GetNinjas convidou especialista para explicar como os pais podem introduzir conceitos de finanças para os filhos e ensiná-los a investir desde cedo
Em 2024, o
endividamento das famílias brasileiras permanece elevado, atingindo 78,5% das
famílias, cenário que é ainda mais grave entre as famílias com renda até três
salários mínimos, em que o endividamento chega a 81%. Além disso, um
levantamento realizado pelo Serasa indicou que o endividamento começa cedo na vida de muitos
brasileiros, com jovens e adolescentes já
acumulando dívidas antes dos 18 anos. Esse quadro evidencia a necessidade
urgente de uma maior conscientização sobre a importância da educação financeira
desde a infância.
Foi pensando nisso
que o GetNinjas, maior aplicativo para contratação de serviços do Brasil,
convidou o educador financeiro Claudio Munhoz, profissional cadastrado na
plataforma, para falar sobre a importância de ensinar crianças desde cedo a
lidar com dinheiro, o que pode ser uma ferramenta poderosa para evitar
problemas futuros.
Estudos apontam
que famílias que ensinam princípios financeiros para seus filhos, como
controlar gastos, poupar e investir, têm maior probabilidade de formar adultos
financeiramente conscientes. “A educação financeira é uma habilidade essencial
para a vida, assim como aprender a ler e a escrever”, afirma o especialista.
Segundo ele, o ideal é começar com conceitos simples e práticos, como o valor
das coisas e a importância de economizar para alcançar um objetivo.
Dinheiro
não pode ser tabu
Por acreditar se
tratar de um tema “adulto”, muitos pais acabam evitando falar sobre dinheiro
com seus filhos, no entanto, essa falta de diálogo pode levar as crianças a
desenvolverem uma relação problemática com seus gastos no futuro. “As crianças
absorvem o comportamento dos pais em relação às finanças, e se não houver
orientação, a tendência é que repitam os mesmos erros", defende o
consultor.
Outro erro é dar a
impressão de que o dinheiro "aparece magicamente", sem explicar como
ele é obtido. Pais que não envolvem seus filhos em decisões financeiras
diárias, como economizar para a compra de brinquedos ou escolher opções mais
baratas no supermercado, perdem oportunidades valiosas de aprendizado.
Para isso, o
especialista destaca a importância de os pais darem mesadas de maneira
estratégica aos filhos, oferecendo valores compatíveis com a realidade
financeira da família. Pesquisas indicam que, em média, pais brasileiros
oferecem de R$ 50 a R$ 100 mensais como mesada para seus filhos, valor que deve
ser administrado com responsabilidade.
Devem ser
estabelecidas regras claras sobre o uso da mesada, os pais devem incentivar a
criança a dividir o valor entre gastos imediatos, poupança e, eventualmente, doações.
Assim, além de aprender a administrar o próprio dinheiro, ela também desenvolve
empatia e consciência social. Contudo, é importante que os pais evitem
condicionar a mesada a tarefas obrigatórias da casa, como arrumar a cama ou
lavar a louça. Isso pode distorcer a percepção da criança sobre o que é uma
responsabilidade familiar e o que é uma troca financeira justa.
Ter o
supermercado como escola
O supermercado é
um estabelecimento que pode ser uma verdadeira sala de aula para as crianças
quando o assunto é educação financeira. Esse ambiente permite que os pequenos
entendam, na prática, a diferença entre preços e valores. "Ao envolver a
criança nas escolhas, como comparar preços de produtos, ela aprende que o
dinheiro tem um limite e que nem sempre podemos ter tudo o que queremos de
imediato”, explica Munhoz.
Esse exercício
também ajuda a criança a priorizar o que é mais importante e a perceber como
escolhas feitas no dia a dia afetam o orçamento familiar. Outra dica é dar à
criança uma pequena quantia para comprar algo, incentivando-a a tomar decisões
sobre o que cabe no orçamento dela.
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