Para a advogada e
empresária Andressa Gnann, é preciso haver mais apoio e menos competição entre
o público feminino
Os desafios enfrentados pelas mulheres para crescer
no mercado de trabalho vão de desigualdade salarial à falta de
representatividade em cargos de liderança, por isso, é fundamental que haja
mais empatia entre elas no campo profissional. Ao terem empatia umas com as
outras, as mulheres podem se unir para enfrentar barreiras e ajudar a criar
ambientes de trabalho mais inclusivos e justos.
Para a advogada e empresária Andressa Gnann, sócia
fundadora do escritório Gnann e
Souza Advogados e fundadora da Escola de Leoas, uma
iniciativa voltada a instruir, inspirar e empoderar o público feminino, ao
cultivar empatia, as mulheres constroem redes de confiança e colaboração, que
podem resultar em mais oportunidades profissionais. “A empatia ajuda a criar um
sistema de suporte mútuo, que é extremamente necessário para mudar situações
desconfortáveis ou desproporcionais”, afirma.
Andressa acredita que muitas mulheres sentem que
são incompetentes por não conseguirem chegar tão longe quanto gostariam, mas
afirma que elas precisam lembrar que esse sentimento pode ser exacerbado por
fatores culturais, de gênero e sociais. “Mulheres muitas vezes têm que se
provar mais para mostrar que são competentes, e isso, em algumas áreas, pode
levá-las à exaustão, por isso é fundamental que as que já estão em cargos de
liderança sejam mais empáticas e deem suporte às que estão no caminho”,
diz.
A especialista acredita que as mulheres precisam
deixar de lado a ideia de perfeição e trabalharem juntas para um melhor
desenvolvimento pessoal e profissional. “É importante reconhecer que somos
seres humanos, falhos e imperfeitos. E que precisa haver sororidade, ou seja,
menos julgamento e mais apoio. No lugar de competição, deve haver mais
compreensão”, opina.
Confira cinco formas de mulheres demonstrarem
empatia no crescimento profissional de outras mulheres, de acordo com a
Andressa Gnann:
- Oferecer
mentoria e orientação: É possível compartilhar experiências e habilidades
com mulheres em início de carreira ou em momentos de transição. “Recomendo
que profissionais que já possuem conhecimento e experiência ofereçam
mentorias para quem está começando. Fico muito feliz quando vejo isso
acontecer e é o que eu faço. Afinal, uma mentora é alguém que já trilhou
aquele caminho e pode te ajudar a passar pelos desafios de uma forma mais
leve”, afirma a advogada.
- Ajudar
a divulgar o trabalho de uma empreendedora: Se você conhece a
empreendedora e sabe que ela é responsável e faz um bom trabalho, ajude a
divulgar o negócio dela. Para Andressa, o apoio das pessoas ao redor é
muito importante para uma empreendedora seguir em frente e alcançar
estabilidade.
- Não
ficar pedindo serviço ou produto de graça: A advogada explica que é muito
comum ver pessoas pedindo produtos ou serviços de graça para “as amigas”,
mas quando precisam comprar, compram de outro. “Precisamos entender que
aquele produto ou serviço da empreendedora é o sustento daquela mulher ou
é uma renda extra, então não se deve pedir de graça e nem pedir descontos,
mas valorizar o trabalho, afinal, você não vai ao supermercado e fica
pedindo desconto ou produto de graça para o atendente”, avalia.
- Apoiar
e reconhecer talentos, habilidades e conquistas: Apoiar e reconhecer os talentos,
habilidades e conquistas de outras mulheres pode ajudar a aumentar a
visibilidade delas, seja dentro da organização ou até mesmo em redes
sociais. Receber um elogio inesperado é uma forma de incentivar e mostrar
que aquela mulher “não é invisível” e que os esforços estão valendo a
pena.
- Criar
um espaço seguro para compartilhar desafios: Um espaço de escuta
empática onde seja possível compartilhar medos e frustrações sem
julgamentos pode ser um apoio significativo. “Entender que do outro lado existe
uma mulher, uma mãe, uma filha que é um ser humano imperfeito como você é
o início para reduzir os julgamentos”, finaliza Andressa Gnann.
Nenhum comentário:
Postar um comentário