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| IMAGEM: DC - criada com IA Gemini |
“As apostas on-line nunca foram um meio de diversão e sim um mecanismo de fazer dinheiro e um vício coletivo”
O que começou com um joguinho
inofensivo aqui e acolá, hoje é um mercado bilionário que somente no primeiro
trimestre deste ano movimentou R$ 90 bilhões, ou seja, R$ 30 bilhões por mês,
segundo dados do Banco Central.
Atualmente, as bets patrocinam
18 times de futebol da Série A, o que corresponde a um volume de R$ 887
milhões. E para incentivar ainda mais os jogos de apostas, essas empresas estão
contratando influenciadores digitais, personalidades, além de incentivos por
meio de propagandas em programas de entretenimento. A própria CPI das Bets
denota a gravidade deste cenário.
De acordo com Raio-X do
Investidor Brasileiro, estudo anual realizado pela Associação Brasileira das
Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), 23 milhões de
brasileiros fizeram apostas em 2024, o que representa 15% da população. Esse
número é muito preocupante.
Esses subterfúgios estão
sufocando a sociedade, pessoas de todas as classes, esclarecidas ou não, estão
entrando nessa “brincadeira” que para mim é uma fuga e um meio de ganho fácil.
A indústria de apostas visa
lucro como qualquer outra indústria. Entretanto, a saúde mental e financeira da
população está comprometida por conta de tamanho descontrole diante das bets.
Considerando os problemas
decorrentes da falta de uma regulamentação, a Associação Comercial de São Paulo
entende que deve haver a mesma disciplina para a publicidade atribuída a
cigarros e bebidas.
Isso precisa ser regulamentado,
a publicidade ser proibida em estádios, onde crianças acompanham seus pais em
jogos, TVs, internet. Enfim, assim como aconteceu com a proibição de propaganda
de cigarros nos anos 90, o mesmo precisa ser feito com as bets.
A exemplo do que ocorre com
cigarros e bebidas, não me canso de dizer que essa perda de controle é um
problema de responsabilidade social e saúde pública. Famílias estão se
endividando, comprometendo suas rendas e seus compromissos financeiros em nome
de um risco ilusório.
Além disso, a saúde mental
desses apostadores tem sido afetada por conta da perda de dinheiro gasto nas
bets, o que consequentemente impacta negativamente no psicológico.
Proibir a propagação e a
propaganda de apostas on-line é o caminho para controlar a disseminação dessa
avalanche que está comprometendo não somente a saúde e as finanças dos
indivíduos, mas também o crescimento econômico do Brasil.
Todavia, é possível aderir a
algumas alternativas para conter esse problema, como, por exemplo, aumentar os
impostos para desestimular as apostas on-line, campanhas de conscientização
sobre os malefícios que esses jogos trazem para a vida pessoal, profissional,
social e para a saúde.
As apostas on-line nunca foram
um meio de diversão e sim um mecanismo de fazer dinheiro e um vício coletivo.
Roberto Mateus Ordine - Advogado e presidente da ACSP
Fonte: https://www.dcomercio.com.br/publicacao/s/proibicao-da-publicidade-das-bets-e-o-caminho-para-reverter-o-cenario-catastrofico-do-pais
**As opiniões expressas em artigos são de exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem, necessariamente, com as do Diário do Comércio

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