Transtorno bipolar:
doença vai além da mudança de humor repentina e varia entre fase depressiva e
maníacaCrédito: canva
Maioria das pessoas costuma associar a doença apenas a mudanças de humor, mas outros sintomas podem aparecer; entenda mais sobre transtorno mental que afeta mais de 140 milhões no mundo todo
Mais de 140 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de transtorno bipolar, de acordo com dados recentes da OMS (Organização Mundial da Saúde). No entanto, ainda há muita desinformação sobre a doença, que é frequentemente associada exclusivamente aos “altos e baixos” de humor.
Segundo o Dr. Ariel Lipman, médico psiquiatra e diretor da SIG - Residência Terapêutica, o transtorno bipolar é uma doença psiquiátrica de caráter crônico e incurável, que diminui consideravelmente a qualidade de vida do paciente e vai muito além de mudar repentinamente de humor e “virar a chave” da alegria para a tristeza - ou vice e versa.
“É uma doença que consiste na apresentação de duas fases distintas, sendo uma fase depressiva e outra fase que chamamos de maníaca, que é um momento de euforia", explica o médico. “Além dessas duas fases, a pessoa pode também ter a fase de normalidade”, completa.
Com isso, o especialista ressalta que, se não tratada, a doença
traz um alto grau de comprometimento, já que as fases depressivas e eufóricas
são extremamente disfuncionais na vida do paciente.
Causa
Há sempre dúvidas sobre fatores genéticos desencadearem a doença,
mas até hoje não se sabe explicar sua causa. “Provavelmente existam fatores
ambientais que participam do processo, mas também vemos um padrão familiar no
aparecimento da doença”, comenta ele.
É também muito provável, segundo ele, que a pessoa nasça com a
predisposição da doença, mas não dá para saber quando exatamente ela irá se
manifestar. “Costuma ser uma doença de adultos jovens, então a fase de 15 a 35
anos é a de maior incidência da apresentação da primeira crise”, explica.
Diagnóstico e tratamento
Segundo o Dr. Lipman, o diagnóstico do transtorno é sempre
clínico. “Não temos nenhum exame que nos mostre o caminho para o diagnóstico.
Às vezes alguns exames podem ser pedidos mais para excluir outras causas do que
para fazer o diagnóstico do transtorno bipolar”, explica.
Muitas vezes nas avaliações, o psiquiatra não consegue
diagnosticar em uma primeira entrevista e pode demorar bastante tempo para
fazer esse diagnóstico, mas assim que o especialista bater o martelo, é
necessário iniciar o tratamento da doença, que é crônica e de caráter
incurável.
“A gente tem hoje medicamentos que conseguem trazer um bom
resultado, com o espaçamento de crise, controle parcial ou até mesmo controle
total da crise, ou então, mesmo que ela venha a ocorrer, vem de forma menos
intensas e menos duradouras, mais breves”, explica. “Além da medicação, a
psicoterapia também pode ajudar, entre outras práticas que sempre são saudáveis
para a saúde mental, como atividade física, psicoeducação, então é um
tratamento que muitas vezes é multidisciplinar, mas raramente não precisa
lançar mão de medicação”, finaliza.
Sig
- Sig Residência
Terapêutica
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