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terça-feira, 11 de dezembro de 2018

LENDA URBANA? DESCUBRA O QUE É MITO E VERDADE QUANDO O ASSUNTO É CELULAR



Será mesmo que funciona colocar o celular no arroz após ele cair na água? Pasta de dente ajuda a nivelar o vidro quebrado do aparelho? Tela rachada prejudica o uso do smartphone? Para esclarecer de uma vez por todas essas dúvidas, Tatiana Moura, sócia e técnica da Fix Online, apresenta os principais questionamentos dos consumidores e revela o que realmente funciona e o que não passa de mitos populares


:: Afundar o celular no arroz depois de deixá-lo cair na água, funciona?


Quem nunca colocou o celular no arroz após deixá-lo cair na água que atire a primeira pedra! Sem julgamentos, é compreensível o desespero para que ele volte a funcionar normalmente. Afinal, apesar de ser um aparelho tão pequeno, carrega uma vida inteira com ele, não é mesmo? Mas de acordo com a sócia e técnica da Fix Online, empresa especializada da troca e vidro de celulares, Tatiana Moura, isso não passa de um mito popular. "O arroz irá absorver apenas a água superficial do aparelho, mas ele não consegue sugar o que entrou nas peças do celular. E é exatamente esta parte que acaba sendo danificada", explica.

De acordo com Tatiana, quando o celular cai na água o procedimento correto a ser seguido é simples. "Desligue o aparelho e leve-o a uma assistência técnica". A técnica afirma que qualquer atitude contrária a essa pode prejudicar o conserto.


:: Pasta de dente nivela os rachados do vidro do aparelho. Será que é verdade?

Caso o celular não possua nenhum tipo de película protetora, é real o risco de trincar a tela. A queda não é o único responsável por este tipo de dano, ações rotineiras como colocar e retirar o celular do bolso ou o contato com superfícies não lisas também podem gerar alguns arranhões. Para esses pequenos danos, a lenda urbana é que aplicar pasta de dente preenche os riscos, tornando-os imperceptíveis. "Já vi alguns vídeos na internet afirmando que os componentes da pasta conseguiriam nivelar a tela, mas o que realmente pode acontecer é que o verniz protetor do LCD seja danificado ou até mesmo que o produto entre nos pequenos buracos do aparelho", conta a profissional da Fix Online.
Felizmente, já existe no mercado uma pasta polidora específica e apropriada para diminuir o dano dos arranhões. O procedimento é simples e pode ser feito em casa. Com o auxílio de um pano macio ou algodão, basta aplicar o produto, deixá-lo agir por aproximadamente três minutos e retirar o excesso. "Vale ressaltar a importância do uso das películas protetoras. Com um pequeno investimento, dores de cabeça como essa podem ser evitadas", complementa a profissional. 


:: Tela rachada prejudica o funcionamento do aparelho. Mito ou verdade?

É bastante comum ver pessoas utilizando o celular mesmo com o vidro rachado, mas de acordo com Tatiana Moura, o uso do aparelho quebrado não é indicado. "Após a queda, mesmo que o aparelho esteja funcionando normalmente, há riscos tanto para o telefone, quanto para quem o está manuseando", alerta. Isso porque, com o tempo de uso, o trincado pode vir a aumentar de espessura e profundidade, afetando a funcionalidade do celular. Pequenos farelos de vidros também podem ser soltos, expondo o usuário a cortes.

Quando isso acontece, o consumidor costuma entrar em desespero, achando que terá que trocar tudo e pagar um absurdo pelo serviço, mas a técnica da Fix Online faz um alerta: "Apesar da grande maioria das assistências trocarem tudo, em 95% dos casos a quebra é apenas do vidro e não do LCD", revela. A troca somente do vidro, gera uma economia de 70% no orçamento.


:: Carregadores baratinhos podem danificar a bateria do celular. Será mesmo?

"Em hipótese alguma deve se comprar um carregador que não seja de boa qualidade ou sem garantia", aconselha Tatiana. O item pode causar sérios danos ao celular, como provocar encaixes imperfeitos, inchaço da bateria e superaquecimento do conector de carga, além de colocar a vida do usuário em risco, já que ele não possui sistemas de segurança embutido, podendo causar explosões, choques e incêndios.

Outra questão que a técnica da Fix Online destaca é a economia a longo prazo que um carregador de boa procedência proporciona. "Um carregador de baixa qualidade tem vida curta, então por mais que se pague barato nele, em questão de dias será necessário trocá-lo de novo", explica.

O uso do carregador de baixa qualidade também pode ocasionar na perda de eficiência da bateria do celular. "Um bom carregador entende quando a bateria do aparelho está cheia e para, automaticamente, de enviar energia pra ela. Já os outros continuam mandando energia o tempo todo em que o celular estiver conectado na tomada, o que prejudicará a vida útil da bateria", aponta Tatiana.


:: Dormir com o celular na tomada é perigoso. Mito popular?

Nos tempos atuais, é difícil encontrar quem não dorme com o aparelho ao lado. 

Seja por cair no sono enquanto navega pelas redes sociais, por preocupação em não ouvir o alarme ou simplesmente pela proximidade da tomada, se tornou hábito. Mas e as histórias de aparelhos explodindo, pode acontecer mesmo? De acordo com a técnica da Fix Online, as chances são pequenas, mas todo cuidado é bem-vindo. "Os fabricantes de smartphones já evoluíram bastante quanto as baterias, mas ainda podem vir a superaquecer, assim como todo eletrônico".

Não há problema algum em ter o celular por perto enquanto ele recebe as ondas de energia do carregador, mas, para evitar qualquer tipo de problema, Tatiana indica que algumas medidas sejam tomadas. "Utilize um criado-mudo ou posicione o aparelho a uma certa distância do travesseiro. Se alguma falha acontecer, como um problema com o carregador, o celular conseguirá ser ventilado e a temperatura equilibrada". 





Fix Online



Não alimente o ditador


Saio da estação de trem e dou uns vinte passos. Antes que consiga atravessar a rua, dou de cara com o “G” multicolorido da Google em um cartaz impresso em A4. Sob o logo, em letras pretas definitivas, uma mensagem: “Não alimente o ditador.”

Isso vai soar estúpido, mas a primeira imagem que me veio à mente foi a de animais em zoológicos. Aprisionados em suas jaulas, com aqueles olhares alienados, estariam protegidos por suas plaquinhas de “não alimente os animais”. Ocorreu-me que a história é um habitat controlado para os passados humanos, em que nossos piores episódios estão acomodados em jaulas para que todos vejam. “Não alimente o ditador”, dizia o sinal e, imediatamente, o ditador apareceu em uma pequena jaula, furioso como uma pantera, desejoso de uma liberdade que certamente representaria a minha morte, se viesse, imediata, com as portas escancaradas subitamente.

A essas alturas, quase esquecera o “G”. Isso me fez querer saber por que o Google seria o novo ditador. Ingênuo, eu. Sentado em meu quarto, não muito tempo depois, comecei a descobrir um universo de coisas estranhas e ameaçadoras que impregnavam meu dia a dia, e que caçavam os pequenos detalhes de mim como iguarias postas numa mesa. Senti pela primeira vez que aquela velha pantera ditatorial, vestida em belos trajes militares, vermelhos, verdes, brancos, havia saído e saboreava partes de mim sem que eu reparasse.

 Hoje, duas empresas dominam o mercado de pesquisas de informação online, ambas conhecidas e universalmente presentes em nossos mundos. Uma delas, o Google, prioriza, classifica, filtra e direciona informações por meio de uma tela que celebra a data em questão – hoje retrata o sétimo dia da copa. A outra, o Facebook, parece mais amistosa, reunindo suas fotos, seus gostos e suas visitas como um hotel virtual de luxo – aliás, já fez seu check-in? O primeiro é um motor de busca que se materializa – oferece notícias de interesse particular em “clip-ons” do Gmail, vende celulares e produz drones. O segundo é um instrumento de ampliação de alcance – e clara redução de informações: seu ato mais recente é a criação de um novo algoritmo de restrição de notícias políticas, algo pesadamente criticado pelo New York Times, que declara o Facebook inimigo jurado do bom jornalismo e incentivador de notícias de segunda, das menos confiáveis.

Eu acreditava que o ditador era como uma pantera que, se visse a porta da jaula aberta, saltaria sobre mim e certamente me mataria. Eu descobri coisa pior: o ditador saiu, esteve me ameaçando e eu, crendo-me muito esperto, enfiei-me na jaula, tranquei a porta e ri do déspota. Mal percebia eu que o ditador estava solto para caçar quem bem entendesse, ao passo que eu, “a salvo”, iria morrer preso e, para piorar, sem receber sequer uma migalha...






Rafael Zanlorenzi - doutor em Direito e professor do curso de Direito da Universidade Positivo (UP).


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