Pesquisa de
Medicina Veterinária do CEUB revela que, apesar do aumento desta população
durante a pandemia, animais não apresentam riscos de zoonosesCapivaras no Lago Paranoá
O aumento populacional de capivaras no Distrito Federal, com os bandos habitando principalmente na orla do Lago Paranoá, divide opiniões. Apesar dos questionamentos sobre a transmissão de doenças, estudo de Medicina Veterinária do Centro Universitário de Brasília (CEUB) minimiza esses riscos e revela que esses animais contribuem para o equilíbrio do ecossistema aquático. As capivaras auxiliam na manutenção da qualidade da água do Lago e garantem a sustentabilidade ambiental da região.
A pesquisa qualitativa, por meio de análise de artigos científicos sobre a temática, conclui que a capivara não representa perigo em relação à transmissão de doenças para seres humanos e animais domésticos. Além disso, o animal, que ocupa 25% da orla do Lago Paranoá, tem pouca relação com infestação de carrapatos, não sendo o principal hospedeiro nem vetor principal de zoonoses. Eles ajudam a manter o equilíbrio do ecossistema e que o aumento da ocupação em áreas urbanas se deu pela ausência do fluxo humano durante a pandemia.
De acordo com um dos autores do estudo, Carlos Eduardo Rezende, o aumento da ocupação em áreas urbanas se deu pela ausência de fluxo humano durante a pandemia. “Ainda que as capivaras não representem perigo à população, é necessária a atuação de profissionais capacitados junto aos órgãos públicos para manter o controle da população desta e de outras espécies silvestres, favorecendo as práticas de sustentabilidade e educação ambiental”, afirma Rezende.
Orientadora do estudo, Francislete Melo, professora de Medicina Veterinária do CEUB, destaca a importância da mostra por informar adequadamente a população. Ela frisa que, frequentemente, quando o tema é abordado pela mídia, surgem preocupações relacionadas a possíveis doenças: “É importante esclarecer que a população de capivaras está controlada e não representa uma ameaça significativa. Elas não são portadoras de vetores importantes para a transmissão de doenças”.
Segundo a docente do CEUB, é essencial alertar que
as capivaras não devem ser tratadas como animais de estimação. Elas são
selvagens e não podem ser mantidas dentro de casa ou em qualquer ambiente
doméstico. “Esse cuidado se estende a todos os animais selvagens, não apenas às
capivaras, devido ao risco de transmissão de doenças entre humanos e animais,
além do estresse causado pela interação inadequada com o ambiente urbano”,
considera.
Curiosidades sobre as Capivaras
- É o maior roedor do planeta, pode atingir até 1,35
metros de comprimento, 60 centímetros de altura e pesar 70 quilos.
- Sua dieta consiste principalmente de capim,
sobretudo encontrado em áreas alagadas, embora se alimente de cascas e folhas
de arbustos.
- Têm por direito o trânsito livre nas margens do
Lago Paranoá, utilizando as áreas designadas para preservação (previsto em lei,
com 30 metros de margem em toda a extensão do lago).
- São criaturas sociais, vivem em grupos que variam
de cinco a 40 indivíduos. Como animais territorialistas, o líder protege seu
bando.
Grandes Números
De acordo com o biólogo Thiago Silvestre, do IBRAM,
órgão que trabalha no projeto de monitoramento das capivaras, hoje existe em
média de 300 a 400 indivíduos em todo o DF, sendo que grande parte delas ocupam
cerca de 25% da orla do lago Paranoá. No entanto, o estudo foi motivado pela
dúvida por parte da população sobre infestação de carrapatos e outras doenças
que os animais silvestres podem causar ao ser humano.
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