O recente falecimento do empresário Henrique Silva
Chagas, de 27 anos, em São Paulo, após a realização de um peeling de fenol,
trouxe à tona a importância crucial de realizar este procedimento em ambiente
hospitalar, apenas com profissionais altamente qualificados, como médicos dermatologistas
ou cirurgiões plásticos. Henrique morreu logo após ser submetido ao tratamento
na clínica da influenciadora e esteticista Natalia Becker.
Conforme explica Eduardo Schneider, dermatologista do Eco Medical
Center, em Curitiba, o peeling de fenol é um procedimento estético que visa
melhorar a aparência da pele, tratando rugas, manchas e cicatrizes. Apesar de
seu nome, que pode sugerir um tratamento superficial, o peeling de fenol é
altamente invasivo e atinge as camadas mais profundas da derme, que reage a uma
espécie de “queimadura de segundo grau”.
Depois da aplicação, o paciente precisa de um processo de
recuperação de semanas em casa, sem se expor ao sol, e tomando diversos
medicamentos para dor, inflamação e reações alérgicas. Depois disso, a camada
“velha” da pele cai, como uma máscara espessa, e dá lugar à pele jovem, com
colágeno e sem ocorrência de rugas, melhorando a aparência. Por ser uma pele
que fica extremamente sensível e lesionada, não pode ser submetida ao sol. Só
depois da recuperação total - o que pode durar até três meses - é que o
paciente pode voltar à vida normal fora de casa. Mas claro, sempre com muito
filtro solar e proteção.
A ideia é que o paciente faça o procedimento uma só vez na vida,
no máximo duas, devido à agressividade, mas que no entanto traz um resultado
sem igual a outros tratamentos. Por isso é indicado a pessoas além da meia
idade, que já possuem muitas rugas e manchas. Em pessoas jovens, o procedimento
é indicado em casos muito extremos, como por exemplo, em cicatrizes grandes de
acne.
Danos à saúde
Devido à sua natureza agressiva, caso não seja
administrado corretamente, o fenol pode causar sérios danos, como arritmias
cardíacas e insuficiência renal. Por isto, alerta Eduardo, a banalização dos procedimentos
estéticos e a invasão de profissionais não qualificados têm levado a graves
consequências. “O peeling de fenol deve ser realizado em ambiente hospitalar,
com monitorização adequada e exames pré-operatórios completos. Trata-se de um
procedimento doloroso e arriscado, que pode levar à parada cardíaca e outros
danos se não for feito corretamente”, afirma Eduardo.
Além da realização em ambiente hospitalar, capaz de dar um suporte
de vida ao paciente que tenha algum problema durante a aplicação, são exigidos
exames pré-operatórios como hemograma, exame de função renal e hepática e
eletrocardiograma. Caso algum destes exames apontem algum problema, o
dermatologista orienta a não realizar o peeling e direciona o paciente a outros
tratamentos menos agressivos.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia recomenda que apenas
dermatologistas ou cirurgiões plásticos com treinamento específico realizem o
peeling de fenol. Mesmo entre esses profissionais, muitos optam por não
realizar o procedimento devido aos riscos envolvidos. “É fundamental que o
médico tenha a capacidade de interpretar exames pré-operatórios e manejar
emergências médicas”, explica Eduardo, um dos especialistas da Eco
Dermatologia.
Henrique Silva Chagas foi submetido ao peeling de fenol sem a realização de exames pré-operatórios e em um ambiente inadequado. A falta de estrutura e qualificação da profissional responsável, Natalia Fabiana de Freitas Antonio, ou “Natalia Becker”, como é conhecida nas redes sociais, culminou em um desfecho trágico que poderia ter sido evitado com os cuidados apropriados.
Eco Medical Center
Para saber mais sobre, os especialistas e procedimentos e exames realizados, acesse o site.
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