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quarta-feira, 26 de março de 2025

CBD pode aliviar sintomas da interrupção de antidepressivos

Ana Shvets
Parar de forma abrupta com o medicamento não é recomendado; fim do ciclo deve ser acompanhado por um médico e dosagem deve ser reduzida gradativamente


O Brasil é o país com mais diagnósticos de depressão na América Latina. Conforme dados da Organização Mundial de Saúde sobre a doença, cerca de 5,8% da população brasileira sofre de depressão. Outros estudos dão conta que, apenas em 2024, foram registrados mais de 470 mil afastamentos do trabalho por transtornos mentais. Para combater os sintomas, o uso de antidepressivos é uma saída segura, desde que sob supervisão de um psiquiatra e respeitando as particularidades do tratamento, especialmente ao início e final do ciclo.

Em primeiro lugar, é preciso esperar mais tempo do que com outros medicamentos para que os antidepressivos tenham efeito – em média, é necessário cerca de duas a quatro semanas para que as melhorias sejam sentidas pelos pacientes, o que faz com que muitos deles desistam do tratamento antes da hora. A outra particularidade está no “desmame”, nome dado ao momento em que o especialista opta pela diminuição gradual da dosagem antes de interromper a medicação. “Suspender o uso de remédios de forma abrupta, de um dia para o outro, pode resultar em danos consideráveis à saúde mental, afetando a vida do paciente de maneira intensa”, explica Dra. Mariana Maciel, diretora da Thronus Medical, empresa brasileira radicada no Canadá.

O canabidiol (CBD) tem se mostrado cada vez mais promissor como tratamento principal para a depressão, devido à sua baixa toxicidade e à ausência de efeitos colaterais significativos. Ele atua modulando os receptores do sistema endocanabinoide, responsável por regular funções como percepção de dor, inflamação, apetite e sono — sintomas que podem surgir durante o processo de redução gradual de medicamentos, especialmente no caso de antidepressivos, ansiolíticos e outros psicotrópicos de uso comum no Brasil.

A substância canabinoide é extraída da folha de Cannabis Sativa, não tem qualquer efeito psicoativo, e está se tornando uma alternativa positiva para pacientes que querem tentar outras opções farmacológicas ou estão sofrendo com as consequências do desmame de medicamentos.

“Justamente por agir no Sistema Endocanabinoide, sistema regulatório vital envolvido em todos os nossos processos fisiológicos, inclusive memória e emoções, o CBD tem recebido bastante atenção nos estudos na área de saúde mental. E comprovamos os resultados dentro do consultório, com pacientes pontuando a melhora de sintomas ligados à interrupção de fármacos”, diz a Dra. Mariana Maciel.  


Daniel Reche

Depressão ou tristeza?

Cerca de 10% da população mundial sofre com transtornos mentais, e a depressão está entre os principais problemas do tipo. Antes de pensar em tratamento, porém, convém saber a diferença entre uma tristeza comum e a depressão – viver o luto após uma perda, por exemplo, é uma resposta natural do organismo, e isso não é um problema. “Se o estado de letargia permanecer por muito mais tempo que o normal, com distúrbios de sono, alimentação, irritabilidade, distúrbios de humor e ansiedade, entretanto, é preciso procurar um tratamento”, explica a especialista. “Terapia, exercícios físicos regulares e cuidado com a alimentação são complementos à medicação e não podem ser descartados inclusive durante o período de medicação”, completa.

 

Thronus Medical


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