Educação
financeira é importante para garantir relação saudável com dinheiro na vida
adulta
Mesada, cofrinho, poupança e outros elementos que
envolvem dinheiro e crianças são comuns na rotina de muitas famílias
brasileiras. Afinal, já se sabe há algum tempo que a educação financeira é
fundamental para que os pequenos desenvolvam uma relação saudável com o
dinheiro, lição que ajuda a ter uma vida financeira mais estável na vida
adulta. Mas alguns erros podem colocar em risco essa prática.
Para a editora de Matemática da Aprende Brasil
Educação, Janile Oliveira, falar sobre dinheiro desde cedo tem como principal
objetivo possibilitar uma vida mais tranquila no futuro. “Discutir finanças com
as crianças oferece um caminho para que elas alcancem a independência
financeira, sejam adultos controlados e com bom planejamento, para que possam
aproveitar a vida em plenitude. Essas boas práticas que começam na infância
tornam a vida mais fácil porque trazem habilidades e competências que tangem
muitas outras coisas, como competências socioemocionais e a educação crítica
daquela criança social”, destaca. Ela pontua cinco erros comuns ao ensinar
finanças aos pequenos.
- Simplificar o conceito de educação financeira
Ao contrário do que muitas pessoas podem pensar,
educação financeira não é apenas conversar sobre poupar e economizar. “Também
faz parte das lições de finanças abordar temas como objetivos de curto e longo
prazo, planejamento financeiro e estratégias para alcançar esses objetivos. Não
basta economizar, é preciso saber como aplicar o dinheiro de maneira
inteligente”, detalha a educadora.
- Não permitir que as crianças ouçam as
conversas sobre dinheiro
Quando os adultos falam sobre dinheiro, importantes
lições podem ser aprendidas pelas crianças. Deixá-las de lado nesses momentos é
perder essa oportunidade. “É um erro não explicar de onde vem o dinheiro e
como, por exemplo, funciona o dinheiro do cartão de crédito. Fale também sobre
como a família gasta seu dinheiro e deixe que as crianças participem de algumas
decisões financeiras da casa, como na hora de fazer as compras do mês”, sugere
Janile.
- Negligenciar o controle emocional
Lidar com dinheiro também envolve controle
emocional e isso fica claro para a criança quando, por exemplo, ela tem que
lidar com a frustração de não comprar determinado brinquedo. “Devemos discutir
com os pequenos o fato de que essas frustrações fazem parte da vida e é preciso
aprender a conviver com elas. Assim, elas poderão crescer entendendo que não
podem ter tudo o que desejam, o tempo todo, o que ajuda a lidar com esse
sentimento no futuro”, explica a especialista.
- Ignorar a sustentabilidade
Segundo Janile, o consumo consciente e a
sustentabilidade têm um impacto na vida financeira das crianças, da comunidade
e da família. "Por isso, devemos falar sobre isso da forma mais completa
possível. Por que é necessário ser consciente nos seus atos diários e na vida financeira,
por que é preciso ser organizado e como isso impacta no futuro da criança”,
explica.
- Não permitir que a criança saiba sobre as
contas da casa
É muito importante incluir os pequenos nas
discussões sobre as contas da casa, como aluguel, condomínio, escola e
supermercado. “É claro que é preciso estabelecer um limite, mas deixar de falar
sobre os boletos e como o trabalho e a organização permitem que eles sejam
pagos é um grande equívoco.”
Dica bônus: como começar a
falar sobre dinheiro
Embora o exemplo seja a melhor forma de ensinar finanças às crianças, algumas estratégias são importantes para introduzir o assunto com elas. “O ideal é usar uma linguagem apropriada para cada idade, não precisa entrar com investimentos, ações, matemática financeira ou até a própria matemática. Você pode falar sobre jogos, sobre consumo de forma acessível, de forma sustentável, sobre impulsividade, pode falar sobre a história do dinheiro e por que ele surgiu”, pontua Janile. Encorajar práticas de consumo sustentável e a reflexão antes de gastar também é uma forma de ensinar. “Explique a diferença entre desejo e necessidade e, de modo geral, incentive práticas de consumo consciente, de ajuda dentro de casa. São pequenas coisas no dia a dia que, de modo lúdico, podem ajudar nessa missão”, completa.
Aprende Brasil Educação
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