A professora, mestre e doutora Dra. Lucy Dalva Lopes
Mauro da Uniodonto de São Paulo explica que as fissuras lábiopalatinas são uma
malformação congênita do terço médio da face, que se devem a falta de fusão dos
processos maxilares e palatinos.
Estão entre as malformações craniofaciais congênitas mais
freqüentes, apresentando graus diferentes de severidade e representam 25% do
total das alterações desta região, presentes no nascimento.
Situam-se entre o 3º e 4º defeito congênito mais
freqüente e no Brasil estima-se que sua ocorrência seja de um para 650
indivíduos nascidos vivos (LOPES,1998). Calcula-se que 2% a 3% da população.
Seus portadores, além de grave problema estético,
apresentam distúrbios funcionais, desde alimentação até a fonação, que são
perfeitamente reabilitáveis.
Etiologia:
É uma malformação de origem genética e ou ambiental. Os
agentes ambientais podem ser físicos, químicos ou biológicos.
Na presença de uma predisposição genética, fatores
ambientais podem precipitar o surgimento da anomalia. O mecanismo etiológico é
multifatorial, agentes mistos.
Os fatores ambientais são nutricionais (carência de
minerais e vitaminas entre outros), químicos (drogas, fumo e álcool utilizado
pela gestante, endócrinos (alterações hormonais), atômicos (radiações e
infecciosos (contato com doenças infecciosas no primeiro (trimestre de
gestação). Atuando de acordo com a fase embrionária, maior ou menor
complexidade da malformação. Segundo Lopes calcula-se que a 2 a 3% dos
recém-nascidos apresentam malformações podendo alcançar 7%.
Quando ocorrem?
Entre a quarta e décima semana de gestação:
As fissuras podem ser:
Só de lábio: fissura labial
Só palato- fissura palatal ou palatina
Do lábio e palato – fissura lábio palatina. Podem ser uni
ou bilaterais.
Como prevenir as
Fissuras?
Em famílias que já houve algum caso de fissura: exames
para verificação da possibilidade de nova ocorrência, através de aconselhamento
genético.
Fumo, álcool, drogas, exposição a radiações ambientais e
contatos com agentes infecciosos devem ser evitados durante a gestação.
A dieta deve ser equilibrada com frutas, verduras,
legumes, carnes, ovos, leite, cereais, sendo rica em vitaminas e minerais. O
ácido fólico, prescrito pelo médico para o primeiro trimestre de gestação é
fundamental na prevenção das fissuras.
Não faça automedicação. Utilize apenas os medicamentos
prescritos pelo seu médico e cirurgião dentista que sabem o que não irá atender
o bebê.
Nosso objetivo – conscientizar a população sobre a grande
incidência das Fissuras Lábio palatina no Brasil. Alertar sobre a importância
do aconselhamento genético a casais que já tenham tido caso de Fissuras Lábio
Palatinas na família.
Esclarecer sobre a necessidade da boa alimentação e
utilização do ácido fólico durante a gestação.
Reabilitação
Baseando- se nos trabalhos pioneiros de Psaumé e
descritos por Lopes, as fissuras labiopalatinas ocasionam distúrbios estéticos
e funcionais que podem ser agravados segundo a extensão da lesão ou pela
ausência de tratamento adequado.
Na ocorrência de fissura labiopalatinas completas, as
deformações ósseas intrínsecas, mesmo complexas, são favoráveis ao
tratamento. As deformidades faciais desfavoráveis são raras nos pacientes não
operados e nas sequelas tanto ósseas como dentárias.
Quando pela complexidade da fissura e pela não
oportunidade do atendimento multidisciplinar precoce, o lábio é reparado
cirurgicamente sob tensão exagerada, podendo ocorrer na pré maxila um
retreposicionamento indesejável e causar mordidas cruzadas anteriores e
bilaterais. As deformações ósseas ortopédicas maxilares precoces,
pré-operatório, dessa forma, os desequilíbrios musculares são corrigidos e o
crescimento maxilar é orientado.
Tratamento
Baseados nos trabalhos pioneiros de Psaumé e descritos
por Lopes.
Tratamento segundo OMS, ABFP deve ser realizado por
Equipe Multi e Interdisciplinar.
Indicação
1) orientação à gestante, pais , familiares
2) atuação pré e pós natal a nível ambulatorial (pais),
consultório, hospitalar maternidade dando continuidade após alta a nível
ambulatorial
3) Equipe multi e interdisciplinar medicina – enfermagem
– odontologia – fonoaudiologia
a) cirurgia plástica
b) odontologia
c) otorrino
d) fonoaudiologia
e) psicologia
f) geneticista
Outros profissionais farão parte de acordo com a
complexidade da patologia.
A reabilitação visa aspectos funcionais, estéticos,
sociais, reintegração precoce social.
Portanto à fonoaudiologia, odontologia junto com a
cirurgia plástica irá atuar na maternidade com o recém-nascido.
A Odontologia através da Ortopedia Maxilar precoce
desenvolvido no Brasil por Lopes, (USP), objetivo propiciar: sucção, deglutição
adequada, preparo e complementação para cirurgia plástica reparadora. Através
de aparatologia desenvolvida por Lopes os aparelhos ortopedia precoce neonatal
(Ortemas) descritos e desenvolvidos atuando na forma função. Concomitantemente
com a fonoaudiologia, pediatria e demais especialistas. Nesta fase auxiliando
principalmente na sucção, deglutição e desenvolvimento necessário para
cirurgia.
A Odontologia – Ortopedia Maxilar pós-cirúrgica
obrigatória para dar condições após a queiloplastia do preparo para cirurgia do
palato se for fenda completa lábio palatal.
Odontopediatria dedicando-se à prevenção e saúde bucal.
Após as cirurgias a Odontologia como os demais
profissionais da Equipe dedica-se com a Ortopedia precoce, preventiva,
preparando e complementando as cirurgias reparadoras. A Ortodontia dará
continuidade às terapias pré e pós-cirúrgicas e as demais especialidades
Odontológicas tais como Odontopediatria, Ortodontia, Periodontia,
Implantodontia, Cirurgia Buco Maxilo Facial, ao lado das especialidades compõe
a Equipe já mencionadas.
A importância do acompanhamento familiar mães, pais e
demais parentes irão contribuir para integração precoce do individuo a
sociedade, completa e integralmente.
O caráter evolutivo dessas deformidades explica a longa
duração do tratamento,
Portanto, esse se estende do nascimento até o termino dos
crescimentos maxilares e faciais dos fissurados lábio palatinos. Baseando-se em
autores Psaumè e Lopes que desenvolveram e publicaram pesquisa sobre o
tratamento ortopédico maxilar, indicamos a ortopedia maxilar precoce nos
recém-nascidos portadores de fissuras palatinas e lábio palatinas.