Especialista em Educação orienta gestores e docentes de alunos jovens e adolescentes sobre a implementação da lei que restringe o uso de celulares em sala de aula, visando evitar conflitos na escola
Com a sanção da
Lei Federal nº 15.100/2025, o uso de celular em escolas públicas e privadas de
todo o País está proibido para alunos da Educação Básica. Para a coordenadora
do curso de Pedagogia do Centro Universitário São Camilo, Luciane Pedro,
docentes e gestores que atuam com adolescentes e jovens dos anos finais do
Ensino Fundamental e Ensino Médio, a implementação dessa lei representa um
desafio maior, porque a restrição do uso dos aparelhos na sala de aula pode
gerar resistência e, se a medida for malconduzida, podem ocorrer atritos que
comprometem o ambiente de aprendizado.
“Os gestores
escolares enfrentam o desafio de criar um consenso entre a equipe pedagógica,
os pais e os alunos. Já os docentes precisam equilibrar a aplicação das normas
com cuidado, para não gerar conflitos ou comprometer a relação com os
estudantes. Outro ponto crítico é lidar com situações de exceção, como
emergências ou necessidades de acessibilidade, que exigem sensibilidade e bom
senso”, afirmou Luciane Pedro. Ela completou que os educadores devem ser
capacitados de forma contínua para que saibam lidar com os desafios dessa
transição, utilizando estratégias que evitem o enfrentamento e promovam o
diálogo.
Segundo a
coordenadora do curso de Pedagogia do Centro Universitário São Camilo, o uso de
ferramentas digitais já é bastante empregado por jovens e adolescentes e pode
também representar uma oportunidade de aproveitamento pedagógico, maximizando o
uso dos celulares em atividades planejadas, de modo que os estudantes
compreendam o valor educacional dessas ferramentas.
Para reduzir a
resistência e aumentar a adesão dos alunos mais velhos, ela aconselha aos
gestores e professores que os ouçam e permitam que eles participem da criação
de regras ou iniciativas relacionadas ao uso consciente de celulares. “Abordar
o tema em rodas de conversa pode ajudar os estudantes e sensibilizá-los sobre
os benefícios da nova norma e comunicar o objetivo da legislação, reforçando a
criação de um ambiente mais saudável e produtivo”, sugeriu.
Para ela, a nova
legislação não deve ser vista apenas como restrição, mas como um convite para
repensar o papel da tecnologia no ambiente escolar. “A transição para uma
cultura de uso responsável dos dispositivos móveis pode não apenas melhorar o
desempenho acadêmico, mas também fortalecer a saúde mental e as relações
interpessoais dos estudantes”. finalizou.
A Lei Federal nº
15.100/2025 entra em vigor após a sua publicação no Diário Oficial da União e,
depois disso, ainda terá 30 dias para ser regulamentada.
Ela vale para
todas as etapas da educação básica.
Confira
o calendário de implementação:
Janeiro: conclusão do processo jurídico-legal.
Fevereiro: será dedicado ao engajamento entre as redes de ensino, com
o MEC disponibilizando uma cartilha e realizando webinários e seminários para
compartilhar boas práticas.
Março: previsão de movimento maior de engajamento com as
comunidades escolares, famílias e alunos para promover uma adaptação adequada.
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