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segunda-feira, 25 de março de 2024

Especialista explica novo tratamento para a Síndrome do Olho Seco

 

Freepik 

Ela pode ocorrer quando os olhos não produzem lágrimas suficientes ou quando evaporam rapidamente 


A ceratoconjuntivite sicca, conhecida como síndrome do olho seco, é uma condição multifacetada que resulta na redução da produção de lágrimas. Ela pode causar danos na superfície ocular, desconforto, problemas de visão e instabilidade do filme lacrimal. 

Segundo dados do comitê de epidemiologia TFOS DEWS II, os estudos publicados demonstraram que a doença atinge de 5% a 50% da população geral, dependendo da população estudada, sendo mais comum entre mulheres com mais de 50 anos e indivíduos de ascendência oriental. 

No Brasil, um estudo publicado em 2018 por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP relatou uma prevalência geral da doença de 12,8% em uma população com mais de 40 anos de idade. 

A doença pode ser desencadeada por fatores como a Síndrome de Sjogren, artrite reumatoide, hipertireoidismo e Doença do Enxerto Contra o Hospedeiro (GVHD), essa última, comum entre pacientes que receberam o transplante de medula óssea. 

“É crucial que haja uma conscientização sobre os sintomas e tratamentos disponíveis para essa condição pouco comentada, especialmente entre as populações mais vulneráveis”, comenta o médico Dr. Elíseo Sekiya, presidente do Instituto de Ensino e Pesquisa IEP-Hemomed e um dos responsáveis pelo Sorotears, novo tratamento para a condição ocular. 

Dentre os procedimentos tradicionais disponíveis para tratar a Síndrome, estão os colírios lubrificantes, lentes de contato especiais, tratamentos medicamentosos e terapias com luz pulsada.

 

Sorotears  

O colírio de soro autólogo Sorotears é a nova opção para o tratamento da síndrome do olho seco. A tecnologia foi desenvolvida em parceria entre o Hemocentro São Lucas (HSL) e o Departamento de Oftalmologia da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). 

“O processo de produção do colírio de soro autólogo começa com a coleta de uma pequena quantidade de sangue do paciente. O sangue é processado em um laboratório especializado, onde o soro é separado das células sanguíneas e os seus componentes biológicos são utilizados para produzir o colírio”, explica Sekiya. 

O atendimento ao paciente inicia com a prescrição médica pelo oftalmologista. A seguir, o paciente comparece com a prescrição ao serviço de hemoterapia, onde passará por um processo semelhante ao de uma doação de sangue para transfusão autóloga, com coleta de sinais vitais e teste de anemia, entrevista de triagem e coleta de sangue para produção do colírio e de amostras para testes de sorologia. 

Segundo o Dr. Sekiya, o colírio de soro autólogo é uma opção de tratamento ‘inovadora e personalizada’: “Avaliamos pacientes que utilizaram o colírio de soro autólogo quatro vezes ao dia, durante três meses, e os dados coletados mostraram uma melhora significativa nos sintomas da síndrome, incluindo a redução da vermelhidão e do desconforto ocular”, afirma. Além disso, não houve efeitos colaterais graves relatados. 

É importante ressaltar que esse tratamento deve ser prescrito por um médico oftalmologista e se você foi diagnosticado com a síndrome do olho seco, converse com seu médico sobre o colírio de soro autólogo.

 

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