Especialista esclarece o que verídico e válido no processo de emagrecimento
Ano novo é significado de vida nova e a famosa
lista de resoluções é renovada com sucesso. Ano após ano, um item está sempre
presente: o desejo de emagrecer. Segundo uma pesquisa realizada em 2022 pela
WW, empresa do segmento de bem-estar, em parceria com o Instituto Kantar,
revelou que 91% dos brasileiros pretendiam priorizar o seu bem-estar e 40%
tinham a intenção de investir na perda de peso.
Dados divulgados pela ONG Obesidade Brasil e pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), relatam que a obesidade
afeta 41 milhões de brasileiros, sendo 22% dos homens e 29,5% das mulheres
adultas. Esse percentual demonstra que a população está cada vez mais
sedentária. Se manter ativo é uma regra que vale para todos, jovens e idosos.
Praticar exercício físico de intensidade moderada promove significativas
melhoras nas respostas imunológicas (Mondal,2018), além de ajudar a reduzir
marcadores inflamatórios crônicos de baixo grau (Beaver,2010).
“Na busca desenfreada para perder peso, muitas
pessoas acabam optando por atalhos repletos de facilidades que vão comprometer
a saúde. Resultados imediatos não existem. O ganho de peso acontece de maneira
gradual e a perda acontecerá da mesma maneira”, orienta Eduardo Netto, diretor
técnico da Bodytech Company.
Na internet é possível encontrar várias informações
sobre o tema, mas o que realmente é válido e o que vale a pena seguir? Essa é a
dúvida de muitas pessoas que estão em busca de uma vida saudável. Para
esclarecer e desmistificar o assunto, Eduardo pontua os sete principais mitos
sobre a perda de peso. Confira:
1) Atividades aeróbicas são
melhores para emagrecer
É cada vez mais imprescindível tratar o emagrecimento com uma abordagem
multifatorial, levando em consideração os fatores biopsicossociais e não apenas
a dieta e o exercício. As atividades aeróbicas são ótimas para estimular a
queima calórica, mas também é importante combinar diferentes tipos de
exercícios, incluindo o treinamento de força, que é eficaz para alcançar
resultados mais completos e duradouros.
Ambos são extremamente importantes no
emagrecimento. É tão importante quanto a modalidade escolhida a questão do
desequilíbrio calórico negativo, onde o gasto energético deve ser superior à ingestão.
A dica de ouro é encontrar o exercício que
proporcione prazer e que você consiga realizar com frequência.
2) Musculação não ajuda a queimar
gordura
Até bem pouco tempo, acreditava-se que os exercícios aeróbicos seriam a
principal ferramenta para quem quer diminuir os números na balança. E com essa
mentalidade esquecemos do treinamento contra resistência. Porém a musculação
também contribui muito para o emagrecimento, favorecendo o ganho de massa, o
que aumenta o gasto calórico do organismo em repouso.
Vale ressaltar outros benefícios do treinamento de
força:
- Otimização
da taxa metabólica basal;
- Auxilia
na redução de massa gorda e na manutenção da força;
- Retardar
a atrofia muscular do envelhecimento;
- Manutenção
do tecido ósseo;
- Melhora
dos componentes cardiovasculares, do metabolismo da glicose, na
prevenção e no tratamento do diabetes;
3) Quanto mais
suor, mais perda de calorias
O suor é água e eletrólitos, e qualquer peso
perdido pelo suor é recuperado assim que você se hidrata. O emagrecimento
ocorre por meio de uma abordagem biopsicossocial, incluindo a combinação de
dieta saudável e exercícios regulares, não apenas pela quantidade de suor
produzido.
4) É preciso
malhar todos os dias para ter resultados
A frequência e a intensidade dos treinos devem ser
equilibradas com períodos de descanso para permitir a recuperação do nosso
organismo. A regularidade da atividade física é importante, mas a qualidade do
estímulo e a recuperação adequada são tão importantes quanto as idas à academia.
Uma combinação de treino de força, exercícios
cardiovasculares e mobilidade, juntamente com a recuperação e a nutrição, tende
a oferecer os melhores resultados. É importante reforçar a ideia de que cada
pessoa responde de uma forma, ouvir o seu corpo, ajustar a sua rotina de acordo
com as suas necessidades e objetivos individuais são fundamentais.
5) É melhor
treinar à noite do que de manhã
Não existe um “melhor” horário para se exercitar,
pois isso depende muito das preferências individuais, do estilo de vida e dos
objetivos de cada pessoa. Recentes pesquisas mostram pontos relevantes a considerar:
- O
exercício no final da tarde ou à noite parece ser superior ao
exercício matinal, especialmente para atividades de força e potência. O
ritmo circadiano tende a atingir o pico entre 14h e 18h, e o corpo está em
ótimas condições para melhor desempenho físico.
“No meu entendimento, o melhor horário para se
exercitar é aquele que se encaixa na sua rotina e que você pode manter
consistentemente. A regularidade e a consistência no exercício são mais
importantes do que a hora específica do dia em que você se exercita”, enfatiza
Netto.
6) Praticar exercícios em jejum
emagrece mais
Trata-se de um mito. A revisão da literatura sugere que existem poucas
evidências para apoiar a ideia que a prática de exercícios em jejum proporciona
aumento na oxidação de gordura. A recomendação é evitar realizar exercícios
durante o jejum, principalmente ao praticar atividades de alta intensidade.
7) Pessoas mais velhas não devem
levantar peso ou fazer exercícios intensos
Os benefícios do treino de resistência são
incrivelmente abrangentes, desde a redução do risco de doenças crônicas a
melhoria do estilo de vida saudável, especialmente à medida que envelhecemos,
até o aperfeiçoamento do desempenho desportivo atlético. “Acredito que todas as
pessoas deveriam ter uma rotina de exercícios contra resistência. Temos
evidências científicas que demonstram que devemos cada vez mais recomendar essa
estratégia: “levantem peso para a vida “, comenta o profissional de Educação
Física.
Quanto a orientação de não realizar exercícios
intensos, idosos podem realizar exercícios de alta intensidade, mas com algumas
considerações importantes:
- Avaliação
médica, respeito à progressão e monitoramento constante;
- Embora
o exercício de alta intensidade possa ser benéfico, é crucial adaptá-lo às
necessidades e capacidades individuais de cada idoso. O foco deve ser a
segurança.
Dica do especialista: o cuidado com o corpo gera benefícios essenciais para manter as
capacidades físicas fortalecidas e garantir qualidade de vida. Esse
autocuidado ajuda a prevenir lesões no decorrer da vida. O treino diário ajuda
a manter o corpo forte e gera equilíbrio: qualidades fundamentais para evitar
quedas, contusões ou até algo mais grave.
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