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quarta-feira, 10 de março de 2021

Três maneiras de usar a Educação Midiática para combater fake news

Escola tem papel fundamental na formação de cidadãos mais críticos e informados, dizem especialistas


Informações que chegam por todos os lados, na tela do celular, no computador, pela televisão, podcasts, aplicativos de mensagem. Estar conectado 24 horas por dia faz com que nem mesmo as crianças e jovens estejam livres da disseminação desenfreada de notícias falsas. Embora as fake news não sejam uma novidade do século XXI, hoje elas se espalham com muito mais velocidade e com um alcance inédito.

Como a escola pode contribuir para que os estudantes desenvolvam seu senso crítico e, assim, não sejam vítimas de informações mentirosas e manipuladoras? De acordo com especialistas no tema, isso é possível com o desenvolvimento de uma análise crítica, que as pessoas só têm condições de exercitar a partir do domínio de competências e habilidades de leitura e escrita que estão no cerne da formação de leitores críticos e, portanto, mais preparados para identificar as armadilhas das fake news. Prevista na nova BNCC (Base Nacional Comum Curricular), a Educação Midiática é a abordagem que permite a construção dessa aprendizagem sobre o que é e como se produz a informação, com o objetivo de combater a desinformação.

Para a consultora pedagógica do Sistema de Ensino Aprende Brasil, Yasmim Forte, um dos principais objetivos da escola atualmente deve ser oferecer uma preparação que permita ao aluno analisar situações complexas, desenvolver a capacidade de olhar uma informação e fazer uma interpretação coerente. É preciso que ele enxergue o que está por trás da notícia, o que ela reflete, qual a influência do contexto, da cultura local e a quem ela interessa. "A BNCC coloca a cultura digital como uma competência geral. Um dos desafios da Educação como um todo é garantir que o aluno adquira a capacidade de ter diferentes olhares sobre um mesmo assunto e, para isso, precisamos envolver todas as áreas do conhecimento: Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas e Sociais. A Educação Midiática é um caminho tão importante para a escola percorrer com os alunos porque ela faz parte da vida do aluno o tempo todo", destaca Yasmim.

E, para que a Educação consiga formar cidadãos com independência e senso crítico para decidir sobre o consumo de qualquer tipo de informação, Yasmim defende que aprender a fazer essa curadoria deve ser uma prática já na infância. "O ideal é trabalhar essa abordagem em todos os níveis do ensino, promovendo uma construção - permeada tanto pela análise dos meios de comunicação, das diferentes mídias, como também por um aprendizado mediado pela tecnologia", afirma. Educadores indicam algumas iniciativas simples de Educação Midiática para serem trabalhadas em sala de aula ou mesmo em casa.. 


1. Como é feito um jornal?

Conhecer o trabalho da imprensa profissional é fundamental para que qualquer pessoa entenda melhor os processos de checagem e apuração dos fatos. Até mesmo as crianças mais novas podem participar de projetos de jornais laboratórios. A Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, por exemplo, mantém, há vários anos, o programa Imprensa Jovem, que permite que crianças e adolescentes produzam suas próprias notícias e, assim, possam se tornar agentes ativos da construção de informações.

Daniela Machado, jornalista e coordenadora do Educamídia - programa de Educação Midiática do Instituto Palavra Aberta -, explica que “a escola tem muito a ajudar para reconstruir a ponte entre a sociedade e a imprensa, que está tão desgastada. É preciso colocar esses jovens não apenas no papel de consumidores, mas também de produtores de informação. É importante mesclar atividades em que eles analisam criticamente, mas também em que se colocam no papel de produtores”.


2. Verdadeiro ou falso?

Muito utilizada em avaliações, a brincadeira de classificar informações entre as categorias “verdadeiro” ou “falso” é uma ferramenta importante para treinar leitores mais atentos. Trata-se de um exercício simples, que apresenta uma série de notícias às crianças e pede que elas apontem quais consideram reais e quais consideram enganosas. Durante a atividade, é possível mostrar e fazer com que elas reflitam sobre características típicas das fake news e aprendam a identificar peças potencialmente mentirosas.

Em um mundo cada vez mais conectado, impedir que os estudantes tenham contato com informações falsas é impossível, mas eles saberão melhor como procurar boas fontes de informação se forem acostumados a isso. Para Alexandre Le Voci Sayad, diretor da Zeitgeist, co-chairman do think tank GAPMIL, da UNESCO, e apresentador do programa Idade Mídia, do Canal Futura, “a ideia é qualificar o acesso à informação, que significa encontrar o que está baseado em evidências, saber diferenciar opinião pessoal de fatos, distinguir ironia e humor de uma afirmação de fato, entre outros”. Ele ressalta que isso passa por desenvolver habilidades como curadoria, busca e seleção de fontes,  e também pela prática de pesquisa. Ele lembra que “nada disso passa pela censura ou proibição, isso está fora de jogo. Esse exercício passa, sim, pela Educação, pela qualificação e pela autorregulação”, enumera.


3. Eu só acredito vendo

A leitura de imagens também é muito importante no cotidiano do mundo contemporâneo. Muitas vezes, uma imagem pode trazer uma informação falsa, fora de contexto ou até mesmo antiga. Analisar criticamente imagens e incentivar a leitura crítica é um exercício que pode ser feito com crianças de todas as idades, até mesmo na Educação Infantil. Uma das maneiras de fazer isso é mostrando às crianças diferentes imagens e pedindo que elas discorram sobre o que estão vendo.

Em um segundo momento, as crianças são apresentadas ao contexto em que cada imagem foi feita, à história completa da imagem. A seguir, elas podem voltar a compartilhar suas percepções sobre as fotografias e, com a ajuda do professor, refletir sobre as mudanças de opinião entre a primeira e a segunda rodadas de análise. “As pessoas precisam estar preparadas para fazer essa curadoria. Cabe a nós sermos os curadores da nossa experiência nesse universo da informação, que é muito poderoso, mas exige esse preparo”, destaca Daniela. Quanto antes as crianças começarem a ser preparadas para integrar esse mundo repleto de informações, melhor será sua vivência nele. 

Alexandre e Daniela falam mais sobre o assunto no 21º episódio do  podcast PodAprender, cujo tema é “Educação Midiática no combate às fake news”. O programa pode ser ouvido no site do Sistema de Ensino Aprende Brasil (sistemaaprendebrasil.com.br), nas plataformas Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google Podcasts e nos principais agregadores de podcasts disponíveis no Brasil.

 

Passo a passo para declarar imposto de renda sendo MEI

Guia completo para você que é microempreendedor individual declarar seu imposto de renda sem complicações


Se você é microempreendedor individual já deve ter começado a se preocupar em relação ao prazo para a declaração do imposto de renda. É agora que o leão da Receita Federal costuma amedrontar contribuintes de todo o país.

Com o crescimento no número de MEIs no último ano, muitas pessoas farão sua primeira declaração de imposto de renda agora em 2021. É essencial saber a importância da declaração, como o processo é feito e os prazos para você não perder.

Por isso, confira o guia completo que preparamos com as principais informações sobre o imposto de renda para profissionais autônomos.


Cresce o número de MEIs no país

A pandemia de COVID-19 provocou muitas mudanças no país e uma das mais significativas foi o aumento do empreendedorismo. Com o ano difícil de 2020, as empresas fecharam as portas ou reduziram o quadro de funcionários.

Com isso, o número de desempregados aumentou e a possibilidade de empreender se tornou a solução mais viável para quem estava sem perspectiva. O resultado foi um aumento de 20% no número de MEIs no país.


Declaração do imposto de renda para MEIs

Assim como outros contribuintes da receita, o microempreendedor individual precisa fazer a declaração do imposto de renda anualmente. Nela, deverá ser detalhada toda a movimentação financeira realizada no ano, mesmo quando não houver receita.

Mas calma! Não são todos os MEIs que precisam obrigatoriamente declarar o imposto de renda. Ficam isentos dessa lista todos aqueles que não faturam mais de 81 mil reais ao ano, o que dá algo em torno de 6.750 ao mês.

Para todos aqueles que precisarão declarar o imposto de renda, é importante se atentar às datas. O não cumprimento dos prazos acarreta multa ao contribuinte que varia e pode chegar a 20% do valor a ser tributado.


Declaração do Imposto de Renda, o que é e para que serve

O Imposto de Renda é o tributo mais conhecido do Brasil e costuma gerar pânico entre os contribuintes que não estão familiarizados com o famoso leão da Receita Federal. O objetivo dele é que o Governo Federal fique por dentro das receitas anuais de trabalhadores e empresas.

No geral acontece da seguinte forma: você passa o ano inteiro ganhando e gastando dinheiro e, nessas operações, pagando impostos. No ano seguinte, faz a declaração do IR e a Receita Federal analisa se o que você pagou de tributos foi o justo.

A ideia é que você pague tributos de acordo com o seu ganho anual. Caso você tenha pagado mais, acontece a restituição do Imposto de Renda, que é quando a Receita Federal devolve o valor em excesso para você.

Mas caso você tenha pago menos, a Receita gera um boleto que deve ser pago pelo contribuinte. Esse valor vai para programas do Governo Federal como o Bolsa Família, como uma oportunidade de melhorar a qualidade de vida da população de baixa renda.


Prazos para a declaração do imposto de renda

O prazo para a declaração do imposto de renda de 2021 começou na primeira semana de março e a previsão é que ele se estenda até o final de abril. Dessa forma o prazo vai de 1 de março a 30 de abril de 2021.

Após esse prazo, a Receita Federal ainda recebe a declaração, mas há a incidência de juros sobre o valor tributado. 


Passo a passo de como declarar o imposto de renda corretamente

Para fazer sua declaração anual de rendimentos, você pode contar com a ajuda de um profissional contábil ou fazê-la sozinha. Caso escolha a segunda opção, se atente a todos os detalhes para não faltar nada. Para quem vai declarar sozinho:


01 Reúna sua documentação

A primeira coisa que você deve fazer é reunir toda a sua documentação para fornecer à Receita Federal. E quando falamos dessa documentação, estamos falando daquela básica: nome, cpf/cnpj, pagadores, comprovantes de rendimentos e gastos.


02 Baixe o programa da Receita Federal

Depois de reunir sua documentação com antecedência, você deve baixar o programa da Receita Federal porque a declaração é feita através dele. O "gerador", como é chamado, está disponível no site da Receita Federal para computadores e dispositivos móveis.


03 Informe seus dados e seus dependentes

Com o programa ou aplicativo instalado, informe seus dados e os dados dos seus dependentes, quando houver. Aqui estão os dados pessoais: nome, cpf, rg, título eleitoral e afins. Após fazer o seu, repita o processo com os dados dos seus filhos ou cônjuge.


04 Declare seus rendimentos

Tudo que você recebeu durante o ano deverá ser declarado nessa etapa. Aqui você precisará ter atenção para não deixar nada de fora. Caso contrário, poderá ser pego na malha fina da Receita Federal.


05 Declare seus pagamentos

Assim como o valor recebido, os valores pagos também deverão ser declarados. Despesas de todos os tipos, inclusive aquelas realizadas para os dependentes, devem entrar nessa etapa da declaração.


06 Declare seus “bens e direitos” e “dívidas e ônus”

Nestes campos você deve declarar, caso haja, bens e direitos, assim como dívidas e ônus. Informe o máximo de detalhes possível.


07 Entre sua declaração de imposto de renda

Após terminar esses processos, revise se todos os dados preenchidos estão certos. Após a conferência, sua declaração de imposto de renda está pronta para ser entregue. Caso tenha alguma dúvida, não hesite em pedir ajuda a um profissional contábil. Ele saberá te ajudar.

Para você que é MEI e fará a declaração do imposto de renda pela primeira vez em 2021, é importante saber que, a partir de agora, você deverá juntar todos os comprovantes de rendimentos e pagamentos feitos durante o ano.

São esses comprovantes que te ajudarão no processo de declaração à Receita Federal no ano seguinte. Esteja atento às datas e lembre-se : ao menor sinal de dúvida, peça ajuda, principalmente se precisar solicitar um empréstimo para Mei. Dessa forma fica fácil encarar o leão!

 

Veja como e onde obter as informações sobre Auxílio Emergencial no IRPF 2021

Teve início na última segunda-feira (01º de março) o período de entrega da Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física 2021 - ano-base 2021, que está com importantes novidades.

Nesse ano a grande alteração é que quem recebeu o Auxílio Emergencial para enfrentamento da crise de saúde pública e outros rendimentos tributáveis em valor superior a R22.847,76, passa a ser obrigado a enviar a declaração.

"Ponto de atenção é que o contribuinte que recebeu qualquer valor [Lei 13.982/2020 e MP 1.000/2020] em decorrência da Pandemia Covid-19 e obteve mais que R 22.847,76 de outros rendimentos tributáveis no ano calendário 2020 deverá devolver o benefício emergencial para os cofres da União", explica o diretor tributário da Confirp Consultoria Contábil, Richard Domingos.

O programa do Imposto de Renda avisará os contribuintes que se enquadrarem nesse item por meio de cruzamento de informações com o Portal da Cidadania. O contribuinte poderá ainda fazer a devolução por meio de DARF COD 5930 com vencimento 30/04/2021 gerado pelo próprio Programa do IR.

"O contribuinte poderá ainda conferir as informações sobre o auxílio emergencial, inclusive emitir informe de rendimentos diretamente no site do Ministério da Cidadania por meio do link https://consultaauxilio.dataprev.gov.br/consulta ou através do aplicativo Carteira de Trabalho Digital (disponível nas principais lojas virtuais para celulares e tablets)." Importante, o CNPJ a ser informado como fonte pagadora será o CNPJ 05.526.783/0003-27 - Ministério da Economia (Benefício Emergencial - COVID 19) e não do empregador como consta no aplicativo Carteira de Trabalho Digital", complementa Richard Domingos.

O especialista alerta que o valor recebido do Auxílio Emergencial será incluído na base de cálculo do Imposto de Renda aumentando o IR a pagar ou reduzindo o valor do IR a Restituir. Complementa que não há na declaração de imposto de renda campo específico para excluir o efeito da tributação do referido auxilio a ser devolvido podendo penalizar ainda mais o contribuinte que se enquadrar nessa modalidade

"Esse ponto será crucial para muitos contribuintes que terão que fazer esse ajuste sobre risco de serem penalizados pela Receita Federal", explica o diretor executivo da Confirp, Richard Domingos. Lembrando que se a pessoa já fez a devolução no mesmo ano-calendário não precisa declarar e não há o que devolver.


Entenda a diferença entre os Benefícios, Auxílios e Ajudas concedidas na Pandemia aos cidadãos

O Auxílio Emergencial foi pago durante de abril a dezembro de 2020, iniciando com cinco parcelas R 600,00 ou R 1.200,00 (mulher provedora de família monoparental), posteriormente MP 1.000/2020 complementou com Auxílio Residual com mais quatro parcelas de R 300,00 ou R 600,00 (mulher provedora de família monoparental). O Rendimento não será considerada isento do imposto de renda por falta de previsão legal, devendo ser lançado como rendimentos tributável recebido de pessoa jurídica na Declaração de Ajuste Anual.

Como visto antes, o contribuinte que tenha recebido rendimentos tributáveis em valor superior a R 22.847,76 no ano-calendário 2020, deve devolver os valores recebidos do Auxílio Emergencial, por ele e seus dependentes.

"Importante frisar que Auxílio Emergencial (Lei 13.982/2020) e Auxílio Residual (MP 1.000/2020) pagos pela União aos trabalhadores informais, desempregados e microempreendedor individual não deve ser confundido com Benefício Emergencial -BEm Lei 14.020/2020 pago também pela União aos trabalhadores da iniciativa privada que tiveram a jornada e trabalho reduzidas (25%, 50% ou 70%) e Ajuda Compensatória (mesma Lei do Bem) pago pelas Pessoas Jurídicas a trabalhadores da iniciativa privada que tiverem seus contratos de trabalho suspensos", explica Richard Domingos.

Richard finaliza explicando que o BEm é um rendimento tributável recebido de pessoa jurídica. Para saber o valor a declarar, o contribuinte deverá acessar o aplicativo Carteira de Trabalho Digital (disponível nas principais lojas virtuais para celulares e tablets), deverá utilizar o CNPJ 05.526.783/0003-27 - Ministério da Economia (Benefício Emergencial - COVID 19) para lançamento e não do empregador que consta no aplicativo. Já a Ajuda Compensatória é considerada rendimento isento, lançado na linha 26 -Outros utilizando as informações relacionadas no informe de rendimentos emitidos pelo empregador.

 

PIX já representa 20% das transações da Buser

Sistema gerou economia mensal em taxas bancárias de cerca de R$ 50 mil ao mês.


Praticidade ao viajante e economia aos transportadores são as principais características do PIX como forma de pagamento de viagens em plataformas digitais. Conforme a Buser, maior empresa do segmento, com 2 milhões de clientes transportados por todo o país, as operações via PIX já representam 20% das intermediações realizadas.

Mas além de facilidade, segurança e rapidez nas operações, o PIX também vem representando uma grande economia à plataforma, além das centenas de pequenas e médias empresas de transportes que são parceiras do aplicativo, uma vez que a operação ocorre sem a necessidade de pagamento de taxas aos bancos, como ocorre nas transações por meio de cartões de crédito, débito ou boleto.

A economia mensal em taxas bancárias foi de cerca de R$ 50 mil ao mês, desde a implementação do sistema, que ocorreu no mesmo dia do lançamento pelo Banco Central.

A Buser acredita que a praticidade da nova forma de pagamento será importante também fora do aplicativo, contribuindo com a diminuição de filas para quem optar por comprar passagens diretamente nas rodoviárias.

O pagamento por meio do PIX é uma opção extra de comodidade e praticidade para os clientes na hora de realizar uma compra online, principalmente para aqueles que não tem cartão de crédito ou não tem tempo para esperar a confirmação de um pagamento feito por boleto.


Brasil ganha importância para multinacionais francesas, diz pesquisa

Índice que mede a relevância do mercado brasileiro para empresas internacionais subiu 32% em um ano


Pesquisa da Câmara de Comércio França-Brasil (CCIFB-SP) mostra que o mercado brasileiro ganhou importância para as multinacionais francesas. Afinal, agora, para 32% dos executivos internacionais consultados, o Brasil está entre os três principais mercados mundiais de suas organizações. Em 2019, somente 22% dos dirigentes dessas corporações afirmavam o mesmo. 

Os executivos internacionais da Câmara Francesa também mostram que a economia brasileira ganhou relevância entre os chamados países emergentes. Hoje, para 56% das multinacionais consultadas na pesquisa, o Brasil está entre os três principais mercados mundiais de suas organizações. Se forem considerados somente os países da América Latina, o índice sobre para 66%.

A impressão positiva dos executivos das empresas francesas no País contrasta com a imagem que a economia brasileira assumiu nas carteiras das multinacionais. Hoje, os executivos de 34% das empresas francesas no País afirmam que a relevância do Brasil piorou no último ano. No fim de 2019, apenas 15% tinham essa mesma percepção.

A Pesquisa Barômetro CCIFB é realizada pela empresa Ipsos e já está em sua sexta edição. O último levantamento, concluído em dezembro de 2020, ouviu 117 empresários e executivos da Câmara Francesa. Das empresas consultadas, 57% têm controle nacional, 38% controle francês e 5% controle de outros países.  


Sobre a CCIFB

A Câmara de Comércio França-Brasil (CCIFB-SP) comemorou 120 anos em 2020 e é considerada a câmara bilateral mais antiga do País. Com mais de 800 associados entre empresas francesas e brasileiras, a entidade conta com unidades regionais em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná. A CCIFB São Paulo faz parte do conselho das Câmaras de Comércio da União Europeia (Eurocâmaras de São Paulo) e da  CCI France International – Union des CCI Françaises à l’ÉtrangerCCI France

 

Gerar conhecimento sobre compras públicas é fundamental para a economia

A Nova Lei de Licitações, aprovada no Senado em dezembro, promete ser um avanço no mundo das compras públicas, uma modernização necessária que irá trazer mais transparência, eficiência e economia para o poder público. Mas para que esse cenário se concretize, é preciso difundir conhecimento – tanto para o público do setor como para a sociedade - sobre como funcionam as compras governamentais e sua importância direta na gestão dos recursos públicos.

As compras públicas representam uma fatia em torno de 12% do PIB brasileiro, alcançando mais de R$900 bilhões ao ano em 2019.  Entretanto, apesar de termos mais de 20 milhões de CNPJs registrados como ativos no Brasil, menos de 300 mil deles atuam no segmento. 

Há três grandes motivos para o receio dos empreendedores em investir. O primeiro deles é o fato de o processo de vender para o governo ter regras diferentes das vendas para empresas privadas, ritos legais que geram certa resistência em empreender nesse tipo de operação. 

O segundo é o desconhecimento das oportunidades reais que o setor gera: muitos empresários acreditam que há apenas demandas milionárias nas compras públicas, o que não é verdade, pois o segmento abrange também milhares de operações de pequeno porte, muitas vezes abaixo da marca dos R$10 mil. Para pequenas e micro empresas, por exemplo, existe um leque significativo de benefícios, como uma cota reservada de até 25% para participação nos pregões, determinada pela Lei Complementar 147/2014 a fim de garantir ampla competição com as empresas maiores, e o Decreto 8.538/2015, que determina tratamento diferenciado para os pequenos empreendedores nas contratações públicas de bens, serviços e obras no âmbito da administração pública federal.

 Por fim, o medo de não receber o dinheiro pelo que foi vendido e entregue é outro fator que ainda afasta os empresários das compras governamentais - e que também gira em torno da falta de conhecimento da legislação do setor sobre o pagamento de um compromisso público. Há regras claras também para isso e elas estão disponíveis a toda a sociedade. 

Fica claro que a falta de informação é um impeditivo para a participação de mais empreendedores nas compras públicas. Vender produtos e serviços para o setor público é uma grande oportunidade de negócios que não pode ser desprezada por empreendedores de qualquer porte. Mesmo em tempos de pandemia, os governos continuam comprando, já que as necessidades de cada município não param e precisam ser supridas. São demandas que vão desde medicamentos e insumos hospitalares até alimentos para preparação de merendas escolares, sacos de lixo, viaturas, serviços de elaboração e revisão de cálculos judiciais, etc. Os municípios precisam e compram de tudo o tempo todo.

Para facilitar esse volume imenso e contínuo de aquisições, buscando maior economicidade e transparência aos processos licitatórios, o Governo Federal editou em 2019 o Decreto nº 10.024, tornando obrigatória a realização de pregões eletrônicos também para os estados e municípios, sempre que utilizarem os recursos das transferências voluntárias da União. Elas representam a principal fonte de renda para mais de 90% dos municípios brasileiros. O decreto limita irregularidades nas licitações públicas, de modo que toda a população se beneficia dessas práticas e da adesão de mais agentes. O processo eletrônico de compras é mais fácil, mais ágil e diminui os custos. 

Acreditamos firmemente que unindo disseminação de conhecimento especializado com capacitação dos profissionais e a facilidade de realizar as aquisições via plataformas digitais, as compras públicas podem movimentar ainda mais a economia brasileira.



Leonardo Ladeira - CEO do Portal de Compras Públicas, govtech detentora da maior plataforma privada de pregão eletrônico do país.


Dia do Consumidor: como varejistas e consumidores podem aproveitar a data

 Com clientes cada vez mais exigentes, varejistas devem apostar em estratégias de experiência e consumidores devem evitar comprar por impulso

 

O Dia do Consumidor, comemorado em 15 de março, é a primeira data do ano importante para o varejo brasileiro. No e-commerce, ele começou a receber atenção em 2014, após uma campanha do site de comparação de preços Buscapé. Desde então vem ganhando relevância a cada ano.

 

Nunca a experiência do cliente esteve tão em evidência, isso porque os brasileiros prezam pela eficiência, praticidade e bom atendimento, mesmo quando falamos do mundo virtual, e esses quesitos merecem atenção na data. Para reter um cliente hoje em dia os lojistas precisam oferecer um conjunto de vantagens que entreguem um custo-benefício que valha para o consumidor ser fiel à marca. “Evidentemente, o preço continua sendo importante para a conversão, entretanto é preciso trabalhar também com um frete atrativo e até respostas rápidas para dúvidas que o cliente tenha durante o processo. Experiências positivas são as que mais convertem e fidelizam, então investir numa boa equipe de suporte é fundamental”, diz Pedro Rabelo, especialista em e-commerce e CEO do Bagy, plataforma que ajuda pequenos e médio varejistas a criarem seus próprios e-commerces.

 

Para se dar bem na data e atrair a atenção do consumidor é necessário também que o varejo online esteja bem preparado e isso envolve tanto a parte técnica das plataformas quanto a criação de ofertas e condições especiais. De acordo com Rabelo, uma tendência que se intensifica é a de apostar em uma semana de ofertas e não em ofertas de apenas um dia. “Desta maneira, além de atrair tráfego a semana inteira, o lojista ainda dilui esse tráfego ao longo dos dias, melhorando sua operação e diminuindo os riscos de algo dar errado na plataforma”, destaca o executivo.

 

Uma pesquisa realizada pelo Panorama do Comércio Móvel no Brasil mostra que 85% dos brasileiros que possuem um smartphone usam o aparelho para realizar compras, ou seja, a loja virtual precisa estar adaptada à navegação em dispositivos móveis. 

 

Outra dica importante é manter-se atualizado quanto às principais tendências no comportamento digital dos consumidores, inclusive em relação aos meios de pagamento. O Pix, por exemplo, é uma tecnologia nova de pagamentos instantâneos que já vem sendo adotada por muitos e-commerces para facilitar a vida dos clientes. O cartão de crédito é o recurso utilizado por 67% dos usuários, de acordo com a Ebit/Nielsen. Ainda assim, há quem prefira utilizar o boleto bancário. “É essencial oferecer ao menos essas duas opções de pagamento”, alerta Rabelo.

 

O lojista também precisa analisar o estoque e aproveitar a data para colocar em promoção produtos que estão tendo pouca saída, uma boa oportunidade de girar o estoque e ainda conseguir capital de giro. De acordo, com Pedro, “uma boa prática para o Dia do Consumidor no e-commerce é  praticar o cross sell, estratégia de oferecer combos e descontos conforme os produtos que o cliente já colocou no carrinho, e o up sell, melhoria da venda, mostrando um item similar ao que foi escolhido, mas com preços e características superiores, ambas são técnicas utilizadas para aumentar o tíquete médio”.

 

O conteúdo é o coração do Inbound Commerce. Por isso, aposte na criação de postagens interessantes para o público que você deseja atingir, especialmente nas redes sociais. 

 

Para alavancar ainda mais as vendas no Dia do Consumidor, lance uma novidade, seja um programa de fidelidade ou de recompensa (cashback), uma nova linha de produtos ou uma nova marca. “Quando bem estruturados e com divulgação consistente, os programas de fidelidade são capazes de transformar consumidores eventuais em clientes frequentes, com ótima taxa de recompra e, consequentemente, reduzindo o custo de aquisição. Se optar pelo programa de recompensas, faça um que realmente atraia o cliente e facilite a obtenção dos prêmios. Os mais comuns são o sistema de pontuação e o de descontos futuros a cada compra. O importante é encontrar o ponto de equilíbrio entre a saúde financeira da operação e a satisfação do consumidor”, diz Rabelo.

 

O Dia do Consumidor passou e nenhuma ação pode ser perdida de vista. Invista em um pós-venda eficiente para construir relacionamentos duradouros, que tragam benefícios para os dois lados. “Quando você valoriza e dá atenção ao consumidor, as chances dele voltar a comprar tendem a ser maiores. Para um pós-venda bem sucedido, envie um e-mail de agradecimento, se possível um bilhete escrito à mão no pacote, um cupom para o mês de aniversário ou um desconto para a segunda compra”, finaliza Rabelo.

 

Dicas para o consumidor se dar bem no dia dele:

 

·         Cuidado para não gastar demais no cartão de crédito, depois pagar a parcela mínima da fatura, consequentemente, cair no rotativo e pagar juros altos;


·         Na hora da compra pense: eu quero ou eu preciso? Essa reflexão pode impedir compras por impulso;


·         Se a resposta for “eu quero” e o preço não vai interferir no orçamento de contas mais importantes, então, aproveite!;


·         Pesquise o valor do produto e do frete, as formas de pagamento e prazos de entrega em vários e-commerces para fazer a melhor escolha;


·         Esteja atento aos direitos do consumidor. Existe, por exemplo, a Lei do Arrependimento (artigo 49 do CDC), que dá o direito de desistir da compra de um produto sem pagar por ele, válido exclusivamente para compras realizadas por telefone ou na internet;


·         Pesquise a idoneidade do e-commerce. Uma boa ajuda é entrar no site consumidor.gov.br e também a lista do Procon SP, que disponibiliza uma lista de sites que precisam ser evitados;


·         Evite também sites que só aceitam pagamento via boleto, pois além de não passar pela verificação da administradora do cartão, caso haja fraude, não conseguirá reaver o valor pago.


Conheça 5 motivos que provam que mulheres são boas investidoras

Mais seguras, tomam decisões menos arriscadas, olham para o investimento a longo prazo. Conheça as principais características das mulheres na bolsa de valores


Não é de hoje que as mulheres investem na bolsa de valores. Ainda no século XIX, Victoria Woodfhull foi a primeira investidora ativa de ações de Wall Street, enquanto no Brasil, Eufrásia Teixeira Leite foi a primeira brasileira a investir na bolsa na década de 1870. Passados 150 anos, qual a realidade das mulheres no mundo dos investimentos? 

Para Denise Abramovici, Head de Marketing Latam da Stake, plataforma que dá acesso ao mercado de ações norte-americano para pessoas de fora dos Estados Unidos, é necessário se atentar aos fatos: no Brasil, o número de mulheres investindo na bolsa de valores bateu um recorde histórico no final de 2020, chegando a 26% do total de CPFs cadastrados. Este número corresponde a 825 mil investidoras. Em 2019, apenas 388 mil mulheres negociavam ações na B3, ou seja, a presença feminina mais do que dobrou em apenas um ano.

“De modo geral, 26% de mulheres comprando e vendendo ações ainda é pouco e é reflexo de um distanciamento histórico do mercado financeiro diante de um papel que por muito tempo foi restrito ao de esposa e mãe. Além disso, há uma enorme carga imposta às mulheres, tais como desigualdade salarial, jornada dupla, maternidade, dentre outras”, contextualiza Abramovici.

Ainda segundo a especialista, os mesmos desafios também as tornam mais resilientes e capazes de obterem maiores lucros do que os homens ao investir. Segundo estudos, mulheres podem superar os homens em até 1,8% em retornos em seus investimentos.

Um estudo realizado pela Stake levantou os 5 motivos que provam que mulheres são boas investidoras, confira abaixo:  


1) Mais prazo, menos riscos

Mulheres tendem a tomar decisões menos arriscadas do que os homens. No curto prazo, elas não estão dispostas a assumir riscos muito grandes e a longo prazo, apostam em aplicações de risco mais ponderado. Ou seja, elas se asseguram de informações visando minimizar as perdas com a volatilidade no longo prazo.

2) Conservadoras e seguras

Mulheres são mais assertivas e decisivas em suas negociações. Normalmente tomam decisões seguras, baseadas em fundamentos, por isso são mais conservadoras, até obterem todo o conhecimento que precisam. Quando munidas de todas as informações, aceitam mais riscos. Mas no geral, são menos indecisas, compram e mantêm os ativos em carteira  por mais tempo, visando o retorno a longo prazo.

3) Preferem estabilidade à inconstância

Para as mulheres, o dinheiro é entendido como segurança e garantia de futuro. Por isso, os investimentos tendem a ser mais certeiros e previsíveis. A estabilidade e consistência de uma estratégia bem definida, minimiza perdas em “apostas” da moda, evitam que sigam o efeito manada em momentos de dificuldade, pois enxergam retornos futuros e não momentâneos. 

4) Aprofundamento vem antes do investimento

Segundo o relatório Education at Glance 2019, 25% das mulheres entre 25 a 34 anos têm ensino superior, dentre os homens esse número é de 18%. Por isso, até mesmo em virtude da desigualdade salarial, costumam pesquisar, estudar e consultar especialistas antes de tomar qualquer decisão de investimento. Enquanto os homens, normalmente pautam suas decisões de investimento bastante pelo feeling pessoal, individualismo, auto aprendizagem.

5) Empoderadas! 

O ambiente de investimento não é tipicamente feminino. E nesse ambiente, é o conhecimento e a informação que contribuem para o seu empoderamento. Levantamento realizado pelo Goldman Sachs, entre os cerca de 500 fundos de investimento monitorados pelo banco nos Estados Unidos, mostra que fundos geridos por mulheres são mais rentáveis. Segundo o estudo, em 2020, os retornos dos fundos com pelo menos um terço dos cargos de gestão ocupados por mulheres superaram os dos fundos sem presença feminina em 1 ponto percentual. Por isso, cada vez mais conselhos de administração estão buscando mulheres para sua composição, cientes de como elas conseguem fazer um contraponto, em busca de um crescimento econômico sustentável da empresa. 


Aulas presenciais e o auge da pandemia

Pediatra defende manutenção das aulas presenciais e explica seu ponto de vista


A pandemia de Covid-19 parece ter atingido o seu pior momento e o ápice em diversas regiões do país. No Estado de São Paulo, por exemplo, há mais de 100 casos para cada 100 mil habitantes.

Uma nova variante do novo coronavírus, mais transmissível, já está sendo detectada em circulação, o que aumenta o risco de um colapso no sistema de saúde. Os governantes a adotaram medidas mais drásticas de tentar conter a disseminação da doença, como alterar o isolamento para a fase vermelha em grande parte do estado.

Apesar de restringir a abertura de alguns tipos de comércio e o limite de horário de funcionamento de outros, as escolas se mantêm abertas para as aulas presenciais. Isso tem causado dúvidas e questionamentos entre pais e professores.

Paulo Telles, pediatra e neonatologista pela Sociedade Brasileira de Pediatria e membro do movimento Ciência pela Escola, defende que as escolas se mantenham em funcionamento e explica: "no início da pandemia não conhecíamos o comportamento do vírus. Hoje, sabemos que as crianças não são super transmissoras, se infectam muito menos e quanto mais jovem a criança, menor o risco de contaminação".

O pediatra defende a socialização infantil como sendo fundamental para o desenvolvimento físico e emocional das crianças e explica que as complicações da Covid-19 são raras entre crianças e as taxas de internações também são baixas. Apenas 0,6% dos óbitos foram em crianças.

"Crianças se infectam mais em casa através dos cuidadores ou em locais sem protocolos, como condomínios, ruas, hotéis e eventos religiosos que seguirão abertos na fase vermelha", alerta o pediatra, que destaca que estudos nacionais e internacionais mostram que se a escola seguir o protocolo adequado, há baixo risco de contaminação de alunos, funcionários e professores.

"O fechamento prolongado das escolas gera efeitos graves na saúde da criança, como: déficit de aprendizagem, evasão escolar, violência doméstica, efeitos deletérios permanentes no desenvolvimento cerebral, aumento de abuso sexual, ansiedade, depressão, obesidade, auto mutilação e suicídio", enumera o pediatra.

Outro ponto importante diz respeito à merenda escolar, que para muitas crianças é a principal refeição do dia. "Cerca de 9 milhões de crianças deixaram de fazer uma refeição em casa por dia por falta de alimentos disponíveis durante o isolamento social, o que reforça o risco de desnutrição infantil", lembra Dr. Paulo.

O médico ressalta que nas nossas comunidades mais carentes, a escola tem um papel que vai muito além de educar e ensinar: tem papel social, humanitário, de vigilância sanitária. No entanto, para que a escola se mantenha segura, é preciso:


- reduzir circulação do vírus na comunidade através da conscientização da população para NÃO aglomerar, usar máscara e não sair de casa se tiver qualquer sintoma suspeito;


- Preparar e cobrar as escolas para ter protocolos que sejam respeitados (higiene, profissionais e materiais de limpeza, número de crianças por turma/espaço, espaço adequado, uso de máscara, afastar casos suspeitos);


- Priorizar a educação infantil, onde o risco de transmissão da Covid-19 é menor e o impacto do fechamento é mais catastrófico;


- Monitorização constante dos casos dentro de cada comunidade escolar;


- Acelerar e priorizar a vacinação;


- E entender que fechar as escolas só faz sentido em um cenário de lock down absoluto onde todas as outras medidas de controle falharam.




Dr. Paulo Nardy Telles
- CRM 109556 @paulotelles • Formado pela Faculdade de medicina do ABC • Residência médica em pediatra e neonatologia pela Faculdade de medicina da USP • Preceptoria em Neonatologia pelo hospital Universitário da USP • Título de Especialista em Pediatria pela SBP • Título de Especialista em Neonatologia pela SBP • Atuou como Pediatra e Neonatologista no hospital israelita Albert Einstein 2008-2012

 

O funcionário é obrigado a tomar a vacina da Covid-19?


Sócia trabalhista do Demarest Advogados, Cassia Pizzoti explica se a empresa pode ou não demitir os colaborares que recusarem a vacina


Com o avanço da vacinação contra a Covid-19, a grande discussão no ambiente corporativo é se os funcionários são obrigados a tomar a vacina. E, caso eles recusem, como deve ser a reação das empresas?

Segundo a sócia trabalhista Cássia Pizzotti, do Demarest Advogados, por lei, ninguém é obrigado a tomar a vacina. "Porém, o empregador tem a prerrogativa de estabelecer que todos os colaboradores sejam vacinados, a fim de oferecer um ambiente de trabalho seguro e saudável para todos os colaboradores", explica a advogada.

"A empresa não poderia aplicar uma medida disciplinar contra esse funcionário, como demissão, advertência ou suspensão por insubordinação, mas pode optar por não manter vínculo de trabalho com essa pessoa", esclarece Cássia.

Uma solução seria a empresa promover sensibilização interna com palestras do médico coordenador do programa de controle de saúde ocupacional, recomendando que se vacinem, por exemplo.

 

Inadimplência: cenário, expectativas e alternativas via cooperativismo de crédito

Pode soar estranho, mas é um fato: apesar de 2020 ter sido um dos anos mais desafiadores para a economia, o que observamos no fechamento do ano passado e início deste é um índice de inadimplência baixo. E ainda que este indicador possa mostrar alguma elevação no decorrer de 2021, salvo alguma intempérie de mercado, parece que ficaremos em patamares administráveis durante o ano. 

Dados do Banco Central do Brasil mostram que as dívidas com atraso acima de 90 dias, o popular over 90, caíram para o menor patamar quando considerada a série histórica desde dezembro de 2016, época em que a inadimplência era de 4%, e outubro de 2020, mês em que estava em 2,4%.  


É um dado surpreendente se considerarmos o salto no desemprego e a redução na renda do brasileiro durante a pandemia. Este fenômeno pode ser entendido, portanto, como resultado de uma série de ações por parte do governo – um trabalho junto às instituições financeiras para não deixar o crédito secar na economia com a utilização de recursos do tesouro e BNDES, um aumento emergencial de margens de capital para as instituições terem fôlego para emprestar e também rolar operações de crédito, entre outras. De fato, uma importante revista internacional reconheceu o presidente do Banco Central do Brasil como o melhor na categoria Américas e global em 2020, justamente devido à rápida e eficiente resposta dada durante a crise.

 

Outro fator que interferiu de maneira significativa neste cenário foi o auxílio emergencial, que ajudou diversas famílias a manter as contas em dia, considerando, por exemplo, os boletos de energia elétrica e água. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), produzida pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a quantidade de famílias brasileiras com dívidas diminuiu pelo terceiro mês consecutivo em novembro, alcançando o menor nível em oito meses. O percentual das que relataram endividamento (cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa) alcançou 66% em novembro, a mesma proporção de fevereiro de 2020, anterior à pandemia. 

 

Ainda que as rolagens de dívidas por parte das instituições financeiras e os auxílios do governo tenham prazo de validade, as expectativas podem se manter otimistas. Indicadores têm mostrado que a recuperação da economia irá ocorrer de maneira mais robusta em 2021. Mesmo havendo incertezas quanto à sustentabilidade dos efeitos das medidas mencionadas acima no médio prazo, é importante considerarmos o papel fundamental do crédito no desenvolvimento de economias locais. Os maiores desafios daqui para a frente, como tem sido amplamente discutido, são as reformas econômicas, a resposta à pandemia e a sustentabilidade fiscal das contas públicas.

 

Cooperativismo de crédito


É importante que instituições financeiras continuem ampliando o acesso a recursos a custos acessíveis, bem como possibilitem o prolongamento de prazos de vencimentos. Neste contexto, o cooperativismo de crédito mostra seu potencial de fazer a diferença, apresentando-se como um importante motor da economia. 

 

A cultura da cooperação, embasada na corresponsabilidade, é um exemplo de como isso pode ocorrer de maneira controlada. Uma vez dono do negócio, cada associado é responsável pela sustentabilidade e direcionamento da cooperativa de crédito. Consequentemente, há uma preocupação maior para manter os resultados equilibrados, o que é feito por meio de um conjunto de ações que visam a manutenção da qualidade da carteira de crédito, garantindo menores riscos e um controle de inadimplência mesmo diante de um cenário econômico desafiador. Nas cooperativas de crédito, existe uma menor assimetria de informações entre o associado e a instituição, e é essa proximidade que permite um maior crescimento de carteira com maior sustentabilidade.

 

Também é importante ressaltar que, tanto em cooperativas de crédito quanto em instituições financeiras mais tradicionais, a evolução digital tem favorecido os modelos de crédito adotados. Munidas de ferramentas tecnológicas para coleta, gestão e análise de informações, essas organizações vêm aumentando sua capacidade de controle de riscos e eficiência de seus programas de concessão de recursos. 

 

Todos esses fatores somados criam um ambiente favorável ao mercado de crédito para os meses que estão por vir, de modo que ele possa evoluir em condições nas quais os índices de inadimplência, mesmo com pequenas elevações, permaneçam sob controle.



 

Julio Cardozo - diretor executivo de Riscos do Banco Cooperativo Sicredi

 

Um ano de pandemia: varejo paulista apresenta queda de 14,2%

Medidas adotadas pelo governo estadual refletem no cenário de vendas do estado, segundo dados da FCDLESP

 

De março de 2020 até fevereiro deste ano, o varejo paulista sofreu uma queda de 14,2% nas vendas, de acordo com a FCDLESP (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo). O balanço realizado pela entidade, com a participação das principais CDLs do Estado de São Paulo, aponta que a instabilidade do plano São Paulo, a falta de um planejamento seguro em apoio aos lojistas e a insegurança do consumidor contribuíram, significativamente, para o cenário. 

As fases mais restritivas do plano São Paulo determinam a redução no horário de funcionamento e capacidade do local, e até o fechamento total das lojas. Para os empresários, manter o volume de vendas mesmo de portas fechadas é um dos principais desafios apresentados pela pandemia de Covid-19, segundo o balanço da FCDLESP. O reflexo deste cenário está no setor de serviços, segundo os comerciantes. Cerca de 57% dos respondentes afirmam que o setor foi o mais prejudicado com as medidas adotadas em São Paulo. 

“Acreditamos que o fechamento total das lojas, sem apoio financeiro, não é a melhor solução. É essencial que os estabelecimentos reforcem as medidas sanitárias para o combate da pandemia de Covid-19, mas os pequenos e médios empresários devem ter apoio por parte do governo estadual”, alerta o presidente da FCDLESP, Maurício Stainoff.  

Em 2020, os lojistas apontam que o Dia das Mães  foi a data sazonal que mais contribuiu para o declínio do percentual de vendas, conforme apontam as CDLs da região metropolitana da cidade, interior e litoral. Em paralelo ao cenário negativo das vendas, segundo a mesma pesquisa, o Natal foi a principal data que colaborou para o equilíbrio do setor varejista. “A flexibilização em fases foi de extrema importância para um cenário otimista. Com os estabelecimentos abertos, as datas comemorativas voltam a apresentar um bom desempenho de vendas”, explica Stainoff. 


Medidas essenciais

Para 92,8% dos lojistas, o auxílio emergencial ajudou o setor varejista a se manter minimamente ativo nos últimos 12 meses. De acordo com a pesquisa da FCDLESP, os empresários acreditam que o benefício movimenta a economia e favorece o consumo.

Além do auxílio emergencial, como medida para manter estabelecimentos, o governo estadual lançou o programa pacote emergencial - liberação de crédito para bares e restaurantes. Cerca de 78,6% dos respondentes da pesquisa afirmam que o valor disponibilizado não é o suficiente para ajudar o setor e deveria ser liberado para as demais áreas do varejo. 

Como forma de manter parte dos lucros, muitos estabelecimentos adotaram o modo de venda no ambiente digital. O resultado deste processo foi a alta demanda do e-commerce. Os empresários acreditam que com o comércio fechado, os consumidores optaram por realizar as compras de modo online. “Vendas em lojas físicas são de extrema importância, mas o varejo online ajuda a minimizar os impactos negativos”, aponta o presidente da FCDLESP. 

Para um cenário positivo nas vendas de 2021, os comerciantes consideram que os donos dos estabelecimentos devem oferecer entrega de produtos a domicílio e mais flexibilização nas formas de pagamento. Além disso, segundo os dados da mesma pesquisa, é essencial investir na fidelização do cliente e oferecer atendimento exclusivo. 

“Com a fragilidade das medidas adotadas em São Paulo, os empresários devem fortalecer o seu negócio nos canais digitais, desta forma, poderemos minimizar os impactos negativos. Esperamos que, com a vacinação, haja um avanço no volume de vendas para, então, terminarmos 2021 com boas perspectivas”, finaliza Maurício.

A pesquisa foi realizada com a participação das principais CDLs do Estado de São Paulo.

 

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