A queda de
cabelo é um problema comum e muitas pessoas procuram soluções rápidas e fáceis
para tratar os fios, como a prescrição de polivitamínicos, mesmo que não sejam
eficazes para tratar a causa do problema. Sim, boa parte dos casos de queda de
cabelo, não são por deficiência de nutrientes! O dermatologista Gustavo Martins
alerta que essa abordagem pode ser ineficaz e até mesmo perigosa.
De acordo com o especialista, é comum que as pessoas insistam em receber uma
prescrição de vitaminas orais para tratar a queda dos fios, mesmo que o médico
explique que isso não faça diferença no tratamento, já que diversos podem ser
os motivos. Essa atitude, segundo ele, é fruto de uma cultura que valoriza a
prescrição de medicamentos como solução imediata para qualquer problema de
saúde.
De acordo com o dermatologista, a falta de vitaminas e nutrientes essenciais
pode levar à queda dos fios, mas poucas vezes esse é o real problema. Segundo o
especialista, é comum as pessoas serem atraídas por produtos milagrosos que
prometem resolver a queda de cabelo de forma rápida e fácil. No entanto, muitos
desses produtos não possuem comprovação científica “Além disso, o marketing dos
produtos é frequentemente feito por meio de influenciadoras digitais e
blogueiras, que muitas vezes não possuem formação na área de saúde e não são
capazes de avaliar a eficácia dos produtos. Por isso, é fundamental que as
pessoas não se deixem levar pelas promessas mágicas e busquem orientação médica
para identificar a causa da queda de cabelo, para definir o tratamento
adequado”, ressalta o especialista.
Todos os fios de cabelo (e outros pelos do corpo) passam por três fases:
anágena, catágena e telógena. Durante a anágena, o fio nasce, na catágena ele
descansa e, na telógena, ele cai. O interessante é que essas fases acontecem em
tempos diferentes em cada lugar do corpo e variam de pessoa para pessoa.
Infelizmente, não há como mudar o gene e algumas pessoas nunca conseguirão ter
cabelos muito longos, enquanto outras conseguem ter um crescimento acelerado.
Mas claro, fatores externos podem sim influenciar na queda de cabelo. Além da
má alimentação, podemos destacar a exposição exagerada a fontes de calor sem
proteção térmica, a exposição à poluição e privação do sono. No entanto, o
especialista alerta que a maioria das pessoas passará por um "eflúvio
telógeno”, que é uma queda abrupta dos fios após situações de estresse, como
traumas, cirurgias ou perda de peso em pouco tempo. Esse tipo de queda
tem um ciclo limitado e o cabelo vai parar de cair e voltar a nascer na mesma
velocidade, independentemente de qualquer tratamento.
Gustavo ressalta que a preocupação com a queda de cabelo deve ser com quem
possui histórico familiar de calvície, pois pode desencadear esse tipo de
alopécia, que causa as famosas “entradas” na cabeça e diminui a espessura do
fio permanentemente em casos de tratamento tardio.
Por isso, a avaliação de um especialista é importante para identificar qual é o
tipo de queda e definir o tratamento adequado. O médico finaliza que as
vitaminas são sim úteis para quem possui deficiência, mas que a automedicação pode
gerar problemas quando tomadas indiscriminadamente. “A hipervitaminose, por
exemplo, é um problema de saúde causado pelo excesso de vitaminas no organismo,
o que leva a diversas complicações. Comprar vitaminas sem orientação pode levar
a uma ingestão excessiva de nutrientes, o que aumenta o risco de problemas de
saúde. O conselho é que as pessoas procurem um especialista, pois somente um
diagnóstico correto pode definir qual é o tratamento mais adequado para cada
caso”, finaliza Martins.
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sábado, 2 de março de 2024
Por que a suplementação de vitaminas pode não ser eficaz para tratar a queda de cabelo?
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