Nas últimas décadas, houve um grande progresso no tratamento do câncer
infanto-juvenil com grande impacto nas taxas de cura, que se estima em torno de
70%
15 de fevereiro é o Dia Internacional de Combate ao Câncer Infantil e
assim como as demais doenças com altos índices de diagnósticos, esta também
ganha espaço para conscientização. O câncer infantil pode acometer qualquer
parte do organismo e é na verdade um conjunto de diversas doenças que possuem
em comum a proliferação descontrolada de células anormais. Os tumores malignos
mais frequentes na infância e adolescência são: os linfomas (sistema
linfático), os do sistema nervoso central e as leucemias (que afeta os glóbulos
brancos).
Com menor incidência estão o osteossarcoma (tumor ósseo), sarcomas
(tumores em partes moles), tumor germinativo (das células que irão originar os
ovários ou os testículos), retinoblastoma (localiza-se na retina, fundo do
olho), tumor de Wilms (tumor renal) e neuroblastoma (tumor de células no
sistema nervosos periférico, frequentemente de localização abdominal).
Dados do INCA
(Instituto Nacional do Câncer), apontam em seu último levantamento 12.600 novos
casos de câncer são estimados em crianças e adolescentes no Brasil por ano em
2016 e em 2017. Segundo o
onco-ortopedista da UFRJ, Dr.
Marcelo Bragança dos Reis, os tumores ósseos infantis não são tão frequentes, mas não menos
importantes e acometem mais habitualmente pacientes a partir dos 10 anos de
idade, ocorrendo principalmente na adolescência, fase da vida em que o osso tem
um crescimento mais rápido. “Esse tumor atinge principalmente os ossos longos,
sendo os mais comuns o fêmur e a tíbia, especialmente na região do joelho”,
destaca.
O médico alerta para
os sintomas deste tipo de tumor, sendo o primeiro sintoma, a dor, seguido de
inchaço no local acometido pelo tumor, geralmente, podendo apresentar uma piora
nos períodos noturnos. “No exame físico, o médico pode perceber o aumento do
volume local, calor local, dor e limitação na movimentação da articulação
comprometida. Muitas vezes o diagnóstico definitivo é atrasado, pois essa dor
que a criança apresenta pode ser confundida com ‘dor de crescimento’ e quando o
tumor é descoberto já encontra-se em fase avançada, levando esta criança a ter
dificuldade para andar”, ressalta o especialista.
Dr. Marcelo relata
que em uma fase mais tardia o tumor passa a ser visível como um abaulamento na
região do osso comprometido, mais frequente na região do joelho. Nos casos de
tumores muito extenso, o paciente pode apresentar fratura devido à destruição
do osso pelo osteossarcoma. “Diante de sintomas suspeitos, os pais devem ficar
atentos e procurar um especialista e o primeiro exame a ser solicitado é o
raio-x, que pode confirmar ou não a suspeita de tumor. Para se ter mais
detalhes são realizados tomografia e/ou ressonância e para o diagnóstico de
certeza indica-se a biópsia do tumor”, afirma.
O especialista ainda
destaca a importância dos avanços tecnológicos e da detcção precoce. “Nas
últimas décadas houve um grande progresso no tratamento do câncer
infanto-juvenil, mas o grande impacto nas taxas de cura que se estima em torno
de 70%, deve-se ao diagnóstico precoce da doença em seus estágios iniciais, o
que permite um tratamento menos agressivo, com maiores possibilidades de cura e
menos sequelas da doença ou do tratamento.
Portanto é muito importante a
conscientização, tanto da classe médica quanto da população de um modo geral,
deste possível diagnóstico, com diminuição do estigma que acompanha a doença ao
longo dos anos, visando proporcionar um melhor atendimento às crianças e
adolescentes diagnosticados com a doença”, conclui.
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