Poeira, fuligem,
folhas de árvores podem prejudicar a eficiência dos módulos fotovoltaicos,
diminuindo a captação de energia solar e a economia com o equipamento em até
20%
Em 2024, aumentos sucessivos na conta de energia
elétrica pesaram no bolso do consumidor. A Aneel (Agência Nacional de Energia
Elétrica) acionou a bandeira vermelha 2, a tarifa mais alta, que vai
representar um adicional de R$ 7,87 para cada 100 quilowatt-hora (kWh)
consumidos. Uma das alternativas à oscilação tarifária e ao peso que o reajuste
representa no orçamento do brasileiro é a geração própria de energia solar. De
acordo com levantamento da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar
Fotovoltaica), o Brasil tem até o momento mais de 2,6 milhões de sistemas
fotovoltaicos instalados em telhados, fachadas e pequenos terrenos e soma cerca
de 3,7 milhões de unidades consumidoras atendidas pela tecnologia. No entanto,
para que a captação solar seja eficiente e represente ganho para o consumidor,
o engenheiro Jayme Passos, especialista em sistemas fotovoltaicos, alerta para
a limpeza e manutenção do equipamento.
A sujeira é responsável pela redução da irradiação
solar absorvida pelas células que compõem os módulos fotovoltaicos, já que ela
cria um sombreamento acima dos painéis. Em situações extremas, explica Jayme
Passos, que responde pela Ecobrisa Energia, este sombreamento pode gerar pontos
quentes nas placas que causam estresse térmico e contribuem para o aparecimento
de microfissuras nas células, prejudicando o aparelho.
Em meados de 2018, acreditava-se que a chuva seria
suficiente para limpar as placas fotovoltaicas. Além de a convicção cair por
terra, as condições climáticas atuais, marcadas por altas temperaturas e
ausência de chuva, reforçam a necessidade de manutenção e limpeza dos
equipamentos.
Referência no mercado, a Ecobrisa Energia tem como case
de economia de energia um estabelecimento de 800 m², em São Paulo, que gastava
R$ 8 mil por mês em energia e reduziu a conta em 80% com a instalação de
sistemas fotovoltaicos. “O payback foi de apenas 24 meses, com uma
taxa interna de retorno de 52% ao ano”, destaca Passos.
De acordo com o especialista, embora os sistemas
fotovoltaicos respondam por economia significativa, a falta de limpeza das
placas impacta de forma relevante a geração de energia. “Há casos em que a
perda de geração pode chegar a 20%”, afirma.
O custo da limpeza de módulos fotovoltaicos é
aproximadamente 1% a 2% do valor do sistema instalado. “Como se vê, não
compensa economizar na limpeza e deixar de ganhar até 20% com a perda de
geração de energia”, diz.
Segundo o engenheiro, a recomendação é para que as
placas sejam limpas pelo menos duas vezes ao ano. “Hoje em dia, com tanta poluição
e fuligem gerada pelas queimadas e dependendo da região onde o equipamento está
instalado, a indicação é para que a limpeza seja feita mais vezes.”
A manutenção eficiente das placas fotovoltaicas é
providencial para atender à demanda de geração de energia esperada pelo
proprietário do sistema. “É um custo-benefício que prolonga a vida do
equipamento e continua proporcionando economia para o consumidor”, conclui
Jayme Passos.
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