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Ela pode ocorrer quando os olhos não produzem lágrimas suficientes ou quando evaporam rapidamente
A ceratoconjuntivite sicca, conhecida como síndrome do olho seco, é uma condição multifacetada que resulta na redução da produção de lágrimas. Ela pode causar danos na superfície ocular, desconforto, problemas de visão e instabilidade do filme lacrimal.
Segundo dados do comitê de epidemiologia TFOS DEWS II, os estudos publicados demonstraram que a doença atinge de 5% a 50% da população geral, dependendo da população estudada, sendo mais comum entre mulheres com mais de 50 anos e indivíduos de ascendência oriental.
No Brasil, um estudo publicado em 2018 por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP relatou uma prevalência geral da doença de 12,8% em uma população com mais de 40 anos de idade.
A doença pode ser desencadeada por fatores como a Síndrome de Sjogren, artrite reumatoide, hipertireoidismo e Doença do Enxerto Contra o Hospedeiro (GVHD), essa última, comum entre pacientes que receberam o transplante de medula óssea.
“É crucial que haja uma conscientização sobre os sintomas e tratamentos disponíveis para essa condição pouco comentada, especialmente entre as populações mais vulneráveis”, comenta o médico Dr. Elíseo Sekiya, presidente do Instituto de Ensino e Pesquisa IEP-Hemomed e um dos responsáveis pelo Sorotears, novo tratamento para a condição ocular.
Dentre os procedimentos tradicionais
disponíveis para tratar a Síndrome, estão os colírios lubrificantes, lentes de
contato especiais, tratamentos medicamentosos e terapias com luz pulsada.
Sorotears
O colírio de soro autólogo Sorotears é a nova opção para o tratamento da síndrome do olho seco. A tecnologia foi desenvolvida em parceria entre o Hemocentro São Lucas (HSL) e o Departamento de Oftalmologia da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
“O processo de produção do colírio de soro autólogo começa com a coleta de uma pequena quantidade de sangue do paciente. O sangue é processado em um laboratório especializado, onde o soro é separado das células sanguíneas e os seus componentes biológicos são utilizados para produzir o colírio”, explica Sekiya.
O atendimento ao paciente inicia com a prescrição médica pelo oftalmologista. A seguir, o paciente comparece com a prescrição ao serviço de hemoterapia, onde passará por um processo semelhante ao de uma doação de sangue para transfusão autóloga, com coleta de sinais vitais e teste de anemia, entrevista de triagem e coleta de sangue para produção do colírio e de amostras para testes de sorologia.
Segundo o Dr. Sekiya, o colírio de soro
autólogo é uma opção de tratamento ‘inovadora e personalizada’: “Avaliamos
pacientes que utilizaram o colírio de soro autólogo quatro vezes ao dia,
durante três meses, e os dados
coletados mostraram uma melhora significativa nos sintomas da síndrome,
incluindo a redução da vermelhidão e do desconforto ocular”, afirma. Além
disso, não houve efeitos colaterais graves relatados.
É importante ressaltar que esse tratamento deve ser prescrito por um médico oftalmologista e se você foi diagnosticado com a síndrome do olho seco, converse com seu médico sobre o colírio de soro autólogo.
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