Pesquisar no Blog

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Mais de 50% dos pacientes com câncer escolhem a espiritualidade para cuidar da saúde emocional em tempos de pandemia

Apesar disso, mais de 10% dos participantes da pesquisa ainda dizem não saber o que fazer para cuidar da saúde emocional e 15% diz não fazer nada


O Instituto Oncoguia, organização de apoio ao paciente com câncer, completou a segunda fase de um levantamento de dados com pacientes para conhecer os impactos do coronavírus em suas vidas e em seus tratamentos. Na primeira fase, realizada entre abril e maio, 53% dos participantes declararam que uma das áreas mais impactadas pela pandemia foi a emocional. Na nova rodada, realizada em julho, este número subiu para 58%. Dentre os sentimentos mais presentes na vida destas pessoas, medo e ansiedade lideraram a lista nas duas etapas do levantamento.

"Podemos dizer que o paciente oncológico está duplamente impactado: pelo diagnóstico do câncer e agora pela pandemia. Sem dúvida nenhuma temos que garantir e oferecer formas para que ele consiga cuidar também da sua saúde emocional", comenta a fundadora e presidente do Instituto Oncoguia, Luciana Holtz.


E como estes pacientes estão se cuidando?

Nas duas fases da pesquisa realizada, a espiritualidade apareceu como a principal forma de auto cuidado por 52% na primeira etapa e 57% na segunda. Em seguida vem a prática de atividades físicas, meditação e relaxamento, grupos de apoio, cursos on-line e conversas temáticas.

O que chama a atenção é que, além dos 10% que não sabem o que fazer, cerca de 15% dos participantes disseram não estar fazendo nada para cuidar da saúde emocional.

"Na assistência prestada às pessoas que sofrem enquanto enfrentam uma doença que ameaça seus planos e sonhos, a espiritualidade desponta como um importante fator de humanização. Neste momento, quando as adversidades trazidas pela pandemia parecem somar às dores já existentes, as pessoas sentem-se mais vulneráveis. O uso da religião, da espiritualidade ou da fé tem sido, cada vez mais, primordial para lidar com o estresse e as suas consequências", afirma Regina Liberato, psicóloga e psico-oncologista, coordenadora do Comitê de Saúde Emocional do Oncoguia.


Outros dados importantes

Na etapa realizada entre abril e maio, 41% dos participantes declararam que a pandemia havia impactado diretamente em seus tratamentos oncológicos. Na nova rodada, realizada em julho, este número caiu para 31%, mostrando que, aos poucos, a rotina do paciente oncológico começa a ser retomada.

Tanto o impacto quanto a diferença da primeira para a segunda fase foram maiores em pacientes do SUS. Destes, 59% tiveram alguma alteração no tratamento no início da pandemia e 41% declararam que ainda estão sendo impactados. Na saúde privada, esses números passaram de 30% para 24%.

Chama a atenção o aumento no número de pacientes que responderam que a decisão de cancelamento ou adiamento do tratamento foi resultado de uma decisão compartilhada entre médico e paciente. Na primeira fase, só 5% marcaram essa alternativa. Agora, subiu para 19%. Ainda assim, a decisão institucional segue sendo a maioria (72% na primeira fase e 66% na segunda).

"O paciente continua com medo, mas já entendeu que seu tratamento não pode ser interrompido. Para que se sinta seguro, vemos como necessário o conhecimento sobre protocolos e medidas de segurança adotadas pelas instituições onde se tratam", destaca Luciana.

Quando questionados na pesquisa sobre quais protocolos de segurança foram adotados pelos locais onde se tratam, as principais respostas foram: medição de temperatura na porta de entrada (SUS 53%, saúde privada 70%); solicitação para não levar acompanhante (SUS 41%, privado 50%); perguntas sobre estado geral de saúde na entrada da instituição (SUS 39%, privado 55%) e área separada para oncologia e/ou quimioterapia (SUS 37%, privado 51%).

Apesar da importância, ainda existem pacientes (16% no SUS e 7% na saúde privada) que não tem conhecimento sobre as práticas de segurança, ou que ficaram sabendo somente na chegada da instituição (57% no SUS e 32% da saúde privada). "Acreditamos que as instituições precisam melhorar essa comunicação com o paciente, deixando claro que estão totalmente preparadas para recebê-los", comenta Luciana Holtz.


Metodologia

A primeira rodada do levantamento foi realizado num período de 55 dias entre abril e maio, e contou com 562 respostas. Na segunda fase, foram 9 dias de pesquisa em julho, com 439 respostas. Somando as duas etapas, 1.001 pessoas responderam ao levantamento. Cerca de 84% dos respondentes eram pacientes oncológicos, a grande maioria mulheres e pacientes de câncer de mama, com mais de 50% dos participantes entre 40 e 59 anos de idade. Além disso, 52% eram usuários de planos de saúde e 34% pacientes do SUS. Tanto a primeira quanto a segunda fase foram feitas por formulário on-line divulgado nos canais de comunicação do Instituto Oncoguia.

 



Instituto Oncoguia

http://www.oncoguia.org.br

http://www.facebook.com/oncoguia/

Canal Ligue Câncer: 0800 773 1666

 

Frio extremo aumentará as dores, mas é possível fugir delas

A frente fria que promete avançar por todo o país pode aumentar as dores ósseas, articulares e musculares e na coluna lombar. Mas, é possível minimiza-las com algumas dicas simples. Cadu Ramos, fisioterapeuta e Vanessa Furstenberger, personal trainer contam como. 


Quando a temperatura cai é inevitável sentir incômodo ou mal-estar já que com o frio, a tendência a enrijecer os músculos e ficar mais encolhido para tentar diminuir a sensação de frio. Isso pode gerar tensão muscular, contraturas, má circulação ou mal-estar", explica Cadu.

"Quando acontece a postura de contração dos músculos dos braços, há um aumento da curvatura fisiológica da coluna dorsal (corcunda) e anteriorização da coluna, desta forma fica mais fácil manter o corpo aquecido", esclarece. Mas, essa contração muscular involuntária deixa as articulações e músculos mais rígidos, facilitando as inflamações de músculos e nervos. Além disso, a circulação sanguínea diminui no inverno, para que o organismo consiga preservar a temperatura por volta de 36,5 graus centígrados. "Em consequência, há também uma diminuição na circulação dos músculos, piorando as dores de origem muscular, pois eles permanecem em estado contrátil por mais tempo", relata.

Os dias mais frios também têm impacto sobre as articulações, já que o esfriamento do corpo torna o líquido sinuvial mais espesso, que pode prejudicar movimentos e gerar incômodos.

E ainda temos um agravante: nos dias mais frios as pessoas tendem a ficar paradas e abandonar as atividades físicas, e se esquecem que esse é o principal ponto para não sentir dores nesta época do ano. Isso porque, os exercícios ajudam a diminuir a sensibilidade à dor.

A seguir, o fisioterapeuta lista algumas dicas para encarar os dias frios sem dor e com mais disposição:

• Agasalhe-se corretamente. Manter o corpo aquecido é fundamental. Para sentir-se aquecido, o ideal é cobrir as extremidades do corpo: pés, punhos, mãos, pescoço e cabeça;

• Coloque um aquecedor no quarto para atenuar as dores noturnas;

• Espreguiçar-se quando acorda, é uma forma de despertar o corpo, não pule essa etapa do dia;

• Alongue-se. Embora a vontade seja a de "ficar na cama", a prática de alongamentos é essencial para evitar a contração dos músculos e para ajudar as articulações a se manterem lubrificadas;

• Quem tem fraturas antigas que voltam a doer com o frio ou doenças ósseas degenerativas pode recorrer a sessões de fisioterapia como estratégia para aliviar os incômodos;

• Faça massagens, elas ajudam a estimular a circulação e a destravar a musculatura enrijecida, aliviando as dores;

• Bolsas de água quente podem trazer alívio imediato para dores musculares, sequelas de fraturas ou desconfortos provocados por artrose, artrite e fibromialgia. A aplicação local de calor estimula a circulação e relaxa os músculos. Nas dores crônicas e sem edema, use compressas quentes. Já nas dores agudas com edema se deve fazer uma compressa fria ou aliar a fria e quente. Faça isso entre 20 e 30 minutos.

Já Vanessa Furstenberger, personal trainer lembra que todos usam o frio como motivo para não treinar ou até mesmo diminuir a pratica de exercícios nessa estação. "Só que não é bem assim que funciona já que existem alguns motivos importantes para treinarmos na estação mais fria do ano", e enumera:

- No inverno gastamos até 30% mais calorias do que nas demais estações do ano, pois para manter a temperatura corporal o corpo precisa gastar mais energia, portanto se não aumentarmos a ingestão de alimentos nessa época fica mais fácil para emagrecer;

- Os treinos no inverno rendem mais, são excelentes para melhorar a Performance e inclusive para que corre, no inverno o tempo frio facilita o controle da temperatura corporal não deixando ficar muito alta melhorando assim o rendimento. Mas cuidado com temperaturas muito baixas que também podem ser prejudiciais à saúde, agasalhe-se de acordo;

- Nessa época do ano as academias também tem um movimento muito menor, o que é excelente para quem não quer perder tempo esperando ou revezando equipamentos. É hora de aproveitar e otimizar seus treinos;

- Quem treina durante o inverno tem a vantagem de manter um corpo em dia durante o ano todo. "Isso é, chegar no verão com o shape desejado sem ter que fazer loucuras em pouco tempo para alcançar esse objetivo", diz a personal.

- Outra vantagem de manter o treino no inverno é a melhora da qualidade de sono, do humor e até mesmo do sistema imunológico, que ao contrário do que muitos imaginam treinar no frio faz bem à saúde desde que as vestimentas estejam de acordo;

- "Podemos também optar em treinar um pouquinho mais tarde, onde a temperatura está mais alta (hora do almoço, meio da tarde), o que não acontece no verão, onde procuramos temperaturas mais amenas geralmente no inicio da manhã ou tarde da noite", explica Vanessa.

- No período do inverno, pelo fato de o tempo ficar mais seco, precisamos nos preocupar com a hidratação, pois muitas vezes não sentimos sede pó conta da temperatura, mas o corpo desidrata durante o exercício.

- Para quem treina ao ar livre, é importante uma vestimenta adequada, pois mesmo que durante o treino a gente vá tirando peças de roupa, é importante e mais confortável iniciarmos o treino com braços e pernas mais aquecidos pelo menos até o corpo aumentar a sua temperatura.

- "Outro ponto que devemos prestar atenção é o aquecimento, pois no inverno, músculos, tendões e articulações parecem mais endurecidos, portanto precisamos iniciar o exercício de uma maneira mais leve ou com um aquecimento geral antes de partirmos para algo mais intenso e na corrermos o risco de uma lesão", finaliza.


O câncer não espera. Por que é perigoso adiar diagnósticos e tratamentos oncológicos?

Pandemia impactou em mais de 43% os casos de câncer no país

 

As estimativas de 2020 do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam para pelo menos 625 mil novos casos de câncer por ano. Antes da pandemia do novo coronavírus, o câncer já ocupava o segundo lugar no ranking das principais causas de mortes no Brasil, atrás somente de doenças cardiovasculares, e agora precisa de atenção redobrada, uma vez que o diagnóstico precoce tem fator imprescindível no sucesso do tratamento oncológico. 

Segundo dados de uma pesquisa do Instituto Oncoguia, o diagnóstico e tratamento das doenças oncológicas foram impactados em 43% devido à pandemia da Covid-19 no país, sendo 15% o percentual de pacientes com tratamentos adiados. A Organização Mundial de Saúde (OMS) lembra que o câncer é uma doença de emergência e quanto mais cedo for identificada, melhor será o resultado do tratamento. Informação reiterada pela oncologista clínica do IBCC Oncologia, Dra. Suelen Martins, aos pacientes. “O tratamento e o diagnóstico iniciais do câncer de forma precoce são muito importantes para um desfecho clínico positivo. Pacientes deixaram de fazer os exames de rotina, biopsias, cirurgias e muitas vezes isso acaba impactando nas chances de cura”, destaca.

Hoje, os hospitais já adotaram medidas seguras para manter os atendimentos e instituições especializadas como o IBCC Oncologia intensificaram as ações com fluxos oncológicos seguros, afinal, pacientes que tratam doenças oncológicas, hematológicas e imunológicas não podem esperar.

 

Fluxos seguros no hospital

Para consultas o paciente pode se dirigir diretamente ao ambulatório com a utilização de máscara. No local é verificada a temperatura e o bem estar geral dele. Existe uma triagem exclusiva para casos suspeitos em que a pessoa apresente: febre, dificuldade para respirar e dores no corpo. Em todos os setores do IBCC Oncologia há medidas para limitação e distanciamento um dos outros. São ações adotadas tanto nas recepções como em salas de espera, refeitório, elevador e demais ambientes do Hospital. 

O IBCC Oncologia tem uma Unidade específica para pacientes suspeitos ou confirmados de Covid-19 totalmente isolada com leitos, UTI, atendimento e elevador exclusivos para essas internações. No Centro Cirúrgico é realizada a testagem de Covid-19 em todos aqueles que possuem cirurgia agendada. Havendo qualquer risco de infecção pelo coronavírus a cirurgia é reagendada. 

Os profissionais de todas as áreas seguem os protocolos de segurança contra a Covid-19, com troca de uniformes dentro do hospital, constante higienização das mãos, uso da máscara adequada para cada tipo de atendimento e equipamentos de proteção individual.

 

Cuidados em casa e no percurso

A Dra. Suelen Martins também aborda os cuidados que os pacientes devem ter ao sair de casa, que inclui higienização das mãos e uso de máscara de proteção facial. ”O paciente precisa já iniciar a higiene em casa: tomar banho, trocar de roupa, usar o álcool em gel, colocar máscara e ter o cuidado de trocá-la quando perceber que ela começa a ficar úmida. Leve sempre uma máscara extra e o próprio álcool em gel. As mãos ficam muito em evidência, podem estar ou ser contaminadas facilmente, por isso, é preciso evitar contato delas com objetos e pessoas. Caso isso aconteça, as mãos devem ser lavadas e se isso não for possível álcool em gel deve ser usado. Ao voltar para casa todo esse cuidado deve ser retomado: trocar a roupa, tomar banho, tirar a máscara e se higienizar para se descontaminar”, complementa a oncologista.

 

Números

Com as estimativas do INCA e calculando o prazo do início da pandemia em março, já se passaram mais de 4 meses. “Com a informação de que por mês teremos em média 50 mil novos casos de câncer, já chegamos próximo a 200 mil pessoas nesse universo. Esses diagnósticos não deixaram de existir, mas não estão sendo realizados. No início da pandemia, as Sociedades Brasileiras de Oncologia Clínica e Cirurgia Oncológica recomendaram o adiamento de cuidados eletivos para quem já estava em tratamento e não teria impacto, mas a detecção é imprescindível que aconteça e o primeiro tratamento também”, destaca o cirurgião oncológico do IBCC Oncologia, Dr. Abner Barrozo.

 

Doenças Cardiovasculares matam uma pessoa a cada 90 segundos. Saiba como id entificar sintomas e se prevenir

 

Freepik

No Brasil, as doenças cardiovasculares são uma epidemia responsável por matar uma pessoa a cada 90 segundos, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Elas causam o dobro de mortes que aquelas devidas a todos os tipos de câncer juntos, 2,3 vezes mais que todas as causas externas (acidentes e violência), 3 vezes mais que as doenças respiratórias e 6,5 vezes mais que todas as infecções, incluindo a AIDS, conforme mostram os dados da SBC. Por isso é tão importante falar sobre os cuidados que devemos ter com o coração.

Entre as doenças do coração mais comuns que acometem a população estão:

Doenças isquêmicas, afetam as artérias e comprometem a circulação sanguínea diminuindo os nutrientes e oxigênio transportado gerando quadros de Angina ou Infarto agudo do Miocárdio, sendo esta última uma condição em que o fluxo de sangue no miocárdio é interrompido, causando danos ao órgão podendo levar à morte;


Insuficiência cardíaca, o músculo do coração se enfraquece e não consegue bombear sangue suficiente para o organismo, facilitando sintomas como fadiga, fraqueza, inchaços e dificuldade para respirar;


Acidente vascular cerebral (AVC), apesar de ser do campo da neurologia, os mecanismos fisiopatológicos que causam a doença são muito semelhantes ao infarto cardíaco e a obstrução de artérias cerebrais nesse caso pode causar a morte do tecido cerebral com as consequências neurológicas conhecidas.


Fatores de risco

É importante destacar que os fatores de risco para as doenças cardiovasculares têm componentes genéticos, mas os fatores comportamentais são tratáveis e devem ser muito valorizados. O controle desses fatores são os pontos mais importantes a serem abordados para diminuir a mortalidade e a incapacidade funcional que podem causar. Nesse sentido, ao cuidar do coração, com hábitos e comportamentos saudáveis, você pode diminuir ou evitar morte e sequelas definitivas.

O risco pode ser diminuído pela prevenção, mas é justamente esse ponto o grande desafio:  conscientizar as pessoas sobre os malefícios do uso do tabaco, álcool em excesso, sedentarismo, alimentação inadequada e estresse, que são considerados os vilões influenciadores do colesterol alto, pressão arterial elevada, sobrepeso e obesidade. Dessa forma, a consciência sobre a necessidade de adotar uma rotina mais equilibrada é um grande passo que pode diminuir o número de mortes pela doença.


Como começar?

Introduza na sua rotina hábitos melhores como uma dieta mais saudável, rica em frutas, vegetais e com pouco sal. Pratique atividades físicas, não utilize tabaco e consuma álcool com moderação. Para reduzir o estresse realize atividades de lazer que tragam prazer como ouvir música, ler, praticar yoga, meditação etc. É importante realizar exames regulares e consulta médica periódica conforme orientação do seu médico.

Cuidar da sua saúde é o maior ato de amor que você pode fazer pelo seu coração.

 

 


Dr. Irapuan Penteado - cardiologista do Hospital Igesp

 

Hospital IGESP

www.hospitaligesp.com.br

 

Anvisa aprova nova indicação de enzalutamida para o tratamento de câncer de próstata sensível à castração metastático

Nova indicação de uso para o Xtandi® (enzalutamida) no Brasil representa um importante avanço para o tratamento de homens com câncer de próstata em estágio avançado

 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa aprovou uma nova indicação de uso para o medicamento Xtandi® (enzalutamida), produzido pela farmacêutica japonesa Astellas, para pacientes com câncer de próstata sensível à castração metastático (CPSCm) sem uso de docetaxel concomitante. No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma, sendo estimados 65.840 novos casos em 2020¹. Com esta aprovação, o Xtandi® é agora o primeiro e único medicamento oral aprovado pela ANVISA para o tratamento de três estágios distintos do câncer de próstata avançado - câncer de próstata resistente à castração, nos cenários não metastático (CPRCnm) e metastático (CPRCm)² e câncer de próstata sensível à castração metastático (CPSCm²).    

A nova indicação de uso foi aprovada com base nos resultados dos estudos ARCHES e ENZAMET, ambos estudos de fase 3. O ARCHES foi um estudo randomizado que avaliou a eficácia e segurança da utilização do Xtandi® com terapia de privação androgênica (TPA) concomitante versus placebo com TPA em homens com CPSCm. Os dados do estudo demonstraram que o uso de Xtandi® mais TPA reduziu significativamente o risco de progressão radiográfica ou morte em 61% em comparação com placebo mais TPA (n=1.150; razão de risco [HR]: 0,39 [95% intervalo de confiança (IC): 0,30-0,50]; p <0,001). Os dados de sobrevida global não estavam maduros no momento da análise final de SLPr. O ENZAMET analisou o uso de Xtandi® com TPA versus terapia antiandrogênica não esteroide (bicalutamida, nilutamida ou flutamida) com TPA como controle ativo em homens com CPSCm e atingiu o desfecho primário de sobrevida global.  Houve redução do risco de morte de 33% no grupo tratado com Xtandi® mais TPA (n=1.125; razão de risco [HR]: 0,67; 95% [95% intervalo de confiança (IC): 0,52-0,86]; P = 0,002).

A análise de segurança dos estudos ARCHES e ENZAMET foi consistente com o perfil de segurança de Xtandi® em ensaios clínicos anteriores em CPRC.

“O câncer de próstata sensível à castração é uma fase da doença anterior ao estágio resistente à castração, para a qual o medicamento já era aprovado no país. A aprovação de hoje reforça o benefício do Xtandi® para homens com câncer de próstata avançado, fruto de mais de uma década de pesquisas clínicas globais”, afirma o Dr. Roberto Soler, diretor médico da Astellas no Brasil”.  


Sobre a enzalutamida

A enzalutamida é um inibidor do receptor de andrógeno indicada para o tratamento de pacientes com câncer de próstata resistente à castração metastático (CPRCm), não metastático (CPRCnm) e agora para o tratamento de pacientes com câncer de próstata sensível à castração metastático (CPSCm).

 


Astellas Farma Brasil

www.astellas.com/br


Estudo mostra a influência de idade e sexo no perfil clínico da COVID-19

 

  Pesquisadores de várias instituições brasileiras e estrangeiras analisaram resultados de exames laboratoriais de quase 179 mil pessoas testadas para COVID-19 no Brasil. Dados foram obtidos no COVID-19 Data Sharing/BR, repositório de acesso aberto criado por iniciativa da FAPESP (imagem: Gerd Altmann/Pixabay)


Após analisar resultados de exames laboratoriais de quase 179 mil pessoas testadas para COVID-19 no Brasil – 33,2 mil delas com diagnóstico confirmado – um grupo de pesquisadores identificou diferentes perfis clínicos da doença que são influenciados pelo sexo e pela idade do paciente, bem como pela gravidade do quadro.

Os resultados do estudo, apoiado pela FAPESP, foram descritos em artigo disponível na plataforma medRxiv, ainda sem revisão por pares. Segundo os autores, os achados podem servir de referência para os profissionais de saúde que atuam na linha de frente do combate à pandemia.

“O vírus SARS-CoV-2 pode desencadear um amplo espectro de manifestações clínicas, variando de doença assintomática ou leve a doença grave e morte. Os parâmetros laboratoriais também variam muito de acordo com a idade e o sexo do paciente e, muitas vezes, os médicos têm dificuldade para interpretar os resultados dos exames e identificar uma alteração significativa. Esperamos que este trabalho possa ajudar nesse processo de avaliação”, diz à Agência FAPESP Helder Nakaya, professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP).

Por métodos de bioinformática, o grupo coordenado por Nakaya analisou mais de 200 parâmetros laboratoriais dos milhares de pacientes da amostra, entre eles contagem completa de células sanguíneas e dosagem de eletrólitos, metabólitos, gases no sangue arterial, enzimas hepáticas, hormônios e biomarcadores de inflamação. Tais exames fazem parte da rotina de investigação clínica de pacientes com suspeita de COVID-19 e outras doenças infecciosas.

Os dados usados na pesquisa foram obtidos no COVID-19 Data Sharing/BR, um repositório de acesso aberto criado pela FAPESP e pela USP para abrigar, inicialmente, informações de pacientes que fizeram teste para COVID-19 nos laboratórios do Grupo Fleury, em todo o país, ou nos hospitais Israelita Albert Einstein e Sírio-Libanês, ambos na cidade de São Paulo (leia mais em agencia.fapesp.br/33526/ e em agencia.fapesp.br/33427/).

“Trata-se da maior coorte de pacientes com COVID-19 cujos dados laboratoriais foram sistematicamente analisados até o momento. Trabalhos anteriores já haviam investigado a relação da doença com muitos desses parâmetros – principalmente as citocinas [moléculas que desencadeiam o processo inflamatório] e a proteína C-reativa [principal biomarcador de inflamação sistêmica]. Mas, até então, havia apenas artigos que relatavam o estudo de alguns poucos parâmetros em muitos indivíduos ou de muitos parâmetros em poucos indivíduos”, comenta Nakaya.

De acordo com o pesquisador, o primeiro passo foi separar os diferentes grupos de pacientes a serem analisados considerando, principalmente, a idade, o sexo e o resultado do teste diagnóstico. Em seguida, foi necessário filtrar as informações em comum nos diversos centros médicos que alimentam o repositório – eliminando redundâncias e harmonizando dados discrepantes (nomenclaturas diferentes para um mesmo exame, por exemplo). Após o processamento das informações em um só banco de dados harmonizados, uma série de análises foi feita para traçar o perfil laboratorial da COVID-19 nos diferentes grupos de pacientes e compará-lo com os controles (indivíduos submetidos aos mesmos exames, mas sem diagnóstico confirmado).

Para a maioria dos indivíduos da amostra, as informações sobre o desfecho do caso não estavam disponíveis, ou seja, não era possível saber se o paciente precisou ser internado, se morreu ou se teve somente sintomas leves e se recuperou. Porém, parte dos dados fornecidos pelo Hospital Sírio-Libanês foi identificada como sendo de pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Isso tornou possível investigar o perfil laboratorial dos doentes que necessitaram de cuidados intensivos, como ventilação mecânica, e compará-lo com o de pacientes não internados.


Problema complexo

Inicialmente considerada uma infecção de vias respiratórias, a COVID-19 tem se revelado uma doença sistêmica, que pode estar associada a distúrbios gastrointestinais, hepáticos, cardiovasculares e neurológicos, podendo evoluir para síndrome do desconforto respiratório agudo, falência de múltiplos órgãos e morte.

“Tais manifestações extrapulmonares estão associadas a alterações nos níveis circulantes de diversos parâmetros bioquímicos, como bilirrubina, ureia, creatinina, mioglobina e fatores de coagulação. E ainda pouco se sabe sobre a influência do sexo e da idade do paciente no padrão desses parâmetros”, explica o médico Bruno Andrade, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Salvador, na Bahia, e coautor do artigo.

Segundo Andrade, estudos observacionais – baseados na análise de internações e óbitos – indicam que indivíduos idosos e do sexo masculino são os que apresentam maior risco de evoluir para quadros graves. “Contudo, essa associação ainda carece de confirmação biológica e o mecanismo fisiopatológico ainda não foi totalmente esclarecido", diz.

Nas análises descritas no artigo, a infecção pelo SARS-CoV-2 em indivíduos de 13 a 60 anos se mostrou associada a alteração em diversos parâmetros laboratoriais de maneira muito mais frequente em homens do que em mulheres. Em pessoas com mais de 60 anos, as alterações laboratoriais parecem ter afetado igualmente homens e mulheres.

Indicadores usados pelos médicos para avaliar a presença de inflamação sistêmica, como a proteína C-reativa (PCR) e a ferritina, mostraram um padrão de alteração importante na presença de COVID-19, especialmente em homens idosos (acima dos 60 anos). Esses resultados sugerem que o alto índice de complicações e mortalidade documentado nessa subpopulação de pacientes em outros estudos pode ter associação direta com a inflamação sistêmica desregulada.

Alteração em testes de função hepática (AST, ALT, gama-GT) foi comumente observada em vários grupos etários, exceto em mulheres jovens. Na avaliação dos autores, esses resultados indicam que disfunção hepática é um fenômeno corriqueiro no contexto da COVID-19.

“Essa observação é importante, pois o fígado é um órgão central e coordena a produção de uma série de proteínas e outras moléculas que regulam processos como inflamação e coagulação. Alterações hepáticas podem ser um fator determinante para o descontrole de inflamação sistêmica associada a desfechos clínicos mais desfavoráveis”, explica Andrade.

Ao avaliar a contagem dos diversos tipos de leucócitos no sangue, os pesquisadores observaram que concentrações baixas de basófilos e de eosinófilos (células importantes para a imunidade antiviral) foram mais frequentes em idosos com COVID-19, independentemente do sexo. Os homens com diagnóstico confirmado da doença apresentaram as maiores concentrações de neutrófilos – que tendiam a aumentar ainda mais com a idade. De acordo com Andrade, valores altos na contagem de neutrófilos são um indicativo de inflamação sistêmica aguda.

Por fim, nos pacientes internados em UTI, o grupo notou alterações importantes em exames que avaliam o sistema de coagulação sanguínea (como d-dímero), contagem mais elevada de neutrófilos e maiores concentrações de marcadores de inflamação sistêmica (como a proteína C-reativa) e de dano celular e tecidual (como o lactato desidrogenase).

“Esses resultados sugerem uma clara associação entre a gravidade da doença e a ativação descontrolada de processos inflamatórios que possivelmente desencadeiam coagulação. O gatilho inflamatório da atividade de coagulação é uma hipótese relevante, pois implica que o controle terapêutico pode ser otimizado por meio de terapia anti-inflamatória. Porém, ainda são necessários estudos futuros desenhados para testar diretamente essa ideia”, afirma o médico.

Ciência aberta

A pesquisa coordenada por Nakaya contou com a participação de pesquisadores da USP, da Fiocruz e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e recebeu financiamento da FAPESP por meio de diversos projetos (2018/14933-22018/21934-52017/27131-92013/08216-22019/27139-5 e 2019/13880-5).

“Trata-se do primeiro artigo que analisa dados do COVID-19 Data Sharing/BR. Submetemos para publicação cerca de um mês após o repositório entrar em funcionamento, mostrando ser possível usar rapidamente um grande volume de dados compartilhados por vários centros”, afirma Nakaya.

O banco público disponibiliza três categorias de informação: dados demográficos (gênero, ano de nascimento e região de residência), resultados de exames clínicos e/ou laboratoriais e, quando disponíveis, informações sobre a movimentação do paciente (internação, por exemplo) e desfecho do caso (recuperação ou óbito).

De acordo com Fátima Nunes, professora da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH-USP) e diretora do Centro de Tecnologia de Informação de São Paulo, quase 5 mil visitas e mais de 2 mil downloads já foram registrados nos três conjuntos de dados do repositório desde o lançamento, em 1o de julho. Em uma segunda etapa, o COVID-19 Data Sharing/BR abrigará também dados de imagens, como radiografias e tomografias.

“É um repositório poderoso, de grande valia para pesquisas sobre a doença. Desconheço iniciativa similar no Brasil”, comenta Andrade.

O artigo In-depth Analysis of Laboratory Parameters Reveals the Interplay Between Sex, Age and Systemic Inflammation in Individuals with COVID-19 pode ser lido em www.medrxiv.org/content/10.1101/2020.08.07.20170043v2#disqus_thread.

 

 


Karina Toledo

Agência FAPESP 

https://agencia.fapesp.br/estudo-mostra-a-influencia-de-idade-e-sexo-no-perfil-clinico-da-covid-19/33927/


Pesquisa: Meditação está associada à proteção da saúde do coração

 Um dos muitos benefícios da prática é a redução do estresse e ansiedade, grandes vilões da saúde cardiovascular


A meditação, prática que promove bem-estar, felicidade, autoconhecimento é até uma boa noite de sono, também é promissora quando o assunto é saúde cardiovascular. Um recente estudo realizado por estudiosos da Universidade de Baylor, nos Estados Unidos, e publicado na renomada revista científica American Journal of Cardiology,  revelou que a meditação está associada a um risco 35% menor para colesterol alto, 14% menor para pressão alta, 30% menor para diabetes, 24% menor para derrame e 49% menor para doença arterial coronariana.

Ao analisar a pesquisa, Elcio Pires Junior, cirurgião cardíaco e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, conta que os benefícios da meditação na saúde cardiovascular acontecem devido à redução do estresse. “A meditação afasta a depressão, a ansiedade, o estresse e a insônia, fatores que são extremamente prejudiciais à saúde cardiovascular”, conta o médico.



Como o estresse afeta o coração?

Sentimentos como ansiedade, insegurança, excesso de trabalho, problemas pessoais, preocupações diárias e frustrações e outras sensações causadas pelo estresse, desencadeiam uma alta liberação de hormônios, que são perigosos à saúde cardiovascular, como a adrenalina e o cortisol.
 


“Esse conjunto de efeitos sobrecarregam o coração e podem causar danos ao miocárdio, já que o aumento das batidas do coração e a elevação da pressão são alguns dos principais fatores para ataques cardíacos, agravamento de arritmias e infartos fulminantes”, alerta o especialista.



Cuidando do coração

Se o estresse e a ansiedade são frequentes em seu dia a dia, o indicado é buscar ajuda profissional. Cuidar da saúde mental e física é a única maneira para ter uma boa qualidade de vida e alcançar o bem-estar.

“Os exercícios físicos são recomendados tanto para a saúde física, como para a saúde mental, pois, além de ajudar a reduzir o estresse, as endorfinas liberadas durante as atividades físicas promovem a felicidade, conforto, melhoram o humor e ainda são extremamente benéficas ao organismo, afastando o sedentarismo e o excesso de peso. Todos esses benefícios ajudam a proteger o coração e afastam as chances de complicações cardiovasculares. Pratique atividade física!”, finaliza o especialista.





Elcio Pires Junior - coordenador da cirurgia cardiovascular do Hospital e Maternidade Sino Brasileiro - Rede D'or - Osasco, e coordenador da cirurgia cardiovascular do Hospital Bom Clima de Guarulhos, cirurgião cardiovascular pela equipe do Dr. André Franchini no Hospital Madre Theodora de Campinas. É membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular e membro internacional da The Society of Thoracic Surgeons dos EUA. Especialista em Cirurgia Endovascular e Angiorradiologia pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
 

facebook.com/Dr-Elcio-Pires-Junior-Cirurgião-cardíaco | linkedin.com/in/elciopiresjunior | www.instagram.com/drelciopiresjr 


Agosto Dourado: entenda a importância do aleitamento materno nos 6 primeiros meses de vida de um recém-nascido

 

 Confira os benefícios da amamentação para o desenvolvimento sadio dos bebês

 

O mês de agosto é dedicado a luta pelo incentivo à amamentação e as ações de proteção e apoio ao aleitamento materno, também conhecido como ‘Agosto Dourado’. Durante todo o mês são realizadas atividades que buscam promover e incentivar a amamentação até o sexto mês de vida de um bebê.

De acordo com a Enfermeira Supervisora Técnica Administrativa do CEJAM, Cristiane Otaguro, é recomendado que a amamentação seja estimulada o mais precocemente possível, imediatamente após o parto se as condições da mãe e do recém-nascido permitirem.

De janeiro a julho, a taxa de aleitamento na primeira hora de vida do recém-nascido no Programa Parto Seguro do CEJAM foi de 98,82%. E independentemente do tipo de parto, é indicado que o bebê fique em contato pele a pele com a mãe, sem panos ou roupas, por pelo menos uma hora, respeitando o desejo da mulher, estimulando o hormônio do "amor", chamada de ocitocina, que ajuda no vínculo de mãe e filho e incentivando respostas comportamentais neurológicas do bebê, como a localização do mamilo.

"O leite materno é capaz de suprir sozinho as necessidades nutricionais da criança, especialmente proteínas, gorduras e vitaminas" explica a especialista. Cada gota do leite materno contém milhares de componentes benéficos, como anticorpos, hormônios, células-tronco, glóbulos brancos, bactérias benéficas e enzimas.


Programa Parto Seguro

O Programa Parto Seguro à Mãe Paulistana tem como principal objetivo desenvolver estratégias de gestão e atendimento para promover à mãe, ao filho e à família uma assistência segura e humanizada no processo de parto e nascimento.

Oferece atendimento em urgência e emergências obstétricas, acolhimento com classificação de risco obstétrico, além de inovações na assistência à mulher, como: massagens, banhos terapêuticos, exercícios e respiração para ajudar na evolução e suportabilidade das contrações, liberdade de escolha na posição de parto, musicoterapia e outros métodos que proporcionam um trabalho de parto mais tranquilo, onde a mulher é protagonista.

O programa, em parceria com CEJAM e Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, busca atualizar a assistência humanizada com a melhor prática disponível no parto e nascimento.

 

 

Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim" (CEJAM)

http://cejam.org.br/


Pesquisa mostra que 42% dos portadores de Esclerose Múltipla no Brasil não estão satisfeitos com o tratamento

30 de agosto é o Dia Nacional de Conscientização Sobre a Esclerose Múltipla e estudo da HSR Health revela que 42% dos doentes não estão satisfeitos com tratamento.


Além disso, 53% deles sofreram impactos com o isolamento social provocado pela pandemia


Com o objetivo do estudo de mapear o perfil de pacientes brasileiros, além de aspectos relacionados aos tratamentos, gerando importante conjunto de dados para o Dia Nacional de Conscientização Sobre a Esclerose Múltipla, 30 de agosto, a HSR Health, empresa da holding HSR Specialist Researchers, realizou a pesquisa Esclerose Múltipla - Perfil do Paciente. De acordo o levantamento, em 65% dos casos o diagnóstico da EM levou mais de seis meses para ser confirmado, após a aparecimento dos primeiros sintomas. Além disso, 42% das pessoas que sofrem com a doença, não estão satisfeitas com o tratamento.

A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença autoimune, crônica e não contagiosa, que atinge o sistema nervoso central. Afeta 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo e, no Brasil, estimam-se, 15 casos para cada 100 mil habitantes. Apesar dessa prevalência e da gravidade da doença, há uma busca constando na evolução dos cuidados aos pacientes.

No Brasil, em média, o estudo mostra que os pacientes têm 41 anos, sendo 74% mulheres e 26% homens. Ainda segundo o levantamento, entre pessoas que receberam o diagnóstico, 71% têm Esclerose Múltipla Remitente Recorrente (EMRR); 14%, Esclerose Múltipla Primária Progressiva (EMPP); 10%, Esclerose Múltipla Secundária Progressiva (EMSP); e ainda 5% não sabe o tipo da própria doença. A maioria recebeu o diagnóstico há oito anos.

A pesquisa mostrou o sentimento dos pacientes em relação à convivência e à perspectiva com a EM. No total, para 57% das pessoas, a doença causa um sentimento de preocupação constante. Já 54% sentem-se triste; 34%, tensos; e 28% se dizem bravos por estarem nas condições atuais, principalmente por se tratar de uma doença autoimune, degenerativa e ainda sem cura.

No que tange o tratamento, as injeções são utilizadas em 59% dos casos e 41% tomam comprimidos. O acesso ao tratamento se dá sobretudo pelas redes públicas. O Sistema Único de Saúde (SUS) responde por 60%. Já 21% dos entrevistados recorrem aos convênios e 19% pagam o tratamento do próprio bolso. Entretanto, apenas 42% dos pacientes estão satisfeitos com o tratamento atual, enquanto 37% estão insatisfeitos e 21% se dizem indiferentes.

Outro dado aponta que 41% das pessoas tiveram surtos da doença no último ano, com média de duas ocorrências. Em sua forma mais comum, a remitente-recorrente, se manifesta por meio de surtos esporádicos cujos sinais dependem da área acometida: cria dificuldades para caminhar, problemas na visão e desequilíbrio. Os efeitos colaterais do tratamento mais relatados são dor de cabeça, perda de cabelo, sintomas gripais, problemas no local da injeção e ganho de peso.


Covid-19 - Como em todos os segmentos, especialmente no da Medicina, a pandemia causada pelo novo coronavírus está afetando o dia a dia dos portadores de EM. Segundo o recente estudo, 29% acreditam que a evolução da doença aumentou nesse período. Além disso, 53% sofreram impacto no tratamento, com a ausência de fisioterapia (47%), falta de medicamento (35%) e ausência de consultas (35%). No período de isolamento social, 12% dos pacientes tiveram surto.

"Ao ouvir todos pacientes, entendemos que ter um rápido diagnóstico da doença e acesso ao tratamento são fatores que podem retardar a evolução da doença de forma significativa. A rede pública é onde a maior parte das pessoas busca acesso ao tratamento, mesmo com a demora na aprovação e que nesse intervalo tenha de pagar do próprio bolso. Os sentimentos relacionados à doença precisam ser lapidados e vigiados para a melhor convivência dos reflexos causados pela EM. Para quem acabou de ser diagnosticado, ouça e respeite seu médico neurologista, bem como faça todos os exames pedidos. Também é especialmente importante procurar um hospital com grupos para EM, para se cercar de pessoas que conhecem a doença a fundo ou convivem com ela, demonstrando superação", conclui Bruno Mattos, diretor da HSR Health e responsável pela pesquisa.


Metodologia - Para realizar a pesquisa Esclerose Múltipla - Perfil do Paciente, a HSR Health entrevistou, em junho, por meio de painel online, 80 pacientes de Esclerose Múltipla. A amostra inclui homens e mulheres de todo o Brasil. "Considerando a amostra composta apenas por pessoas com diagnóstico de EM, conseguimos uma amostra robusta para gerar dados relevantes e confiáveis, de acordo com os critérios para pesquisa na área da saúde", conclui Bruno Mattos.

 


HSR Specialist Researchers


Dor lombar pode estar relacionada com encurtamento muscular

Má postura e redução da atividade física são fatores de risco para problemas nos músculos

 

Há cinco meses, a maior parte da população brasileira se encontra em isolamento social, ou seja, dentro de casa. Ficar em casa é essencial para prevenir o contágio pelo coronavírus. Porém, o confinamento pode gerar outros problemas de saúde, como a perda da flexibilidade, graças ao encurtamento muscular.

Segundo a fisioterapeuta Walkíria Brunetti, especialista em Pilates e RPG, para compreender o que é o encurtamento dos músculos, é preciso entender sobre postura. “A postura é definida como um ajuste que as partes do corpo fazem em determinada posição para realizar os movimentos. A postura precisa proporcionar conforto, harmonia e sustentação ao corpo”.


Sedentarismo: o vilão da boa postura

“Porém, as posturas adotadas na rotina da quarentena, como ficar sentado muito tempo e sem muita chance de caminhar ou fazer outras atividades físicas, impactaram num encurtamento das cadeias musculares que atuam nos movimentos de extensão e flexão, principalmente do quadril, joelhos e pernas”, comenta Walkíria.

“Embora haja diversos fatores de risco que influenciam nos desvios posturais, o sedentarismo é um dos mais importantes. Quanto menos usamos nosso corpo, mais afetamos nossa saúde muscular. Ou seja, ficamos “enferrujados”. Fica difícil calçar um sapato, vestir-se, pegar um objeto no alto, abaixar-se”.

Portanto, o encurtamento diminui a flexibilidade, a mobilidade e a amplitude dos movimentos, além de enfraquecer os músculos. Outro ponto é que muitas pessoas acabaram ganhando peso durante a quarentena, sendo que esse foi outro fator de risco que pesou no encurtamento muscular.


Dores e lesões

Problemas de encurtamento muscular aumentam a chance de lesões lombares crônicas e de dores. “As restrições impostas por estes encurtamentos podem resultar em lesões musculoesqueléticas e dificuldades nas atividades de vida diária”, cita Walkíria.

“As alterações posturais e na marcha também podem ser consequências desse encurtamento, assim como dores nos membros inferiores e até mesmo discrepância no comprimento das pernas”, reforça a fisioterapeuta.  


RPG

O encurtamento muscular pode ser tratado de várias formas. Para Walkíria, a RPG (Reeducação Postural Global) é uma das melhores técnicas.

“Nas sessões de RPG usamos posturas específicas para o alongamento de músculos organizados em cadeias musculares. Isso proporciona o posicionamento correto das articulações e o fortalecimento dos músculos, os quais corrigem disfunções, não só da coluna vertebral, como também de outras articulações”.
 
O alongamento global é assim chamado, pois alonga vários músculos pertencentes a mesma cadeia muscular, simultaneamente,
“A RPG parte do pressuposto de que um músculo encurtado cria compensações em músculos próximos ou distantes. Um exemplo é que quando ocorre um encurtamento da cadeia muscular anterior, há projeção da cabeça para frente, juntamente com os ombros, aumento da cifose torácica, assim como joelhos e calcâneo valgo e pés planos”, comenta Walkíria.



Dicas para prevenir o encurtamento muscular

Para Walkíria, a principal recomendação é manter-se em movimento o máximo possível. “Muitas pessoas ainda estão em isolamento social, trabalhando de casa, ou porque são do grupo de risco, entre outros motivos. Mas isso não justifica permanecer o dia todo sentado ou deitado. Veja algumas dicas.  


Caminhar: Pequenas caminhadas ao ar livre são um ótimo começo para movimentar o corpo. Se não for possível sair, procure andar dentro de casa. O importante é evitar ficar o tempo todo sentado ou deitado. Varrer a casa, passar um pano e outros serviços domésticos podem contribuir para manter-se em movimento.


Alongar: O alongamento é importante, mas deve ser feito com cuidado e, se possível, com orientação de um fisioterapeuta ou profissional de educação física. É preciso alongar todas as partes do corpo, todos os dias.


Fortalecer: Mesmo em casa, é possível fazer um trabalho de fortalecimento dos músculos. Vale a criatividade, como usar saco de arroz, feijão, garrafinhas de água, entre outros objetos. Porém, isso também deve ser feito com orientação de um profissional para evitar lesões.



Posts mais acessados