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terça-feira, 30 de agosto de 2016

Terapia inovadora para hemofilia obtém registro na Anvisa



 Medicamento diminui a frequência de infusões semanais, proporcionando controle
da doença com maior comodidade para o paciente 


A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária Anvisa) concedeu registro para comercialização para Eloctate™ (fator VIII de coagulação recombinante de longa duração), medicamento da Biogen para o tratamento da hemofilia tipo A. Estima-se que 400 mil pessoas tenham hemofilia em todo o mundo, sendo que cerca de 12 mil vivem no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde.

O medicamento, que tem ação prolongada, previne ou reduz episódios hemorrágicos em indivíduos com hemofilia A severa com apenas uma ou duas infusões profiláticas por semana. As terapias atuais requerem três infusões profiláticas por semana ou em dias alternados. A diminuição de infusões promove conforto, autonomia e praticidade, aumentando a adesão do paciente ao tratamento. A ação estendida é possível por meio da tecnologia de fusão Fc, que prolonga o tempo de circulação do medicamento no corpo e amplia o intervalo entre as infusões profiláticas. Essa é a primeira vez que a tecnologia é aplicada ao tratamento da doença.

"O tratamento da hemofilia vem avançando muito no Brasil nos últimos anos. Esperamos que este progresso continue e proporcione acesso a terapias cada vez mais seguras, práticas e confortáveis, o que favorece cada vez mais a independência e a autonomia dos pacientes", comenta Mariana Leme Battazza Freire, Presidente da Federação Brasileira de Hemofilia (FBH).

A aprovação de Eloctate™ baseou-se em resultados de estudos clínicos multicêntricos, internacionais, de fase 3 (A-LONG e Kids A-LONG) e de extensão ( pacientes dos estudos A-LONG + Kids A-LONG). Os estudos avaliaram eficácia e segurança do medicamento em 211 pacientes com até 12 anos (Kids A-LONG) e com 12 anos ou mais (A-LONG), previamente tratados e com diagnóstico de hemofilia A grave. O objetivo dos estudos foi comprovar a prevenção e redução dos episódios hemorrágicos por meio de infusões do medicamento de forma profilática em intervalos que variavam entre 1 e 2 vezes por semana. Ao todo, 22 países participam dos estudos, incluindo o Brasil.

O medicamento já é comercializado nos Estados Unidos, Europa, Japão, Canadá e Austrália. Em fevereiro deste ano, a Anvisa aprovou outro medicamento da Biogen para hemofilia, o Elprolix™ (fator IX de coagulação recombinante de longa duração), para o tratamento de pacientes com diagnóstico de hemofilia B.



Sobre a hemofilia

A hemofilia é uma doença genético-hereditária associada à ocorrência de mutações nos genes dos fatores VIII (chamada hemofilia A) ou IX (hemofilia B) da coagulação – ambos localizados no cromossomo X –, afetando, desde o nascimento, a produção normal desses fatores e comprometendo o processo natural de coagulação do sangue. Esses fatores (ou proteínas) são ativados quando ocorre o rompimento de algum vaso sanguíneo, mas, nas pessoas com a doença, essas proteínas apresentam baixa atividade. Por isso a coagulação é interrompida e os sangramentos demoram muito mais tempo para serem controlados. Essa deficiência da coagulação pode ser leve, moderada ou grave. Embora carreguem o gene que transmite a hemofilia, as mulheres raramente manifestam a doença, mas podem transmiti-la para seus herdeiros.
Os sintomas mais comuns da hemofilia são sangramentos prolongados, que podem ser externos, quando ocorrem cortes na pele, ou internos, quando ocorrem dentro das articulações, músculos ou outras partes internas do corpo. As pessoas com hemofilia grave podem ter sangramentos espontâneos nos músculos e nas articulações, como joelhos, cotovelos e tornozelos. Como a coagulação nessas pessoas é muito lenta ou inexistente, ocorre grande derramamento de sangue nessas regiões, provocando inchaço, dor e degeneração articular ou comprometimento neurológico, caso não sejam tratados adequadamente.
O tratamento convencional da doença consiste na profilaxia, que é a administração do fator de coagulação deficiente com injeções frequentes e programadas, que podem variar de uma a mais vezes por semana, dependendo da gravidade da doença. As infusões permitem que a pessoa com hemofilia apresente em sua circulação sanguínea o fator deficitário em quantidade suficiente para que não ocorram os sangramentos espontâneos.





Sobre a Biogen

A Biogen é uma empresa global de biotecnologia, com sede nos Estados Unidos, que desenvolve terapias inovadoras para o tratamento de doenças neurodegenerativas, hemofilia e disfunções imunológicas. Fundada em 1978, a Biogen é a mais antiga empresa independente de biotecnologia do mundo, emprega aproximadamente 7 mil profissionais e gera receita anual acima dos US$ 10 bilhões. Detentora de uma longa tradição no tratamento de esclerose múltipla, no Brasil a empresa ocupa a liderança desse mercado, com três medicamentos de última geração para o tratamento da doença e seus sintomas. Sua subsidiária brasileira possui sede na cidade de São Paulo (capital) e filial em Anápolis, Goiás. Para mais informações sobre produtos, publicações e informações adicionais sobre a empresa, visite www.br.biogen.com.

Obstetra dá dicas sobre aleitamento materno




Segundo a Unicef, o aleitamento exclusivo até o sexto mês de vida poderia evitar anualmente a morte de 1,3 milhão de crianças menores de 5 anos de países em desenvolvimento

O aleitamento materno é fundamental para desenvolvimento do bebê. Até os seis meses, deve ser considerada a única forma de alimentação e só depois desse período, com a supervisão de um especialista, pode-se inserir outros alimentos. Segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o aleitamento exclusivo até o sexto mês de vida poderia evitar anualmente a morte de 1,3 milhão de crianças menores de cinco anos de países em desenvolvimento.

A amamentação traz diversos benefícios para os recém-nascidos e para as mães, principalmente o colostro, uma forma de leite produzido após o parto, considerado a primeira vacina do bebê. A amamentação reduz em 22% a mortalidade neonatal, fortalece a imunidade, evita cólicas, contribui para o desenvolvimento cognitivo, entre outros aspectos positivos para a saúde criança. Para as mães, diminuem os riscos de hemorragia, as contrações uterinas e diminui o risco de câncer de mama, ovário e endométrio.

Apesar dos pontos positivos, Mônica Thaysa Rocha Cavalcante, obstetra do Hapvida Saúde, esclarece que o período de amamentação pode ser um dos de maior dificuldade para as mães de primeira viagem cujas dúvidas vão desde o que se alimentar até a forma correta de amamentar o bebê. “É fundamental a escolha de um lugar confortável para se sentar, que tenha um bom apoio para as costas. O uso de almofadas comuns ou de amamentação facilita na hora de levar o bebê ao peito, assim não sobrecarrega os braços. O posicionamento da boca da criança é imprescindível para não machucar a mãe, pois o bebê precisa abocanhar uma parte do seio e não apenas o bico”, orienta.

A obstetra explica que quando o bebê pega o peito da forma correta, não causa dor. Para isso, o bebê deve colocar quase a aréola inteira na boca para mamar. “Assim, quanto mais o bebê suga, mais a mama é estimulada a produzir leite”, explica Mônica. Além disso, a especialista salienta para a importância de não acreditar em alguns mitos como o tamanho do peito para a produção de leite.

Segundo ela, especialmente no período de amamentação, as mães precisam ter alguns cuidados com a ingestão de determinados alimentos, bebidas e medicações até para evitar as famosas cólicas dos bebês. “A alimentação da mãe deve ser balanceada, rica em vitaminas e proteínas”, enfatiza Mônica. A obstetra indica para as mães mais alguns desses cuidados:

·         Evitar o consumo exagerado de alimento rico em açúcar, sal e gordura;
·         Evitar o consumo de bebidas alcoólicas e cigarros;
·         Evitar consumo de café, chocolate e estimulantes;
·         Evitar frutas cítricas e alimentos apimentados.




Sobre o Hapvida – Com 3,3 milhões de beneficiários, o Hapvida hoje se posiciona como a maior operadora de saúde do Norte e Nordeste. Os números superlativos mostram o sucesso de uma estratégia baseada na gestão direta da operação e nos constantes investimentos: atualmente, são 17 mil colaboradores diretos envolvidos na operação de 20 hospitais, 71 clínicas médicas, 16 prontos atendimentos, 61 centros de diagnóstico por imagem e 57 laboratórios com diversos postos de coleta distribuídos em 11 estados onde a operadora atua com rede própria.

7 medidas que o Brasil precisa tomar para impedir o avanço do câncer



Sem aprimoramento das políticas públicas, doença deve se tornar principal causa de óbitos em até 13 anos


Se o Brasil não investir em mudanças substanciais nas políticas públicas de prevenção, detecção e tratamento do câncer, a doença se tornará a principal causa de mortes no País já em 2029. É o que aponta o último estudo do Observatório da Oncologia, uma plataforma de análise de dados criada pelo movimento Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC). 

Para chegar a essa projeção, a pesquisa analisou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entre os anos 2000 e 2013 e projeções para o futuro (até 2040), comparando o número de óbitos e incidência do câncer com os de doenças cardiovasculares (como infarto e AVC), atuais campeãs de óbitos no Brasil. Em 2029 a taxa de mortalidade de tumores chegará a 115 a cada 100 mil habitantes, enquanto o índice de óbitos por doenças cardiovasculares será de 113 por 100 mil. Atualmente, as duas doenças juntas matam 542 mil brasileiros todos os anos, conforme dados do Datasus.

Segundo o médico patologista e presidente da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), Clóvis Klock, projeções como a do Observatório da Oncologia devem servir como um sinal grave de alerta para o Pode Público, motivando o aprimoramento das estratégias para enfrentar a doença.
Ele enumera sete medidas importantes que o Brasil deve adotar como formas de combate ao avanço do câncer:

Intensificar a vacinação da população contra o HPV: o controle de fatores importantes de risco é uma das formas mais economicamente viáveis de combater a mortalidade do câncer. O Vírus do Papiloma Humano (HPV), por exemplo, é conhecido por sua associação ao desenvolvimento do câncer de colo do útero.

“Desde 2014 temos a vacinação de meninas contra o HPV, uma estratégia que sem dúvida deve diminuir o número de casos e mortes por esse tipo de tumor. Precisamos agora investir na manutenção e ampliação dessa estratégia, lutando pela erradicação de câncer colo uterino causado por essa infecção”, aponta.

Investimento em hábitos saudáveis: assim como no caso da vacinação contra HPV, a estratégia de combater o câncer de maneira preventiva pode ser feita atacando fatores mais passíveis de alteração do que a propensão genética. O fumo, por exemplo, é responsável por cerca de 90% das mortes por câncer de pulmão.

“Investir nesses hábitos saudáveis é uma tarefa de políticas públicas abrangentes, focadas em educação e construídas para atuarem em longo prazo, mas de extrema relevância para o objetivo de combater a mortalidade do câncer, assim como de outras doenças”, ressalta o patologista.

Rastreamento: depois da prevenção, o diagnóstico correto e precoce é uma das principais estratégias na diminuição da mortalidade do câncer. Campanhas de conscientização para o autoexame e rotinas efetivas de exames como mamografia e Papanicolau, por exemplo, são valiosas para a detecção da doença em seus estágios iniciais.

“Diagnosticar um tumor em seu princípio é fator determinante para ditar a sobrevivência do paciente, diminuindo as sequelas e os custos que a doença representa para o sistema de saúde, uma vez que é mais fácil e barato tratar um câncer antes de seu crescimento ou metástase”, explica.

Medicina de precisão: as opções disponíveis para o tratamento do câncer evoluíram muito nos últimos anos tendo como combustível os avanços de áreas como genética e biologia molecular. A chamada medicina de precisão traz alternativas assertivas com mais expectativas de cura e menos sequelas.

“Vale lembrar que não existe medicina de precisão sem um diagnóstico correto e afinado, realizado pelo médico patologista. Esse laudo serve como direcionamento da conduta terapêutica, permitindo ao oncologista saber com o que ele está lidando e quais são as suas alternativas”, conta o presidente da SBP.

Consolidação de dados: segundo Clóvis Klock, é fundamental um investimento crescente para a consolidação dos dados referentes ao câncer. Com base nisso, o País pode identificar deficiências no sistema e concentrar esforços em saídas relevantes para populações específicas.

“O Brasil ainda engatinha no quesito epidemiologia. Quando falamos câncer estamos nos referindo a um ‘guarda-chuva’ que compreende mais de mil doenças diferentes. Reunir toda a informação possível sobre essas variantes e suas especificidades é fundamental, principalmente em um país plural e de dimensões continentais como o nosso”. 

Aprofundar a parceria com as sociedades médicas: para o patologista, o constante diálogo entre o governo e as sociedades de especialidade envolvidas na luta contra o câncer é outro ponto chave para reverter o cenário atual. Segundo ele, essas instituições são uma das pontes capazes de ligar os responsáveis pelas políticas públicas à linha de frente responsável por aplica-las e aferir seus efeitos.

Resolver o nó do sistema de saúde e prepará-lo para o futuro: unindo fatores como prevenção, diagnóstico e tratamento, a manutenção do sistema de saúde é a esfera superiora no combate ao câncer, ditando como todas as políticas públicas são aplicadas.

“É uma questão extensa e extremamente complexa, mas prioritária e da qual não se pode fugir. Para impedir o avanço do câncer precisamos, antes de tudo, resolver o nó do sistema de saúde, colocando na mesa questões como o reajuste de honorários e de procedimentos e até o financiamento dos sistemas públicos”, finaliza.


Sobre a SBP
Fundada em 1954, a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) atua na defesa da atuação profissional dos patologistas, oferecendo oportunidades de atualização e encontros para o desenvolvimento da especialidade. Desde sua instituição, a SBP tem realizado cursos, congressos e eventos com o objetivo de elevar o nível de qualificação desses profissionais.

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