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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

No dia internacional de combate ao câncer infantil, onco-ortopedista alerta para os sintomas de câncer ósseo




Nas últimas décadas, houve um grande progresso no tratamento do câncer infanto-juvenil com grande impacto nas taxas de cura, que se estima em torno de 70%



15 de fevereiro é o Dia Internacional de Combate ao Câncer Infantil e assim como as demais doenças com altos índices de diagnósticos, esta também ganha espaço para conscientização. O câncer infantil pode acometer qualquer parte do organismo e é na verdade um conjunto de diversas doenças que possuem em comum a proliferação descontrolada de células anormais. Os tumores malignos mais frequentes na infância e adolescência são: os linfomas (sistema linfático), os do sistema nervoso central e as leucemias (que afeta os glóbulos brancos). 

Com menor incidência estão o osteossarcoma (tumor ósseo), sarcomas (tumores em partes moles), tumor germinativo (das células que irão originar os ovários ou os testículos), retinoblastoma (localiza-se na retina, fundo do olho), tumor de Wilms (tumor renal) e neuroblastoma (tumor de células no sistema nervosos periférico, frequentemente de localização abdominal).

Dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer), apontam em seu último levantamento 12.600 novos casos de câncer são estimados em crianças e adolescentes no Brasil por ano em 2016 e em 2017. Segundo o onco-ortopedista da UFRJDr. Marcelo Bragança dos Reis, os tumores ósseos infantis não são tão frequentes, mas não menos importantes e acometem mais habitualmente pacientes a partir dos 10 anos de idade, ocorrendo principalmente na adolescência, fase da vida em que o osso tem um crescimento mais rápido. “Esse tumor atinge principalmente os ossos longos, sendo os mais comuns o fêmur e a tíbia, especialmente na região do joelho”, destaca.

O médico alerta para os sintomas deste tipo de tumor, sendo o primeiro sintoma, a dor, seguido de inchaço no local acometido pelo tumor, geralmente, podendo apresentar uma piora nos períodos noturnos. “No exame físico, o médico pode perceber o aumento do volume local, calor local, dor e limitação na movimentação da articulação comprometida. Muitas vezes o diagnóstico definitivo é atrasado, pois essa dor que a criança apresenta pode ser confundida com ‘dor de crescimento’ e quando o tumor é descoberto já encontra-se em fase avançada, levando esta criança a ter dificuldade para andar”, ressalta o especialista.

Dr. Marcelo relata que em uma fase mais tardia o tumor passa a ser visível como um abaulamento na região do osso comprometido, mais frequente na região do joelho. Nos casos de tumores muito extenso, o paciente pode apresentar fratura devido à destruição do osso pelo osteossarcoma. “Diante de sintomas suspeitos, os pais devem ficar atentos e procurar um especialista e o primeiro exame a ser solicitado é o raio-x, que pode confirmar ou não a suspeita de tumor. Para se ter mais detalhes são realizados tomografia e/ou ressonância e para o diagnóstico de certeza indica-se a biópsia do tumor”, afirma.

O especialista ainda destaca a importância dos avanços tecnológicos e da detcção precoce. “Nas últimas décadas houve um grande progresso no tratamento do câncer infanto-juvenil, mas o grande impacto nas taxas de cura que se estima em torno de 70%, deve-se ao diagnóstico precoce da doença em seus estágios iniciais, o que permite um tratamento menos agressivo, com maiores possibilidades de cura e menos sequelas da doença ou do tratamento. 

Portanto é muito importante a conscientização, tanto da classe médica quanto da população de um modo geral, deste possível diagnóstico, com diminuição do estigma que acompanha a doença ao longo dos anos, visando proporcionar um melhor atendimento às crianças e adolescentes diagnosticados com a doença”, conclui.




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