Integração da
rotina de hospitais com sistemas avançados de monitoramento de leitos agiliza
atendimentos e torna gestão de recursos mais eficiente
A otimização de processos, comum no mundo
corporativo, está revolucionando também o ambiente hospitalar. Com o uso de
sistemas avançados, hospitais monitoram em tempo real dados essenciais para a
gestão de leitos, altas médicas e emergências. São painéis dinâmicos,
inteligências artificiais e ferramentas digitais que facilitam a tomada de
decisões e aceleram o atendimento. Em hospitais de Curitiba (PR), a adoção
dessas tecnologias está aumentando a eficiência dos serviços, permitindo que
mais pacientes sejam atendidos em menos tempo, sem comprometer a qualidade do
cuidado.
Nos hospitais São Marcelino Champagnat e
Universitário Cajuru, uma central de comando otimiza a ocupação dos leitos,
acelerando a rotatividade, reduzindo o tempo de espera e ampliando a capacidade
de atendimento. Desde o início de 2024, o Command Center funciona como uma torre
de controle de aeroporto, operando 24 horas por dia, 7 dias por semana, para
agilizar as decisões sobre internações, tratamentos e altas dos pacientes.
"A partir do momento em que temos um giro de leito maior, conseguimos disponibilizar
mais vagas rapidamente, o que é fundamental no contexto do atendimento pelo SUS
no Hospital Universitário Cajuru, pois significa atender uma quantidade maior
da população", explica o gerente administrativo dos hospitais, Leonardo
Barchik.
A implementação do Command Center resultou na redução do tempo de espera por leito em meia hora no Hospital São Marcelino Champagnat, de julho até setembro de 2024, e na diminuição de 4,6% para 2% na taxa de reinternação na UTI do Hospital Universitário Cajuru, ao comparar os meses de março a junho de 2023 com o mesmo período deste ano. "Diante do grande volume de pacientes, especialmente no pronto-socorro, conseguimos estabelecer prioridades com base na gravidade dos casos e no tempo de espera, garantindo que ninguém fique sem atendimento", ressalta Barchik. Essa aplicação da tecnologia nos processos internos hospitalares não apenas otimiza o atendimento, mas também contribui para um sistema de saúde mais ágil e humanizado, proporcionando uma experiência melhor para os pacientes.
Trajetória do paciente
À medida que a demanda por serviços de saúde cresce, a otimização dos processos
hospitalares se torna cada vez mais crucial. Desde sua implementação no segundo
semestre de 2022, a ferramenta UpFlux, que complementa o Command
Center, tem desempenhado um papel fundamental na rotina dos
hospitais São Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, proporcionando uma
visão detalhada sobre a jornada do paciente.
Essa inteligência artificial monitora cada etapa do
atendimento, desde a triagem até a alta, garantindo que as diretrizes de
qualidade e segurança assistencial sejam seguidas rigorosamente. “Com o UpFlux,
conseguimos acompanhar a jornada do paciente de forma mais precisa, o que nos
permite agir rapidamente quando há desvios no tratamento”, explica Leonardo
Barchik.
Ao integrar dados de consultas médicas, exames e procedimentos cirúrgicos, o UpFlux auxilia as equipes hospitalares a implementar intervenções de forma oportuna e precisa. Graças a essa abordagem, a média de permanência dos pacientes no Hospital Universitário Cajuru foi reduzida de 6,6 para 4 dias em apenas um ano, resultando em uma diminuição de quase 40% na ocupação dos leitos. “Esse avanço não é apenas um ganho significativo em termos de eficiência operacional, mas, o mais importante, reflete na qualidade do atendimento oferecido aos pacientes, que podem retornar para casa mais rapidamente, com uma experiência mais satisfatória e segura”, complementa Barchik.
Medicina olho no olho
A Inteligência Artificial (IA) é, por vezes, vista como algo que pode
prejudicar a interação humana. No entanto, há exemplos práticos que demonstram
o contrário. O cardiologista Gustavo Lenci Marques, que atua nos hospitais São
Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, utiliza ferramentas de IA que
facilitam uma maior conexão com os pacientes. No consultório, ele utiliza a
inteligência artificial generativa. Enquanto o paciente relata seu histórico de
saúde e suas queixas, a ferramenta de IA absorve essas informações e as
converte em texto. Assim, o médico não precisa fazer os registros manualmente
durante a consulta, o que possibilita um atendimento mais atencioso e direto.
“Em vez de ficar olhando para o computador, o médico pode manter contato visual
com o paciente. Em vez de digitar a receita, o médico conversa com o paciente,
explicando, por exemplo: ‘você deverá tomar tantos miligramas deste
medicamento, tantas vezes ao dia’. A ferramenta de IA, ouvindo, transcreve
essas orientações em uma receita. Isso beneficia imensamente o paciente, pois
eleva a qualidade do atendimento recebido. O médico também é beneficiado, já
que não perde tempo com tarefas burocráticas. Esse processo torna o atendimento
mais eficiente e fortalece a relação entre médico e paciente”, reflete o
cardiologista.
Para o médico, a IA já faz parte do presente e, segundo ele, será a grande
responsável pela evolução da Medicina. “Estamos presenciando uma nova
revolução. Nos anos 1990 e 2000, vivenciamos a revolução da internet.
Atualmente, estamos na era da revolução da inteligência artificial. Muitas
pessoas temem essa mudança, mas é essencial reconhecermos a IA como uma
ferramenta que potencializa a ação do médico, servindo de suporte, e não de
substituição. Esse é o foco do nosso trabalho”, conclui o especialista.
Hospital Universitário Cajuru
Nenhum comentário:
Postar um comentário