Cardiologistas brasileiras alertam para a necessidade de campanhas de prevenção cardiovascular e esforços consistentes para alcançar a meta de redução de 30% da taxa de mortalidade por doenças do coração até 2030;
Dados da Organização Mundial da Saúde indicam
que as doenças cardiovasculares são as principais causas de óbitos entre
mulheres no Brasil, superando até o câncer de mama: 67 mulheres a cada 100 mil
habitantes morrem devido à doença arterial coronariana (entupimento de artérias
por gordura ou cálcio), que é fator de risco para o infarto, e 57 a cada 100
mil vão a óbito por conta do acidente vascular cerebral (AVC);
Na avaliação por faixa etária, as doenças do
coração ocupam a primeira posição de causas de morte entre mulheres com mais de
45 anos. Entre a faixa etária dos 35 aos 44, o câncer de mama é a principal
causa dos óbitos;
A prevalência de doenças do coração aumenta
após a menopausa, o que agrava as perspectivas em futuro próximo pelo
envelhecimento e adoecimento da população feminina no Brasil, no entanto, na
última década, um número crescente de mulheres jovens está morrendo do coração
por conta dos efeitos do estresse e da ansiedade.
Nas mulheres, os fatores de risco tradicionais
para doenças do coração mais impactantes são: diabetes, hipertensão, colesterol
alto, tabagismo, obesidade e sedentarismo;
Fatores de risco específicos do sexo feminino
potencializam o risco de doença cardiovascular, como síndrome dos ovários
policísticos, uso de contraceptivo hormonal, doença hipertensiva da gravidez, eventos
adversos da gravidez, terapia hormonal da menopausa, riscos agregados às
doenças inflamatórias e autoimunes (artrite reumatoide, lúpus eritematoso
sistêmico) e distúrbios depressivos.
O controle das doenças cardiovasculares também
passa por questões psicossociais. Uma pesquisa online sobre burnout
profissional medido com o Maslach Burnout Inventory General Survey
mostrou a associação da alta exaustão emocional com a hipertensão arterial e
outras doenças crônicas.
Mulheres são mais expostas ao estresse e
adversidades psicossociais do que os homens por estarem mais inseridas no
mercado de trabalho e sobrecarregadas com a atividade laboral dupla.
As recomendações para diminuição dos fatores
de risco a doenças do coração passam necessariamente por mudanças positivas em
hábitos de vida, acompanhamento médico regular e exames cardiológicos em dia,
especialmente a partir da menopausa.
Referências:
https://www.who.int/data/gho/data/themes/mortality-and-global-health-estimates/ghe-leading-causes-of-death
https://abccardiol.org/wp-content/uploads/articles_xml/0066-782X-abc-119-05-0815/0066-782X-abc-119-05-0815.pdf
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