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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Desafios pós-bariátrica: cirurgia é apenas o primeiro passo para tratar a obesidade

 
Cuidado contínuo com a dieta é fundamental para garantir o sucesso do procedimento


Crescente em todo o mundo, a obesidade já é considerada um dos males da vida moderna. Para se ter uma ideia, somente no Brasil, mais de 52% da população enfrenta o sobrepeso e, dentre eles, 18% são obesos (Pesquisa Vigitel – Ministério da Sáude 2014). Não é a toa que a cirurgia bariátrica tem se tornado cada vez mais popular: dados da SBCBM (Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica) indicam que o país ocupa a segunda colocação no ranking mundial desse procedimento, perdendo apenas para os Estados Unidos.

É indiscutível que o procedimento se tornou um grande aliado na luta contra a obesidade: em geral, a cirurgia é eficaz no tratamento de quadros graves, quando a saúde do indivíduo é comprometida pelas morbidades que acompanham excesso de peso. Porém, ao contrário do que muitos podem imaginar, o procedimento não é uma fórmula mágica para o emagrecimento: apesar da sua popularidade, para ser bem sucedida, a intervenção requer uma mudança profunda nos hábitos do paciente. Os desafios enfrentados no pós-operatório é o que irão garantir a eficácia do procedimento, portanto, é fundamental que aqueles que desejam se submeter à cirurgia, saibam como encarar estas transformações na busca por mais qualidade de vida.

Volume e dieta líquida

Os desafios em relação à dieta já se iniciam no pré-operatório: em geral, o paciente é estimulado a ter uma nova postura em relação ao alimento já nos meses que antecedem a intervenção. Desde o princípio, a redução do volume de alimentos é considerável – de acordo com a nutricionista Joanna Carollo “não apenas para preparar o paciente para a etapa seguinte, onde, dependendo da técnica utilizada, seu volume estomacal será reduzido drasticamente; mas também para reeduca-lo em relação à ingesta alimentar, estimulando bons hábitos como a mastigação prolongada e priorização de alimentos altamente nutritivos”.

Outro ponto famigerado é a alimentação pós-operatória, em especial à dieta líquida, adotada em seguida do procedimento. Apesar de ser uma das etapas mais críticas do tratamento, a nutricionista explica que é relativamente curta, dependendo da evolução do paciente “Ao contrário do que muitos podem imaginar durante essa fase o indivíduo não passará fome, até porque seu volume estomacal será relativamente menor. Ainda que temida por muitos, essa etapa é breve, durando poucos dias de acordo com o paciente. O fundamental nesse momento é garantir a hidratação e a recuperação do aparelho gastrointestinal recém-operado”.

Intolerância alimentar e dumping

Uma vez atravessado o período cirúrgico e adaptação da dieta puramente líquida, o indivíduo poderá introduzir gradativamente alimentos mais consistentes na alimentação, num primeiro momento como sopas e papas liquidificadas, até evoluir a ponto de aceitar alimentos macios e de cocção prolongada.  Porém, um dos maiores entraves enfrentados por aqueles que passam pela cirurgia bariátrica é a intolerância a certos alimentos, principalmente carnes.

De acordo com a profissional da Nova Nutrii, isso acontece, pois as alterações fisiológicas provocadas pela cirurgia podem tornar a digestão de determinados alimentos mais dificultosa “Como algumas dessas intervenções submetem o paciente a mudanças radicais na estrutura gastrointestinal, certos alimentos podem causar maior desconforto, provocando diarreia, náuseas e, ate mesmo, vômitos.” Em alguns pacientes, as complicações podem ser ainda mais acentuadas, gerando sintomas concomitantes como náuseas, dor abdominal, palpitação, tontura, suor em excesso e distensão abdominal. Este quadro, conhecido como síndrome de dumping, é comumente provocado pela ingestão de alimentos ricos em açúcar, como doces em geral.

Para Joanna, saber lidar com essas situações é fundamental, não somente para garantir mais conforto ao paciente, mas principalmente em virtude da questão nutricional. “A grande preocupação por trás desse problema é o risco para carências nutricionais, especialmente se o indivíduo passar a evitar alimentos nutritivos, como a proteína, por exemplo, em função da intolerância”.

Queda de cabelo e unhas quebradiças

Neste âmbito, um dos sintomas comuns no pós-cirúrgico que, inclusive, preocupa muitos pacientes é a queda de cabelo, unhas quebradiças e pele ressecada. Apesar desses sintomas serem, em alguns casos, consequências do stress psicológico causado pelo tratamento, é preciso ficar alerta para a intensidade deste problema: quando persistentes, eles podem indicar alguma carência nutricional. Isso porque, devido à natureza do procedimento, os pacientes da bariátrica terão a capacidade de absorção de nutrientes reduzida.

Justamente por isso, eles devem fazer suplementação alimentar por pelo menos seis meses após o procedimento “É comum que muitos deles apresentem carência proteica, de vitaminas e sais minerais, especialmente vitaminas do complexo B, ferro e cálcio. Como esses (e outros) nutrientes são essenciais tanto para recuperação quanto para manutenção da saúde, a suplementação é parte indispensável do tratamento num primeiro momento e pode se estender a longo prazo, de acordo com a necessidade”. – explica Joana.

A nutricionista esclarece que a suplementação tem papéis específicos na vida de quem passa por essa cirurgia: “Antes de tudo, a suplementação proteica visa evitar a perda de massa magra, o que pode comprometer a saúde muscular do indivíduo. Sintomas como o ressecamento da pele e a queda de cabelo podem estar, inclusive, ligados a essa deficiência.  Já o aporte de outros nutrientes específicos, como vitaminas e sais minerais, auxilia no reforço da imunidade, o que ajudará na recuperação da cirurgia.” Porém, Joana alerta que a suplementação para este tipo de paciente é muito individualizada e, até mesmo, diferenciada: tanto em relação aos nutrientes, que devem ser balanceados para este perfil, quanto em relação à absorção do produto, uma vez que esses indivíduos têm maior dificuldade em assimilar certos alimentos”.

Como conviver com as mudanças

Devido sua complexidade, a cirurgia requer um acompanhamento médico prolongado, para garantir a boa recuperação do paciente e sua adaptação à nova rotina. Porém, para que o procedimento configure, de fato, uma mudança de vida, é preciso que o paciente esteja comprometido com o tratamento e adote os novos hábitos permanentemente, mesmo após a alta.

Uma das principais orientações que devem acompanhá-lo para o resto da vida é sua relação com o alimento: num primeiro momento, adequar-se ao novo volume estomacal pode ser incômodo, porém a longo prazo, o indivíduo deve continuar controlando a quantidade ingerida, pois o estômago é um órgão elástico, que pode, mesmo reduzido, aumentar de volume. Para tal, é aconselhável mudar o comportamento diante do alimento: “Fazer as refeições em recipientes menores, adequados para o tamanho da porção. Comer vagarosamente, apreciando o sabor e aroma dos alimentos. Pausar os talheres a cada garfada e mastigar lentamente são medidas que ajudam a reduzir a ansiedade diante do alimento e também a controlar a quantidade ingerida”.

Outro ponto importante é em relação à qualidade dos alimentos ingeridos: pacientes que passaram pela cirurgia bariátrica devem iniciar suas refeições pelos alimentos mais nutritivos. Por exemplo: se o indivíduo precisa de uma oferta proteica elevada, deve começar a refeição pela proteína. “Este ponto é extremamente importante, pois, ao contrário do muitos podem imaginar, não é pelo fato de comerem menos que não devem ter atenção a valor nutricional da refeição. Pelo contrário: como a ingestão é menor e, algumas vezes, dificultosa, a alimentação deve priorizar alimentos nutritivos, justamente para evitar carências nutricionais.”

Novo estilo de vida

E como essas mudanças afetam toda a vida do paciente, é fundamental que se mantenha hábitos saudáveis: o exercício físico deve, dentro do possível, fazer parte da rotina. Fugir do sedentarismo é essencial tanto para a forma física quanto para controlar fatores de saúde relevantes como o colesterol, a pressão arterial e o condicionamento cardíaco. Com esses cuidados, o indivíduo evita o temido reganho de peso e problemas nutricionais mais graves, que podem surgir caso os cuidados não sejam mantidos após a alta.

Para evitar o incômodo dumping é aconselhável restringir o consumo de alimentos extremamente ricos em açúcar, até mesmo para auxiliar na manutenção do peso saudável. Quando o desconforto e a intolerância alimentar são gerados por alimentos nutritivos, que não podem ser excluídos da dieta, é fundamental contar com o apoio do nutricionista: nesses casos, a suplementação será um aliado indispensável.

No mais, é preciso acompanhamento médico periódico e um novo olhar sob o estilo de vida: “O paciente que passou pela bariátrica deve ter em mente que a cirurgia é uma alternativa para enfrentar a obesidade, porém, os resultados dependem diretamente do esforço e comprometimento do paciente após a intervenção. Quando o tratamento é seguido corretamente, todo esforço se traduzirá em muito mais qualidade e, até mesmo, expectativa de vida para o paciente.” – finaliza Joanna.




Fonte: Nova Nutrii




No dia internacional de combate ao câncer infantil, onco-ortopedista alerta para os sintomas de câncer ósseo




Nas últimas décadas, houve um grande progresso no tratamento do câncer infanto-juvenil com grande impacto nas taxas de cura, que se estima em torno de 70%



15 de fevereiro é o Dia Internacional de Combate ao Câncer Infantil e assim como as demais doenças com altos índices de diagnósticos, esta também ganha espaço para conscientização. O câncer infantil pode acometer qualquer parte do organismo e é na verdade um conjunto de diversas doenças que possuem em comum a proliferação descontrolada de células anormais. Os tumores malignos mais frequentes na infância e adolescência são: os linfomas (sistema linfático), os do sistema nervoso central e as leucemias (que afeta os glóbulos brancos). 

Com menor incidência estão o osteossarcoma (tumor ósseo), sarcomas (tumores em partes moles), tumor germinativo (das células que irão originar os ovários ou os testículos), retinoblastoma (localiza-se na retina, fundo do olho), tumor de Wilms (tumor renal) e neuroblastoma (tumor de células no sistema nervosos periférico, frequentemente de localização abdominal).

Dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer), apontam em seu último levantamento 12.600 novos casos de câncer são estimados em crianças e adolescentes no Brasil por ano em 2016 e em 2017. Segundo o onco-ortopedista da UFRJDr. Marcelo Bragança dos Reis, os tumores ósseos infantis não são tão frequentes, mas não menos importantes e acometem mais habitualmente pacientes a partir dos 10 anos de idade, ocorrendo principalmente na adolescência, fase da vida em que o osso tem um crescimento mais rápido. “Esse tumor atinge principalmente os ossos longos, sendo os mais comuns o fêmur e a tíbia, especialmente na região do joelho”, destaca.

O médico alerta para os sintomas deste tipo de tumor, sendo o primeiro sintoma, a dor, seguido de inchaço no local acometido pelo tumor, geralmente, podendo apresentar uma piora nos períodos noturnos. “No exame físico, o médico pode perceber o aumento do volume local, calor local, dor e limitação na movimentação da articulação comprometida. Muitas vezes o diagnóstico definitivo é atrasado, pois essa dor que a criança apresenta pode ser confundida com ‘dor de crescimento’ e quando o tumor é descoberto já encontra-se em fase avançada, levando esta criança a ter dificuldade para andar”, ressalta o especialista.

Dr. Marcelo relata que em uma fase mais tardia o tumor passa a ser visível como um abaulamento na região do osso comprometido, mais frequente na região do joelho. Nos casos de tumores muito extenso, o paciente pode apresentar fratura devido à destruição do osso pelo osteossarcoma. “Diante de sintomas suspeitos, os pais devem ficar atentos e procurar um especialista e o primeiro exame a ser solicitado é o raio-x, que pode confirmar ou não a suspeita de tumor. Para se ter mais detalhes são realizados tomografia e/ou ressonância e para o diagnóstico de certeza indica-se a biópsia do tumor”, afirma.

O especialista ainda destaca a importância dos avanços tecnológicos e da detcção precoce. “Nas últimas décadas houve um grande progresso no tratamento do câncer infanto-juvenil, mas o grande impacto nas taxas de cura que se estima em torno de 70%, deve-se ao diagnóstico precoce da doença em seus estágios iniciais, o que permite um tratamento menos agressivo, com maiores possibilidades de cura e menos sequelas da doença ou do tratamento. 

Portanto é muito importante a conscientização, tanto da classe médica quanto da população de um modo geral, deste possível diagnóstico, com diminuição do estigma que acompanha a doença ao longo dos anos, visando proporcionar um melhor atendimento às crianças e adolescentes diagnosticados com a doença”, conclui.




Entenda os diferentes tratamentos para o Linfoma de Hodgkin




80% dos pacientes se estabilizam com a quimioterapia e o restante recai ou recidiva, ou seja, volta a ter a doença ou não responde ao tratamento sugerido


O Linfoma de Hodgkin é um tipo de câncer raro que acomete 3 em cada 100 mil habitantes no Brasil. O que o diferencia dos outros tipos de linfoma é a presença de um tipo característico de célula chamada de REED-STERNBERG, um LINFÓCITO B que sofreu uma mutação, se transformando em uma célula cancerígena. O tratamento para essa doença pode ser feito de diversas maneiras, com a quimioterapia, radioterapia, transplante de medula óssea e o uso de novos agentes, como terapia-alvo.

Todo processo é dividido em fases ou linhas, sendo que a primeira é a quimioterapia. A maioria dos pacientes responde a primeira linha de tratamento, em torno de 70 a 80%. Os outros 20 a 30% recidivam, ou seja, voltam a apresentar a doença.

Estes pacientes continuam com o tratamento, chamado de 2ª linha, no qual a quimioterapia é conhecida como de resgate ou salvamento. Nos casos em que os pacientes sejam elegíveis, é seguido do Transplante Autólogo de Medula, em que são utilizadas células-tronco da medula do próprio paciente.

Se mesmo assim o paciente não apresentar resposta ou voltar a ter a doença, há a 3ª linha de tratamento feita por meio de terapia-alvo. De acordo com a hematologista Dra. Paola Tôrres, o Linfoma de Hodgkin pode ser desenvolvido em muitas partes do corpo. “É mais frequente nos gânglios linfáticos, localizados no pescoço, na região axilar e no mediastino - região no tórax entre o coração e os pulmões onde ficam os linfonodos que drenam esses órgãos".

Os sintomas da doença são variados e se manifestam dependendo da localização no corpo. De maneira geral, existe o aumento do volume dos gânglios linfáticos, febre, perda de peso, cansaço, coceira e perda de apetite. “Quando o linfoma afeta o tórax, por exemplo, pode provocar tosse, dificuldade para respirar e dores no peito. Mas é preciso lembrar que os sintomas são muito similares a outras condições. Por isso, a avaliação do médico é fundamental”, orienta a Dra. Paola.

Após diagnosticado, as opções de tratamento dependerão de diversos fatores. Entre eles, o tipo de Doença de Hodgkin, extensão do câncer, estado clínico, idade do paciente e tipo e localização do Linfoma. “80% dos pacientes respondem à primeira opção de tratamento, que é feita com quimioterapia. Os 20% restantes recaem ou recidivam, ou seja, voltam a ter a doença ou não respondem ao tratamento sugerido”, explica a hematologista. Nesses casos, o especialista responsável determinará uma nova opção de tratamento, que pode ser feita à base de medicamentos.

Entenda como funciona cada tratamento mencionado:


Quimioterapia – São medicamentos que destroem as células tumorais. Normalmente, é utilizada por via venosa, administrada em ciclos e pode ser combinada com a radioterapia. A quimioterapia é feita com o uso de medicamentos simultâneos porque seus diferentes mecanismos de ação sobre a célula cancerígena potencializam a sua ação.


Radioterapia – São radiações que destroem ou inibem o crescimento das células cancerosas que formam um tumor. O linfonodo acometido é irradiado com doses fracionadas. Para o Linfoma de Hodgkin, esse tratamento é realizado muito cuidadosamente para que a radiação seja feita exatamente no local necessário.


Transplante de medula óssea – É considerado o reabastecimento de células saudáveis na medula óssea do paciente. Nos casos de Linfoma de Hodgkin, normalmente, essa opção é utilizada quando a doença permanece mesmo após a quimioterapia e/ou radioterapia com a combinação de medicamentos. O transplante pode ser feito pelas próprias células-tronco do paciente, considerado transplante Autólogo, ou por meio de um doador, chamado de transplante Alogênico.


Uso de Terapias Alvo – No Brasil, existe apenas um medicamento aprovado como terapia alvo para o tratamento de Linfoma de Hodgkin, cuja substância ativa se chama brentuximabe vedotina. A droga tem como alvo apenas as células cancerígenas, diferente do que acontece com a quimioterapia, que não tem a mesma seletividade e especificidade no seu mecanismo de ação. 





Takeda
www.takedabrasil.com





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