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sexta-feira, 5 de setembro de 2025

COMO IDENTIFICAR OS SINAIS DA ANSIEDADE E DEPRESSÃO NA PRIMEIRA INFÂNCIA

No mês da prevenção contra o suicídio, Setembro Amarelo, neurocirurgião e especialista em desenvolvimento explica como a ansiedade e depressão podem se desenvolver na primeira infância.

 

Setembro Amarelo, mês da conscientização e prevenção do suicídio, é uma oportunidade importante para refletir sobre como as doenças emocionais, a ansiedade e a depressão, afetam as crianças durante a primeira infância, fase que acontece do nascimento até os seis anos. 

Doenças emocionais são constantemente relacionadas a adultos e adolescentes, mas segundo o neurocirurgião e especialista em desenvolvimento infantil André Ceballos, elas também afetam muitas crianças. “Ansiedade e depressão podem passar despercebidas, em alguns casos, e esse é um grande desafio, porque crianças nessa idade ainda não conseguem verbalizar claramente o que sentem. Por isso, os sinais aparecem principalmente no comportamento, e precisam ser observados de perto pelos pais e cuidadores.” 

É durante essa etapa que a criança constrói suas bases cognitivas, emocionais e sociais, aprendendo a lidar com frustrações, criar vínculos afetivos e desenvolver autonomia. Quando esse processo é marcado por dificuldades emocionais ou falta de apoio adequado, surgem os riscos de desenvolver quadros de ansiedade e até depressão.
 

Como identificar os primeiros sinais da ansiedade e depressão na primeira infância

Segundo o doutor Ceballos, pais e tutores precisam ter um olhar atento para suas crianças nos primeiros anos de vida. Os sintomas mais comuns de doenças emocionais podem ser identificados por meio de alguns sinais, como:

 

1 - Irritabilidade sem motivo

Algumas crianças respondem aos sintomas da ansiedade e depressão com explosões de raiva, gritos e comportamento agressivo. Já outras vão em contramão a isso, ficam mais reclusas, buscam se isolar e se sentem mais confortáveis e seguras. Em alguns casos, elas se negam a sair de casa, ir para a escola ou frequentar a casa de parentes.

 

2 - Problemas para dormir ou para comer

Insônia, pesadelos, não querer dormir sozinho ou até mesmo xixi na cama constantemente podem indicar que a criança está sofrendo com algum problema emocional. O mesmo vale para a questão alimentar, não ter interesse pelo alimento ou comer excessivamente pode ser um pedido silencioso de socorro.
 

3 - Dificuldades de concentração

A ansiedade e a depressão também podem afetar o desempenho escolar e o interesse pelas atividades cotidianas, como brincar, desenhar, assistir desenhos. Crianças que se distraem com facilidade, não conseguem terminar tarefas simples ou demonstram falta de motivação para aprender podem estar manifestando um quadro de sofrimento psicológico.

 

4 - Dores de cabeça ou barriga frequentes sem explicação

Quando a criança apresenta dores frequentes, mas os exames médicos não identificam nenhuma causa física, é possível que o problema esteja ligado ao emocional. “Na infância, o corpo muitas vezes fala pelo que a mente ainda não consegue expressar em palavras. Essas queixas devem ser levadas a sério e investigadas” reforça o neurocirurgião.

 

Qual o papel da família?

Segundo o doutor Ceballos, a família tem um papel essencial no processo de identificação da ansiedade e da depressão na infância. “Pais e responsáveis devem estar atentos a mudanças de comportamento e de humor. Ao perceber esses sinais, o ideal é procurar um médico. Com o diagnóstico, o ambiente familiar torna-se fundamental para um tratamento bem-sucedido e, em muitos casos, para a cura”, comenta o especialista. 

Manter um diálogo aberto, oferecer um espaço acolhedor, propor atividades prazerosas como passeios e momentos em família, além de demonstrações de afeto no dia a dia, são atitudes que contribuem para o cuidado contínuo da saúde emocional. Todo o núcleo familiar precisa estar envolvido e atento às mudanças da criança, para que ela se sinta valorizada, apoiada e ouvida.

 

Dr. André Ceballos - Médico neurocirurgião, Ceballos atua como Diretor técnico do Hospital São Francisco, referência no diagnóstico e tratamento de crianças com transtornos do desenvolvimento. O médico tem como missão identificar precocemente condições que possam comprometer o pleno desenvolvimento das crianças, oferecendo intervenções terapêuticas baseadas nas melhores evidências científicas. A atuação do Dr. Ceballos vai além do atendimento clínico e da gestão hospitalar e reconhecendo a importância da informação e da educação para a saúde pública, se dedica a projetos de divulgação e conscientização sobre os marcos do desenvolvimento infantil, com o objetivo de influenciar políticas públicas que beneficiem especialmente as populações mais vulneráveis. Saiba mais em: Link


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