Especialista em amamentação explica que a falta de informação e de apoio no retorno ao trabalho contribuem para que o índice de bebês desmamados precocemente seja tão elevado no Brasil
O retorno ao
trabalho, ou mesmo a sua proximidade, pode ser um momento angustiante para as
mães que optam pelo aleitamento materno. Conciliar a rotina de amamentação com
a jornada profissional muitas vezes parece um desafio quase impossível de
superar.
Essa dificuldade
pode estar relacionada à discrepância entre a duração da licença-maternidade
prevista pela Consolidação das Leis de Trabalho (CLT), que é de 120 dias
(aproximadamente quatro meses após o nascimento do bebê), e a recomendação do Ministério da Saúde (MS) para o aleitamento materno com
exclusividade até os seis meses, período em que se pode iniciar a
introdução de outros alimentos.
Apesar da
recomendação do MS, apenas 45,8% dos bebês têm o privilégio de receber o leite materno
com exclusividade, de acordo com o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI).
“É inegável que as
mulheres que amamentam enfrentam diversos desafios no mercado de trabalho. As
políticas de licença-maternidade muitas vezes são inadequadas, com prazos
inferiores ao necessário para o aleitamento exclusivo do bebê. Além disso, a
ausência de infraestrutura adequada para a extração de leite no ambiente de
trabalho contribui para a baixa taxa de amamentação no Brasil”, afirma a Dra.
Cinthia Calsinsk, enfermeira obstetra do Boa Hora, programa de acolhimento da
Omint Saúde para orientação a mães desde a gravidez até o pós-parto.
Como
superar os obstáculos
Segundo a
especialista, os benefícios da amamentação superam os desafios enfrentados.
“Para as mulheres, o aleitamento materno é muito vantajoso. Ele acelera a
retração do útero ao tamanho normal, reduz o risco de hemorragia pós-parto,
auxilia na perda de peso, diminui a propensão a câncer de mama e ovário, e a
doenças cardiovasculares. Além disso, libera ocitocina, um hormônio que ajuda a
controlar o estresse e promove o bem-estar”, explica.
Ela ressalta que,
ao final da licença-maternidade, dois passos são essenciais: planejar a
extração e o armazenamento do leite para que o cuidador do bebê possa
oferecê-lo na ausência da mãe, e conversar com o empregador sobre a
flexibilidade necessária para a ordenha durante a jornada de trabalho.
“Muitas empresas
têm salas exclusivas de apoio à amamentação, que proporcionam privacidade para
que as funcionárias possam extrair e armazenar o leite de forma adequada. Esses
espaços são fundamentais para incentivar a continuidade da amamentação”,
acrescenta Calsinsk.
No Grupo Omint, as
colaboradoras têm à disposição a “Sala Saúde”, um espaço especialmente equipado
com poltronas e frigobar exclusivo para armazenamento do leite materno,
dedicado a incentivar o aleitamento. Bianca Rizzo, Gerente de Recursos Humanos
do Grupo, ressalta: “esse é um período importante e delicado na vida das mães.
Por isso, proporcionar a estrutura necessária para que elas possam continuar
com esse objetivo é fundamental para a Omint, uma empresa que tem como missão
cuidar de pessoas”.
Além disso, a
Omint oferece o Programa Boa Hora, que fornece uma enfermeira obstetra
exclusiva para acompanhar a mãe desde a gestação até o pós-parto. Este programa
está disponível tanto para empresas clientes da operadora (sujeito à análise e
aprovação prévia da equipe de gestão em saúde) quanto para colaboradoras e dependentes
da Omint.
Boas
práticas para extração do leite
Para garantir que
o leite extraído possa ser oferecido ao bebê de forma segura, é importante
seguir algumas boas práticas:
· Higienizar
bem as mãos e esterilizar todos os equipamentos com antecedência.
· Armazenar
o leite em recipientes adequados, como frascos de vidro ou plástico livre de
BPA.
· Refrigerar
o leite por até 12 horas ou armazená-lo no congelador por até 15 dias, conforme
as normas da FIOCRUZ.
· Etiquetar
os potes com a data de extração para assegurar o uso correto e dentro do prazo
adequado.
Importância
do leite materno para o bebê
O leite materno é
essencial para o bebê por várias razões. A enfermeira obstetra destaca que a
questão nutricional é uma das mais importantes: “O leite materno fornece todos
os nutrientes essenciais, como proteínas, gorduras, vitaminas e minerais, em
proporções ideais para o crescimento e desenvolvimento saudável do bebê”,
completa Cinthia.
Além disso, o
leite materno é rico em anticorpos e células imunológicas, componentes que não
podem ser replicados pela indústria alimentícia. Essas propriedades desempenham
um papel fundamental na proteção do bebê contra infecções e doenças.
Omint
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