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terça-feira, 29 de outubro de 2024

É possível preservar a função renal no tratamento oncológico?

O manejo simultâneo da doença renal crônica e o câncer exige adaptações cuidadosas nos tratamentos e acompanhamento médico multidisciplinar

 

A coexistência de doenças crônicas, como a doença renal crônica (DRC) e o câncer, é um desafio. Pacientes renais apresentam uma maior vulnerabilidade ao desenvolvimento de neoplasias, e o tratamento oncológico, por sua vez, pode agravar as disfunções renais preexistentes. 

Há diversos fatores que podem explicar a associação entre DRC e o câncer, pois ambos compartilham vários fatores de risco como hipertensão e tabagismo, além da imunossupressão, uma condição em que o sistema imunológico está enfraquecido. 

Pacientes renais e transplantados costumam passar por consultas e exames frequentes para acompanhar sua condição e dar andamento ao tratamento, o que facilita o acesso a um acompanhamento preventivo. No entanto, essa rotina pode ser desgastante e acabar fazendo com que outras áreas da saúde fiquem menos priorizadas. 

Quando estes pacientes recebem um diagnóstico de câncer, o tratamento pode se tornar mais desafiador. Os rins são particularmente vulneráveis a muitos dos tratamentos utilizados, e alguns medicamentos quimioterápicos e terapias oncológicas podem ser tóxicos. 

Para prevenir danos aos rins, o nefrologista trabalha em conjunto com o oncologista para personalizar o tratamento e maximizar as opções terapêuticas disponíveis. “Essa parceria permite que o paciente siga com o plano de tratamento de forma mais eficaz e segura, minimizando complicações e melhorando os resultados para a saúde e qualidade de vida”, explica Fernanda Coelho, diretora médica da DaVita Regional Nordeste. 

O tratamento de pacientes que lidam com a dupla condição – doença renal crônica e câncer – requer uma abordagem multidisciplinar. A personalização dos tratamentos oncológicos é crucial para minimizar o impacto sobre os rins e garantir que a terapia tenha eficácia contra o câncer sem comprometer a função renal. Isso inclui a escolha criteriosa dos fármacos, a modificação de dosagens e a constante avaliação da função renal. 

A conciliação dos tratamentos é um equilíbrio delicado que influencia diretamente o bem-estar dos pacientes. Nessa jornada, o nefrologista é um aliado essencial, pois o manejo especializado ajuda a evitar que o paciente seja privado das melhores opções de tratamento oncológico.

O trabalho conjunto garante que o tratamento do câncer seja realizado da melhor maneira possível, com menos interrupções e complicações.


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