Possíveis infecções, como tratar e formas de prevenção são tópicos elucidados por especialista
Cerca de 90% da população mundial possui o vírus do herpes alojado no organismo,
mas apenas cerca de 10 a 15% dessas pessoas manifestam os sintomas. Porém, a
estimativa do Ministério da Saúde é que entre 13% e 37% das pessoas que
contraem esses vírus apresentem sintomas. Essa infecção viral é transmitida a
partir do contato com uma pessoa que esteja com a doença, mesmo que não tenha
sinais aparentes, como as feridas na pele.
O
HSV-1 provoca gengivoestomatite e herpes
labial, enquanto HSV-2 geralmente causa lesões genitais, sendo considerado uma
infecção sexualmente transmissível (IST), caracterizada pelo surgimento de
pequenas bolhas e úlceras dolorosas na região genital. Algumas pessoas podem
estar infectadas, sem apresentar nenhum tipo de sintoma, enquanto outras podem
ter os sintomas apenas uma vez ou desenvolver a doença de tempos em tempos.
Infectologista
do São Cristóvão Saúde, Dra. Michelle Zicker explica que, apesar dessas duas
infecções serem as mais conhecidas, existem vários outros vírus que causam
diferentes tipos de infecções, também considerados tipos de herpes. “Os vírus
herpes 1 e 2 (HSV-1 e HSV-2) que causam o herpes labial e genital pertencem à
família Herpesviridae, da qual fazem parte, também, o vírus
varicela-zóster, causador da catapora e do ‘cobreiro’; o citomegalovírus e o
Epstein-Barr, causador da mononucleose ou ‘doença do beijo’. Ainda é comum em
seres humanos a infecção pelos tipos 6 e 7, associados à roséola, e pelo tipo
8, que pode levar ao sarcoma de Kaposi, um tipo raro de câncer”, complementa a
especialista.
Outros tipos de vírus, sintomas e tratamento
Dentre
as outras infecções mencionadas pela especialista, está a Catapora (Varicela),
uma doença altamente contagiosa, geralmente benigna, causada pelo vírus
Varicela-Zoster, que se manifesta com maior frequência em crianças e com
incidência no fim do inverno e início da primavera. De acordo com o Ministério
da Saúde, estima-se que ocorram cerca de 3 milhões de casos de catapora
anualmente no Brasil e a principal característica clínica da doença é o
polimorfismo das lesões cutâneas, acompanhadas de coceira na região afetada.
Os
cuidados de higiene com as lesões são muito importantes e, segundo Dra.
Michelle, devem ser feitos apenas com água e sabão. “Para diminuir a coceira, o
ideal é fazer compressa de água fria. As vesículas não devem ser coçadas e as
crostas não devem ser retiradas. Para evitar que isso aconteça, as unhas devem
ser bem cortadas”, sugere. a infectologista.
Em
2013, o Ministério da Saúde introduziu a vacina tetraviral, que protege contra
Sarampo, Caxumba, Rubéola e Varicela, na rotina de vacinação de crianças entre
15 meses e 2 anos de idade que já tenham sido vacinadas com a primeira dose da
vacina Tríplice Viral (Sarampo, Caxumba e Rubéola). Uma segunda dose da vacina
contra varicela deve ser dada aos 4 anos de idade, Além das crianças, a vacina
contra a varicela está indicada em outros grupos populacionais específicos.
“O
tratamento da Catapora deve ser sintomático com analgésicos, antitérmicos e
anti-histamínicos para aliviar a coceira. Havendo infecção secundária,
recomenda-se o uso de antibióticos. O tratamento específico é realizado por
meio da administração de antiviral, que é indicado somente para pessoas com
risco de agravamento. O uso de medicamentos deve ser sempre feito sob
orientação médica”, finaliza Dra. Michelle.
Em
crianças, a Catapora geralmente é benigna e autolimitada, enquanto em
adolescentes e adultos, o quadro clínico pode ser mais acentuado. Uma vez
contraída, a pessoa fica imune à catapora, mas o vírus permanece alojado no
organismo e pode ser reativado, causando o Herpes-Zoster, conhecido também como
“cobreiro”.
Os
sintomas da Herpes-Zoster se manifestam de forma diferente. Na maior parte dos
casos, antes do aparecimento das lesões na pele, o paciente pode apresentar dor
no trajeto do nervo, sensação de formigamento, agulhadas, adormecimento,
pressão, coceira, febre, dor de cabeça e mal-estar. As lesões de pele,
caracterizadas por vermelhidão com vesículas, surgem de modo gradual, levam de
2 a 4 dias para se estabelecer e geralmente acometem só um lado do corpo. Em 2
a 4 semanas formam-se crostas e o quadro evolui para cura.
Roséola
Infantil, comum durante a infância, se manifesta através de
manchas vermelhas na pele que surgem após alguns dias de febre alta. A roséola
é benigna, de curta duração e com baixíssima taxa de complicações. É causada
pelo Herpes Vírus tipo 6 ou, com menos frequência, pelo Herpes Vírus 7. A
transmissão é feita de pessoa para pessoa através do contato com secreções das
vias respiratórias, principalmente pela saliva. Espirros, tosse, beijos ou
brinquedos que vão à boca e são compartilhados com outras crianças são fontes
potenciais de transmissão. O tratamento é feito somente com sintomáticos, sob
orientação médica.
Grupo São Cristóvão Saúde
Nenhum comentário:
Postar um comentário