Especialista explica que a presença de uma pequena quantidade de gordura no fígado é normal, mas quando excede 30% do volume do órgão, surgem complicações mais sérias. Entenda
Segundo o Dr. Lucas Nacif, médico cirurgião gastrointestinal e membro titular do Colégio Brasileiro De Cirurgia Digestiva (CBCD) parte dessa população é jovem. “Infelizmente, estou recebendo um número crescente de jovens com diagnóstico de esteatose hepática, isso se dá ao estilo de vida inadequado e da má alimentação, e é bastante preocupante, pois a doença, antes vista principalmente em uma população mais adulta, agora afeta a mais jovem”, alerta Nacif.
É o que também
mostra uma pesquisa recente da da American Association for the Study of Liver
Diseases (ou Associação Americana para o Estudo de Doenças do Fígado, em
português). O estudo publicado no ano passado mostrou que a América do Sul foi
o continente que registrou o maior aumento de adolescentes com esteatose
hepática metabólica, ou seja, acúmulo de gordura no fígado, em 29 anos.
Entenda quando essa gordura se torna preocupante
Segundo o médico,
a presença de uma pequena quantidade de gordura no fígado é normal, mas quando
essa infiltração excede 5% do volume do órgão, surgem complicações mais sérias.
“Até este ponto, a quantidade de gordura no fígado é considerada amena (ou
esteatose leve) e geralmente não causa danos. Porém, quando a infiltração de
gordura ultrapassa esse limiar, atingindo valores acima de 30% ou associados a
outras comorbidades, o risco de desenvolver inflamação e outras complicações
hepáticas aumenta consideravelmente ", explica.
“Veja, o nosso fígado conta com funções essenciais, como o armazenamento de
vitaminas (A, D, K, E), ferro e cobre, a regulação da glicose e dos níveis de
colesterol, a produção de fatores de coagulação e bile, e a conversão de amônia
em ureia, eliminada pela urina. Ele é como um laboratório do corpo, responsável
por diversas funções vitais que mantêm nosso organismo em equilíbrio, e por
isso precisa estar completamente saudável", ressalta Nacif.
Conheça os sinais de um fígado gorduroso e como prevenir a condição:
O médico explica
que para entender os sinais de um fígado gorduroso, é preciso entender que
existem três graus de esteatose hepática. O grau 1, que é a deposição leve de
gordura. O grau 2 tem uma deposição moderada e no grau 3, a deposição de
gordura é acentuada. A esteatose não está associada aos sintomas mas quando
associada a síndrome metabólica, inflamação pode evoluir para casos graves,
incluindo pele e olhos amarelados, acúmulo de líquido abdominal (ascite) e
hematomas, e o diagnóstico é feito por meio de exames médicos regulares, como
ultrassom abdominal e testes de função hepática (TGO, TGP, Gama GT).
Felizmente é
possível prevenir, Nacif enfatiza que a prevenção e o tratamento da esteatose
hepática envolvem mudanças bruscas no estilo de vida. “O paciente deve evitar o
consumo de álcool, pois ele danifica as células do fígado. Além de adotar uma
alimentação saudável, como a dieta mediterrânea, rica em fibras, vegetais,
proteínas magras, azeite de oliva e grãos integrais, e buscar manter um peso saudável
através de uma dieta equilibrada e exercícios físicos regulares,”, conclui.
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