Estudos apontam
que a prática regular melhora a flexibilidade em até 40% e ajuda na prevenção
de quedas e dores articulares
A perda de flexibilidade e mobilidade com o avanço
da idade é uma realidade enfrentada por milhões de brasileiros. De acordo com o
Ministério da Saúde, cerca de 30% das pessoas com mais de 60 anos relatam
dificuldade para realizar tarefas simples do dia a dia, como agachar, subir
escadas ou alcançar objetos.
A fisioterapeuta Vanessa de Andrade, professora de Pilates voltado ao público maduro, defende que
essa condição não é apenas inevitável , mas reversível com os estímulos
certos. “O envelhecimento natural reduz a lubrificação das articulações e a
elasticidade muscular. Mas o corpo responde ao movimento, e o Pilates é uma das
práticas mais completas para restaurar essa mobilidade de forma segura e
gradual”, explica.
Vanessa desenvolveu uma metodologia adaptada para a
prática em casa, usando objetos comuns como cadeira, travesseiro e toalha. Com
mais de 12 anos de experiência e quase 220 mil inscritos em seu canal no
YouTube, ela oferece aulas gratuitas que já impactaram milhares de pessoas em
todo o Brasil.
Benefícios comprovados cientificamente
Um estudo publicado no Journal of Sports Science
& Medicine mostrou que a prática regular de Pilates pode
aumentar a flexibilidade em até 40% após apenas oito semanas. Outro
levantamento, realizado pela Universidade de Miami, revelou que idosos
praticantes da modalidade apresentaram melhora significativa no equilíbrio e na
amplitude dos movimentos, além da redução nas dores articulares.
Vanessa destaca que esses benefícios não exigem alta
performance, mas sim constância e orientação. “Com movimentos de baixo impacto,
como a elevação pélvica ou o alongamento lateral da coluna, já é possível notar
avanços importantes. A chave está na repetição e no respeito aos limites do
corpo”, revela.
O Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia
(INTO) aponta que a rigidez muscular e as quedas estão entre as principais
causas de perda de autonomia entre idosos no Brasil. Cerca de 70% dos idosos
que sofrem uma queda têm algum tipo de comprometimento funcional posterior.
“Quando você perde a flexibilidade, perde também a
segurança nos movimentos. O medo de cair muitas vezes paralisa o idoso. O
Pilates, ao restaurar a confiança e o controle corporal, devolve a autonomia
para essas pessoas”, explica Vanessa.
Ela ressalta que os exercícios também atuam na
prevenção de dores crônicas, como as lombalgias, comuns após os 50 anos. “Além
de fortalecer a musculatura estabilizadora, o método melhora a postura e
aumenta a mobilidade nas articulações, o que é essencial para a saúde muscular
e articular.”
Um cuidado viável e contínuo
A acessibilidade da prática é um dos pontos
centrais da proposta de Vanessa. Ao oferecer aulas gratuitas em plataformas
digitais e mostrar como usar objetos domésticos no lugar de equipamentos caros,
ela tornou possível a adoção do Pilates mesmo entre quem tem recursos
limitados.
“A saúde precisa ser possível para todos. O Pilates
em casa é uma ferramenta de transformação porque respeita o ritmo de cada um,
mas sem deixar de provocar mudanças reais. É um convite para envelhecer com
dignidade, mobilidade e prazer em se movimentar”, conclui.
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