Conheça também alguns
mitos e verdades sobre este exame
Pacientes
com câncer de mama podem ter uma sobrevida em 95% dos casos, quando a doença é
detectada em seu início. Daí a importância da prevenção, principalmente por
meio de mamografia. O alerta é da dra. Nathalia Rodrigues Bettini, mastologista
do Seconci-SP (Serviço Social da
Construção), por ocasião da campanha Outubro Rosa, de conscientização sobre a
doença e de estímulo à realização deste exame.
No Seconci-SP, a mamografia
é feita anualmente a partir dos 40 anos de idade, explica a dra. Nathalia.
Pacientes de risco, como mulheres com histórico de câncer de mama, e/ou
familiar como mãe, irmã ou filha com câncer de mama devem ter seu rastreamento
individualizado. As pacientes têm boa aderência ao acompanhamento e comparecem
regularmente às consultas e aos exames. Além da mamografia, o Seconci-SP também
dispõe de ultrassom e biópsia (de agulha fina).
A mastologista destaca a
importância do autoexame periódico, verificando se há alterações nas mamas ou
nas axilas. “O autoexame não substitui a mamografia, é apenas para o autoconhecimento
das mamas e um alerta para mudanças físicas nelas”.
Além de nódulos, outros
sintomas podem ser percebidos: a pele mais avermelhada e a região endurecida,
retração de pele da mama ou do mamilo. “Algumas mulheres resistem à mamografia,
talvez por medo de descobrir algo e ter de enfrentar o tratamento, ou por falta
de informação a respeito. Entretanto, não há nada a temer, ao contrário, a
detecção precoce pela mamografia pode levar a tratamento menos agressivo, com
grande chance de cura”, reforça a especialista.
Hábitos saudáveis
A dra. Nathalia chama a
atenção para os fatores protetores do câncer de mama: além dos exames
periódicos, é fundamental ter alimentação saudável, fazer exercícios físicos,
evitar tabagismo e ingestão de álcool, dormir pelo menos 8 horas por dia e
também amamentação.
Detectado o câncer, o
tratamento será realizado em centro oncológico, incluindo cirurgia,
quimioterapia e/ou radioterapia, a depender do tipo de câncer, tamanho, se é
local ou espalhado pelo corpo.
Segundo o Inca (Instituto
Nacional do Câncer), mais de 74 mil novos casos de câncer de mama devem ser
registrados em 2024 no país. A doença atinge 64 a cada 100 mil mulheres, é o
câncer que mais predomina entre elas.
A maior procura pela
mamografia geralmente acontece em outubro, por ocasião da campanha, quando a
rede pública de saúde realiza ações de conscientização. Além disso, o SUS
dispõe de carretas para a realização da mamografia, mas na rede pública o exame
é realizado somente a partir dos 50 anos de idade. A dra. Nathalia defende que
a campanha seja ampliada, trabalhando-se mais com os agentes comunitários e
médicos de família, para que estimulem as mulheres à realização do exame.
A campanha Outubro Rosa
surgiu nos EUA pela Fundação Susan em 1990, com uma corrida para arrecadar
recursos aos fundos de pesquisa sobre câncer de mama, e outras nações seguiram
esta prática, relata a mastologista. As ganhadoras da corrida recebiam um laço
rosa e daí vem o Outubro Rosa. No Brasil, onde a campanha começou em 2002, ela
se tornou oficial em 2018, com a Lei 13.733, que traz recomendações como
iluminar os edifícios públicos com luz rosa, preparar a enfermagem e estimular
a realização dos exames.
Mitos e verdades sobre a
mamografia
Algumas informações que
circulam sobre a mamografia são falsas, afirma Juliane Barbosa de Freitas,
técnica de raio-X da Unidade Central do Seconci-SP
(Serviço Social da Construção). Abaixo, ela separa mitos de verdades sobre este
exame.
• “Não preciso fazer mamografia
porque não tenho casos de câncer na família”. Falso. Mesmo mulheres sem casos
da doença na família devem realizar o exame.
• “Tenho prótese, então não
posso fazer mamografia”. Falso. O exame não prejudica nem a paciente nem a
prótese.
• “Tenho problema na
tireoide, então preciso fazer o exame com um protetor”. Falso. Não há
necessidade de colocar o protetor de tireoide, que não é aprovado pelo Conselho
Brasileiro de Radiologia e pode atrapalhar o exame, obrigando a paciente a se
expor a nova mamografia.
• “A mamografia é dolorida”.
Verdadeiro, mas hoje o exame não é tão dolorido como antigamente. Além disso, a
dor depende da sensibilidade da paciente, e não do tamanho da mama. A dor da
doença é muito maior que a da mamografia, que evita tratamento agressivo da
doença se esta for detectada em seu início.
• “A radiação da mamografia
provoca câncer”. Falso. A dose de radiação é baixa, em comparação a outros
aparelhos de raio-X.
• “Não se deve fazer a
mamografia estando menstruada”. Falso. Se necessário, a paciente pode fazer o
exame estando menstruada e pode ser que a mama esteja mais sensível.
• “No autoexame não percebi
nada, então não preciso fazer mamografia”. Falso. A mamografia detecta
microcalcificações que não são perceptíveis no autoexame, principalmente quando
a mama é muito densa.
• “Se a mamografia detectar
um nódulo, isso significa câncer”. Falso. A maioria dos nódulos detectados são
benignos.
• “Homens devem fazer
mamografia caso percebam a existência de nódulo”. Verdadeiro. Homens também
podem ter esse tipo de câncer, embora isso seja mais raro.
• “Não se pode fazer
mamografia com marcapasso ou port-a-cath (cateter totalmente implantado)”.
Falso. Pode fazer o exame sim.
• “Paciente amamentando não
deve fazer mamografia”. Falso. Pode fazer e continuar amamentando normalmente.
Segundo Juliane, a boa
notícia é que a Unidade Central do Seconci-SP vai abrir mais vagas para a
realização desse exame, diante da grande demanda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário