 

Presentes no cotidiano de uma grande parcela da população, os óculos de grau são instrumentos criados para corrigir erros refrativos – como miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia –, e melhorar a qualidade de vida do usuário, permitindo que ele viva de forma integrada ao ambiente e à sociedade. Porém, em alguns casos, o uso de óculos pode gerar um grande desconforto, sobretudo quando é preciso conviver com efeitos desagradáveis, como o famoso efeito “fundo de garrafa”, em que os olhos parecem distorcidos por trás das lentes.

Os óculos “fundo de garrafa” são assim chamados por conta da grossura de suas lentes, que conferem um aspecto semelhante ao fundo de garrafas de vidro e olhos de tamanho desproporcional a quem os usa. Tal efeito ocorre, pois quanto maior o grau refrativo a ser corrigido pelas lentes, maior a curvatura necessária e, consequentemente, mais grossas elas serão. Desta forma, pessoas com grau moderado a alto (acima de 4), principalmente de miopia, correm o risco de ter os óculos com esse aspecto. 

Além do desconforto no uso, com lentes grossas, a pessoa pode acabar se tornando motivo de chacota em seu grupo social, desenvolvendo sérios problemas de autoestima ou transtornos mentais, como ansiedade e depressão. O bullying contra pessoas consideradas “fora do padrão” é bastante presente na sociedade e um agravante ao desenvolvimento de quem se enquadra nesse contexto. 


Dicas para acabar com os óculos “fundo de garrafa”

Além da tecnologia cada vez mais avançada no desenvolvimento de lentes, orientações simples na hora de escolher a armação e as lentes também podem minimizar a sensação de enxergar pelo fundo de uma garrafa. Confira abaixo algumas dicas: 


  • Escolha uma armação adequada para alta miopia: Quanto menor o aro da armação, mas finas as lentes podem ficar, já que as lentes para miopia são mais finas no centro e mais grossas nas bordas. Então, na montagem dos óculos, quanto maior é o tamanho do aro, mais próximo da borda é feito o recorte da lente. Além do tamanho da armação, o aro fechado e as bordas mais grossas também ajudam a disfarçar a espessura da borda da lente.
  • Prefira lentes de resina: As lentes de resina são mais leves e resistentes do que as lentes de cristal, que por conta do material são mais frágeis e quebram facilmente. Além disso, as lentes de cristal são mais pesadas e desconfortáveis no uso. 
  • Utilize lentes de alto índice de refração: O índice de refração quantifica o poder da matéria-prima da lente de mudar a direção dos raios de luz, e assim, acertar o seu foco. Desta forma, quanto maior o índice de refração, menor a espessura necessária para corrigir o erro refrativo. Os índices de refração mais comumente recomendados para quem tem alto grau são: 1.67, 174 e 1.76.
  • Evite fazer rebaixamento de borda: O rebaixamento de borda é uma prática de lixamento para que lentes de alto grau fiquem artificialmente mais finas. Porém essa ação acaba deixando o efeito “fundo de garrafa” ainda mais nítido e o usuário pode perder completamente a visão periférica, tornando as atividades do dia a dia, como subir e descer escadas ou dirigir, muito perigosas. 

Atualmente, existem no mercado opções de lentes capazes de proporcionar um maior conforto e eliminar o efeito de “fundo de garrafa”, como as lentes Tokai 1.76, produzidas no Japão. A tecnologia de lentes de resina com índice de refração de 1.76 permite que elas sejam pelo menos 30% mais finas que as lentes para alto grau mais comuns existentes no mercado brasileiro. “Existe uma importante questão relacionada à autoestima na utilização dos óculos. Reduzir ou eliminar esse efeito é, para muitos, tão importante quanto uma boa correção da visão, já que inúmeras pessoas deixam de ver e serem vistas por conta da vergonha no uso de lentes mais grossas”, explica Makoto Ikegame, CEO e cofundador da healthtech Lenscope, única a disponibilizar no mercado brasileiro as lentes japonesas mais finas. 


Saúde feminina: teste genético auxilia no tratamento de corrimento vaginal recorrente

O exame de microbiota vaginal é capaz de identificar causas precisas, proporcionando tratamento assertivo

 

Um dos principais motivos que levam as mulheres a buscarem atendimento ginecológico é o corrimento vaginal de repetição. A recorrência acontece porque o tratamento comum se baseia em exames limitados, como a bacterioscopia e a cultura de secreção vaginal. O caso se difere do exame de microbioma vaginal, recém-lançado pela Dasa Genômica, braço genômico da Dasa, a maior rede de saúde integrada do Brasil. O novo teste faz o sequenciamento genético da microbiota vaginal, utilizando a medicina de precisão para entender com mais propriedade como está a comunidade microbiana da paciente, podendo, então, fornecer informações personalizadas que auxiliarão o médico na escolha das melhores intervenções. 

O Dr. Alessandro Silveira, consultor de genômica de microrganismos da Dasa Genômica, explica que a tecnologia do novo teste é a mesma usada para o sequenciamento genético da genética humana. O principal foco é uma avaliação mais criteriosa da comunidade microbiana como um todo, entendendo seu impacto nas manifestações clínicas.

Os microrganismos constituem um importante componente de defesa da mucosa vaginal, pois mantêm a acidez vaginal, atuando contra agentes agressivos e patogênicos, como Candida spp., por exemplo. “A candidíase de repetição é um problema muito comum, com prejuízo na qualidade de vida da mulher. Há também outra situação clínica frequente: as vaginoses. Originadas por um desequilíbrio da microbiota vaginal saudável, ocorrem devido a uma proliferação de microrganismos, como Gardnerella vaginalis”, comenta. 

“Sabemos que existem vários tipos de microbiotas. Podemos enumerar de uma até cinco e, dependendo do tipo, é possível verificar se a paciente está mais pré-disposta a ter essas infecções. Ter esse conhecimento mais detalhado é essencial para auxiliar o médico nas tomadas de decisão, uma vez que terá pleno entendimento do que está acontecendo com as pacientes, diminuindo as chances de recorrência”, enfatiza. 

O exame é feito por meio de uma raspagem vaginal e pode ser colhido no consultório médico. “O ginecologista pode colher a amostra junto à do Papanicolau, por exemplo, realizando a coleta em dois frascos separados. O microbioma vaginal vai ajudar na personalização do tratamento das pacientes e, consequentemente, na solução de corrimentos de repetição”, explica a Dra. Adriana Campaner, ginecologista do Alta Diagnósticos.

 

Dia da mulher: doenças cardiovasculares são tratadas como problemas psicológicos

Maioria das mulheres são negligenciadas na hora de procurar atendimento médico 

 

Nos últimos trinta anos, o número de mulheres apresentando doenças cardiovasculares foi aumentando progressivamente, onde a faixa etária de maior prevalência pode ser observada entre 20 e 59 anos. Além disso, existem peculiaridades que devem ser melhor estudadas e analisadas, mas pessoas do gênero feminino representavam apenas 38% de todos os indivíduos analisados entre 1965 e 1998. Hoje em dia, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, esse número continua o mesmo. 

“Isso acontece porque, muitas vezes, a saúde cardiovascular da mulher é negligenciada. Infelizmente, quando alguém do gênero feminino dá entrada em algum hospital com queixas de cansaço, problemas para dormir e respiração curta é muito comum que associem a problemas psicológicos. A cada 100 mulheres entre 25 e 40 anos, 42 delas não apresentam dor no peito quando estão infartadas e por isso têm seus diagnósticos errados”, alerta a Dra. Salete Nacif, cardiologista do Hcor. 

De acordo com o documento “Posicionamento sobre a Saúde Cardiovascular nas Mulheres”, pessoas do gênero feminino são mais suscetíveis aos distúrbios ansiosos-depressivos, o que aumenta duas vezes o risco de Doença Isquêmica do Coração (DIC). Apesar dos gatilhos emocionais, outras particularidades como gravidez, menopausa, doenças autoimunes e predisposição genética são fatores de risco específicos para mulheres desenvolverem algum problema cardiovascular. 

Dra. Salete alerta que as doenças cardiovasculares podem ser prevenidas mantendo hábitos saudáveis de vida. É necessária a ingestão de frutas e legumes, pouco uso de álcool, não tabagismo e, pelo menos, 150 minutos de atividade física por semana. Além disso, também é importante manter os exames de rotina em dia e não hesitar em procurar ajuda médica quando necessário.
 

Atendimentos cardíacos pós-pandemia 

Entre os anos de 2020 e 2021, o pico da pandemia do coronavírus afastou muitas mulheres dos exames de rotina. Com a flexibilização em 2022, o ritmo voltou a crescer e pode-se observar um crescimento de 14% nos atendimentos em consultórios de cardiologia. A faixa etária de 60 anos ou mais cresceu consideravelmente, enquanto outras idades tiveram aumentos de poucos pontos percentuais. Até 24 de fevereiro, as consultas de 2023 já significavam 14% em relação aos números do ano anterior. 

"Estamos tentando criar uma conscientização contínua sobre as doenças cardiovasculares nas mulheres, porque são cerca de 300 mil mortes por ano. A nossa ideia para este ano, é que o número de atendimentos cresça e que cada vez mais, pessoas possam ter um maior entendimento sobre a seriedade do assunto”, finaliza a Dra. Salete

 

Hcor



Mês da mulher: Benefícios da prática da atividade física na saúde da mulher

Profissional de educação física fala sobre as vantagens de realizar exercícios físicos regularmente  

 

 

A prática de exercícios físicos é comprovadamente benéfica em ambos os sexos. Adotar uma rotina de exercícios físicos regularmente é tão importante para a saúde quanto cuidar da alimentação e do sono. Além de saudável, a atividade física promove bem estar e melhora a qualidade de vida. Para as mulheres, essa abordagem adquire algumas especificidades que incluem desde as diferenças do perfil hormonal e dos percentuais de gordura e massa muscular até as respostas e adaptações ao exercício.

 

As mulheres que optam por um estilo de vida mais saudável e incluem a prática de atividades físicas em sua rotina diária reduzem o risco de algumas doenças e complicações, sobretudo, daquelas cardiovasculares, metabólicas e até mesmo de alguns tipos de câncer, como o de mama, do cólon e da vesícula biliar. Além disso, melhoram a saúde óssea e reprodutiva, o humor, a autoestima, controlam os níveis de estresse e o peso corporal. “Ao executar os exercícios, há a liberação de endorfina, mais conhecida como hormônio do prazer, fazendo com que as mulheres sintam menos cólicas e menos efeitos relacionados à TPM, como mudanças de humor e dores nas mamas”, explica Bruno Viotti profissional de educação física e pós graduado em bodybuilding coach.

 

Mesmo durante a gravidez, as mulheres podem e devem exercitar-se. Com a ajuda dos exercícios, grávidas conseguem manter seus níveis de aptidão, reduzir desconfortos e dores, dormir melhor, combater a constipação, controlar o ganho de peso e o estresse, prevenir o diabetes gestacional, melhorar a imagem corporal e acelerar a recuperação pós-parto. “No entanto, por causa dessa condição especial é importante lembrar da necessidade da avaliação médica para dimensionar possíveis riscos”, ressalta Bruno.

 

Para mulheres idosas, os exercícios físicos têm grande importância para a saúde óssea. Com o avanço da idade há uma perda na qualidade e força dos ossos do corpo humano, e a prática correta e bem direcionada das atividades podem melhorar a saúde óssea da mulher. O equilíbrio, a cognição e a massa muscular também são beneficiadas. 


 

Atividade física e estética 

 

Além do fator saúde, outra preocupação bastante presente nos exercícios femininos é a estética. O profissional de educação física frisa que os objetivos de melhoria estética e de promoção de saúde podem e devem andar juntos. “Preocupar-se com o peso corporal, por exemplo, é muito importante para os objetivos estéticos e de saúde. Da mesma forma, o aumento da musculatura tem impacto sobre a apresentação corporal e pode promover maior gasto energético, controle glicêmico e lipídico, disposição, dentre outros”, exemplifica. 

Na hora do exercício é preciso estar sempre atenta para realizar as atividades da forma mais segura e confortável possível. Conhecer o seu estado atual de saúde, os seus potenciais e capacidades orgânicos poderá esclarecer o que deve ser feito, como deve ser feito e o que deve ser evitado. Nesse sentido, também é importante lembrar que se deve escolher uma atividade com a qual você se identifique e que esteja adequada ao seu nível atual de aptidão.

 

Fonte: Bruno Viotti - profissional de educação física e pós graduado em bodybuilding coach. @bruno_viotti.


Dia Internacional da Mulher: público feminino é maioria em planos de saúde médico-hospitalares no país

Em análise realizada pela FenaSaúde, mulheres representam cerca de 53% do total de beneficiários de planos de saúde

 

O Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, tem objetivo de celebrar as muitas conquistas femininas ao longo dos últimos séculos. Segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o número de mulheres titulares de planos de saúde no Brasil é superior ao de homens desde a criação da Agência, em janeiro de 2000. De acordo com análise de dados da ANS, realizada pela Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), entidade que representa grandes grupos de operadoras de saúde do país, elas representam cerca de 53% do total de beneficiários de planos médico-hospitalares, segundo informações atualizadas até janeiro de 2023. Ou seja, dos 50,3 milhões de usuários de planos de assistência médica registrados no período, mais de 26,7 milhões são mulheres.

Somente em 2021, foram realizadas mais de 17 milhões de consultas em ginecologia e obstetrícia e cerca de 10 milhões de exames complementares, como Papanicolau em mulheres de 25 a 59 anos (5,7 milhões) e mamografia (4,6 milhões), de acordo com a ANS. Para a diretora-executiva da FenaSaúde, Vera Valente, os números reforçam a crescente preocupação desse público com a saúde e, além disso, evidenciam o cuidado que a saúde suplementar tem com a saúde da mulher.

‘’O cuidado integral com a saúde, com o acompanhamento de rotina, a realização de exames periódicos preventivos, em conjunto com a realização de atividades físicas e boa alimentação, são grandes aliados da saúde feminina, e os planos de saúde têm o papel fundamental de proporcionar para mais de 26 milhões de mulheres o acesso a serviços e tratamentos de qualidade’’, afirma Vera Valente, também uma das principais vozes femininas no setor de saúde no Brasil e integrante da Comissão de Governança em Saúde do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).

A lista de coberturas mínimas obrigatórias da ANS inclui inúmeros procedimentos voltados à prevenção, melhoria e à manutenção da saúde da mulher, como exames, consultas e terapias para prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer do colo de útero e da mama; procedimentos relacionados ao planejamento familiar, assistência ao parto e puerpério, e muito mais.


Posts mais acessados