Entidade recomenda
que o governo paulista faça equiparação do benefício do ICMS já concedido pelos
demais estados do Sudeste, garantindo a competitividade da geração própria no
suprimento de novas demandas por eletricidade limpa e atrativa
A expansão dos datacenters no estado de São Paulo, com investimentos que
somam cerca de R$ 70 bilhões nos próximos meses e o consequente aumento de
demanda por energia limpa e competitiva para atender essas novas operações,
conforme anunciou o governo paulista nesta semana, traz um desafio adicional
para as autoridades públicas, sobretudo pela necessidade de atualização dos
prazos do benefício do ICMS para as modalidades da geração própria renovável,
que venceriam no final deste ano.
O alerta é da Associação Brasileira de Energia
Solar Fotovoltaica (ABSOLAR). Para a entidade, é fundamental que o governo
paulista faça equiparação do benefício do ICMS já concedido em todos os outros
estados da região Sudeste, garantindo a competitividade da geração própria no
suprimento de novas demandas por eletricidade limpa e atrativa, como é o caso
dos datacenters na região.
A recomendação da entidade é adotar as mesmas condições aplicadas no Rio de
Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, cujas regras se encontram vigentes até
2032. Para ampliar o protagonismo do estado paulista e equiparar os prazos, é
necessário que se faça ajustes no Decreto nº 67.521/2023, por meio alterações
no artigo 166 do Anexo I do Regulamento do ICMS (“RICMS/SP”).
“A atualização das regras do ICMS em São Paulo atenderá, ao mesmo tempo, o
aumento de demanda de energia pelo crescimento das novas atividades econômicas
e atrairá mais investimentos e empresas da cadeia de valor do setor de energia
solar e demais renováveis, movimentando a economia local e elevando a
arrecadação aos cofres públicos”, aponta Guilherme Susteras, coordenador do
grupo de trabalho de geração distribuída e conselheiro da ABSOLAR.
A medida também pode trazer, na visão da Susteras, mais emprego e renda para a
população e reduzir os custos com energia elétrica dos consumidores e dos
setores produtivos no território paulista. “Ampliar o uso das fontes renováveis
ajuda a diversificar o suprimento de energia elétrica do estado e do País,
reduzindo a pressão sobre os recursos hídricos e diminuindo o risco de novas
ocorrências de bandeiras tarifárias na conta de luz da população”, acrescenta.
O estado de São Paulo possui atualmente 4,5 gigawatts (GW) em operação nas
residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos. São
mais de mais de 474 mil conexões operacionais, espalhadas por 645 municípios,
ou 100% das cidades paulistas.
Desde 2012, a geração própria solar já proporcionou à São Paulo a atração de R$
21,3 bilhões em investimentos, geração de mais de 135 mil empregos e a
arrecadação de R$ 6,4 bilhões aos cofres públicos.
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