Apesar da cura, alguns homens podem sofrer
com o mal se não buscarem ajuda para eventuais consequências da retirada da
próstata, alerta especialista
No Brasil, sete em cada dez casos de câncer no homem é na próstata. Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), anualmente são registrados 70 mil novos casos. Quando o diagnóstico é feito na fase inicial, a taxa de cura chega a 90%. Porém, mesmo com o sucesso no tratamento, é possível que apareçam algumas consequências da cirurgia, como a incontinência urinária - que segundo estudos é uma das condições mais degradantes para o homem, considerada o "câncer social".
Para o urologista Valter Muller, chefe do serviço de urologia do Hospital Federal dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro, a condição pode causar até depressão. "O homem não consegue ter convívio social nem sexual. Acredita que está sempre cheirando urina, tem medo de sair de casa e passar por um sufoco. E essa situação pode sim causar uma depressão - porque ele acredita que aquilo não terá cura", explica o doutor.
O esfíncter - músculo em formato de anel que controla o ato de urinar - é muito próximo da próstata e pode ser comprometido durante a retirada da glândula, perdendo sua capacidade de reter urina. "Não existe uma pré-disposição para ser incontinente. O que nós percebemos no consultório é que quanto mais velho o paciente, mais chances de a musculatura do esfíncter ser afetada pela operação", explica o urologista.
Os tratamentos
Engana-se quem acredita que a condição não tem cura. Nos casos mais simples, é possível fazer fisioterapias com exercícios simples ou até com radiofrequência para ativar a musculatura do esfíncter. "Nos pacientes mais complexos, é possível substituir o esfíncter com uma operação, utilizando um esfíncter artificial ", explica o especialista.
A prótese fica totalmente contida no corpo e possui uma bombinha dentro do saco escrotal que permite ao homem liberar a urina quando tiver vontade. No restante do tempo, o esfíncter permanece fechado. A incontinência urinária grave atinge 10% dos pacientes com incontinência que, sem tratamento, precisam recorrer às fraldas. "As terapias devolvem o conforto e autoestima do homem", explica o urologista.
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